Títulos n/aceites
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Títulos n/aceites
Exmos Confrades:
Agradecia muito que me informassem se é possível obter informações sobre títulos nobiliárquicos propostos pelos nossos últimos Monarcas,mas não aceites pelos sujeitos a quem pressupostamente seriam atribuidos.
Caso seja possível que entidades, ou arquivos poderei consultar.
C/melhores cumprimentos
A.Aldo
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RE: Títulos n/aceites
Caro Alberto Aldo
Conheço dois casos:
1.º - Dom Luís I tentou conceder um título condal a Manuel Álvares Pereira de Sampayo, Senhor das Casas do Outeiro (Favaios, Alijó) e de Casal de Loivos (Casal de Loivos, Alijó) e de diversos morgados, etc., que terá sido recusado. Parece existir documentação original desta tentativa de concessão na Torre do Tombo. O título terá sido recusado por pertencer este ramo familiar ao partido Legitimista, pelo que jamais poderiam reconhecer um título do representante liberal.
2.º - Dom Carlos I tentou conceder um título, também condal, ao Dr. José Ventura dos Santos Reis, conhecido médico de Matosinhos, republicano activo e de grande respeito no Partido Republicano Português, cujo nome viria inscrito num famoso envelope com a composição ministerial, encontrado após a revolta do 31 de Janeiro. O Dr. José Ventura recusou a mercê, como recusaria uma comenda, que o Rei também tentou atribuir. Contudo, terá sido tal a consideração merecida, que à sua morte, o mesmo Monarca faria enviar um telegrama de condolências à família. Este episódio de concessão vem referido na obra «Monografia de Matosinhos», da autoria de Felgueiras.
Como este, outros casos certemente virão.
Quanto ao Brasil, aconselho a consultar a beílíssima obra «As Barbas do Imperador», onde aparecem referenciados casos semelhantes.
Melhores cumprimentos
Manuel Azevedo Graça
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RE: Títulos n/aceites
Caro Alberto Aldo,
O tema que propõe é muito interessante. Desconheço a existência de qualquer investigação profunda sobre o assunto, a qual permitiria sem dúvida chegar a conclusões importantes para a história das mentalidades no século XIX. Designadamente sobre diferenças entre as mentalidades nobre e burguesa, aferidas a partir da receptividade a tais mercês.
Metodologicamente, porém, colocam-se problemas complicados. Como documentar, de forma rigorosa, intenções (de atribuição de títulos) que não foram nunca formalizadas? Raras serão as famílias da nobreza portuguesa em que não se fale da oferta de títulos galhardamente recusados pelo bisavô ou trisavô. Mas na maioria das vezes essas histórias não terão fundamento... Como fazer a triagem entre os casos reais e os que são mero produto da imaginação?
Um abraço,
Nuno Maria
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RE: Títulos n/aceites
Caro Snr.Manuel Azevedo Graça
Muito agradeço os seus esclarecimentos.
C/melhores cumprimentos
A.Aldo
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RE: Títulos n/aceites
Caro Nuno Maria
Desde já mto agradeço ter tido interesse pelo caso em questão.
Na realidade será dificil documentar a intenção de atribuição de títulos,mas caso se encontre algum indício,como e onde poderei pesqisar?
M/cumprimentos
A.Aldo
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RE: Títulos n/aceites
Caro Confrade:
No livro "A Nobreza do Século XIX em Portugal", de Francisco de Vasconcelos (Porto, 2003) são mencionados vários casos de renúncia ou recusa de títulos.
Está especialmente interessado em algum caso?
Cumprimentos,
J. de Castro e Mello Trovisqueira.
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RE: Títulos n/aceites
Caro Confrade:
Mto agradeço a indicação que me facultou sobre o livro"A Nobreza no Sec.XIX em
Portugal".Se não for abusar agradecia que me indicasse qual foi a Editora.
Estou relativamente interessado num caso que passou oralmente de geração em geração na minha família,mas não sei se corresponderá à realidade,pois nem sequer sei que título seria.
Com os melhores cumprimentos
Alberto Aldo
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RE: Títulos n/aceites
Caro Confrade:
O editor é o Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna do Porto. Pode ver aqui, na secção "Livraria".
Renovados cumprimentos,
JPCMT
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RE: Títulos n/aceites
Caro Confrade
Mto obrigado pela informação.
Melhores cumprimentos
A.Aldo
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RE: Títulos n/aceites
Caro Alberto Aldo,
ainda ontem, logo após ter deixado a minha mensagem, folheei a obra em causa, de Francisco de Vasconcelos. Tem uma belíssima listagem de personagens que recusaram títulos e de títulos que nunca foram reconhecidos. É o n.º 14 da Col. «Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família», editado em 2003. E é uma belíssima obra sobre o tema.
Melhores cumprimentos
Manuel Azevedo Graça
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RE: Títulos n/aceites
Caro Manuel Azevedo Graça
Obrigado pelas indicações que me tem dado.
Já encomendei o livro de Francisco Vasconcelos,porém fiquei agora na dúvida se a listagem que refere na mensagem é parte integrante do livro ou será outra publicação.Desde já mto agradeço se me esclarecer esta dúvida.
Melhores cumprimentos
A.Aldo
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RE: Títulos n/aceites
Caro Manuel Azevedo Graça
Obrigado pelas indicações que me tem dado.
Já encomendei o livro de Francisco Vasconcelos,porém fiquei agora na dúvida se a listagem que refere na mensagem é parte integrante do livro ou será outra publicação.Desde já mto agradeço se me esclarecer esta dúvida.
Melhores cumprimentos
A.Aldo
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RE: Títulos n/aceites
Segundo tradição oral, o Rei D. Carlos terá pretendido atribuir o título de Marquês de Évora ao Dr. Francisco Eduardo de Barahona Fragoso, Par o Reino e filho segundo o 1º Conde da Esperança.
Embora desconheça documentação que permita sustentar ou confirmar esta afirmação, esta parece-me plausível, atento não só o facto de ele por algumas vezes ter hospedado no Palácio Barahona a Família Real aquando das deslocações desta a Évora (como o atesta o livro de visitas da casa), como principalmente pelo facto de ter sido um grande benemérito da cidade, à qual deixou parte das suas colecções, expostas no museu municipal, tendo igualmente suportado por diversas vezes algumas obras públicas. A ele se devem diversos melhoramentos tanto no Teatro Garcia de Resende, como no jardim público, bem como a edificação do asilo para idosos. À sua morte, por subscrição pública, foi-lhe erigido um busto que se encontra junto ao templo de Diana e em cuja base consta a singela frase “Évora reconhecida”. No dia do seu funeral, as lavadeiras da vila de Redondo juntaram-se para lhe comprar uma coroa de flores, como agradecimento por lhes ter oferecido os tanques da roupa, evitando-lhes que continuassem a ir lavar à ribeira.
A recusa em receber o título poder-se-á dever tanto ao facto de não ter tido filhos, como também ao de preferir algum distanciamento numa época em que tantas mercês se distribuíam com tamanha generosidade.
Também no séc. XIX ter-se-á pretendido atribuir o título de Marquês de Santa Catarina ao morgado de Santa Catarina de Estremoz, como agradecimento após ter hospedado a Família Real em sua casa. O facto vem relatado na obra da autoria de João Luís Cabral Caldeira sobre esta família. A mercê também terá sido recusada.
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