Processos de adopção
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Processos de adopção
Caros confrades,
Deparando-me recentemente com a curiosidade de um enteado ter adoptado integralmente o nome do padrasto, ocorreu-me que tendo o enteado apenas ano e meio de idade quando a mãe, viúva, voltou a casar (nos idos de 1847), talvez o padrasto tivesse oficialmente procedido à sua adopção.
Pais e padrasto eram naturais da Covilhã, onde a criança nasceu e cresceu até ter ingressado na Universidade de Coimbra.
Não faço a menor ideia de como poderei investigar isto, pois a mera pesquisa do nome nos arquivos da DGLAB não dá qualquer resultado, mas o facto é que a maioria dos documentos à guarda dos arquivos também ainda não está indexada dessa forma.
Agradeço toda e qualquer ajuda que me possam dar.
Maria João Costa
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Terá que nos informar de nomes, datas, localidades etc.
Presumo que esse enteado seria filho de pai incógnito, o
que explica que posteriormente foi perfilhado, aquaando
do matrimónio de sua mãe com o "padrasto".
Cumprimentos
Sc.
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Caro SaintClair,
Agradecendo a sua resposta, peço-lhe a maior desculpa por não ter ainda dito nada, mas só agora me apercebi da sua resposta a este meu post. Dado o adiantado da hora, devo ter-me esquecido de activar o alerta de resposta.
Não se trata de nenhum filho de pai incógnito. É mais curioso do que isso.
Trata-se de José Maria de Moura Barata Feio Terenas, jornalista, deputado e senador, que abordei neste Fórum em https://geneall.net/pt/forum/128794/feio-terenas/#a426852.
Em traços largos, os registos vitais comprovam que nasceu na freguesia de Santa Maria da Covilhã a 5 de Novembro de 1845, filho de Manuel José de Azevedo e de D. Maria Rosa Adelaide Terenas, casados a 5 de Dezembro de 1838. Baptizado pouco depois, com o nome de José, teve como padrinho o seu irmão Joaquim Francisco de Azevedo, então com apenas 4 anos de idade e o mesmo que Joaquim de Azevedo Terenas, nome que adoptou ao casar.
Feio Terenas tinha apenas um ano quando faleceu seu pai, a 18 de Novembro de 1846, e ano e meio quando, a 26 de Junho de 1847, a mãe casou com José Maria de Moura Barata Feio. Este padrasto foi, assim, o único pai que conheceu, o que talvez explique o facto de ter adoptado o nome integral do padrasto, apenas seguido do apelido Terenas da mãe.
Outra possibilidade seria o padrasto ter oficialmente procedido à sua adopção, não sabendo eu como poderei confirmar ou negar tal possibilidade.
De notar que, segundo J. Liberato (https://geneall.net/pt/forum/128794/feio-terenas/#a128794), Feio Terenas consta no Dicionário Biográfico Parlamentar como filho de José Maria de Moura Barata Feio e Maria Rosa Adelaide Terenas, o que só seria possível se fosse filho adoptivo do padrasto.
Obrigada,
MJPCosta
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Maria João;
Boa tarde;
Li várias vezes o seu tópico, o marido faleceu tinha a
criança 1 ano, e decorridos 6 meses, voltou a casar.
Creio que se deve debruçar sobre estes pequenos
pormenores, existe muita matéria-prima para trabalhar.
Melhores cumprimentos
Sc.
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Boa tarde Maria João Costa,
Talvez a possa ajudar com os dados que se seguem e, no meu entender, a pessoa que refere apenas adoptou os apelidos do padrasto:
1-Faleceu em Lisboa a 29 de janeiro de 1920 na freguesia de Santa Isabel no EDIFICIO DAS CORTES com o nome de JOSE MARIA DE MOURA BARATA FEIO TERENAS e é dado como filho de José Maria Barata Feio (talvez pelo facto, como indica, de assim estar no Registo Parlamentar)
-Registo nº 21 da 5ª Conservatória de Lisboa.
Mas, no entanto,
2- Casou na vila do Fundão a 22 de janeiro de 1872, enquanto estudante em Coimbra, com D. Ana Amélia Ferreira Taborda.
É dado o seu nome como JOSE MARIA DE MOURA FEIO e é filho de MANUEL JOSE DE AZEVEDO, de Braga e de D. Maria Rosa Adelaide Terenas, da Covilhã
-Castelo Branco, Fundão, casamentos de 1872
2. Teve uma filha de nome MARIA ESTER, baptizada na freguesia da Sé Nova, Coimbra, a 6 de março de 1873.
Neste caso, ainda estudante em Coimbra, o seu nome é dado como JOSE MARIA DE MOURA BARATA FEIO, e também filho de MANUEL JOSE DE AZEVEDO e de D. Maria Rosa Adelaide Terenas.
- Registo de baptismo nº 17, Coimbra, Sé Nova,
3- No casamento da filha a 12 de setembro de 1903 em Lisboa, Anjos, é dado com JOSE MARIA DE MOURA BARATA FEIO
-Registo de casamento nº 112, Lisboa, Anjos, 1903
4-No registo de óbito da mesma a 22 de agosto de 1933 em Lisboa, São Sebastião da Pedreira é dado como JOSE MARIA BARATA FEIO TERENAS
- Registo nº 800 da 5ª Conservatória de Lisboa
Espero ter ajudado.
Cumprimentos
Luis Silveira
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Cara maria João Costa,
Pesquisando agora pelos tópicos reparei que já estava na posse destes dados.
Cumprimentos
L S
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Caro Luís Silveira,
De facto assim é, mas agradeço na mesma a sua disponibilidade e gentileza.
Cumprimentos,
MJPCosta
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Boa tarde;
Peço desculpa, só hoje passei pelo seu tópico, motivo porque
não lhe tinha respondido.
Logo mais volto a este tópico.
Obrigado
Sc.
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Cara Confreira;
Este seu tema é muito especial, e assim pergunto
se sabe o motivo do falecimento do pai da criança, e que idade tinha,
tendo este, posteriormente adotado o apelido do padrasto.
Aguardo, obrigado.
Cumprimentos
Saintclair
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Boa tarde,
É estranho, sim. Tudo o que leio sobre o direito vigente naquela época indica que as adopções – inicialmente previstas no direito romano e, mais tarde, fortemente combatidas pela Igreja, tornando-se cada vez mais raras, de tal forma que as Ordenações Filipinas (1603) mal as abordavam – eram já praticamente inexistentes, a ponto de o Código de Seabra (1867) nem lhes fazer referência, só voltando a ser reintroduzidas no direito português pelo actual Código Civil (1966).
Assim, o mais provável é que não tenha ocorrido qualquer processo de adopção e que Feio Terenas se tenha limitado a adoptar o nome integral do padrasto, possivelmente em homenagem à única figura paternal que conheceu. Só que isto não explica o seu registo parlamentar, que indica o padrasto como seu pai, e continuo sem fazer a menor ideia de como posso investigar isto.
No entanto, não estou a ver como é que a idade do pai quando faleceu e a sua causa de morte podem ser relevantes para a descoberta da eventual adopção de Feio Terenas pelo padrasto. Que tem em mente, pode elucidar-me?
Obrigada,
MJPCosta
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Boa tarde;
O caminho desta investigação é algo sinuoso,
teremos " que navegar à vista", só depois de
se saberem esses dados poderá ser relevante
o que lhe solicitei.
Melhores cumprimentos
Sc.
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Boa tarde;
Dados a considerar; no ano 1838 casaram os pais.
Passado 7 anos 1845 nasce a criança.
Mãe volta a casar em 1847.[espaço temporal 2 anos.]
O irmão foi padrinho com 4 anos de idade!
Depois temos toda " a estória do padrasto, e da
alteração nome aquando do crisma, salvo erro."etc.
Bom fim semana.
Cumprimentos
Sc.
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Covilhã 1787- máquina vapor laníficios
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Boa tarde;
Verifico que não está a dar assistência a este tópico, o que irá contribuir para não se obterem
resultados
...[O mais importante que o final da estória....é a pesquisa], parece que a Confreira não sente
o gosto pela descoberta da verdade!...
https://viagens.sapo.pt/viajar/viajar-portugal/artigos/covilha-sabia-que-o-desenvolvimento-dos-lanificios-esta-ligado-a-heranca-judaica-e
----------
https://ensina.rtp.pt/artigo/museu-de-lanificios-na-covilha/
Cumptºs
Sc.
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Caro confrade Saintclair,
Não é caso para tanto, apenas demorei 4 dias a responder.
Lamento, mas estou limitada pelo tempo que tenho disponível.
Quanto ao tema inicial deste tópico, quanto mais penso no assunto mais convicta fico de que o confrade Luís Silveira tem razão e Feio Terenas se limitou a adoptar os apelidos do padrasto, estando eu a atribuir ao registo parlamentar um rigor factual que ele não tem, e procurando, em consequência, uma adopção que, tudo leva a crer, nunca existiu, como expliquei anteriormente.
No entanto, como parece ter uma ideia diferente, aqui lhe deixo a informação que me pediu: o pai de Feio Terenas morreu aos 40 anos de idade, pouco mais ou menos, conforme refere o respectivo assento de óbito, que omite a causa da sua morte. Coincidência, ou talvez não, Portugal caíra numa nova guerra civil (a Patuleia) pouco mais de um mês antes.
Não penso que tenha havido qualquer mudança de nome por ocasião do crisma de Feio Terenas, como sugere, pois, salvo erro, estas respeitavam ao nome de baptismo e esse Feio Terenas manteve-o -- José, o segundo nome do seu pai, que coincidia também com o primeiro nome do padrasto; quanto aos apelidos, antes do registo civil obrigatório (Abr.1911) e tanto quanto me apercebi, estes eram escolhidos pelo próprio mais tarde, ao atingir a idade adulta, geralmente ao casar.
Embora a mãe e o padrasto de Feio Terenas fossem naturais da Covilhã, até agora não encontrei nenhuma ligação entre estes e os lanifícios ou os judeus da Covilhã. Nem terei, tão cedo, tempo para a procurar.
Cumprimentos,
MJPCosta
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Boa Tarde;
Começamos a ter elementos para avançar, realço esta passagem:
" No entanto, como parece ter uma ideia diferente, aqui lhe deixo a informação que me pediu: o pai de Feio Terenas morreu aos 40 anos de idade, pouco mais ou menos, conforme refere o respetivo assento de óbito, que omite a causa da sua morte. Coincidência, ou talvez não, Portugal caíra numa nova guerra civil (a Patuleia) pouco mais de um mês antes."
Sou levado a concluir que o pai de Feio Terenas, seria uma homem do povo, simples etc. e que,
[sabe-se lá porquê] o destino quis que a SrªTerenas voltasse a refazer a vida com o padrasto dos
seus filhos, de certeza homem com alguma cultura, posses e com influência na região etc.,veja-
-se que o rapaz foi para a Lusa-Atenas e " fez-se homem".
Agradecia que indicasse com que idade os nubentes se casaram,[Padrasto e a mãe].
A Guerra Civil, a Patuleia, [tempo Zé-telhado]. parece que o 1º marido da Sra Terenas, era de
Braga...[Minho], as respostas às n/ dúvidas estão bem guardadas nos documentos de; Registos
nasc,/casamento e óbito, há que ir ao s/ encontro.
Obrigado pela sua simpatia, ficamos a aguardar por notícias,
Melhores cumprimentos
Sc.
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Modernos Teares
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O verdadeiro pai de Feio Terenas e avós paternos, eram como
sabe naturais de Braga.
Braga...[vale do Ave] foi uma zona que no século XIX e seguintes
tiveram inicio as fábricas lanifícios, que depois se expandiram por
outros Distritos, entre eles: Leiria, Portalegre etc.
Ora tudo nos leva a crer que vieram alguns tecelões do Minho para
a Covilhã dar incremento à grande expansão da máq.-valor, [teares
mais rápidos], onde se começou a produzir todo o género de tecidos,
entre eles a célebre " casimira".
Cabe agora à Confreira "navegar com imaginação", e de certeza que
vai ter resultados.
José Maria Terenas, como sabe fundou o "Eco-Operário".
Cumprimentos
Sc.
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FEIO TERENAS -José Maria de Moura Barata
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https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3b/Feio_Terenas.png
Sc.
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Boa tarde;
Para concluir, faria jeito a Confreira esclarecer o que se
passou com o irmão de 4 anos, que foi padrinho deste
José Terenas:
Pode indicar data casamento, óbito, profissão etc.
Quer parecer-me que o irmão mais velho não teve o mesmo
desempenho que o mais novo etc.
Ora, por estas diferenças, poderemos concluir o que realmente
se passou.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3b/Feio_Terenas.png
Na expectativa das suas breves notícias, subscrevo-me
Sc.
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Caro confrade Saintclair,
Numa passagem pelo meu email pessoal, encontrei inesperadamente várias notificações de resposta a este tópico e não quis deixar de lhe responder, mesmo que apenas rapidamente.
Não possuo os elementos que me pede e, como lhe disse, tão cedo não terei tempo para os procurar. Por outro lado, a minha única dúvida relativamente a Feio Terenas prendia-se com a sua eventual adopção, questão que creio estar devidamente esclarecida, pelo que não se justifica que prossigamos com este assunto.
Mais uma vez agradeço a sua amabilidade.
Melhores cumprimentos,
MJPCosta
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