Bush e Maomé

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Bush e Maomé

#35411 | Joman | 13 févr. 2003 09:52

Caros genealogistas

Será o presidente Bush descendente de Maomé?

Pois se ele é descendente de D. Afonso Henriques através da Infanta D. Leonor de Castela, filha de Fernando II o Santo, e como os reis ibéricos eram (são) descendentes do Profeta muçulmano, a questão não é tão ridícula como isso.

E para reforçar esta hipótese, lembro-me de ter lido anos atrás num jornal, que a Rainha Isabel II de Inglaterra é descendente do profeta do Islão.

Joman

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RE: Bush e Maomé

#35449 | José | 13 févr. 2003 15:48 | In reply to: #35411

Alguém ainda há-de descobrir que a criada para todo o serviço de Bush (TBlair) também o é.

E outros Primeiros-Ministros de pacotilha que por aí andam em bicos de pés ...

José

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RE: Bush e Maomé

#35460 | manuelr | 13 févr. 2003 17:04 | In reply to: #35411

Descendente de Aoto é quase de certeza!

MSR

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RE: Bush e Maomé

#35529 | doria_gen | 14 févr. 2003 11:44 | In reply to: #35411

Falso. O único caminho plausível e razoavelmente documentado de parentesco aos omíadas é (ou seria) através da família da Maia, descendentes de Abunázar Lovesendes, o fundador de Sto Tirso em 978, filho de Leodesindo ibn Fethe, e de ``Ortega,'' suposta bisneta de Abdallah, amir de Córdova, morto em 912.

Propus esse parentesco há uns anos, e ainda o elaboro hoje. Discuto-o, no momento, noutro canto, com Manuel Soveral. Penso que ``Abunázar'' é Abu an-Násr, da kunya de an-Násr, ou seja, Abd -ar-Rahman III, califa de Córdova. Lembro outro personagem coetâneo, Rodoricus cognomento Abu al-Mundhir (al-Mundhir, tio e antecessor de Abd ar-Rahman III), cuja descendência se acha tb documentada nos DCs de Herculano.

Aliás notei um Malik ibn Abunázar em 996 em Coimbra, sem dúvida um filho não listado no LL do primeiro sr. da Maia.

Mas lembro que os omíadas eram primos, e sobrinhos-afins do Profeta, e - até provas mais precisas - não seus descendentes.

fa

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RE: Bush e Maomé

#35583 | Fonseca74 | 15 févr. 2003 14:49 | In reply to: #35529

caro fa,
aqui no genea ve-se que Egas moniz,o Aio,é descendente do profeta e que deu origem a varias familias,Fonsecas, coutinhos, avelar, alvarengas, etc. Se Egas moniz descende dos reis de leão que por sua vez são descendentes do profeta então o George Bush é descendente de Maome; se não estamos perante uma gralha grave do Genea que urge corrigir.
cumprimentos;
Daniel da Fonseca.

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Vasta descendência europeia de Maomé?

#35584 | abivar | 15 févr. 2003 14:50 | In reply to: #35411

Caros confrades:

Li em "La Genéalogie" de Pierre Durye (colecção "que sais-je?" das PUF, nº 917, 1961) que a ligação a Maomé das famílias reais (e de muitas outras, provavelmente uma grande parte dos europeus de hoje), incluindo obviamente a Rainha de Inglaterra, se podia fazer, possivelmente entre muitas outras hipóteses, através do nosso rei D. Dinis, através da Mãe, D. Beatriz Guillen de Gusmão, descendente, pela Casa de Lara, de uma filha do Rei D. Afonso VI de Castela e Leão (D. Sancha, casada com D. Rodrigo de Lara), havida na sua última Mulher, D. Isabel, antes Zaida, filha de Maomé II, rei Árabe de Granada, falecido em 1095 e descendente do Profeta Maomé. Não verifiquei nenhum destes dados em outras fontes, mas aqui fica à consideração do fórum. Do Infante D. Sancho, oriundo do mesmo casamento e que teria sido Rei de Castela e Leão em lugar de sua meia-irmã D. Urraca, não fora a morte o ter levado prematuramente, é mais fácil encontrar referências.

Há alguns anos esta ascendência foi publicamente recordada, alegadamente para proteger a Rainha de Inglaterra de eventuais ataques terroristas de grupos extremistas muçulmanos, para quem a sua pessoa passaria a ser inviolável; é pena que esses potenciais assassinos não tenham em geral formação genealógica, pois grande parte da população da Europa (e não só, é claro) passaria a ser para eles inviolável como descendente do Profeta. Ora aqui está uma utilidade prática da Genealogia, talvez para muitos insuspeitada...

Com os melhores cumprimentos,

António Bivar

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RE: Bush e Maomé

#35597 | Genea Portugal | 15 févr. 2003 17:16 | In reply to: #35583

Daniel da Fonseca,

Na nossa base de dados encontra Egas Moniz, o aio como descendente dos reis de Leão. E também o encontra como descendente de Maomé. Mas não encontra esses reis de Leão como descendentes de Maomé.

Egas Moniz será quinto-neto da união de Lovezendo Ramires (descendente de reis de Leão) e de Zayra Ibn Zayda (descendente de Maomé). Compreendeu agora?

Quando encontrar alguma "gralha grave" na nossa base de dados, agradecemos que seja mais preciso e rigoroso no seu raciocínio, podendo sempre indicar através dos campos próprios que correcção sugere que se faça, fundamentando-a.

Genea Portugal

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RE: Bush e Maomé

#35636 | doria_gen | 16 févr. 2003 13:16 | In reply to: #35583

Essa genealogia foi feita por mim, há uns anos atrás. Estou procurando fundamentá-la com todo o cuidado agora. Aparentemente, o fundador da família da Maia, Abunázar Lovesendes, que creio filho de um Lovesendo ibn Fethe, atestado entre 950-960, teria sido alguém de fato criado na corte de Abd ar-Rahman III ``an Nasr,'' título que assumiu em 929. Isso se veria no nome - Abu an-Nasr -como (em reflexo) na lenda da origem dos Laras, que diz, talvez confusamente, que o ``Mudarra'' havia sido educado ``na corte de Almançor.'' Mudarra

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RE: Bush e Maomé

#35639 | doria_gen | 16 févr. 2003 13:23 | In reply to: #35597

Como já comentei aqui noutro canto, essa genealogia foi proposta por mim. Tendo agora identificado na região de Coimbra um Leodesindo (Lovesendo) ibn Fethe (Fethe: vitorioso), corrijo-me aqui, neste ponto.

A genealogia seria:

1. Abdallah, amir de Córdova em 888, fal. 912. Teve a filha:

2. N.N., c.c. Zahad, de uma família muçulmana depois convertida, da região de Coimbra. Há vários (ou um só?) Zahads atestados na área, na época. P.d.:

3. Zahadon ibn Zahad (``Dom Zadão Zada''), atestado em 933, DC 59, casado com Aragunte Fromariques, filha de Fromarico Cendoniz (Tedones?) - descendente provável de Ramiro I (não o II). P.d.:

3. ``Ortega,'' ou ``Zaira,'' c.c. Leodesindo iben Fethe, atestado entre 950-960 em vários documentos. p.d.:

4. Abu an-Nasr Lovesendes (Abunazar Lovesendes). Etc.

Francisco Antonio Doria

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RE: Vasta descendência europeia de Maomé?

#35640 | doria_gen | 16 févr. 2003 13:26 | In reply to: #35584

E' falsa essa genealogia. Ninguém sabe ao certo quem era Zaida, se Isabel era Zaida, e se houve descendência do casamento.

*Muita gente* na Espanha e em Portugal descende dos omíadas, extremamente férteis. Mas traçar as linhas é complicado...

fa

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RE: Bush e Maomé

#35651 | doria_gen | 16 févr. 2003 16:17 | In reply to: #35597

De início, lembro que, do ponto de vista demográfico, é provável que todo indivíduo com alguma ascendência ibérica seja parente de Maomé através dos omíadas. Basta que olhemos os vinte, às vezes trinta, filhos que cada um dos emires, e depois califas, de Córdova, tiveram. E' óbvio que as linhas descendentes destes se misturam e se perdem no ``couto comum,'' depois de algumas gerações, e desta massa anônima descendemos todos, ou praticamente todos.

Uma fonte, que me tem sido muito útil, é o texto de A. Uzquiza Bartolomé, ``La família omeya en Al-Andalus,'' em _Estudios Onomástico-Biográficos de Al-Andalus_, V, p. 373.

Há muito tempo lembro ter visto, num artigo de Otto Först de Battaglia, publicado num número da _Revista Genealógica Latina_, referências vagas sobre o parentesco a Maomé através dos omíadas, na Espanha e em Portugal. Há cerca de quinze anos atrás, uma agência de notícias de fato referiu-se a tal parentesco, entre Elizabeth II da inglaterra e o Profeta, quando da visita dalgum soberano muçulmano a Londres. Sem dados mais precisos na notícia, interessei-me pelo caso, e procurei qual seria, ou quais seriam, as linhas possíveis levando a tal parentesco.

Zaida, mulher de Afonso VI, foi eliminada de pronto, pois nada sabemos ao certo a respeito de sua paternidade precisa, e porque é duvidoso que tenha deixado alguma descendência. Depois de muito procurar, bati num personagem que está em todas as genealogias portuguesas, ``Dom Alboazar Ramires,'' o personagem celebrado na Lenda de Gaia. Com a ajuda de Carlos Eduardo Barata, que me enviou uma cópia do documento de Santo Tirso, reproduzido em D. António Caetano de Sousa (estava àquela época residindo nos EUA), concluí - e depois confirmei, documentalmente - que o mítico ``Dom Alboazar'' tinha na verdade como nome Abunazar Lovesendes, personagem poderoso mas misterioso. Dele só sabíamos, por um fragmento de genealogia citado no _Livro de Linhagens_, que sua mãe, ``Artiga,'' seria filha de ``Dom Zadão Zada, e bisneta de rei Aboali.'' Aboali é Abdallah (cf. Boabdil = Abu abd-Allah); com a ajuda de um amigo muçulmano restaurei tentativa e provisoriamente Zadão como Zaydan, e Zada como Zayd.

Quanto a Abdallah, identifiquei-o ao emir de Córdova, falecido em 912, embora fosse-lhe contemporâneo Abdallah dos banu-Qasi, outra identificação possível, que depois eliminei (ver abaixo).

Voltando ao Brasil, retomei a questão quando vi em Mattoso referência ao DC 39, de 933, onde Zahadon faz uma venda, assistida de mulher e cunhados, a Gondemiro ibn Da'uti, e à qual testemunham Ramiro II, a condessa Ilduara, Ximeno Dias, e tutti quanti. Ou seja, todos os personagens da lenda da Gaia, ou quase... Um exame detalhado dos DC, até o ano 1000, mostrou-me o seguinte:

- Há muitos árabes cristianizados participando da elite (ou classe) dominante em Coimbra, no século X.
- Muitos destes exibem nomes típicos dentre os omíadas, como Ubayd'Allah (``Abodadella''), Abd al-Malik (``Habdelmek''), ou Al-Mundhir (em Rodrigo Abu al-Mundhir, ou ``Abolmondar'').
- Há um Lovesendo, que ao lado de um Tra[ste]miro, confirma um famoso diploma do Livro Preto, de data errada, pois com a assinatura de Ramiro II - logo, seria anterior a 950. Este Lovesendo, identifiquei-o a um Lovesendo ibn Fethe, que aparece num diploma mais ou menos contemporâneo (há no mesmo um Fethe ibn Reccesmund, que não sei se seria o pai, com certeza idoso, daquele Lovesendo).
- Não vi nenhum personagem com nome típico dos banu-Qasi, a saber, Musa, ou Lope, na região.
- Zahadon e Zahad aparecem vários. Há também um Nazeron ibn Lovesendo, com filhos de nome arabizado, e um Malik ibn Abunazar, atestado em 996. (Este, creio fosse um filho não listado nos livros de linhagens, do senhor da Maia.)
- Lembro que o solar dos senhores da Maia era o castelo de Monte Córdova, enfim.

O que reconstituiria como origem da família da Maia seria o seguinte: de acordo com a genealogia dada no LL, e que dataria ao menos do século XIII - data da maioria das linhas omíadas que conhecemos, veja-se o o.c. - uma filha de Abdallah de Córdova teria casado com um Zahad, da região de Coimbra. Seriam os pais de Zahadon. O intercâmbio entre os senhores na região de Coimbra e Córdova parece ter sido intenso: María Emma Escobar disse-me que há autores supondo ter sido Rodrigo Abu al-Mundhir (``Abolmondar'') criado na corte cordovesa, ao tempo de al-Mundhir. Segundo as ES, era personagem considerável, da casa dos condes de Castela. Em paralelo a tal fato, sugeri e sugiro que Abunázar, nome do senhor da Maia, seja Abu an-Nasr, ``da kunya de an-Nasr.'' E, claro, an-Nasr é Abd ar-Rahman III, que assume-se califa e adota no nome ``an-Nasr,'' o Salvador, em 929. O caso seria semelhante ao de Abu al-Mundhir: o futuro senhor da Maia teria sido criado na corte de an-Nasr, o califa cordovês, seu parente.

Tenho que fazer em seguida um resumo das críticas a esta análise, com certeza em parte baseada apenas em evidências circunstanciais, que me têm sido feitas pelo Manuel Soveral.

Francisco Antonio Doria

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RE: Vasta descendência europeia de Maomé?

#35683 | abivar | 16 févr. 2003 21:38 | In reply to: #35640

Caro Francisco Doria:

Obrigado pelo seu esclarecimento. Qual será então o estado da questão quanto aos Infantes D. Sancho e D. Sancha, supostos filhos de D. Afonso VI, que alguns dizem ser havidos na referida Zaida (ou D. Isabel?). Eu já tinha reparado que a filiação atribuída a Zaida era variável, mas não tinha consciência de que a sua própria existência como Mulher de D. Afonso VI, convertida do Islão, fosse problemática.

Em resumo, será seguro que existiram os referidos Infantes? o que se sabe acerca da identidade da(s) respectiva(s) mãe(s)? e acerca do eventual casamento e descendência de D. Sancha?

Agradeço quaisquer esclarecimentos complementares; a genealogia de épocas remotas é assunto que me apaixona, sobretudo pela dificuldade, pela riqueza dos métodos que obriga a utilizar e pela diversidade das hipóteses que obriga a analisar.

Cumprimentos,

António Bivar

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RE: Vasta descendência europeia de Maomé?

#35705 | doria_gen | 17 févr. 2003 09:50 | In reply to: #35683

Prezado António,

Confesso que nunca olhei muito de fundo o caso, porque estava interessado em links possíveis - enfatizo o possíveis - com Maomé, e como a filiação de Zaïda era tão duvidosa, o caminho se revelava implausível.

Não há dúvida, me parece, que o infante D. Sancho era filho de Zaïda. Quanto à infanta, há muitas discussões. Se vc me procurar em pvt, informo-lhe de sites na rede onde vc pode ver esta discussão.

Meu e-mail é:

doria_gen@yahoo.com.br

Gdes abcs, fa

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