Encalhado - JA Melo de Azevedo
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Encalhado - JA Melo de Azevedo
Caros Genealogistas,
Incipiente nestas lides, recorro ao Forum, em desespero de causa, mas na expectação de encontrar alvitre que me permita alhanar a minha devassa.
Ando à procura da certidão de nascimento de João Augusto Mello de Azevedo, nado a 12 de Agosto de 1880, na freguesia de Miragaia, cidade do Porto (e registado na Administração do Bairro Ocidental do Porto/Registo Civil), filho de Jácome Francisco de Azevedo (aborígene de São José, Lisboa) e de Joana Augusta Mello de Azevedo (procedente de S. Miguel da Machada, Évora).
Já escabichei no ADP e no AHP, mas nada... Informam-me que perderam o rasto aos livros do Registo Civil (fundado em 78, se não estou em erro) desta época.
Ora sem a certidão deste meu antepassado, não lobrigo maneira de amarinhar pelos seus - quiçá frondosos - costados acima, ficando assim com parte substancial da minha árvore em perpétuo Outono.
Caso tanto mais grave quando poderei estar a privar, do mesmo acto, a minha progénie e colateralidade de um eventual aditamento de ouro, com uma águia estendida de negro, replicada novamente no timbre e da remissão à gloriosa D. Ufo, virgulta portucalense dos antigos reis godos.
E a verdade é que não encontro forma de resolver tal abrolho, apesar de ser o feliz herdeiro de uma caterva de papelada onde constam certidões de casamento e passamento deste senhor, para além de um cartão de sócio fundador do SLB, de algumas fotografias do Afonso Costa e dois ou três números do jornal “A Lucta”... espólio que atesta que o meu avoengo era republicano, ateu e porventura carbonário. Talvez fosse até padecimento da casa, pois que seu pai, Jácome, assim que teve ensejo abafou o pimpolho João à pia baptismal, prima causa do meu actual martírio genealógico. E voltamos ao princípio.
O facto de estar registado no Civil, não sendo judeu nem protestante, já por si é insólito, mas os livros terem-se perdido, é grande desdita...
João Augusto Mello de Azevedo era neto paterno de António Francisco de Azevedo e Alexandrina Gertrudes Mello de Azevedo, ambos naturais de Lisboa e neto materno de Jacinto Miguel e de Francisca Rosa, ambos naturais de S. Miguel da Machada, Évora. Outros dados que apurei indicam que João Azevedo teve três irmãos, de nome Isabel, Eduardo e Sara.
Antecipadamente reconhecido pela eventual assistência,
José Tavares de Almeida
N.B: desculparão o estilo, na zona parda entre o petulante e o regional, mas ainda estou a digerir o “Malhadinhas” e a “Casa Grande de Romarigães”, lidos de chofre e com total desrespeito pela posologia indicada. Não contente com a dose, arremeti, pela trigésima vez, à “Queda de um Anjo”, na versão de meu tio Pedro Souza e Silva, concatenação irrefragável para um acometimento desta intensidade.
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RE: Encalhado - JA Melo de Azevedo
Caro confrade encalhado
Apesar de não ser genealogista e andar por aqui a ver se,para além de aprender umas coisas,encontro uns antepassados meio perdidos, teria o maior gosto em poder ajudá-lo ,até para pagar as gargalhadasque me fez dar com o seu cocktail literário.
Não acho estranho que o seu antepassado fosse só registado,sendo o pai republicano convicto. Ao que me contam meu bisavô comentava que os republicanos "não casavam, só se registavam"o que, para ele, significava "amigação".
Porque não começa por inquirir junto do SLB e tenta certidões dos outros avoengos que cita?
Muitas vezes, nesse tempo, ser republicano era também uma contestação a pais e avós miguelistas, e desses há sempre registos paroquiais.
Desejando-lhe magníficas incursões literárias mas com misturas mais sóbrias, despeço-me com votos de óptimas pesquisas
Maria Benedita
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RE: Encalhado - JA Melo de Azevedo
Caro José Tavares de Almeida
Antes de mais, as minhas felicitações pelo estilo da sua mensagem, de que gostei imenso, muito particularmente da sua "concatenação irrefragável", uma vez que, usando eu a palavra "concatenação" amiudadas vezes no meu dia a dia, nunca me tinha ocorrido juntar-lhe o adjectivo "irrefragável", que lhe fica a matar...
Vai-me desculpar a ingenuidade da observação genealógica que lhe vou fazer, é tão simples que provavelmente já fez o que lhe vou sugerir... A solução aparente para o seu problema é a de procurar na freguesia de S. José de Lisboa o baptismo de Jácome, filho de António Francisco de Azevedo e de Alexandrina Gertrudes de Mello. Ainda para mais, o nome Jácome é aqui de grande vantagem, dada a sua raridade. Começe em 1860 (considerando provável que o pai não teria menos de 20 anos quando o seu Jácome nasceu) e depois é só andar para trás. Que tal?
Com um abraço (irrefragável, pois claro...),
Pedro Girão
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RE: Encalhado - JA Melo de Azevedo
Caro confrade:
Vou dar-lhe uma sugestão, da qual fará o que entender:
- Esse seu avoengo não terá andado pela Universidade de Coimbra? Pode ser que se encontre por lá a sua certidão de idade, se for esse o caso... Como privou de perto com o ministro Afonso Costa, pode ser que o tivesse conhecido do universo académico...
Diga coisas.
Um abraço e boa sorte.
Sempre,
Pedro França
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RE: Encalhado - JA Melo de Azevedo
Agradeço-vos a urbanidade e as úteis sugestões que tiveram a amabilidade de aventar.
Já me tinha acudido ao caco saltar por cima do referido João e ir bater directamente ao umbral do pai Jácome. O problema é a minha absoluta falta de tempo para me enfronhar na TT. Por isso, escrevi para o Forum na remota, mas não infundada esperança de que alguém, igualmente no garimpo dos seus maiores, tivesse encarado com estas pessoas.
Neste momento, todas as possibilidades são de considerar.
Muito obrigado e bom fim-de-semana,
José Tavares de Almeida
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