Senhores de Águas Belas, até Violante Pereira
This topic is classified in rooms: Pessoas | Famílias
Senhores de Águas Belas, até Violante Pereira
Caros confrades
Prossigo a divulgação de informação genealógica sobre este ramo dos Pereira.
RODRIGO ÁLVARES PEREIRA foi legitimado pelo Rei D. Pedro a 26 de Agosto de 1357. A 06 de Setembro de 1356, Álvaro Fernandes, seu tutor, escudeiro do Infante D. Pedro, por carta de doação e morgado, deu-lhe as quintas de Vale de Orjaes e de Águas Belas (Ferreira do Zêzere) com todas as dependências, senhorio, couto, honra, jurisdição e padroado da igreja. A instituição do morgado de Águas Belas foi confirmada pelo Rei D. Pedro a 20 de Maio de 1361. A 14 de Dezembro de 1375, o Rei D. Fernando doou-lhe o senhorio das vilas de Sousel, Vila Nova, Vila Ruiva, e das azenhas de Anhalouro e de Bamlhequero no termo de Estremoz.
Esteve entre os defensores de Lisboa durante o cerco dos castelhanos, em 1384. No decurso do cerco que D. João, Mestre de Avis, fez a Torres Vedras foi aprisionado, sendo libertado em Santarém, quando esta caiu para D. João I. Este, a 09 de Março de 1424, doou-lhe Vila Nova de Cerveira. Mas por desinteligências, acabou por morrer em Castela, perdendo algumas mercês. Era meio-irmão do Condestável D. Nuno Álvares Pereira.
Casou com Maria Afonso do Casal, de quem teve:
ÁLVARO PEREIRA, 2º Senhor de Águas Belas, possuiu vários reguengos em Melgaço. Foi Mariscal do Rei D. João I. A 21 de Agosto de 1415, participou na tomada de Ceuta. A 08 de Abril de 1423, o Rei D. João I doou-lhe as terras de Santa Maria, Cambra e Refoios. a 25 de Agosto de 1423, o mesmo doou-lhe todas as propriedades de Gil Martins Doutel que fugira de um combate com os castelhanos. O Condestável, seu tio, deu-lhe o senhorio de Sousel e as rendas do Lamegal, Borba e Vila viçosa.
Casou com Inês Lourenço de Abreu ou com Isabel do Carvalhal. Teve:
GALIOTE PEREIRA, 3º Senhor de águas Belas, Senhor de Sousel e de Palmeira. Fidalgo da Casa Real. A 18 de Maio de 1447, foi feito Alcaide-mor de Castelo Mendo e dos lugares de Bouças, Covas, e Póvoas de El-Rei. Foi Alcaide-mor de Lisboa, nomeado entre 1450-54. Em 1463, era membro do Conselho do Rei D. Afonso V, de quem foi camareiro. A 17 de Janeiro de 1463, é substituído como Alcaide-mor de Lisboa, pelo Conde de Monsanto, e a 24 recebe a alcaidaria de Lavre e o senhorio da vila com a jurisdição, como compensação, e parece que outros direitos sobre Montemor-o-Novo.
De Inês Fernandes, teve:
JOÃO PEREIRA, legitimado a 27 de Abril de 1463, 4º Senhor de Águas Belas, e Senhor do morgado de Palmeira. Fidalgo da Casa Real. Parece que, em 1490, recebeu a capitania da Ilha de São Tomé. A 07 de Setembro de 1491, foi nomeado vedor das tercenas reais e do armazém da cidade do Porto.
Casou com Isabel Ferreira, de quem teve:
VIOLANTE PEREIRA, tia de João Pereira, 6º Senhor de Águas Belas, que era demente e morreu sem descendentes, pelo que a Coroa tomou posse do senhorio. Era irmã de Rui Pereira, 5º Senhor de Águas Belas, que se distinguiu na conquista de Azamor, em 1513.
Intentou uma acção judicial contra o procurador dos feitos da Coroa, porque, após a morte de João Pereira, o corregedor de Tomar a esbulhara da propriedade do morgado de águas Belas com base num foral do Rei D. Manuel que contestou. A decisão judicial favorável apenas aconteceu no tempo de seu filho.
Casou com FRANCISCO SODRÉ, que morreu na Índia. Os seus descendentes foram os Sodré Pereira, chefes do nome e armas de Sodré e Senhores de Águas Belas.
Cumprimentos a todos
Sérgio Sodré
Direct link:
RE: Senhores de Águas Belas, até Violante Pereira
Nesta exposição há erro em datações relativas a RODRIGO ÁLVARES PEREIRA e a ÁLVARO PEREIRA. As datas dos anos 1423 e 1424 ainda estão na Era de César. É, pois, preciso descontar 38 anos. Assim, RODRIGO recebeu Vila Nova de Cerveira em 1386 e ÁLVARO as suas benesses em 1385. Os bens de Gil Martins Doutel foram-lhe retirados por ter fugido da própria Batalha de Aljubarrota, como consta na carta da Chancelaria régia, e ÁLVARO recebeu-os 11 dias depois, sendo referido como Mariscal na carta de doação. Assim, ÁLVARO PEREIRA foi o Marechal do Exército português em Aljubarrota (responsável máximo pela logística e disciplina), e não era filho de RODRIGO mas sim meio-irmão, como já é apresentado por alguns autores, daí não ter o patronímico Rodrigues. RODRIGO passou a Castela em 1389-90 e tudo perdeu em Portugal (existe a carta de transferência de Vila Nova de Cerveira em 1390) mas Águas Belas continuou na família Pereira através do seu irmão (e não filho como muito mais tarde se pensava).
ReplyDirect link:
RE: Senhores de Águas Belas, até Violante Pereira
Continuando a investigar este assunto reparei que a Crónica de D. João I mostra o erro de genealogistas e do ex-director da Torre do Tombo, António Baião, em identificar este ÁLVARO PEREIRA com o 2º Senhor de Águas Belas. Na verdade são personagens diferentes. Fernão Lopes revela que o ÁLVARO PEREIRA Mariscal do Reino era primo e não irmão do Santo Condestável e que morreu pouco depois de Aljubarrota. Adiante refere um outro ÁLVARO PEREIRA, que apresenta como fiel companheiro do Condestável e que recebeu deste Alvaiázere. Esta localidade tem Ferreira do Zêzere (e Águas Belas) logo a sueste. Será que este viria a ser 2º Senhor de Águas Belas? e qual o seu eventual parentesco com RODRIGO ÁLVARES PEREIRA? É para estas questões que vou orientar-me. Entretanto, fica o alerta para as confusões entre os dois feitas por Felgueiras Gayo e muitos outros.
De qualquer forma fica demonstrado que é muito difícil certezas no espaço temporal entre RODRIGO e VIOLANTE PEREIRA.
Direct link:
RE: Senhores de Águas Belas, até Violante Pereira
Nuno Álvares Pereira oferece Alvaiázere a ÁLVARO PEREIRA na sequência das tréguas com Castela firmadas por 15 anos em 1393. Este ÁLVARO não é referido no que sobrou da chancelaria de D. João I (excepto numa pequena passagem num documento em que talvez seja ele...). Sendo um dos principais companheiros do Condestável e não um jovem pajem fica a dúvida se seria filho de RODRIGO ÁLVARES PEREIRA. Se o fosse, era natural que Fernão Lopes o referisse como sobrinho ou familiar do Condestável quando o menciona na lista das benesses dadas pelo Condestável, mas isso não acontece... Daí a dúvida se foi efectivamente o 2º Senhor de Águas Belas e se o 2º Senhor era mesmo filho do primeiro (RODRIGO) ou apenas parente.
ReplyDirect link:
RE: Senhores de Águas Belas, até Violante Pereira
Na Crónica da Tomada de Ceuta, de Gomes Eanes de Zurara, capítulo XCVI, sobre como os Infantes filhos de D. João I foram feitos cavaleiros após a tomada de Ceuta, também se refere alguns que eles, depois e por sua vez, armaram cavaleiros. Aí aparece um ÁLVARO PEREIRA que foi feito cavaleiro pelo Infante D. Henrique. Seria o 2º Senhor de Águas Belas? Seria o mesmo que aparece entre os companheiros do Condestável na Crónica de D. João I? Zurara também diz que os homens deixados em Ceuta e que pertenciam à força chefiada pelo Infante D. Henrique lá ficaram sob o comando do cavaleiro JOÃO PEREIRA (as forças doutros senhores ficaram sob o comando doutros cavaleiros).
ReplyDirect link:
RE: Senhores de Águas Belas, até Violante Pereira
O problema é que nem o ÁLVARO PEREIRA da crónica de D. João I nem o da crónica da Tomada de Ceuta são nelas referidos como Senhores de Águas Belas.
ReplyDirect link:
RE: Senhores de Águas Belas, até Violante Pereira
Noutro ponto da crónica este JOÃO PEREIRA é denominado JOÃO ÁLVARES PEREIRA e referido como um dos principais fidalgos da hoste comandada pelo Infante D. Henrique... "todos estes levavam a libré do Infante", escreve Zurara.
ReplyDirect link:
Forum messages ordered by date
L' heure présentée corrrespond au GMT. Heure actuelle: 18 déc. 2024, 19:30