Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

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Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#58744 | José | 25 févr. 2004 19:06

Tenho ideia de ter lido algures que a renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança a favor de seu irmão D.Luiz foi feita de livre e expontânea vontade, e não por imposição de sua Mãe, a Princesa D.Isabel.
No entante no site da Casa Real Brasileira (será por influência do ramo Vassouras ?), lê-se que enquanto Mãe, D.Isabel compreendia e apoiava a escolha do filho, mas enquanto chefe da casa imperial, achava preferível uma nora com mais pergaminhos que uma simples filha de um obscuro barão, apressadamente promovido a conde para estreitar a disparidade social.
Em que ficamos ?
A renúncia foi imposta por D.Isabel, ou, como julgo ter lido, foi de iniciativa de D.Pedro, que naturalmente achava que a noiva não tinha o "pedigree" à altura para o cargo que eventualmente pudesse vir a ocupar no seio da família imperial ?

JSPinto

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#58747 | DiogoA | 25 févr. 2004 19:47 | In reply to: #58744

Aparentemente D. Isabel pressionou realmente o filho a renunciar.

Mas acho que ele renunciou "de livre vontade" porque *aparentemente* a Redentora (na altura Imperatriz de jure exilada) não tinha poderes suficientes para afastá-lo da sucessão.

Ele renunciou a pedido da mãe mas, se quisesse, poderia tê-la desafiado e a situação dinástica brasileira estaria ainda mais confusa do que agora.

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#58748 | DiogoA | 25 févr. 2004 19:49 | In reply to: #58747

Caro José,

Também já não sei onde li mas parece que a própria D. Isabel puxou os cordelinhos ao Imperador da Áustria-Hungria para promover o pai da noiva a conde e tornar o casamento "menos escandaloso". :P

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correcção

#58749 | DiogoA | 25 févr. 2004 19:52 | In reply to: #58748

...mas parece que *FOI* a própria D. Isabel *QUEM* puxou os cordelinhos...

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RE: correcção

#58770 | doria_gen | 26 févr. 2004 00:50 | In reply to: #58749

Que eu saiba, foi exigência, sim, de D. Izabel. Noto que esta, no exílio, *nunca* se intitulou imperatriz do Brasil, e sempre se assinou Isabelle, Comtesse d'Eu. Pelo que soube, assim o fazia marcando o respeito que tinha pela pátria.

Enfim, o Conde Dobrzenicz, Iwenda, faleceu no ano passado. Em _La Dolce Vita_, na cena do castelo, era o `príncipe' louro, adolescente. Um amigo comum me dissequeera simpaticíssimo.

fa

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#58772 | Ricardo de Oliveira | 26 févr. 2004 04:41 | In reply to: #58744

Houve uma renúncia coletiva de todos. A família Orleans e Bragança é que não tinha "pedigree" para governar o Brasil e da parte Orleans então o pedigree era totalmente zero. Outras monarquias é que aceitem famílias estrangeiras em outros tronos, no Brasil não se aceitou. A genealogia brasileira é completamente territorializada. Os maiorais genealógicos brasileiros são formados pelas famílias que descendem e têm 500 ou 300 anos de idade no mesmo solo das suas regiões fundadas pelos seus (nossos) avoengos e genearcas fundadores. A principalidade é definida em relação aos povoadores. Quanto mais antiga é uma família no Brasil, mais importante ela é na história política familiar do Brasil. A origem social não significava muito na passagem do Atlântico e nas estruturas de poder brasileiras redefinidas na nova terra, cada um teve que mostrar o seu valor e sobreviver no fogo da luta. O povo português formou o povo brasileiro, não foi a alta nobreza portuguesa. A gente das genealogias clássicas do Brasil, Taques+Silva Leme - SP, Borges da Fonseca - PE, Jaboatão - BA e mais o tardio Rheingantz - RJ é que construíram o Estado Nacional Brasileiro, gente em boa parte amestiçada com todos os outros grupos étnicos (lembrem-se quem Gilberto Freyre conceitua adequadamente como um primeiro povo mestiço - é Portugal). Os Orleans foram motivo de escândalo para as velhas elites brasileiras e ninguém jamais consentiria que eles estivessem no poder. O núcleo duro da Genealogia Paulistana formou o centro de gravidade do poder político Republicano no Brasil e com total merecimento histórico e pelo direito adquirido pela força política moral e pela força das armas do Exército. Não teve um monarquista que encarasse. Mérito ao mais importante núcleo familiar da cultura portuguesa nos últimos 500 anos, nenhum outro grupo genealógico foi tão ativo e importante para a expansão geográfica e econômica da cultura portuguesa como o núcleo da Genealogia Paulistana, cobrindo todo o Centro-Sul do Brasil, a área mais povoada, rica e importante em todos os sentidos no mundo de fala portuguesa. Os descendentes de Tibiriçá e outros continuaram e permaneceram onde sempre estiveram, enquanto que os descendentes de D. João IV fugiram para nunca mais voltar à cena política. Justiça foi feita e o fato histórico efetivo foi a renúncia coletiva permanente de todos os Orleans e Bragança em função do levante de forças bem maiores e muito mais antigas e legítimas na terra brasílica ! Brasileiro bom é o entroncado nos bandeirantes e nos engenhos, amamelucado e amulatado por aí e que pode dizer que é brasileiríssimo de cepa antiga, e não imigrantes empolados que aqui chegaram no início do século XIX e que até que foram muito bem-vindos para se misturar conosco e contribuir com o Brasil. Se alguém tiver dúvidas é só pedir outro plebiscito Monarquia X República que perde feio de novo.

Ricardo Costa de Oliveira

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#58829 | DiogoA | 26 févr. 2004 13:56 | In reply to: #58772

D. Pedro II, nascido no Brasil e descendente de portugueses como quase todos os outros brasileiros, era estrangeiro?

E o Sr. Ricardo Costa de Oliveira? Sente-se mais brasileiro que os descendentes de mais recentes gerações imigrantes portuguesas, italianas ou alemãs?

Repare que não o censuro pelo seu republicanismo. Se eu fosse brasileiro também negaria *aquela* monarquia que foi proposta em 1993 com um imperador com poderes de Presidente hereditáveis...

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#58841 | doria_gen | 26 févr. 2004 14:46 | In reply to: #58772

A análise do Ricardo está correta. Mesmo que eu tenha simpatia pelo regime monárquico (na verdade para termos um parlamentarismo a ser ainda pensado), sei muito bem que a monarquia brasileira foi um interregno, um regime de compromisso para evitar que o país se espatifasse. A república nasceu de um golpe de estado, mas os seus paredros foram todos, e também, paredros no regime imperial.

Rui Vieira da Cunha, aliás - grande e querido amigo, recentemente falecido - me dizia que Pedro II comentava, ou teria comentado, que gostaria de ser o primeiro presidente da república brasileira. Já tinha ouvido ou lido isso em outras fontes.

fa

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RE: Renúncias no ramo Vassouras

#58846 | zepas | 26 févr. 2004 15:01 | In reply to: #58744

Caro Confrade,

Avançando uns anos no tempo, é curioso verificar que no ramo Vassouras todos os filhos de D. Pedro Henrique renunciaram aos seus direitos sucessórios, excepção feita a D. Luiz Gastão e D. Bertrand que permanecem solteiros e a D. António que é casado com Cristina, Princesa de Ligne.

Aparentemente as renúncias verificaram-se por os Principes brasileiros pretenderem casar morganáticamente. Terá sido assim? Na afirmativa parece que a família Imperial do Brasil ainda é das poucas que leva isto dos casamentos reais a sério...

Cumprimentos,
JP

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RE: Renúncias no ramo Vassouras

#58854 | José | 26 févr. 2004 16:10 | In reply to: #58846

Até aqui, assim tem sido.
Todos os filhos de D.Pedro Henrique renunciaram para casarem com senhoras sem ascendência real ou nobre.

Só D.António manteve as prerrogativas dinásticas (para além dos dois irmãos solteiros) ao casar com a princesa de Ligne, filha de uma princesa do Luxemburgo e descendente de D.Miguel, assim se reunindo uma vez mais os dois ramos Bragança.

Aguardemos o que nos trará a nova geração em matéria de casamentos.
O filho mais velho de D.António, D.Pedro Luis, completou somente 21 anos em Janeiro

1f) D.Pedro Luíz Maria José Miguel Rafael Gabriel Gonzaga, b.Rio de Janeiro 12 Jan 1983

2f) D.Amélia Maria de Fátima Josefa Antonia Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga, b.Brussels 15 Mar 1984

3f) D.Rafael Antonio Maria José Francisco Miguel Gabriel Gonzaga, b.Rio de Janeiro 24 Apr 1986

4f) D.Maria Gabriela Josefa Francisca Yolanda Micaela Rafaela Gonzaga, b.Rio de Janeiro 8 Jun 1989

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#58868 | Ricardo de Oliveira | 26 févr. 2004 17:20 | In reply to: #58841

Valeu Doria

Voce conviveu com os Mendes de Moraes e sabe muito bem como eles pensavam. Representavam um segmento social importante e com poder político republicano. Os seus costados políticos paulistas são bem representativos da linha de raciocínio colocada. Quem pertence à Genealogia Paulistana acaba pertencendo a muitos títulos, acho que ninguém se entronca só em um título da GP, o que mostra o caráter grupal das primeiras famílias paulistas. Era uma formação compacta e as bandeiras nada mais eram que empreendimentos familiares de desbravamento dos sertões e que também proporcionaram mudanças de regimes políticos, quando a hora e as vontades pediam.

Francisco Antonio Doria para Rei Epistemológico (Episteme REX) da Genealogia Brasileira !

Um abraço

Ricardo, Homem Bom Meridional - 5° Marquês de Caravelas, Senhor das Terras do Saí-Mirim e Guarda Protetor da Babitonga das Areias Grandes na Atalaia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Coré-Etuba...

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#58872 | Ricardo de Oliveira | 26 févr. 2004 17:37 | In reply to: #58829

Caro Diogo

D. Pedro II era brasileiro, carioca, talvez não se sentisse tão carioquíssimo como quem vos fala, mas era brasileiro de coração. Nenhum monarca do século XX teve costados tão representativos da monarquia clássica européia como o Bom D. Pedro II. Aquilo sim é que era pedigree, incomparável com o de qualquer monarca europeu do século XX, mas para ser carioquíssimo tem que se ter uns 400 anos de Rio de Janeiro, como vosso humilde interlocutor aqui.

Todos nascidos no Brasil são brasileiros e todos são iguais perante a Lei. Não importa se brasileiro de 1ª geração ou de 20ª. Um brasileiro de 20ª geração e com antepassados tupis ou africanos também sente o corpo e alma bem brasileiros. E como é integral esse sentir nacional para quem assim o quer.

Cumprimentos

Ricardo Costa de Oliveira

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#58902 | doria_gen | 26 févr. 2004 20:09 | In reply to: #58868

Calma aí, Ricardo, deixa o reizado pros outros, mesmo o epistemológico :))

Gdes abcs, fa

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68429 | curitiba1 | 26 juin 2004 05:13 | In reply to: #58772

Professor Ricardo
Com todo respeito, como monarquico, não concordo com o senhor.O Brasil é
quem foi ingrato com a familia imperial. Sabemos que a proclamação da república, só aconteceu devido a libertação dos escravos e ao estado de saúde de Dom Pedro II.O povo amava seu Imperador! Mas o golpismo já mostrava suas garras.Devemos nos orgulhar de nossos presidentes?Muitos não descenderam das antigas sepas brasileiras, como Geisel e Médici.
O que nós tivemos depois da proclamação da república?
Só desgovernos, golpes e mais golpes.
O resto, concordo consigo, sou descedente de muitos bandeirantes que desbravaram este país, como Manoel Morato Coelho, Manoel de Lemos Conde, Domingos Cordeiro e outros, além do meu preferido, Pedro de Moraes Monforte.
Professor, quanto a última parte , nós não perdemos feio.Acontece que lutamos contra o preconceito e a ignorância, basta ver que em Curitiba, dizia-se, que se a Monarquia vencesse o plebiscito, iríamos restabelecer a escravidão.
Eu participei ativamente no plebiscito, fizemos em Curitiba, se não me falha a memória, 12,7% dos votos.De qualquer forma fomos vitoriosos.Em Joinville e Blumenau, obtivemos em torno de 26%.
Depois de 104 de república, com 99 anos de clausula pétrea, nós vencemos sim!
Meu pai foi simpatizante, para não usar a expressão militante, da Imperial Ação Patrianovista, na década de 30 e eu já nasci neste meio, do qual muito me orgulho!
Como democrata respeito seu ponto de vista,
saudações
Hugo

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#68430 | curitiba1 | 26 juin 2004 05:16 | In reply to: #58872

Esta sua participaçãpo está melhor. (do meu ponto de vista)
Saudações
Hugo

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68431 | curitiba1 | 26 juin 2004 05:22 | In reply to: #58747

Caro Diogo
Recomendo a leitura de " A legitimidade monarquica no Brasil", de Armando Alexandre dos Santos.
O herdeiro do trono brasileiro é Dom Luis de Orleans de Bragança!
Saudações,
Hugo Ricardo

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68432 | curitiba1 | 26 juin 2004 05:31 | In reply to: #58829

Caro Diogo
O senhor deve estar equivocado, se tivessemos vencido em 1993, é claro que não teríamos eleição para escolha de um novo imperador a cada quatro anos.A sucessão monarquica é hereditária e não eletiva. Se o senhor não concorda com o principio da hereditariedade, então o senhor não é monarquico.
grato
Hugo Ricardo

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#68434 | S.João de Rei | 26 juin 2004 11:31 | In reply to: #58744

A meu ver, os Braganças depois das ligações de sangue com Austríacos, tornaram-se por influencia genética, demasiado brandos na Chefia, para povos com as características do nosso, Lusos / Luso descendentes. Deram azo isso sim, a que “a republica” e as “tais famílias” como falam Ricardo Oliveira e Francisco Dória despertassem e sem comando/orientação enérgica, movidos única e simplesmente pelo dinheiro, rebentassem com o Império e em seguida, com os respectivos países.
Cumprimentos,

José de Azevedo Coutinho

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68489 | doria_gen | 27 juin 2004 12:30 | In reply to: #68434

Ô Jose, não era assim. O velho Prudente - Prudente de Moraes - meu tio-trisavô, morreu pobre (conheço o testamento dele); seu neto o Neco, Prudente de Moraes, neto, primo irmão de mamãe, era um jornalista e escritor queridíssimo, amigo de Jorge Luis Borges, e também do sambista Ismael Silva. (Sergio Cabral, o pai, quase chorou ao me falar dele.)

Floriano, com certeza um jagunço, era primo-irmão de meu bisavô Accioli; morreu pobre também, de câncer. Meu avô materno, Justo de Moraes, recusou duas vezes ir para o Supremo, sendo advogado de notoriedade. Também o Neco, a quem o Castelo Branco ofereceu a cadeira no Supremo em 64 ou 65.

Tive dois primos ministros, recentemente. Saíram do ministério como entraram. O Aleluia, José Carlos Aleluia, líder da oposição no Congresso, é sobrinho-trineto de meu bisavô, Diocleciano da Costa Doria, e tem nossa varonia baiana, desde o século XVI; conhecia muito seu pai, recentemente falecido, o cel. Nivaldo José da Costa, antigo secretário de segurança da Bahia.

Posso dar muito mais exemplos, dentro e fora da minha parentela.

Gostaria de identificar, através de algum critério sociológico, os corruptos notórios no estado brasileiro. Não sei se têm alguma unidade. Mas, com certeza, supor que gente dessas famílias velhas é tudo deletério ao crescimento do Brasil é uma hipótese arriscada...

Gdes abcs,

fa

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68491 | Ricardo de Oliveira | 27 juin 2004 13:25 | In reply to: #68489

Amigos

Sempre trabalhei na perspectiva da continuidade histórica, genealógica e política nos pouco mais de 500 anos do Brasil. Trata-se da tradicional dialética entre mudança com continuidade, modernização e conservação.

Sou um otimista. O núcleo tradicional das genealogias cléssicas brasileiras é bastante importante e teve/tem uma grande contribuição na formação do Brasil. Não existe outro exemplo na história da humanidade da formação de um colosso continental como o nosso a partir de tão poucos recursos humanos em Portugal e no Brasil. Como disse o francês St Hilaire sobre os nossos antepassados bandeirantes : UMA RAÇA DE GIGANTES.

Ou o bom Ruy Barbosa, que o Brasil sempre esteve na beira do abismo e nunca caiu porque o Brasil é muito maior do que o abismo ! A corrupção é um fenômeno universal e independe de origens sociais. Muitos políticos novos, de famílias imigrantes, ou radialistas ou pastores evangélicos são pura corrupção ! Para combater a corrupção só o aperfeiçoamento institucional e democrático. Estamos no caminho certo.

O fato é que a grande maioria (da elite e do povo no Brasil e em Portugal) não defendeu e não tem preferência pela monarquia. Por isso essa forma política foi superada historicamente e pelo que conhecemos não tem a mínima possibilidade de retornar.

Um abraço

Ricardo

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68558 | S.João de Rei | 28 juin 2004 16:30 | In reply to: #68489

Caro Francisco Dória

Não estou a particularizar, e felizmente que existem excepções ao comportamento tipicamente burguês. A republica como todos sabem é “o ninho” de formação de oligarquias, para não chamar nomes mais pesados !
O nível das oligarquias é que tem mudado, especialmente nos últimos tempos com a globalização. A penetração de “out siders” no sistema tem substituído gradualmente as “clássicas” famílias, com outras com muito mais “sede”... é o caminhar até a um fim perfeitamente previsível. Uma alteração também se verifica neste cenário, que é o da substituição cada vez mais comum, de famílias por indivíduos ou quadrilhas organizadas ...
Ao contrário de Ricardo de Oliveira, penso que o sistema Monárquico, regressará com todo o vigor. Não será necessariamente implantado de forma pacífica, com “diálogo”, o colorido dos anos 60 e outras lamechices !
A corrupção hoje está bem viva e recomenda-se, a grande contribuição da república ou melhor, a “tirania das massas” está disseminada por toda a parte. Difícil sim é conhecer alguém que o não seja ... de forma activa, passiva ou de bicos de pés, aguardando impacientemente a sua oportunidade !
O Nobre Povo está de rastos, subverteram totalmente a moral e bons costumes, e o maldito do tempo não perdoa. Não têm mais força para se levantar, foram enganados, ultrajados e sabem bem disso.
A formação de uma nova Elite é a única solução que vejo possível.

Abraços,

José de Azevedo Coutinho

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68595 | curitiba1 | 29 juin 2004 17:42 | In reply to: #68434

Caro José Coutinho

Essas famílias de que falam os dois outros confrades, decerto vieram com Pedro Alvares Cabral e estarão no Brasil até o final dos tempos, sendo comensais do governante que estiver de plantão!
Cordialmente,
Hugo Ricardo de Loyola Pinho

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68625 | doria_gen | 30 juin 2004 01:04 | In reply to: #68558

Prezado José:

Minha família toda votou pela monarquia em 1993 - e bem que arranjei alguns votinhos por fora... Mas a idéia básica era a de se arranjar um parlamentarismo estável - e uma chefia de estado com o necessário peso simbólico. Digo francamente: não idealizo nossos príncipes (alguns dos quais são meus parentes mais ou menos perto, devido a seus casamentos), e muito menos o regime monárquico. São, diria, hoje, em geral gente com cabeça de classe média, o que é muito importante nesse país onde se fala de rico, de excluído, mas se ignora ou persegue a classe média.

fa

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68626 | doria_gen | 30 juin 2004 01:06 | In reply to: #68595

Hugo,

Não se conhecem famílias que tenham chegado com Cabral. Há os descendentes do Caramuru (1509) - a Bahia inteira, na verdade...; e os de João Ramalho (1511) - todo São Paulo e boa parte do sul, hoje!

fa

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68628 | curitiba1 | 30 juin 2004 01:36 | In reply to: #68626

Caro Senhor
É lógico que eu estava falando em sentido figurado!!!!!!!
Ou seja, são aqueles que sempre estarão ao lado do poder!
Estou certo que o senhor entendeu muito bem a mensagem anterior!
Um abraço
Hugo

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Caramurus e Ramalhos

#68629 | doria_gen | 30 juin 2004 02:06 | In reply to: #68628

Desculpe, Hugo, não entendi. Mas veja que essas famílias que citei, hoje, são parte da demografia dos locais também citados. Toda a Bahia deve descender do Caramuru, assim como a maior parte da população do sul deve descender de João Ramalho.

fa

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RE: Caramurus e Ramalhos

#68632 | curitiba1 | 30 juin 2004 03:25 | In reply to: #68629

Caro Dória
Tudo bem, vamos mudar de assunto. De qual das filha de Madalena Fernandes Feijó o senhor descende?
Até breve
Hugo

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68643 | zamot | 30 juin 2004 09:50 | In reply to: #68625

"...São, diria, hoje, em geral gente com cabeça de classe média,..."


Caro Sr Francisco Doria

Tenho a honra de conhecer bem SS AA II os Senhores Dom Luiz e Dom Bertrand, e ainda recentemente tive a honra de receber durante 5 dias o Senhor Dom Luiz, e quero dizer-lhe que em minha opinião Eles são tudo menos "gente com cabeça de classe média". A majestade natural que emana do Senhor Dom Luiz é impressionante, simpático, muitissimo bem educado, mas distante e majestoso. Profundamente convicto das coisas em que acredita, mas sempre pronto a ouvir opiniões diferentes das suas que rebate com elegância natural.
É um autêntico Principe. Tenho a certeza que o Brasil muito ganharia em ter tal Chefe de Estado á frente dos seus destinos.

Um abraço


José Tomaz de Mello Breyner

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68644 | doria_gen | 30 juin 2004 10:35 | In reply to: #68643

Prezado José Tomaz,

Minha opção pela monarquia é pragmática, e não ideológica. Sabendo demais sobre o funcionamento interno deste governo - onde tenho amigos e colegas, assim como (e em contraste) tive primos nos precedentes - acho que o que nos falta é um governante com cabeça de classe média (aliás tivemos um recente, Itamar Franco).

Não acredito em elites, digo-o de modo explícito. Pertenço a uma delas, a que nascimento nenhum me qualificaria - sou Professor Emérito, catedrático aposentado da maior universidade federal brasileira, e muito respeitado em meu trabalho. Mas não acho que isso, ou eventual pertinência a alguma outra elite me qualifique para a ação política. Também, como deve estar visível aqui no forum, descendo de famílias brasileiras muito velhas, que se prolongam na idade média portuguesa (se acreditamos nos livros de genealogias). Isso me qualifica muito menos, embora, como disse, vários de meus primos tenham atuação política hoje em dia. (Aliás sou, etnicamente, mestiço, com vários traços negroides; tenho sangue de índios e de escravos - nesse caso, entre outras linhas, através de refinada baronesa, cuja pele no entanto era mais escura que a de várias de suas servas.)

Qualifico, então, o que disse, acatando sua observação: muitos dos príncipes têm cabeça de classe média. Isso muito nos convêm.

Em tempo: meu filho mais velho, jornalista, entrevistou há cerca de três anos D. Luiz, e gostou muito dele. E minha tia Ridette Doria é muito amiga, há muitos anos, de D. Maria, assim como ela e seu irmão, Ovídio da Cunha, eram muito amigos de D. Pedro Henrique. Quando Ovidio morreu, um dos príncipes fez questão de levar uma bandeira imperial para lhe cobrir o féretro.

Cordialmente,

Francisco Antonio Doria

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RE: Caramurus e Ramalhos

#68648 | doria_gen | 30 juin 2004 10:42 | In reply to: #68632

Como disse a v., de cabeça não me lembro; vou checar. Está nos costados de Prudente de Moraes, meu trio-trisavô, que o Moya publicou.

Depois retorno.

Vc em Curitiba acaba sendo primo de minha tia Neta, Antonieta Mendes de Moraes, bisneta do Visconde de Nácar e filha do casal Irmina Miró - Gal. Francisco Mendes de Moraes. E de meu grande amigo, colega e colaborador, Newton Carneiro Affonso da Costa.

fa

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RE: Caramurus e Ramalhos

#68655 | curitiba1 | 30 juin 2004 12:21 | In reply to: #68648

Caro Dória
A mãe do Visconde de Nácar, Anna Maria da Luz Gonçalves Cordeiro Guimarães, era irmã de minha pentavó, Maria da Luz Paraíso Gonçalves Cordeiro dos Santos, casada com o Sargento-Mór Antônio Ricardo dos Santos.(Título Rodrigues de França, da genealogia Paranaense, de Francisco Negrão).
Até breve
Hugo

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68656 | zepas | 30 juin 2004 12:25 | In reply to: #68644

Caro Prof. Dória,

O Senhor Dom Luiz ainda está ligado à TFP Brasileira?

Cumprimentos,
JP

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68659 | doria_gen | 30 juin 2004 14:29 | In reply to: #68656

Francamente, não tenho a menor idéia. O que sei é que, de acordo com uma das revistas semanais brasileiras, talvez a _Veja_, a TFP anda às voltas com um conflito interno, disputa de grupos pelo controle da entidade.

fa

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RE: Caramurus e Ramalhos

#68660 | doria_gen | 30 juin 2004 14:30 | In reply to: #68655

Então você é primo de Tia Neta e do Newton, ambos descendentes do Visconde.

fa

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68661 | curitiba1 | 30 juin 2004 15:15 | In reply to: #68656

Caro Zepas
SALVE MARIA!
Sim, o Senhor Dom Luiz e seu irmão Dom Bertrand são ligados a TFP.
Cumprimentos
Hugo Ricardo de Loyola Pinho
O.F.S.

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RE: Caramurus e Ramalhos

#68670 | MSá | 30 juin 2004 16:42 | In reply to: #68660

Prezado doria_gen,

agradeço pela lição de paciência e cavalheirismo, valiosa até para os mais velhos, quanto mais para os novos.

Cordialmente,

Luiz M. Sá

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Cabral ia para a Índia

#68672 | aburma | 30 juin 2004 17:11 | In reply to: #68626

Caro Francisco,

Cabral ia, aliás, a caminho da Índia, mas já não me recordo se depois seguiu viagem. Mas talvez sim, e daí a Carta de Pero Vaz.

Um abraço

Alexandre

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RE: Cabral ia para a Índia

#68680 | doria_gen | 30 juin 2004 23:44 | In reply to: #68672

Foi sim. Foi até a Índia e voltou; vc está certo.

Gdes abcs, fa

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RE: Caramurus e Ramalhos

#68681 | doria_gen | 30 juin 2004 23:51 | In reply to: #68670

Olá, Luiz,

Meu temperamento é assim, e não brigo à toa ;-)) Há muito de ``chá em criança'' nesse meu temperamento; aprendi que paciência, delicadeza, e muito bom humor são parte da boa educação, estilo europeu...

Como este é um fórum europeu, assim aqui me comporto. Se vc me quiser num estilo mais escrachado, é como estou no fórum de meus colegas de colégio no Rio, o falecido Colégio São Fernando...

Grato. Gdes abcs, Francisco Antonio Doria

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RE: Caramurus e Ramalhos

#68684 | curitiba1 | 01 juil. 2004 01:21 | In reply to: #68670

Prezado MSA
Concordo plenamente.
Atenciosamente
Hugo Ricardo de Loyola Pinho

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RE: Renúncia de D.Pedro d'Orleães e Bragança

#68687 | zamot | 01 juil. 2004 08:22 | In reply to: #68659

Caro Francisco Doria

Aqui fica um dos mais recentes comunicados da TFP Brasileira que explica a situação

JTMB


A mais recente investida contra a TFP: insidiosa e desleal
Após o falecimento de Plinio Corrêa de Oliveira em outubro de 1995, a TFP passou a ser alvo de uma insidiosa e desleal investida por parte de um grupo de sócios e cooperadores.

Quando ainda dentro da TFP, e sem conhecimento de sua Diretoria, constituíram eles uma outra entidade – "Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima" – em proveito da qual passaram a direcionar todos os seus esforços, inclusive trabalhando para desviar para ela donativos destinados à TFP.

Seria por demais longo e triste relatar aqui os diversos modos pelos quais esses dissidentes procuraram prejudicar a TFP. Cabe destacar apenas a ofensiva empreendida na Justiça do Trabalho por 102 deles, os quais, renegando o caráter voluntário e desinteressado de sua anterior dedicação à TFP ou até mesmo proclamando seu total rompimento com os ideais desta, procuravam obter vultosas indenizações. Aliás, ofensiva frustra, pois a Justiça vem denegando sistematicamente essas reclamações trabalhistas.

Reunidos pouco depois em mais outra associação – "Arautos do Evangelho" – tais dissidentes passaram a ocultar publicamente qualquer vinculação anterior com a TFP. É de realçar, além disso, que a associação "Arautos do Evangelho" – tendo obtido provisoriamente o reconhecimento pontifício como associação privada internacional de fiéis – passou a colaborar estreita e ativamente com membros da Hierarquia eclesiástica e mesmo com figuras eminentes do progressismo católico.

Concomitantemente ao abandono progressivo e irreversível dos ideais da TFP, um grupo considerável desses dissidentes, em novembro de 1997 moveu um processo judicial que visava alterar os estatutos da TFP, numa tentativa de instrumentalizar a Justiça para obter o controle da entidade.

Os dissidentes tiveram suas pretensões rotundamente negadas na Primeira Instância, mas obtiveram, na Segunda, sentença parcialmente favorável, pendente, entretanto, de recurso já recebido pelo Superior Tribunal de Justiça.

Realizaram, então, tais dissidentes um arremedo de assembléia de sócios, absolutamente irregular, na qual declararam destituídos os quadros diretivos da entidade e elegeram entre si novos diretores. A ata de tal "assembléia" teve seu registro negado no competente Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. Em mandado de segurança impetrado pelos dissidentes foi-lhes negada a liminar requerida. Inopinadamente, porém, o juiz substituto da 3ª Vara Cível concedeu-lhes liminar em que reconhece, sem apresentar qualquer fundamentação, a validade de tal assembléia e determina a transferência da direção da TFP para esse grupo.

Na Quarta-feira da Semana Santa, de posse dessa ordem, um grupo de dissidentes, acompanhados de dois oficiais de Justiça e de desproporcionado – e aliás desnecessário - aparato policial, apossaram-se do imóvel da Rua Maranhão, 341, no qual anteriormente funcionara a sede principal da TFP. Essa tomada de posse, baseada num mandado judicial de inusitadas severidade e amplitude nos seus termos, revestiu-se de particular agressividade.

A quem aproveita amordaçar a TFP?
Não podemos deixar de registrar nossa estranheza ante a clamorosa e enigmática contradição desses dissidentes: de um lado, um público afastamento da TFP e dos ideais que sempre a nortearam; de outro, um encarniçado desejo de assumir o controle da entidade. Para que isso?

Cinco dos elementos que agora assumem a administração da TFP moveram processo trabalhista contra a entidade, declarando alguns deles ser a TFP "verdadeiro símbolo do que há de mais retrógrado, reacionário em nosso país"; e chegando mesmo um a afirmar em juízo que seu ideário ideológico era oposto ao da TFP e estava "justamente adequado aos sem-terra, aos sem-teto, aos excluídos da sociedade". Talvez se encontre nessa posição ideológica a chave que elucida todo este imenso enigma...

O que acontecerá a partir de agora com a TFP, só o futuro o dirá. Mas não é difícil prever que, enquanto estiver controlada por pessoas que confessadamente se afastaram de seus ideais perenes, a TFP se verá desfigurada em suas doutrinas, metas, métodos e estilos. O que acarretará repercussões doloridas na ampla corrente de opinião que simpatiza com a TFP, e implicará em um desequilíbrio de forças no panorama ideológico do País.

Em tais circunstâncias, nós, co-fundadores da TFP – posto que tivemos a honra de secundar Plinio Corrêa de Oliveira no ato de sua fundação – agora compulsoriamente afastados de sua administração, devemos uma explicação a essa corrente e aos inúmeros sócios, cooperadores, correspondentes, espalhados pelas vastidões de nosso território. Até mesmo para que não se vejam confundidos e enganados pelas palavras, atos e omissões daqueles que neste momento controlam a TFP.

Coincidência...
Cabe-nos ressaltar ainda que a situação a que agora a TFP se vê compelida dá-se, coincidentemente, no momento mesmo em que o País atravessa uma crise profunda, e em que as forças ligadas à "esquerda católica", como o MST, anunciam seu desejo de "incendiar" o Brasil, com ações violentas, para finalmente imporem a imensa transformação sócio-político-econômica que há tanto procuram implantar.

Será essa afinal a explosão social de conseqüências imprevisíveis que a CNBB e altos Prelados de esquerda há décadas anunciam, e que a TFP sempre denunciou como possante meio para a comunistização do Brasil?

Tradição, Família, Propriedade: um ideal perene
Os signatários deste comunicado, animados pela figura ímpar de Plinio Corrêa de Oliveira, o Cruzado do Século XX, não esmorecem diante do inexplicável e do imprevisível, que esperam ver rapidamente sanados. Assim como não esmorecem todos os que, por esse Brasil afora, constituem conosco uma imensa "família de almas" fiel aos ideais, aos princípios e aos métodos de ação vividos e ensinados por esse insigne pensador e líder católico, nosso mestre, modelo e guia.

Prosseguiremos a batalha judicial em todas as instâncias, confiando que um Poder Judiciário independente – felizmente ainda livre das peias de um controle externo que certas ideologias de esquerda lhe querem impor – acabará por fazer prevalecer a eqüidade em sua decisão final.

Independente da instituição civil sujeita a decisões judiciais ainda incertas, saberemos encontrar outros meios, sempre legais, de atuar em defesa dos princípios básicos da Civilização Cristã, expressos no lema perene Tradição – Família – Propriedade.

Assinamos este comunicado aos pés da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que verteu lágrimas em Nova Orléans, a qual nestes dias de provação nos acompanha com sua maternal presença. E a Ela elevamos a prece: Ad te levavi oculos meos, qui habitas in caelis. A Ti elevei os meus olhos, ó Tu que habitas nos Céus.

São Paulo, Quinta-feira Santa,
8 de abril de 2004

O Conselho dos Fundadores

Luiz Nazareno de Assumpção Filho
Paulo Corrêa de Brito Filho
Eduardo de Barros Brotero
Plinio Vidigal Xavier da Silveira
Caio Vidigal Xavier da Silveira
Adolpho Lindenberg
José Fernando de Camargo
Celso da Costa Carvalho Vidigal

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RE: Cabral ia para a Índia

#68688 | zamot | 01 juil. 2004 08:26 | In reply to: #68672

"...Mas talvez sim, e daí a Carta de Pero Vaz...."

Carta esta que esteve recentemente nas mãos de SAI O Senhor Dom Luiz quando da sua visita à Torre do Tombo no passado mês de Maio. Foi um momento impressionante segundo me contaram algumas pessoas que assistiram ao mesmo.

Um abraço

ZT

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RE: Renúncia de D.Pedro de Orléans e Bragança

#68693 | doria_gen | 01 juil. 2004 11:39 | In reply to: #68687

Prezado José Tomaz,

Agradeço-lhe o esclarecimento; não teria condições de fazê-lo.

A TFP foi uma entidade influente politicamente até fins dos anos 60; com certeza teve importância até visível nas ``Marchas da Família'' e nas ``Campanhas do Rosáro'' dos começos dos anos 60. Desde então perdeu seu peso, creio que devido a diversos fatores:

- a emergência de uma nova classe média, digamos, não-tradicional, onde a religião predominante é a evangélica, fora da sucessão apostólica (Assembléias de Deus, e hoje a igreja universal).

- a laicização dramática do Brasil, que hoje deve ser um dos maiores países leigos do mundo.

Embora tenha batizado meus três filhos - o mais moço, com Leonardo Boff, que é meu amigo, o batizado antes do Leonardo largar a batina - nenhum deles tem qualquer religião. De modo que vejo este fenômeno da laicização do Brasil acontecer em minha própria casa; é irreversível.

Grato pelo esclarecimento; como disse, não poderia fazê-lo além do que já havia dito.

Gdes abcs,

Francisco Antonio Doria

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RE: Caramurus e Ramalhos

#68733 | S.João de Rei | 02 juil. 2004 09:03 | In reply to: #68670

Caro Luiz M. Sá

Como a sua simplicidade encanta.

Cumprimentos,

José de Azevedo Coutinho

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TFP e D. Bertrand

#68744 | doria_gen | 02 juil. 2004 11:46 | In reply to: #68687

Prezado José Tomaz,

Acabo de receber este material, de um site monarquista que assino:

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O Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil é o terceiro dos doze filhos do Príncipe D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança (1909-1981), Chefe da Casa Imperial do Brasil até seu falecimento; é neto de D. Luiz de Orleans e Bragança (1878-1921), o Príncipe Perfeito , bisneto da Princesa Isabel, a Redentora , e trineto do Imperador Dom Pedro II, último monarca dos brasileiros.


Os Imperadores do Brasil, bem como os Reis de Portugal desde o século XVII, pertenceram à dinastia de Bragança, a qual teve sua origem em fins do século XIV, na figura heróica e legendária do Santo Condestável de Portugal, o Bem-Aventurado D. Nun'Alvares Pereira.


Por sua Mãe, a Princesa Dona Maria da Baviera de Orleans e Bragança, D. Bertrand herdou as tradições da Família de Wittelsbach, a Casa Real da Baviera, uma das mais antigas da Europa, remontando ao século IX.


Por seu bisavô o Príncipe Gastão de Orleans, Conde d'Eu, esposo da Princesa Isabel e herói da Guerra do Paraguai, D. Bertrand descende da Casa Real Francesa, provindo em linha direta de Hugo Capeto e de São Luís IX, o Rei-Cruzado.


Descendendo de Reis, Santos e Heróis, de Fundadores de Impérios e Cruzados, o Príncipe Imperial recebeu uma educação à altura das tradições que encarna.


Nascido em 1941, em Mandelieu, no sul da França, onde o exílio da Família Imperial e a II Grande Guerra retivera seus Pais, D. Bertrand veio para o Brasil logo após o término do conflito. Realizou seus estudos secundários em parte no Estado do Paraná, onde seu Pai se instalara como fazendeiro, em parte no Colégio Santo Inácio, dos padres jesuítas, no Rio de Janeiro. Cursou depois a tradicional Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, de São Paulo, formando-se como advogado em 1964.


Desde muito jovem recebeu esmerada formação católica, sendo orientado por seu Pai para o gosto pelo estudo doutrinário e a análise dos acontecimentos nacionais e internacionais. Participou com entusiasmo, nos bancos acadêmicos, das pugnas ideológicas que marcaram o Brasil na primeira metade dos anos sessenta. Foi sua formação completada com freqüentes viagens à Europa, uma das quais deu-se durante toda a primeira Sessão do Concílio Vaticano II, quando o jovem Príncipe tomou estreito contato com a intelectualidade católica acorrida a Roma para o magno evento.


Data dessa época sua adesão, com incentivo paterno, à TFP - Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, da qual foi fundador, inspirador e Presidente até seu recente falecimento o insigne pensador católico e homem de ação Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: entidade que categoricamente propugna os valores da civilização cristã e combate a influência socialo-comunista em seus múltiplos aspectos, a qual viria a frutificar em organizações análogas disseminadas hoje pelos cinco continentes.


D. Bertrand vem dedicando, pois, sua existência à difusão dos ideais católicos e monárquicos, vistos por ele como facetas distintas e harmônicas de um mesmo ideal. Tornou-se conferencista sempre mais solicitado, impressionando os auditórios não menos pela clareza da exposição que pelo forte efeito de sua personalidade, marcada a fundo pelos princípios que professa.


Falou assim muitas vezes para variados públicos de nosso extenso território, participando também de congressos e seminários, atividade depois estendida à maior parte dos países da América do Sul e também aos EE.UU. e Canadá.


Com a ascensão, em 1981, de seu irmão primogênito D. Luiz à Chefia da Casa Imperial do Brasil, D. Bertrand, que é seu imediato sucessor dinástico, assumiu a direção do Secretariado respectivo, incentivando a atividade dos monarquistas disseminados pelo País e liderando uma campanha nacional para a eliminação da Cláusula Pétrea —dispositivo legal que desde a implantação da República vedava toda atividade e propaganda monárquica— aspiração finalmente acolhida na nova Constituição promulgada em 1988, a qual ademais convocou o Plebiscito de 1993 para determinar a forma e regime de governo a vigorarem no País.


Coube assim a D. Bertrand a chefia da grande campanha que, sob a orientação do Príncipe D. Luiz, visava conduzir ao voto vitorioso o encoberto sentimento monárquico de um grande número de brasileiros. Isto o levou a uma infatigável atividade de propulsão e coordenação, multiplicando entidades monárquicas por todo o País e viajando ele próprio —ao mesmo tempo que o Chefe da Casa e outros Príncipes seus irmãos— por todo o território nacional, tornando conhecidos de grandes públicos os seus predicados de inteligência, preparo e idealismo. Marcaram essa fase memoráveis confrontos televisivos, nos quais D. Bertrand se sobressaiu ante seus opositores, ora derrotados, ora conquistados.


Na verdade, a liberdade de escolha então oferecida aos brasileiros para optar entre Monarquia e República, após 104 anos de vigência desta, foi mais aparente do que real. A irregular antecipação da data fixada para o plebiscito, assim como a regulamentação do horário eleitoral impedindo que tanto D. Luiz como D. Bertrand dele pudessem participar, reduziu enormemente a irradiação que a presença e as propostas de ambos invariavelmente produziam.


Nessas condições, os 13% de votos válidos obtidos pelos monarquistas no pleito de 1993 foram considerados pelos observadores como uma sólida base para uma ação de mais longo alento. Essa ação, de cunho cultural e não partidário, se desenvolve presentemente através da rede de organizações monárquicas que a campanha do Plebiscito deixou estabelecida.


Em 1990, já no contexto da mencionada campanha, D. Bertrand realizou uma tournée de conferências pela Europa: França, Portugal, Espanha, Itália e Áustria foram os países onde se destacou de forma brilhante e obteve consagradora acolhida, tendo-se constituído acontecimento de repercussão nacional sua estadia em Portugal.


A partir daí, e sempre com múltiplos compromissos, multiplicam-se as viagens de palestras e visitas comemorativas realizadas, por exemplo, a Washington, Bacia do Missouri, Edimburgo, Cracovia, Regiões da França, numa agenda que concorre com as solicitações do próprio Brasil.


No tocante a temas em debate no mundo de hoje, D. Bertrand, coerentemente com seu pensamento, se posiciona claramente no campo da propriedade privada, livre iniciativa e respeito ao princípio de subsidiariedade, o qual limita o Estado ao âmbito que lhe toca por sua natureza. Tendo bem claro que os problemas sociais não são senão reflexo de outros mais profundos, de ordem moral, tem sido um constante defensor da instituição da família, bem como do sagrado direito da vida, sustentando com vigor os ensinamentos da doutrina tradicional da Igreja nessas matérias e opondo-se categoricamente às tendências hedonistas e aos fatores de desagregação hoje tão favorecidos pelos meios de comunicação.


Além de sua ação individual em tal sentido, prestigia ele beneméritas instituições que atuam no mesmo campo, como Famiglia Domani , da Itália, de cujo Comitato Internazionale di Patronato é membro, O Amanhã de Nossos Filhos , do Brasil, a Fundación Argentina del Mañana , e outras.


Visando desmascarar aqueles que buscam no fantasma da fome um pretexto para suas teorias da limitação da natalidade, D. Bertrand tornou-se um entusiasta e propagandista dos avanços técnicos na produção de alimentos, prestigiando com sua presença eventos ligados ao campo, instituições de pesquisa e explorações agrícolas modelares, como aquelas do Nordeste brasileiro onde as plantações irrigadas obtêm - D. Bertrand gosta de repeti-lo -rendimentos superiores aos da mítica Califórnia. Não menor empenho manifesta no incremento da racional exploração dos recursos marítimos.


Atento a tudo quanto respeita à soberania nacional, D. Bertrand tem alertado para as influências e iniciativas que afetem, de modo encoberto ou não, nossos direitos sobre a Amazônia. Pela mesma razão o Príncipe Imperial, ante campanhas de descrédito que visam as forças armadas, julga imperioso prestigiar o militar e o policial cumpridores do dever.


Afeito desde a infância ao campo e ao ar livre, D. Bertrand sempre encontrou tempo para a prática esportiva: equitação, caça, pesca submarina, esqui, foram atividades que em diferentes épocas o atraíram, dedicando-se ele hoje mais ao montanhismo e ao tiro. Piloto civil, é reservista da Força Aérea Brasileira.


Além do português, sua língua natal, D. Bertrand é fluente no francês e no castelhano, buscando presentemente aprimorar seu domínio do idioma inglês.


D. Bertrand é Bailio Grã-Cruz da Ordem da Rosa, Grã-Cruz da Ordem de Pedro I e demais Ordens Imperiais do Brasil, e Bailio Grã-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge, da Casa Real de Bourbon Sicílias.


Fonte: Pró Monarquia

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