Vicente Gómez y Tojar - fundador de uma congregação de rito anglicano em Lisboa

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Vicente Gómez y Tojar - fundador de uma congregação de rito anglicano em Lisboa

#347045 | V.Q.F. | 08 juin 2014 21:52

Boa noite,

Vicente Gómez y Tojar, nasceu em Granada, cerca de 1800, e começou por ser Cónego da Catedral de Málaga.

“No ano de 1833 chega a Lisboa o cidadão espanhol, Dr. Vicente Gómez y Tojar, ex-sacerdote da igreja romana, forçado a deixar o seu país, não só pelas ideias liberais, mas também por convicções doutrinais, estas, depois de dialogar com os evangélicos Sinodais, em Gibraltar. Não se achando seguro ali, foi para Tânger, depois para o Brasil e Inglaterra, só depois fixou residência em Lisboa, cerca de 1833 onde, com o apoio da Sociedade Missionária Metodista de Londres e da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, não só faz colportagem mas vem ele a fundar uma nova Igreja Evangélica, desta vez Espanhola, pois que, por força da Lei, aos portugueses era expressamente proibido aderir a outra fé que não a Católica Romana. Estávamos em 1839, ano de sua inauguração, sobrevivendo esta Igreja Evangélica até 1870.”

http://pioneiroprotestante.blogspot.pt/2008/03/reforma-religiosa-em-portugal-ou_3171.html

“Colonizada por portugueses, a Ilha da Madeira viveu por muito tempo sob os costumes religiosos da Igreja Católica. O espanhol Vicente Gómez y Tojar, membro da Sociedade Missionária Europeia, foi o responsável a dar início à congregação de comunidade anglicana, um ano antes de o missionário Kalley chegar à Ilha.”

http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CCcQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.snh2011.anpuh.org%2Fresources%2Fanais%2F14%2F1300882686_ARQUIVO_artigoevento.pdf&ei=dsOUU9aZPKTB0gXsx4CoBw&usg=AFQjCNEGjmoWNzUqSjXFXr73MZV27quKQA

“A comunidade anglicana de Lisboa teve origem na missionação de Vicente Gómez y Tojar (de origem espanhola e membro da European Missionary Society), que chegou a Lisboa em 1837. Foi fundada uma congregação de rito anglicano, instalada na Capela da Propagação Evangélica do Filho de Deus, na Rua do Almada, tendo aquela comunidade estado activa entre 1839 e 1870.”

http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&ved=0CDMQFjAC&url=http%3A%2F%2Frepositorio.ul.pt%2Fbitstream%2F10451%2F5784%2F1%2FProtestantismo%2520e%2520Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o.pdf&ei=dsOUU9aZPKTB0gXsx4CoBw&usg=AFQjCNHGXGt3H_8IAuo2bTE3y6PRdqoXRw

“Por alturas de 1837 surge em Lisboa, como missionário da European Missionary Society, o espanhol Vicente Gómez y Tojar, que rapidamente funda uma congregação de rito anglicano37, a Capela da Propagação Evangélica do Filho de Deus, instalada na Rua do Almada. Gómez y Tojar, sacerdote católico e cónego da Catedral de Málaga, exilara-se em Gibraltar, e depois na Grã-Bretanha em consequência da perseguição que lhe fora movida pelas suas ideias liberais, tendo visto as suas ordens religiosas reconhecidas pelo Bispo de Londres. A comunidade que pastoreia na capital portuguesa, que parece ter acolhido quer cidadãos espanhóis e outros estrangeiros, quer nacionais, terá estado activa entre 1839 e 1870, havendo registo da celebração de 16 baptismos e um matrimónio, o do ex-padre Porfírio Carvalho e Melo, designado como “presbítero anglicano” no assento respectivo, mas sobre o qual não se possuem outras informações.”

http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&ved=0CDoQFjAD&url=http%3A%2F%2Frepositorium.sdum.uminho.pt%2Fbitstream%2F1822%2F7101%2F4%2FProtestantismo%2520e%2520Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520texto.pdf&ei=dsOUU9aZPKTB0gXsx4CoBw&usg=AFQjCNGVTrkn38UT565rTjnvco6d9SPdug

1 - Vicente Gómez y Tojar http://www.geneall.net/H/per_page.php?id=272165 casou-se com D. Anna Pratt, natural da cidade de Londres, e tiveram pelo menos a:
2 - Vicente Pratt Gómez, nascido em Gibraltar, cerca de 1839, protestante da religião anglicana, chefe de contabilidade dos caminhos de ferro e empregado no comércio. Casou em Setúbal, na Igreja de São Julião, a 14-10-1872, com D. Dilara Pacheco da Silva, de cujo casamento, tiveram:
3 – D. Ana da Silva Gómez, nascida em Lisboa, na freguesia da Sé, a 13-8-1873, que casou com o Dr. José Maria de Cisneiros Ferreira, advogado, com geração.

Gostaria de poder conhecer os antepassados de Vicente Gómez y Tojar e de sua mulher D. Anna Pratt, porém não estou a conseguir que os arquivos de Espanha e Gibraltar (Igreja Anglicana) me deêm qualquer resposta.

Agradeço qualquer ajuda e informação sobre este casal.
Com os melhores cumprimentos,
Vasco Quintanilha Fernandes

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Vicente Gómez y Tojar - fundador de uma congregação de rito anglicano em Lisboa

#357102 | V.Q.F. | 29 avril 2015 08:45 | In reply to: #347045

(continuação)

retirado de http://religionline.blogspot.pt/2014/11/vicente-gomez-y-tojar-refugiado.html

"Vicente Gomez y Tojar – refugiado, emigrante, conspirador e pioneiro do protestantismo português

Foi refugiado, emigrante e conspirador. Nasceu em Málaga (sul de Espanha), cerca de 1800, chegando a ser cónego da catedral, vivendo depois em várias cidades e países: Gibraltar, Tânger, Brasil e Inglaterra. Vicente Gomez y Tojar acabaria em Portugal, onde se tornaria o líder da primeira comunidade protestante portuguesa, depois de ter deixado o catolicismo e ter aderido às ideias liberais.

A sua história foi contada esta segunda-feira pelo pastor António Costa Barata, da Assembleia de Deus, numa sessão evocativa do primeiro culto da Capela para a Promulgação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, a comunidade liderada por Gomez.

O acto fundador decorreu no dia 10 de Novembro de 1839 (fez ontem 175 anos), no terceiro andar do nº 81 da Rua Nova do Almada, em Lisboa (quase à esquina com as Escadinhas de São Francisco), perante 110 pessoas. Dessas, só 31 assinaram o registo. No culto inaugural, em que foi seguido o ritual anglicano da Igreja de Inglaterra, foi baptizado o filho de Vicente Gomez e da inglesa Anna Pratt, com quem o espanhol casara durante a sua permanência na Inglaterra, entre 1831 e 1833.

Contou o pastor Barata que Gomez estudou Filosofia, Medicina e Teologia. Em 1825, aderiu ao movimento liberal, decisão que lhe traria problemas e marcaria em definitivo a sua vida. E que o levaria mesmo, em 1826, a viver exilado e emigrado, entre Gibraltar, Tânger e o Brasil, onde esteve até meados de 1830.

Regressado a Gibraltar, Gomez envolveu-se numa conspiração liberal liderada por José Maria Torrijos, que tentou tomar a cidade de Málaga. Mas o levantamento foi descoberto e vários dos conspiradores fuzilados. Gomez escapou e decidiu ir para Inglaterra, onde foi reconhecido o seu grau de presbítero. Enviado para Portugal, com o apoio da Sociedade Missionária para a Europa, Gomez ficaria no país de 1833 a 1874, ano em que morreu.

Em Lisboa, a sua principal actividade foi a criação e liderança daquela que se tornaria a primeira comunidade protestante portuguesa – já havia no país comunidades inglesas e alemãs, por exemplo. A sua acção pastoral – que chegou a cidades como Setúbal, Porto e Viana do Castelo, entre outras – repartia-se essencialmente pela visitação aos fiéis, a celebração de baptismos e casamentos, a pregação do Evangelho e a realização de serviços fúnebres. Um dos casamentos que Gomez celebrou, recordou ainda António Costa Barata, foi o de outro ex-padre católico, Porfírio de Carvalho e Melo, com Maria Amália de Sousa Baptista, a 4 de Fevereiro de 1842.


O reverendo Gomez y Tojar e a sua mulher tiveram também contactos com a Sociedade Missionária Wesleyana (Metodista) e com a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. Mas a sua queda para a divulgação da Bíblia não seria muita, diz o pastor Barata: em Portugal, apesar de ser correspondente da Sociedade Bíblica, Gomez apenas distribuiu meia dúzia de Bíblias durante seis meses...

A par da sua actividade religiosa, Gomez continuou a relacionar-se com políticos liberais – entre os quais Quintino de Avelar, José Estêvão Coelho de Magalhães ou Latino Coelho. Em 1852, foi proibido de pregar na sua Capela. Não se sabe ainda a razão que terá levado à proibição, mas pouco antes fora promulgado um novo Código Penal, que estabelecia limites à acção de comunidades religiosas não-católicas.

Timóteo Cavaco, secretário-geral da Sociedade Bíblica Portuguesa, que interveio na mesma sessão, explica ao RELIGIONLINE que a ordem de proibir a pregação de Gomez pode ter tido a ver, sobretudo, com o episódio dos protestantes madeirenses, liderados pelo médico inglês Robert Kalley – a comunidade que, graças ao papel de benemérito e formador que o médico exercera, crescera exponencialmente, acabando perseguida e expulsa da Madeira e do país (a história é contada no livro Madeirenses Errantes, de Ferreira Fernandes).

Na Câmara dos Pares, chegou a haver acusações contra o “hespanhol apostata”, como, a 2 de Agosto de 1858, o marquês de Valada se referiu a Vicente Gomez y Tojar.
Decidido a prosseguir o ministério na clandestinidade, Gomez ainda faria polémica três anos depois: ao publicar um artigo no jornal O Português, houve quem se voltasse contra ele, chegando a haver mesmo quem o acusasse de ser o “Judas” que teria denunciado os conspiradores de Málaga.

Os apoios de que Vicente Gomez y Tojar dispunha foram rareando, até acabarem em 1861. O facto criou-lhe dificuldades de sobrevivência, a que a família também não escapou. Chegou a circular o boato, conta ainda Costa Barata, de que Gomez, já doente, teria voltado ao catolicismo. Mas o próprio, já sem fala, escreveu que queria ser inumado com as vestes distintivas de presbítero episcopaliano. A sua vontade foi cumprida.

Um outro espanhol, Ângel Herreros de Mora (1815-1876), retomaria, em 1867, a tradição protestante episcopal, depois da diluição da comunidade que Gomez y Tojar criara. Mora teve um percurso muito semelhante ao de Gomez: padre católico, aderiu ao jansenismo em 1843, abandonando a Igreja de Roma em 1850.

Timóteo Cavaco citava outro pioneiro do protestantismo português, Eduardo Moreira, para recordar o percurso de Mora. Dizia ele: “enquanto se ia extinguindo obscuramente a missão do Cónego Gomez [...] nascia em semelhante penumbra a de D. Ângelo.”

Mora dinamizou a criação da chamada Igreja Evangélica Espanhola (e só por isso autorizada, por decreto do Marechal Saldanha, de 5 de Agosto de 1870). Mas o fundador viria a morrer seis anos depois. Só depois disso, já na década de 1880, e sob a liderança do pastor Henrique Ribeiro – antigo abade de Silgueiros, no bispado de Viseu, e irmão do político e literato oitocentista, Tomás Ribeiro – é que a comunidade se lançou na construção do primeiro templo protestante português construído de raiz – a Igreja de São Pedro, onde se realizou a sessão desta segunda-feira.


Para a construção, contribuiu a generosidade do benemérito John Cleif e a autorização e o parecer positivo de Frederico Ressano Garcia, então no cargo de Engenheiro-Chefe da Repartição Técnica da Câmara Municipal de Lisboa. “Homem de pensamento liberar e visão arrojada, este técnico que foi também deputado, par do reino e ministro, deu um notável contributo à criação de património público protestante em Portugal, o qual é infelizmente escasso passados 130 anos deste pontapé de saída auspicioso”, notava Timóteo Cavaco.

Postado por António Marujo"

Agradeço qualquer informação genealógica.
Vasco Quintanilha Fernandes

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