Os Azevedo/Azevedo Coutinho de S. João de Rei.
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Os Azevedo/Azevedo Coutinho de S. João de Rei.
Caros Senhores
1º O Avô do 1º senhor de S. João de Rei Lopo Dias de Azevedo teve enorme importância no reinado de D.Fernando, seu nome Gonçalo Vasques de Azevedo independentemente de ter sido o 1º Marechal do Reino, os seus familiares estavam directamente ligados ao poder instituído na época, foi embaixador na negociação do casamento da Princesa D.Beatriz com o Rei de Castela e alcaide de Santarém, desempenhou o papel de representante da antiga nobreza Potuguesa antagonista da burguesia na Guerra Civil de 1383 a 1385 e da qual saiu derrotado e morto em Aljubarrota. Os familiares mais próximos, tinham as seguintes ligações:
Alvaro Goncalves de Azevedo (Filho) foi casado com Sancha Anes d’Andeiro, filha do célebre “Conde Andeiro” que era conde de Ourém e estava relacionado com a Rainha D. Leonor viúva.
Mécia Gomes de Azevedo (Irmã) foi casada com Bartolomeu Pessanha o Almirante do Reinado de D. Fernando e tal como o seu cunhado (Gonçalo Vasques de Azevedo) foi morto pelos revolucionários em Beja.
Leonor Gonçalves de Azevedo (Filha)foi casada com Gonçalo Vaz Coutinho que aderiu ao partido burguês liderado por D. João Mestre de Avis, esta traição foi compensada com a doação do título do sogro (Marechal) além de se tornar o 1º Conde Marialva. Desta Senhora sua 1ª mulher nasceu Álvaro Gonçalves Coutinho, célebre Magriço (um dos 12 de Inglaterra) que não foi agraciado com o título de conde de seu pai, apesar de ser o primogénito, sendo um nobre devotado ás regras de cavalaria da época não deverá ter visto com bons olhos o comportamento do seu pai com o seu avô, o Magriço foi na realidade o primeiro Azevedo Coutinho, seu irmão Fernão Coutinho alcaide de Celorico de Basto filho da 2ª mulher de Gonçalo Vaz Coutinho, Joana de Albuquerque casou com Maria da Cunha sendo por sua vez pais de Maria da Cunha que casou com o 4º Senhor de S. João de Rei Diogo de Azevedo.
Diogo Gonçalves de Azevedo (Filho) Senhor da casa de Crasto e Azevedo. A revolução burguesa de 1383 teve sérias e dramáticas influências na família, nomeadamente o facto de tanto Diogo como seu pai Gonçalo estarem contra os revolucionários e nesta campo se encontrar o filho e neto Lopo Dias de Azevedo (1º Senhor de S.João de Rei). Saindo o neto/filho vencedor a casa não foi extinta por D. João I, antes pelo contrário acrescentou-lhes a Azevedo e Crasto, S.João de Rei e Terras de Bouro que provinham de Gonçalo Gomes da Silva seu sogro aliado da Rainha D. Leonor tal como o seu Avô e Pai, que viu todos os bens que eram muitos confiscados. O mentor da divisão familiar foi D. Nuno Álvares Pereira que tentou persistentemente conseguir a adesão dos senhores de Azevedo, conseguiu que o seu amigo Lopo Dias estivesse ao seu lado em Aljubarrota contra todos os seus parentes, o neto e primogénito de Lopo Dias, Diogo (3º Senhor de S. João de Rei) viria a casar com uma sobrinha do Condestável (filha da irmâ Violante Pereira). Lopo Dias deixou o Senhorio de S. João de Rei ao primogénito João Lopes de Azevedo e posse da casa de Azevedo a seu filho Martim (um dos 12 de Inglaterra) e a casa de Crasto a seu filho Lopo, este tipo de decisão testamental está intimamente ligado ao conceito dos ganhadores de Aljubarrota e perdedores de Alfarrobeira (como foi o caso do filho Lopo). Em Aljubarrota e Alfarrobeira os vários Azevedos estiveram em campos opostos ...
2º O nome Azevedo Coutinho é adoptado no século XVI. Como ?
O primeiro a usar o nome Azevedo Coutinho foi o 8º Senhor de S. João de Rei António de Azevedo ou António de Azevedo Coutinho tendo-se notabilizado por ter sido além de outras coisas o Embaixador enviado a Carlos V, o seu pai Pedro Lopes de Azevedo rezam as crónicas que morreu valorosamente combatendo os mouros em Arzila . Acredito estar relacionado com o facto da sua Avó Maria da Cunha mãe de seu pai, ser uma Coutinho e assim se ter adoptado o apelido Azevedo Coutinho, tal como os seus primos de Mata de Lobos. Francisco de Azevedo Coutinho que foi filho segundo de António de Azevedo Coutinho (Livro das Ementas, folhas 87 no Arquivo da Torre do Tombo) dá origem ao ramo colateral de S. João de Rei confirmado pelo seu descendente Luis António Xavier de Azevedo Coutinho e aceite –escudo com as armas dos Azevedo Coutinho ( S.João de Rei ) – Brasão passado a 18 de Junho de 1787, reg. no Cartório da Nobreza, liv IV, fl. 12 V. Este Francisco de Azevedo Coutinho foi meu 9º avô, enviado por seu pai para Mazagão em 1610 permanecendo os seus descendentes em Marrocos até 1748 – Memórias Histórico Genealógicas dos Duques Portugueses – Visconde de Sanches de Baena.
A afirmação de Felgueiras Gaio da origem do nome Azevedo Coutinho é falsa além de descabida. Segundo o mesmo, na pessoa de Luisa Maria Pinto de Azevedo Coutinho casada com Manuel Marques de Oliveira. Deste casamento nasce em Soure António de Azevedo Coutinho amigo de infância e primo de Sebastião José de Carvalho futuro Marquês de Pombal, este António dá início a um dos três ramos de que representam quase a totalidade dos Azevedo Coutinho em Portugal os Azevedo Coutinho Fragoso de Siqueira, os outros dois são os Azevedo Coutinho de Montaury descendentes de Marco António de Azevedo Coutinho responsável pelo lançamento político de Sebastião de Carvalho e Melo, 1º ministro dos Negócios Estrangeiros e amigo pessoal de D. João V, e os eventuais descendentes de António José Correa de Azevedo Coutinho, barão de Meari – Brasil, a que se passou brasão de armas em 1806, registado no Cartório da Nobreza, livro VII, fl. 121. Estes três ramos fazem parte do ramo principal Lucena da Comenda da Mata de Lobos, e que se inicia com o casamento da irmã de Diogo Lopes de Azevedo (3º Senhor de S.João de Rei) Violante de Alvim com Vasco Fernandes de Lucena e se aprofunda com o casamento do seu neto Sebastião de Lucena com sua prima Maria de Vilhena filha do 4º Senhor de S.João de Rei Diogo de Azevedo casada com Maria da Cunha (Coutinho), a geração seguinte adoptam dos dois lados o apelido Azevedo Coutinho.
Os Azevedo/Azevedo Coutinho de S. João de Rei tronco principal, terminam a sua descendência no século XIX, restam dois ramos colaterais, os que descendem de Martim Lopes de Azevedo irmão de João Lopes de Azevedo , 2º senhor de S. João de Rei e que são representados pelo conde de Azevedo actual e os descendentes de Francisco de Azevedo Coutinho, irmão de Vasco Fernandes de Azevedo Coutinho (9º senhor de S. João de Rei) da qual faço parte. Os Azevedo Coutinho de Mata de Lobos ramo Fragoso de Siqueira têm sangue do meu ramo colateral pelo casamento de Pedro de Azevedo Coutinho com Maria Isabel Zuzarte Sarrea (1898) cuja bisavó (de Maria Isabel) era Rita de Cássia de Azevedo Coutinho filha do meu 4º avô Manuel de Azevedo Coutinho.
3º Os Azevedo Coutinho de Mata de Lobos estão mal estudados por Felgueiras Gaio, é necessário um trabalho de pesquisa e se possível gostaria que me ajudassem. Talvez no nobiliário manuscrito da casa de Tarouca, descrição do brasão concedido a Álvaro de Azevedo Coutinho em 1622 – Portugal rei de armas a publicação de Os Lucenas de Armando de Sacadura Falcão etc.
Cumprimentos
José de Azevedo Coutinho
PS.: Caso alguém pretenda um contacto privado o meu mail é acoutinho@norace.pt
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RE: Os Azevedo/Azevedo Coutinho de S. João de Rei.
Caro Jose de Azevedo Coutinho,
Se entender que é preferivel criar novo topico para continuar a mesma conversa, nào tenho problemas de autoria ou paternidade, de modo que nào acho obstaculo, muito embora me pareça razoavel por razoes de comodidade de pesquisa, centralizar resultados.
Embora nào seja genealogista consagrado, tomo a liberdade de fazer algum comentario por minha parte :
Nào me parece que haja ligaçào de avo para neto entre Gonçalo Vasques de Azevedo, 1° marechal, e Lopo Dias de Azevedo.
O pai de Lopo Dias, Diogo Gonçalves de Azevedo, senhor de Crasto (ou Diogo Gonçalves de Crasto), morreu cerca de 1368 (com morte pouco honrosa), como vem no topico inicial, tentando conquistar por traiçào Guimaràes para o Rei de Castela D. Henrique, na guerra que o opunha ao rei D. Fernando (Veja a cronica de D. Fernando, de Fernào Lopes).
Nào deve ser confundido com um filho de Gonçalo Vaz de Azevedo, Marechal.
Este ultimo nào conta entre os antepassados dos Azevedos Coutinhos de S. Joào de Rei, desde de que a mulher de Diogo de Azevedo, 4° senhor nào é descendente da primeira mas sim da segunda mulher de Gonçalo Vaz Coutinho.
Nào conheço especialmente a ascendencia de Gonçalo Vaz de Azevedo, mas Felgueiras Gaio, Alào de Moraes, Souza da Silva, Bramcamp Freire, e actualmente Sotomaior Pizarro nos seu "patronos do Mosteiro de Grijo" parecem estarem de acordo sobre o facto de ele pertencer a um ramo diferente, e talvez mais estudado que o proprio ramo de Lopo Dias.
O avo de Lopo Dias de Azevedo era Gonçalo Vasques de Azevedo, mas nào era o mesmo. Viveu por volta de 1326 e era de facto tio do primeiro Marechal.
Por seu lado o Primeiro Marechal era filho natural de Teresa Vasques de Azevedo.
Veja neste site a base de dados de Luis Amaral, para confirmar.
Quero dizer mais que, se me lembro bem, Gonçalo Vaz Coutinho nào sucedeu ao sogro no titulo de Marechal, mas que apenas desempenhou esta funçào a partir de 1397-1398, data de forte conflito entre um sector da nobreza e a Coroa. O Marechal alvaro Camelo desertou entào e foi substituido por Gonçalo Vaz Coutinho (sendo assim 3° e nào 2° marechal), que foi por certo recompensado por sua fidelidade ao Rei.
Nào foi conde de Marialva.
O primeiro conde de Marialva foi o filho Vasco Fernandes Coutinho, por volta de 1440.
Estou interessado em saber por que motivo acha que o Magriço foi primogenito. De facto foi filho do primeiro casamento e parece que se encontra documentado ja em 1393, mas nunca o vi mencionado como primogenito.
No que diz respeito aos motivos que o teriam separado do pai, nào quero entrar em debate sobre a noçào de lealdade cavalheiresca nos esculos 14 e 15, mas pode-se adivinhar no episodio sucedido com o proprio Gonçalo Vasques de Azevedo, em Santarem, (narrado por Fernào Lopes na Cronica de D. Joào I) que seus escudeiros abandonavam dizendo que o serviriam sem pagamento se estivesse do lado Portugues, e que nào o serviriam seja por que dinheiro fosse se ficasse no partido Castelhano. No contexto da epoca do Magriço o traidor nào era Lopo Dias de Azevedo, nem até Gonçalo Vaz Coutinho mas sim Gonçalo Vasques de Azevedo, que se manteve junto aos que 'britaram os trautos" e se "desnaturaram".
Se o Magriço foi parecido com o que conta a lenda, dificilmente pode no seculo 15 ter o primeiro marechal como referencia, com o qual nào tem mais que um parentescoi bem afastado.
Alias o comportamento de Gonçalo Vaz Coutinho nem sempre foi acima de questào, principalmente na altura de Aljubarrota em que se manteve cuidadosamente afastado, numa atitude partilhada por outros nobres da Beira, apesar de terem ja uma importante victoria em Trancoso (pale qual os burgueses do Porto tiveram de lhe dar importantes meios financeiros).
Gonçalo Gomes da Silva (Alcaide de Montemor e Sabugal) foi outro partidario do mestre de Avis, e seu embaixador a Roma.
A questào de saber se era ele ou Aires Gomes da Silva (Alcaide de Cerveira e Guimaràes) o sogro de Lopo Dias de Azevedo, està em debate. Nào sei responder (Veja mais uma vez o topico inicial).
A revoluçào de 1383-1385 nào parece ter muito afectado os Azevedos. Ou melhor acabou com a preeminencia dos Azevedos do Marechal para por em certa medida os Azevedos de Sào Joào de Rei em posiçào melhor.
Quanto ao nome Azevedo Coutinho, nào sei quando apareceu, mas gozou prestigio suficiente para que varias familias descendentes de Azevedos e de Coutinhos (ou de Fonsecas, que em certa medida vem a dar o mesmo) usaram o apelido "Azevedo Coutinho". Muitas vezes o vinculo entres essas familias é fraco, e talvez inexistente.
Sobre a pessoa do Antonio de Azevedo ou Antonio de Azevedo Coutinho, é mais uma possibilidade que se abre. Houve varios antonios assim apelidados na mesma epoca.
Segundo Alào de Moraes o Embaixador Antonio de Azevedo Coutinho, foi filho de Luis de Azevedo, e mulher (uma Fonseca Osorio).
Segundo Felgueiras Gaio, Souza da Silva ou segundo Carvalho da Costa o embaixador foi filho de diogo de Azevedo, 4° senhor de S. Joào de Rei.
De facto Bramcamp menciona um Antonio de Azevedo Coutinho, senhor de S. Joào de Rei, entre os fidalgos que auxiliaram em 1523, Diogo Lopes de Lima (seu primo afinal), na contenda contra o alcaide de Barcelos, e seu tio bispo. Estava portanto em medida de ser embaixador por volta de 1530, mas o perfil nào parece de diplomata do seculo 16.
Ou entào houve varios embaixadores assim chamados.
Mais nào sei dizer por enquanto.
Estou no entanto interessado em conhecer suas fontes.
Com os melhores cumprimentos
C. Silva
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