Pedido de opinião

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Pedido de opinião

#38222 | Fonseca74 | 21 mars 2003 15:27

Caros confrades,
no site linajes.net que se encontra no Guarda Mor um link, encontrei esta versão para a origem dos FONSECA, gostaria de saber aa vossas doutas opiniões acerca deste texto.
Linaje de origen Húngaro. En tiempos del rey don Alfonso VI, vinieron a España dos príncipes de la casa real de Hungría, a pelear contra los moros, llamados Pierres y Payán, los cuales eran hermanos y dieron tales pruebas de arrojo y valentía, que merecieron que el rey los premiase dándoles el lugar de Fuentesaca o Fonseca y el coto de Coutiño, en Galicia. Al repartir entre ambos hermanos estos heredamientos, ocupó Fonseca a Pierres y sus Linaje descendientes tomaron por apellido Fonseca, así como los Linaje descendientes de Payán tomaron el de Coutiño. Ocurre que, como en otros casos, no todos los genealogistas se muestran de acuerdo en el origen de este apellido: Unos la hacen originaria de Portugal, otros del rey don Ramiro II, de León, pero por lo general, son más los que admiten la versión anteriormente reseñada, es decir, la de ambos hermanos procedentes de Hungría. Don Pedro de Fonseca fue un eminente prelado, obispo de Sigüenza, cardenal de la Santa Iglesia del título de San Angel y legado del papa Martín V, al emperador de Constantinopla, para tratar de la unión de la Iglesia Griega con la Iglesia Católica. En este viaje le acompañó un deudo suyo, de quien procedió la casa de Fonseca que se estableció en Francia, y reconoce como tronco a don Rodrigo de Fonseca, quien casó con una dama muy principal, pariente del rey francés Francisco I. Tuvieron por Linaje descendiente a don Carlos de Fonseca, poderoso caballero del Poitu, antigua provincia de Francia. Son numerosísimos los miembros de este apellido que se han distinguido en la historia patria, lo que hace imposible citar a todos. Mencionar que don Pedro de Fonseca, que hacía el número VII de los de este linaje, obtuvo el título de marqués de Orellana, por merced del rey don Felipe III. Este apellido pasó a América.
Cumprimentos,
Daniel da Fonseca Monteiro.

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RE: Uma opinião

#38224 | Carlos Silva | 21 mars 2003 16:14 | In reply to: #38222

Caro Daniel da Fonseca Monteiro,

segue copia de mensagem enviada para outro forum de genealogia portuguesa, sobre origens estrangeiras lendarias, que serve de apanhado tambem tem referência à origem dos Fonsecas.
Ja foi aqui publicado no forum, e o facto de preexistir é a sua principal virtude. Espero que desculpe a falta de originalidade.
Sem duvida que o caso merece melhor e mais aprofundado estudo.

Cumprimentos

Carlos Silva

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28/01/2002

Caro Keffer,

De facto interessante fenomeno.
Em pais do novo mundo julgo, sem ter certeza, que serà quase natural.
Mas fenomeno ao qual nào fugiu Portugal antes pelo contrario.
De modo geral as origens nào sào sempre francesas podendo ser tambem Inglesas, Alemàs, Italianas (parte norte), ou até Hungaras.

Vi uma vez um estudo sobre a flor-de-lis, nào poucas vezes simbolo em Portugal de pretendida origem francesa. Vem-me naturalmente o exemplo dos Carneiros, familia de origem burguesa portuense, que pretendeu, provavelmente bastante tarde à origem francesa (uns condes de Mouton).

Digo que a origem francesa nào é a unica, e penso neste momento aos Teives, familia creio que Bracarense, que arranjaram uma origem inglesa (um Ricardo, filho do Rei John, bastardo alias suposto ter nascido em França).

Os Fonsecas por sua vez seriam descendentes de fabulosos cavaleiros hungaros. Ja é outra veia, mais fantastica.

Poderiamos citar mais os Magalhàes, cujo fundador Afonso Vaz seria fidalgo bolonhês, parente da condesa esposa de D. Afonso III. Escusa dizer que os Afonsos, e os Vaz, ou Vascos sào rarissimos em França, na referida época.
Quem encontrar um que mo diga.
O "refundador" da linhagem dos Magalhàes na epoca da tomada de poder pela dinastia de Aviz, juntou uma pretendida origem Inglesa, por via de sua esposa Ines, filha de Gil Duro (neste caso simples cavaleiro Ingles). Em vez
de ser simplesmente "de Urrô".

Os Abreus pretenderam por sua vez serem descendentes dos Condes de Evreux, em Normandia. Nada mal para uma linhagem de relativamente pequena nobreza até pelo menos o periodo Fernandino.

Os Pereiras por sua vez sào descendentes de fabulosos principe real Longobardo embarcado no Norte da Italia, e desembarcado com um punhado de companheiros no Norte da Galiza.
Neste ultimo caso temos ao serviço dos Pereiras um inventor escritor bastante culto que conhece talvez a Eneida de Virgilio.

Escolhi apenas exemplos que no segundo creio nào tem fundamento. E no meu parecer nem uma luzinha de verdade.

Para acabar a parte antiga, nebulosa de uma linhagem, nào ha melhor que origem estrangeira, prestigiada embora misteriosa, muitas vezes real senào Imperial e, digamos que isso deve ser importante, inverificavel na altura em que foram redigidas as narrativas. Hoje começam a ser amplamente verificaveis, e logicamente desaparecem.

As origens espanholas tem menos tendencia a desaparecer.
Algumas origens Francesas mantem-se como no caso dos Francos, dos Xiras, dos Rabaldes e derivados, ou confirmam-se. Repare que sendo assim, sua origem social e em boa medida geografica é totalmente desconhecida para periodos anteriores à sua chegada. Isso é significativo. Nestes casos que acabo de citar sabemos que eram "Francos" e nada mais.

Outras mantem forte incerteza : Os Gascos e as numerosas linhagens medievais tradicionais que delas procederam.

Certo que o exemplo que servia de referencia a todos os linhagistas era como é obvio o do conde D. Henrique, vindo de Borgonha e fundador da dinastia Afonsina.

Um linhagista nào gostava (nào gosta) de escrever "antes deste nào se sabe".
Antigamente era importante questào de prestigio. Um antepassado francês abria perspectivas interessantes. Podia ter até origem superior sem que se fosse verificar. Os periodos anteriores nào necessitavam narrativa e ao mesmo tempo a Honra estava à salvo.
As narrativas que acompanhavam o episodio da chegada a Portugal eram legitimadoras das Honras, poder e riquezas, pela guerra geralmente (maior parte das vezes guerra santa), recompensada pela autoridade real.

No seio da nobreza tradicional portuguesa posterior à idade media uma origem estrangeira na arvore equivale em prestigio em certa medida a uma origem nobre, ou burguesa.
Isto é uma curiosidade que me tem aparecido, e que està para se verificar.
Mas isso ja nào é assunto para mim.

Simplesmente quero dizer que ainda é apreciado, hoje em dia.
Veja o recente livro "Os Magalhàes" de Manuel Villas Boas, que apesar de suas numerosas qualidades, favorece com certa delectaçào as origens estrangeiras "pretendidas" dos Magalhàes.

Afinal, o que importa é que a origem seja diferente da origem do comum.
Na idade media e depois, de certa forma, nào era prestigiado ser autoctone.
No Brasil nào sei dizer se jamais foi.
Na Europa medieval ser descendente do mesmo povo que o povo era um género de quebra de legitimidade do poder feudal.

Para acabar direi que nào é proprio dos Portugueses. A linhagem català dos Montacadas pretendeu, apesar de seu enorme prestigio proprio a uma origem Prussiana que nào tem.

Na Armenia a antiguissima e muito poderosa linhagem dos Mamikonians pretendia ter origem em algum principe chinês, de ha séculos antes. Mas ja estamos na antiguidade.

Vou portanto poupar o pessoal com o exemplo grego, suas origens autoctones, suas origens estrangeiras, o sentido pratico que dai decorria, e sobretudo a origem divina das familias reais, o que era o melhor meio de ser diferente e superior, e portanto legitimo.

Voltando a periodos mais recentes

A familia francesa dos Lévis (uns duques) arranjou uma origem na familia do Cristo, e outra familia em Ponço Pilato.

Muitas das nossas "Descents From Antiquity" ou "Liaisons Généalogiques avec l'Antiquité" correm perigos semelhantes. Ao lado de todo o resto o Genealogista nào gosta de nào saber a geraçào seguinte para se descobrir.

Tudo é possivel.

Melhores cumprimentos.

Carlos Silva

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