Familia Canto entre Madeira, Guimaraes e Fafe
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Familia Canto entre Madeira, Guimaraes e Fafe
Caros colegas,
Transcrevo elementos de uns apontamentos que tirei da Inquiriçào de genere de Francisco Sampaio Ribeiro, de Burgàes (Santo Tirso) em 1675 (processo 3475 no A.D.B, com embargo de purga) que pode ter algum interesse para os que estudam os Cantos em Guimaràes, Fafe e na Madeira.
Reservo a leitura do nome de J. Pires do Canto, que pode ser Jeronimo ou Joào.
Houve embargo de purga. O fulcro da dificuldade esteve focado sobre a pessoa da avô paterna Maria do Canto, e familia.
Maria do Canto era filha de Antonio Gonçalves Fafe e de Catarina Alz do Canto, moradores na rua sapateira em Guimaràes.
Francisco Nogueira, irmào inteiro do pai, e portanto filho de Maria do Canto é abade de Burgàes, e ela (Maria) teve um irmào inteiro Joào Alz do Canto que passou para a cidade de Mexico (Indias occidentais).
Maria do Canto era parente de Bras do Canto e Manuel do Canto, que foram secretarios do Santo oficio da Inquisiçào de Coimbra.
O Dor José Peixoto de Azevedo, actualmente servindo de desembargador na suplicaçào de Lisboa, « he primo », filho de hu irmào inteiro do pai de FSR e neto paterno de Maria do Canto
O R. Gonçalo Peixoto da Silva é filho de Francisco Peixoto do Canto q. era primo da dita Maria do Canto, filhos de irmaos. Hoje é conego na sé de Lisboa e desembargador do eclesiastico.
Os sobreditos «sào filhados e cavaleiros da ordem de Cristo »
O Beneficiado Andre de Almeida, q. era filho do Jeronimo Peres do Canto casou na ilha da Madeira com uha mulher da ilha chamada Maria Lopes .........
Foi preso pelo Santo Oficio e « o foi por sismatico ou assombrado ».
- Test. Dionisio do Amaral de freitas de Barbosa, Hab. de Cristo, de Guimaràes :
Maria do Canto era filha de Antonio Glz Fafe e Catarina Alz do Canto
a fama de XN nasceu depois da prisào do beneficiado Andre do Canto
O abade de Donim era parente de Maria do Canto
Francisco Nogueira irmào inteiro do pai era abade de Burgàes. Lhe cometiam diligencias do Santo Oficio.
Na vila anda um Pedro Alz do Canto irmào do beneficiado Andre Almeida ou Andre Canto.
- Responde FSR :
q. he erro.
Maria do Canto nào era irmà de pai e màe do doutor José Peixoto, porque nào teve mais irmàos q. Frco do Canto de Almeida q. morreu na Madeira e pedro Alz do Canto q. morreu nas Indias de Castela.
E os avos de Jose Peixoto pela via paterna hera Pedro Glz do canto e Ana Frz dos quais nasceu Frco Alz do Canto pai do dito doutor.
O pai de FSR nào é irmào de Frco Alz do Canto nem de sua mulher Theodosia Peixoto,
e Andre do Canto era filho de Domingas Galvoa e nào de Maria Lopes.
- Test. Jeronimo Moreira, escrivàoda Correiçào (a esposa tem parentesco alem do quinto grau) :
Antonio Glz Fafe e Catarina Alz do canto morravam na rua sapateira em huas casas contiguas a capela do Anjo.
A gente da casa da Carrapatosa era limpa e nesta casa viveu Maria do Canto.
Antonio Peres do Canto, abade que foi de Donim era primo de Maria do Canto.
Gonçalo Peixoto conego na sé de Lisboa e irmào Pero Peixoto eram parentes ouviu dizer
Nesta vila morreu Maria Lopes Galvoa q. viera da Ilha e era irmà da màe do dito beneficiado
Maria Galvoa cc Frco Ribeiro do canto d quem nào ficou filhos e eram moradores no Toural
- Test Joào Valadares Vasconcelos :
Diz Peru em vez de Mexico
Maria do Canto teve :Vicente Nogueira, Frco Nogueira abade de Burgàes, e uma filha religiosa em Santa Clara e outra que casou com Frco da Maia.
- Test. Antonio da Silva, alfaiate :
conheceu o pai de Maria do Canto, Antonio Glz « o pedinte » q. chamavam por alcunha, foi casar a Carrapatosa que he nos arrabaldes desta vila.
O Dor José Peixoto, desembargador, irmào de Alexandre Peixoto de Braga, sào filhos de Frco Alz do Canto, netos de Pero Glz do Canto que chamavam o Cambado ( ?) que hera de S. Gens de Montelongo.
- Test. Antonio Alz Pinheiro :
conheceu o beneficiado de S . Gens, Andre do Canto q. veio da Ilha com Frco Ribeiro do Canto a q chamava tio ou primo o qual tinha casado com Maria Galvoa.
- Concl. :
Andre do Canto fora preso ha 40 anos. Era natural da Madeira e seu pai foi da dita vila para a ilha e se casou com Domingas Galvoa q. era irmà de Maria Lopes Galvoa mulher q foi de Frco Ribeiro do Canto, e com o dito e sua mulher veio para esta vila..
Esta pai do beneficiado nào pode der nenhulm irmào da Maria do canto que teve dois, Pedro Alz do Canto, q foi para as Indias de Castela, outro que foi para a Madeira
o pai do beneficiado chamava-se J. Pires do Canto e viveu na ilha da Madeira
J. Pires do Canto era cristào velho e era irmào de Catarina Alz do Canto, bisavo.
-Instrumento de Joào (??) Alz do Canto, morador em Mexico, filho de Antonio Glz Fafe e Catarina Alz do Canto.
Talvez esses velhos apontamentos possam ser uteis, e a fonte é facil de consultar.
Carlos Silva
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RE: Familia Canto entre Madeira, Guimaraes e Fafe
Caro Senhor Carlos Silva
Por acaso não tem cópias do da inquirição?
Obrigado
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RE: Familia Canto entre Madeira, Guimaraes e Fafe
Caro colega,
Infelizmente nao tenho. Saiba contudo que o conhecimento da linhagem dos Cantos de Guimaraes, Fafe, Madeira tem melhorado bastante e que este topico de 2003 està longe de se aproximar do ultimo estado da questào. Quanto a mim, que sigo o assunto com algum interesse tenho esperanças de ver alguma criteriosa publicaçào (de academicos vimaranenses por exemplo) sobre a dita familia, que demonstre a grande fantasia da origem inglesa por vezes adiantada, claro, mas antes de mais que nos deixe um conhecimento mais aprofundado da tao interessante historia dos Cantos nos seculos XV e XVI.
Melhores cumprimentos
Carlos Silva
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RE: Familia Canto entre Madeira, Guimaraes e Fafe
Caro Carlos
Apresentei a passada sexta feira no XIX Encontro de História Local – Da Gens de Guimarães – organizado pelo Museu Alberto Sampaio, uma comunicação intitulada “Os Cantos de Guimarães – Achegas sobre uma origem”. Nela desenvolvo uma análise comparada da bibliografia sobre a família, desde os clássicos aos trabalhos mais recentes, em contraste com os resultados das minhas investigações no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta. Concluo assim que, no final de trezentos, os Cantos, não carregam o apelido e estavam colados aos ofícios mecânicos, longe da fidalguia que se lhe atribui, o primeiro de que tive notícia era tendeiro, vendedor de mostarda, bisavô de Pero Anes do Canto, cavaleiro fidalgo da casa de sua Majestade. O apelido é claramente toponímico cuja origem é a primeira habitação que a família ocupou na Rua das Mostardeiras, propriedade do cónego Gil Vasquez, que se situava ao Canto da dita Rua.
Era pois João Anes, pai do açoriano, o João Anes «do Canto das Mostardeiras» para o distinguirem de outros João Anes que operavam na vila pela mesma época. Deste modo, a toponímia é colada e perpetuada ao nome, pois já de avançada idade, com várias habitações e propriedades na vila, o Canto desliga-se da rua de origem para se fixar como apelido.
No mesmo encontro também apresentaram comunicações: António José Oliveira "Uma família de entalhadores em Guimarães no século XVIII: os Cunha Correia Vale"; Maria Adelaide Pereira de Moraes "Dum tronco comum nascem altas ramagens: brotam modestos ramos" sobre os Guerra de Guimarães; Emília Nóvoa Faria "Origens familiares de Alberto Sampaio em Guimarães" e Manuel Azevedo Graça "Assinalando os brasões da Colegiada da Oliveira".
Cumprimentos
Rui Faria
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