Mártires da Pátria
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Mártires da Pátria
Caros Confrades
Em Lisboa existe o "Campo Mártires da Pátria".
Alguém me pode esclarescer quem foram estes Mártires e porque o foram?
Obrigado.
Cordiais cumprimentos
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RE: Mártires da Pátria
Gomes Freire de Andrade e outros implicados na alegada conspiração liberal que pretendia derrubar a regência de Beresford, Pereira Forjaz e Principal Sousa. Foram aí queimados.
Quanto a "Mártires da Pátria" aposto que logo logo teremos o nosso confrade Alexandre Burmester a pronunciar-se sobre a infelicidade da expressão. :)
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RE: Mártires da Pátria
Caro DiogoA
Agradeço a informação.
Cordiais cumprimentos
Manuel da Silva Rolão
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RE: Mártires da Pátria
Caro Confrade,
Há nomes que nunca ficam no ouvido do povo e esse parece ser um deles.
Esse local de Lisboa creio que ainda continua ser conhecido como Campo de Santana e raramente referido com dos Mártires da Pátria.
Cumprimentos,
António Almeida
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RE: Mártires da Pátria
Caro Diogo,
Tem toda a razão, terão sido mais mártires de outra coisa que da Pátria, mas enfim...
Cá pelo Porto também existe o Campo dos Mártires da Pátria, a Rua dos Mártires da Liberdade (estes são outros, penso eu)a Praça da Liberdade (anteriormente Praça Nova e Praça de D. Pedro) e, a melhor de todas e que merece ser realçada nesta data, o consulado de Espanha na Rua D. João IV!:)
Mas Gomes Freire não foi enforcado? Fiquei surpreso com a sua referência a terem sido queimados.
Um abraço
Alexandre
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RE: Mártires da Pátria
Também tenho ideia que o general Gomes Freire de Andrade foi enforcado e não queimado vivo.Aliás, a respectiva decisão judicial de condenação conteve pelo menos uma ilegalidade grave relativamente à forma de execução.Na qualidade de membro da 1ª nobreza do Reino, estar-lhe-ia sempre vedada a morte por enforcamento sendo que esta forma de execução sempre foi mais própria para o condenados à pena capital provinientes do 3ºestado.A ser executado(e não discuto aqui o mérito da decisão judicial condenatória), Gomes Freire devia tê-lo sido por decapitação ou fusilamento.
Cumprimentos,
FPN
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RE: Mártires da Pátria
Bom Dia !
O Campo dos Mártires da Pátria,o Campo de Santana,assim se chamava,deve o seu nome por aí terem sido executados na forca em 18.10.1817,11 dos conjurados contra o despotismo do marechal inglês Beresford e perante a indignação do povo.
O General Gomes Freire de Andrade foi enforcado nos terrenos em frente ao Forte de S.Julião de Barra,em Oeiras onde posteriormente foi edificado um singelo monumento.
Maria
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Caros Senhores
Também o Porto tem o seu Campo dos Mártires da Pátria, junto à Cordoaria. Recorda dez indivíduos, sentenciados como traidores pelos tribunais Miguelistas e executados na Praça Nova (actual Praça da Liberdade), a 7 de Maio de 1829. Foram eles:
Bernardo Francisco Pinheiro, Capitão de Ordenanças
Clemente da Silva Mello Soares e Freitas, Juiz de Fora da Feira
Francisco Manuel Gravito da Veiga Lima, Desembargador da Casa da Suplicação do Porto
Francisco Silvério de Carvalho, Fiscal dos Tabacos
Joaquim Manuel da Fonseca Lobo, Tenente-Coronel de Caçadores 11
José António de Oliveira da Silva Barros, empregado do Tabaco
José Maria Martiniano da Fonseca, Bacharel em Direito
Manuel Luiz Nogueira, Juiz de Fora
Victorio Telles de Medeiros, Tenente-Coronel de Milícias da Lousã
António Bernardo de Brito e Cunha, Contador da Real Fazenda
Melhores cumprimentos
Manuel Azevedo Graça
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RE: Mártires da Pátria
Caro Alexandre,
Parece que foi primeiro enforcado e depois queimado.
Dei uma ideia extra de brutalidade: mea culpa.
Um abraço,
Diogo
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RE: Mártires da Pátria
PS: ah,e claro! Ingressar em tropas napoleónicas de livre vontade não tem perdão.
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Adenda:
acrescentam-se mais dois sentenciados, enforcados a 9 de Outubro seguinte:
Clemente de Moraes Sarmento, Sargento de Caçadores 10
João Ferreira da Silva Júnior
Ao todo, foram 12 supliciados na Praça Nova. Segundo se conta, a partir daquela data e durante largos anos, nenhum descendente do Brito e Cunha cruzou a Praça Nova.
Melhores cumprimentos
Manuel Azevedo Graça
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Mas parece que a sentença não se resumia ao enforcamento, mas indicava que as cabeças seriam decapitadas e expostas num tronco no local da morada do executado ,até apodrecer com o tempo!
Alguém pode confirmar isto?
Vasco Briteiros
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Caro Vasco Briteiros
citando Pinho Leal («Portugal Antigo e Moderno», Vol. VII, p. 329):
«Todas as sentenças d'estas 12 victimas, declaravam que - ficavam exauctorados e privados de todas as honras, privilégios e dignidades de que gosavem, e condemnados a que, com baraço e pregão, forssem levados pelas ruas publicas do Porto, até ao largo da Praça-Nova, e na forca que na mesma se havia de levantar, morressem enforcados, sendo-lhes depois cortadas as cabeças, para se affixarem em um alto póste, nos logares do delicto.
«Foram também condemnados á confiscação de todos os seus bens»
Alguém dizia, atrás e referindo-se à pena atribuída a Gomes Freire de Andrade, de sentença macabra! esta parece não ter sido melhor...
Melhores cumprimentos
Manuel Azevedo Graça
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Caro Manuel Azevedo Graça,
Estes Mártires foram os condenados na sequência da Belfastada que se não puderam a tempo evadir. Outros houve que, para felicidade deles e não só, se escapuliram, entre os quais o meu 5º avô quase homónimo, Alexandre Alberto de Serpa Pinto da Costa, coronel de mílicias de Penafiel, que mais tarde regressaria via "Praia dos Ladrões", acontecimento mais recordado como o desembarque do Mindelo.
Também já tive ocasião de ler a descrição da sentença em Pinho Leal - arrepiante para nós, mas provavelmente de acordo com os macabros costumes da época!
Um abraço
Alexandre Burmester
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Caro Manuel Azevedo Graça.
Muito obrigado pela sua confirmação. Era mesmo essa citaçao que precisava.
Cumprimentos
Vasco Briteiros
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Alexandre
E não sentes algo na garganta quando passas na Praça onde o teu Avozinho poderia ter sido degolado!
Olha que eu ainda ainda sinto um certo incómodo no pescoço e não tinha lá ninguém.
Um abraço liberalíssimo
Vasco
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Caro Alexandre
Não sei se tens conhecimento de um interessante relato, contemporâneo desses acontecimentos, por Joaquim José da Silva Maia, intitulado MEMORIAS HISTORICAS, POLITICAS E FILOSOFICAS DA REVOLUÇÃO DO PORTO EM MAIO DE 1828, E DOS EMIGRADOS PORTUGUEZES PELA HESPANHA, INGLATERRA,FRANÇA E BELGICA.
Meu 4º avô, João António Ribas, também foi um dos que teve de seguir esse caminho, tendo sido preso em S.Tiago de Compostela pelo Governador Eguia, ao ser reconhecido como espanhol (felizmente alguns amigos intercederam pela sua libertação).
Um abraço do primo
António Ribas
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Vasco,
Procuro evitar a Praça desde que há anos saí da Sá Reis sem pagar um fino.
Estou já há muito tempo para me deslocar à Praia da Memória, pois dizem que no obelisco comemorativo do desembarque constam os nomes de todos os "Bravos do Mindelo" e gostava de ver se lá está o deste meu 5º avô, que era avô do explorador Serpa Pinto.
Liberais abraços
Alexandre
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Caro António,
Agradeço as informações. Realmente não conhecia o livro que referes. Presumo que seja difícil de arranjar, mas vasculharei pela Rua de Aviz.
Um abraço ao José Luís, e já agora, será que ele me poderia enviar em gedcom os dados relativos aos descendentes dos meus tetravós e teus 5ºs avós Julius Juda Katzenstein e Berta Blueme Steinthal?
Um abraço do primo
Alexandre Burmester
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RE: Mártires da Pátria
Caro Manuel Rolão
Para o assunto que refere julgo que existe uma obra com interesse, da autoria de Raúl Brandão. Creio que o título integra o nome de "...Gomes Freire de Andrade..." , mas não sei o título exacto.
Em tempos consultei-a por referir um parente meu, o Alferes António Cabral Calheiros Furtado e Lemos.
Cumprimentos
António Godinho de Carvalho
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RE: Mártires da Pátria
Caro Confrade
Uma achega: Raúl Brandão escreveu dois trabalhos em torno de Gomes Freire de Andrade:
- «1817: a conspiração de Gomes Freire»;
- «Vida e morte de Gomes Freire».
Melhores cumprimentos
Manuel Azevedo Graça
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RE: Mártires da Pátria
Caros Senhores
Gomes Freire foi exceutado segundo os antigos rituais maçónicos britãnicos.
Penso ter sido a última excução maçónica Regular em Portugal.
Os melhores cumprimentos
(Gomes Freire foi Grão-Mestre da Maçonaria Portuguesa no tempo que toda ela era regular).
Picanceira
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RE: Mártires da Pátria
Caro António Almeida,
Como morador no local, confirmo que ainda mantemos a expressão Campo de Santana, da antiga praça de touros.
Quanto aos mártires da pátria, há quem afirme tratarem-se, apenas, de uma facção da maçonaria em plena guerra intestina (rito francês e rito escocês).
Cumprimentos,
Jacinto Bettencourt
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Caro Confrade
Pode indicar-me alguma bibliografia sobre o meu antepassado António Bernardo de Brito e Cunha ???
Fernando de Brito e Cunha Figueirinhas
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RE: Mártires da Pátria - no Porto
Caro Fernando Brito e Cunha:
Creio que talvez encontre informações sobre o seu antepassado e família na Monografia de Matosinhos, que como qualquer monografia se dedica aos ilustres locais, em que os Brito e Cunha claramente se inserem.
Melhores Cumprimentos,
Nuno Falcão
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