Famílias "Franco" e "Alves Palhano" - Fábrica de Sedas - Lisboa

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Famílias "Franco" e "Alves Palhano" - Fábrica de Sedas - Lisboa

#385744 | FilipeFlard | 23 oct. 2017 23:02

Prezados confrades,

Busco informações sobre estas famílias lisboetas que, ao que parece, eram bastante ativas no exercício do fabrico e do comércio de sedas durante os Séculos XVIII e XIX.

Este é o assento de matrimónio de Antônio Franco Alves Palhano e de Maria Luísa de Fontes que localizei na Freguesia de Santa Isabel, em Lisboa:

"Aos vinte e três dias do mês de setembro de mil setecentos e sessenta e oito, nesta Paroquial Igreja de Santa Isabel, Rainha de Portugal, extra muros da cidade de Lisboa; me apresnetaram uma certidão de Antônio Franco e Maria Luísa, recebidos na Igreja da Santa Casa da Misericórdia desta cidade, passada pelo Reverendo Padre Mauirício da Silva Mira, capelão do coro da referida Casa da Misericórdia, cuja certidão vinha acompanhada de um despacho do Muito Reverendo Senhor Doutor Provedor, o Vigário Geral deste Patriarcado, no qual me manda abrir este assento na forma da certidão inclusa na petição, o qual despacho foi proferido aos vinte e três dias do mês de setembro de mil setecentos e sessenta e oito, que fica no cartório desta Igreja com os mais papéis, e o teor da certidão é o seguinte: Aos dezoito dias do mês de setembro de mil setecentos e sessenta e oito, por comissão do Reverendo Desembargador Joaquim [...] de Mendonça, Prior da Paroquial Igreja de São Cristóvão desta Cidade, Ministro da Cúria Patriarcal, nela e [em] todo o Patriarcado PRovisor dos Casamentos, pelo Eminentíssimo Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa [...], perante mim Padre Maurício da Silva Mira, capelão do coro desta Santa Casa de Misericórdia, que ora sirvo pelo impedimento do Reverendo PAdre José Lopes da Silva [...] dela, se recebeu ANTÓNIO FRANCO, oficial da fábrica de seda, solteiro, morador na Rua da Arrábida, Freguesia de Santa Isabel desta cidade, baptizado nesta Freguesia, digo na Freguesia de São Domingos do Reguengo, termo da Vila de Óbidos, filho de JOSÉ ALVES PALHANO, baptizado na — digo, já defunto — baptizado na dita freguesai de São Domingos do Reguengo Grande, e de sua mulher FRANCISCA MARIA FERREIRA, baptizada na mesma Freguesia de São Domingos do Reguengo Grande, e recebidos na Freguesia de Nossa Senhora da Ajuda da Vila de Peniche, com MARIA LUÍSA, moradora na Rua Direita da Freguesia de Santa Isabel, baptizada na Freguesia de Nossa Senhora da Encarnação, ambas desta cidade, filha de SEBASTIÃO DE FONTES, já defunto, baptizado na Freguesia de [...], Termo da Cidade de Lisboa, e de sua mulher DOMINGAS ROSA, baptizada na Freguesia de São Pedro da Vila de Óbidos, e recebidos na Freguesia de São Tiago da mesma vila: [...] deste Patriarcado na forma do Sagrado Concílio Tridentino. Foram testemunhas o Doutor Ricardo José Pereira, morador junto à Freguesia de Santa Isabel, e José Jorge de Siqueira e Abreu, cavaleiro professo na Ordem de Cristo, morador na Rua de São Bento da mesma Freguesia, que comigo assinaram; era ut supra. — Por impedimento do Reverendo Padre [...] o Padre Maurício da Silva Mira - Ricardo José - José Jorge de Siqueira e Abreu - Por impedimento do Reverendo Padre [...] o Padre Maurício da Silva Mira; e nada se continha mais na dita certidão, a que me reporto, e fica no cartório desta Igreja. Dia, mês e ano ut supra. O PADRE JOSÉ ANTÔNIO RODRIGUES." Ver TIF 303 em http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4817089


Mais de um século depois, também em Lisboa, na Freguesia de São Mamede, encontra-se o assento de matrimónio de José Maria Franco e de Carlota Carolina Alves Palhano, que segue:

"Em virtude de um Despacho do Excelentíssimo Vigário Geral deste Patriarcado, datado de vinte e nove de fevereiro deste corrente ano de mil oitocentos e sessenta, [pel]o qual fica arquivado neste cartório da Igreja o assento seguinte: Aos vinte e três dias do mês de fevereiro do ano de mil oitocentos e sessenta, o Presbítero António Pedro Brás Alves, cura desta Paroquial Igreja de São Mamede, do Bairro [...] Distrito e Diocese de Lisboa, [...] onze horas da noite, na Praça das Amoreiras, casa número nove [...], desta mesma freguesia, para confessar uma enferma, por nome CARLOTA CAROLINA ALVES PALHANO, natural de Lisboa, da idade de trinta anos, baptizada na Freguesia da Pena, filha de JOÃO ANTÓNIO ALVES PALHANO, ignora-se a morada, neta paterna de ANTÓNIO DE PAULA SARAIVA e DONA GERTRUDES JOSEFA SARAIVA, materna de ANTÓNIO JOSÉ GUILHERME SOARES DA SILVA ROCHA e DONA ANA ROSA DA SILVA ROCHA, e como estivesse vivendo na mesma casa em [....] próxima com JOSÉ MARIA FRANCO, fabricante de sedas, de idade trinta e dois anos, baptizado nesta Freguesia, filho de JOSÉ FRANCO e GERTRUDES ROSA, ignora-se a morada, neto paterno de TEODORO JOSÉ FRANCO e MARIANA ROSA e materno de DOMINGOS JOSÉ NOVAIS e DELFINA ROSA, e mostrando a referida enferma estar morimbunda, depois da confissão viática, a seguir, ambos declararam na presença das testemunhas abaixo assinadas, e de outras mais pessoas que se acham neste ato serem de estado livre, e não terem parentesco ou impedimento algum, e ser de sua livre vontade receberem-se em matrimónio, os quais recebi por [...]; sendo testemunhas presentes, que conheço [...] serem os próprios Tomas José de Aquino, solteiro, sacristão desta Igreja, e José Maria da Silva, solteiro, desta Freguesia. E para constar lavrei em duplicado o presente assento, que depois de ser lido e conferido perante as testemunhas com todos o assinei, não assinando a contraente, por haver falecido, e o contraente, por não saber escrever. Era ut supra." Ver TIF 834 http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4819865


Algum dos confrades já se deparou com essas famílias em suas pesquisas?

Embora José Maria Franco e Carlota Carolina Alves Palhano tenham declarado não ter parentesco algum um com o outro, parece-me muito improvável, à vista do assento anterior de casamento de António Franco Alves Palhano e Maria Luísa de Fontes, que isso seja verdade. Seria uma incrível coincidência? Ou seriam primos afastados que não precisariam de dispensa para o matrimónio? Ou mentiram os noivos diante da urgência da situação?

Cordiais cumprimentos,

FilipeFlard

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