Sem vergonha
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Sem vergonha
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Peço o favor de divulgarem este artigo e consequente mensagem.
Cumprimentos,
João Lancastre e Tavora
1 -
Livro de apelidos carrega acusação de plágio aos ombros
Por: ANA PAGO
"A edição especial do livro As Origens dos Apelidos das Famílias Portuguesas [preparada para sair com o Correio da Manhã na compra de um exemplar do jornal] é um plágio do Dicionário das Famílias Portuguesas da autoria do meu pai, Luiz de Lancastre e Távora."
A acusação foi feita ao DN pelo filho de Luiz Távora, João Lancastre e Távora, lançando para a luz do dia uma questão antiga (remonta a 2002) e polémica, que apesar de tudo se manteve longe do conhecimento do público até à data.
A história, essa, não é fácil de contar, uma vez que mexe com diversas sensibilidades e com obras reconhecidas, levadas a cabo por estudiosos conceituados na área da genealogia (estudo da origem e sucessão de famílias, descrevendo as relações de parentesco entre as gerações) e da heráldica (a ciência que se ocupa dos brasões). "Mas o plágio foi detectado, isso é um facto", sustenta João Távora. "De modo que alguém tem que assumir as responsabilidades."
Na prática, tudo começou em Janeiro deste ano, quando um alfarrabista amigo dos Távoras alertou João para um artigo publicado, ainda em Dezembro de 2002 (há dois anos), numa revista da especialidade, a Raízes & Memórias.
"Já nessa altura, a revista denunciou o facto de a primeira edição de As Origens dos Apelidos das Famílias Portuguesas, de Manuel de Sousa, ser um plágio do Dicionário das Famílias Portuguesas do meu pai [falecido em Fevereiro de 1993]", lembra João Távora.
Agora, em 2004, o mesmo livro Origens dos Apelidos foi reeditado para o jornal Correio da Manhã, em tudo igual ao da edição de 2002. "Um e outro são, portanto, plágios", sustenta o filho de Luiz de Lancastre. "O grafismo é mais elaborado, mais embonecado e mais comercial, sim senhor, mas o conteúdo é praticamente idêntico! Não dá para ignorar esse aspecto."
DEFESA. Contactado pelo DN, o autor de As Origens dos Apelidos das Famílias Portuguesas - e dono da editora Sporpress, que deu à estampa este livro - afirmou desconhecer completamente o Dicionário das Famílias Portuguesas que o acusam de ter plagiado.
"Tive a oportunidade de falar muito com o sr. Luiz Távora quando fazíamos parte da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, em 1989, e andávamos os dois à procura de ilustrações de Os Lusíadas", conta Manuel de Sousa, recordando ainda a troca de cartas e de telefonemas por motivos profissionais. "Mas juro que não conhecia esse tal Dicionário. Fui a correr comprá-lo depois de me terem telefonado a dizer que alguém me tinha acusado de plágio", explica o editor, ele próprio um apaixonado pela genealogia e pela heráldica, que "anda nos livros" há mais de 30 anos.
"Além de que se eu quisesse mesmo plagiar", reforça Manuel de Sousa, "então plagiava antes este [aponta para os Brasões da Sala de Sintra, de Anselmo Braamcamp Freire, edição de 1930], que é a minha fonte e cujos direitos de autor já se esgotaram há muito".
Confrontado pelo DN com evidências concretas da acusação que lhe é dirigida (ver texto em baixo), Manuel de Sousa negou sempre o acto de plágio. E foi mais longe ao afirmar que "nós, os genealogistas, nos plagiamos sempre uns aos outros, porque o assunto é sempre o mesmo e não temos outra forma de dizer as coisas".
Já a responsável pelo marketing do Correio da Manhã, Isabel Rodrigues, garantiu desconhecer a situação. "Assinámos um contrato com a Sporpress para comercializarmos As Origens dos Apelidos das Famílias Portuguesas e a editora assumiu toda a autoria e a responsabilidade pela eventual reclamação de terceiros. Não nos compete fazer mais nada", conclui.
2 -
Genealogistas plagiam-se todos "uns aos outros, é inevitável"
A. P.
A ideia de Manuel de Sousa, segundo a qual os genealogistas se plagiam "uns aos outros porque o assunto é o mesmo e não temos outra forma de dizer as coisas", faz sentido em certa medida. Afinal, explica, "são pessoas com a mesma área de formação, isso é inevitável. Também já me plagiaram a mim".
Mas uma coisa é abordar o mesmo assunto recorrendo a termos comuns no seio de uma dada classe. Outra, bem diferente, é a cópia. E "tirando um caso ou outro, o que neste livro [de Manuel de Sousa] se faz mais não é do que copiar o Dicionário, com a cautela, agravante porque dolosa, de disfarçar essa cópia com pseudo-originalidades", alertava Manuel Arnao Metello num artigo publicado na Raízes & Memórias (órgão periódico da Associação Portuguesa de Genealogia), em Dezembro de 2002. E vários exemplos apoiam essas acusações. O apelido Ganço é um deles.
"Derivando da designação da ave palmípede e com o S trocado em Ç ou significando "ganho" ou "lucro", a raiz deste nome poderá ser diferente, provindo sempre, todavia, de alcunha. A crer nas afirmações dos nossos mais antigos genealogistas, os autores dos Livros Velhos de Linhagens, foi Ganço apelido de muitos nobres e antigas tradições, individualizando um ramo de velha linhagem dos Guedes. Atribui-se-lhes as seguintes armas: de vermelho, uma cruz suspensa de prata, acompanhada de cinco caldeiras de ouro, cada uma carregada com duas faixas de negro. Timbre: dois braços vestidos de vermelho, elevando ao ar uma das caldeiras do escudo", escreveu o Marquês de Abrantes.
Em As Origens, de Manuel de Sousa, lê-se o seguinte:
"Derivando da designação da ave palmípede e com o S trocado em Ç ou significando "ganho" ou "lucro", a raiz deste apelido poderá ser diferente, provindo sempre, todavia, de alcunha. Crendo nas afirmações dos nossos mais antigos genealogistas, os autores dos Livros Velhos de Linhagens, foi Ganço apelido de muitas nobres e antigas tradições, individualizando um ramo de velha linhagem dos Guedes. Atribui-se-lhes as seguintes armas: de vermelho, com uma cruz suspensa de prata, acompanhada de cinco caldeiras de ouro, cada uma carregada com duas faixas de negro. Timbre: dois braços vestidos de vermelho, elevando ao ar uma das caldeiras do escudo."
As provas falam por si, mas para Manuel de Sousa "plágio é algo muito grave" que, afirma, não fez. "A malta usa é toda a mesma linguagem", defende-se.
ANA PAGO, DN - 23 Ago. 2004
Neste caso é um plágio a 99 %, e até o prefácio foi copiado. Irónicamente a bibliografia tinha um erro de edição no original, e na publicação da sporpress o sr Manuel de sousa copia literalmente a "gralha".
Nós (a família) já tem uma acção judicial em curso.
Agradeçemos a divulgação da fraude!
JLT
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RE: Sem vergonha
Caro João Tavora
Totalmente solidário consigo. Apelo aqui a um boicote à compra dessa "cópia" ordinária, feita concerteza por um inutil.
José Tomaz de Mello Breyner
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RE: Sem vergonha
Caro João,
Já sabia, pelo Zé, do sucedido e da vossa indignação. Lamento que se tenha chegado tão longe, também por ser uma falta de respeito ao teu Pai, cuja memória merece toda a nossa consideração.
Recebe um abraço muito amigo,
Marcos.
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RE: Sem vergonha
Caro Marcos,
Concordo contigo. Infelizmente a nossa sociedade está cada vez mais imbuída de valores exógenos. A humildade transformou-se em "subserviência"; a ambição em "ganância".
Tristes tempos, aqueles em que vivemos,,,!
Um abraço
Artur
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