Famílias Laboreiro de Villa-Lobos e Pereira Braga
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Famílias Laboreiro de Villa-Lobos e Pereira Braga
Procuro pistas sobre as relações entre estas duas famílias no iníco do século XX.
A minha bisavó, Maria Izabel Laboreiro de Villa-Lobos teve quatro filhos de pai incognito, que foram tutorados por João do Carmo Pereira Braga e sua mãe Hermínia Isaura Pereira Braga, filho e viúva de José Hypollito Pereira Braga.
De onde eram os Pereira Braga? Deixaram descendência?
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RE: Famílias Laboreiro de Villa-Lobos e Pereira Braga
Conheci uma Familia Laboreiro de Villa-Lobos em Montemor-o-Novo. O Patriarca era, salvo erro, notário e tinha vários filhos, entre os quais tive um grande amigo e colega de escola, já falecido ( no Brasil ) que era o José Maria Barata Laboreiro de Villa-Lobos. Sei também que viviam no Estoril.
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RE: Famílias Laboreiro de Villa-Lobos e Pereira Br
CaroLSF,
A minha bisavó era filha natural de José Maria Laboreiro de Villa-Lobos e Francisca Carapinha e nasceu em Montemor-o-Novo em 1876, antes do primeiro casamento do seu pai. Quanto ao meu trisavô José Maria, pode consultar-se nesta base de dados a descendência tida do seu casamento.
Não tenho dúvidas do meu parentesco com a família que conheceu: mais do que certamente o pai do seu amigo era meio irmão da minha bisavó; mas o que procuro neste momento são as peças de ligação entre a minha bisavó Maria Izabel e a família Pereira Braga. Alguém me poderá dar pistas?
João do Carmo Pereira Braga era filho de Hermínia Isaura Pereira Braga e de José Hypólito Pereira Braga (Escrivão da 2ª Vara do Tribunal da Boa Hora), residentes em Lisboa no início do Século XX, no Campo dos Mártires da Pátria.
Muito provavelmente, João do Carmo Pereira Braga foi pai das quatro crianças filhas da minha bisavó: Anna, Innocência, José Hipólito, e Francisco, meu avô.
O rasto de João do Carmo Pereira Braga perde-se no entanto no ano da morte da minha bisavó, em 1909. Por ocasião do inventário orfanológico instaurado nessa data, foi nomeado cabeça de casal e tutor das quatro crianças, tendo no entanto desaparecido qualquer rasto dos Pereira Braga após poucos anos.
Infelizmente as quatro crianças cresceram, viveram e morreram antes de me ter sido possível fazer-lhes as perguntas que agora, único descendente directo, procuro responder...
Obrigado pela sua resposta, de qualquer modo.
Francisco Villa-Lobos
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RE: Famílias Laboreiro de Villa-Lobos e Pereira Br
Caro Francisco Villa-Lobos
Por acaso saberá, a eventual ligação, dos seus Laboreiro Vila Lobos, Alentejanos de Montemor o Novo, com os meus Vila Lobos do Algarve?
Cumprimentos,
José de Azevedo Coutinho
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RE: Famílias Laboreiro de Villa-Lobos e Pereira Br
Caro José,
Infelizmente não posso ajudá-lo nesse aspecto da sua pesquisa.
Um abraço.
Francisco.
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RE: Famílias Laboreiro de Villa-Lobos e Pereira Br
eu sou um villa-lobos do algarve, o meu pai era de montemor-o-novo e gostava de saber quem conhece aqui do algarve...
obrigado
bruno villa-lobos
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RE: Fam匀ias Laboreiro de Villa-Lobos e Pereira Br
Bruno,
você será então um Vilalobos de Montemor o Novo, no Algarve!
Tenho quase a certeza absoluta que os Vilalobos, de Montemor o Novo são um ramo dos do Algarve.
Que eu tenha conhecimento não existem mais descendentes que tenham o apelido no Algarve. O mais próximo, são perto de meia dúzia, que terão perdido os apelidos à cerca de duas três gerações. Portanto tendo prevalecido a descendencia feminina.
O Vilalobos para mim tem significado especial, por ser a minha 1ª quebra de varonia dos Azevedos. Considerando eu, Vilalobos a 2ª varonia. Por parte do meu 5º Avô, Simão Manuel de Vilalobos, de Lagos.
Abraços e boas pesquisas.
José de Azevedo Coutinho
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RE: Famílias Laboreiro de Villa-Lobos e Pereira Br
Caro parente
Francisco Villa-Lobos
É com imenso prazer que o reencontro por estas “paragens”, pois tenho mais algumas novidades relativamente àquilo que procura.
Quanto ao relacionamento do nosso antepassado António Maria (e não José Maria) Laboreiro de Villa-Lobos (pai da sua bisavó Maria Isabel e do meu bisavô António Manuel) com José Hipólito Braga, nada mais sei acrescentar àquilo que lhe enviei em 20-09-2001 e que foi extraído dos testemunhos recolhidos no Apenso n.o 2 ao Processo n.º 3-797 do Tribunal da Relação de Lisboa que, como então referi, se encontra no Arquivo Distrital de Évora.
Desses testemunhos extrai-se que António Maria Laboreiro de Villa-Lobos terá ficado a conhecer José Hipólito Braga por intermédio de seu cunhado, o Dr. Simão da Cunha d’ Eça Azevedo, médico, 78 anos de idade em Maio de 1900, já viúvo desde 1884, então residente em Lisboa na Calçada do Tijolo, n.o 28-1.o direito, o qual se dizia ser amigo daquele José Hipólito Braga, então morador na Rua Formosa, n.o 148.
Para a compreensão do parentesco acima referido pode consultar o III Anuário da Nobreza de Portugal, Tomo II, ed. do I.P.H., 1985, título de “Laboreiro de Villa-Lobos”, pp. 1085 a 1097.
Quanto ao rasto de seu bisavô João do Carmo Pereira Braga, talvez não seja muito difícil descobri-lo, pois seu irmão Mário Augusto, nascido a 19-04-1880 em Moura, foi casado com D. Maria José Palma de Almeida, 2.a viscondessa de Palma de Almeida, cujo filho primogénito Dr. José Henrique Palma de Almeida Braga, médico, nascido a 26-09-1913 na Quinta de Santa Catarina, na Lourinhã, aqui vive(u) ? Não sei se ainda é vivo este simpático Senhor que há muitos anos conheci quando visitei a Quinta, mas de qualquer forma algum de seus filhos ainda residirá naquela Quinta que está hoje já abrangida pela área urbana da vila e adaptada a Turismo de Habitação (contacto disponível na Internet).
Estes dados descobri-os recentemente no Tomo I do mesmo III Anuário da Nobreza de Portugal, ed. do I.P.H., 1985, título de visconde de “Palma de Almeida”, pp. 742-743, onde poderá encontrar mais referências biográficas e pistas para a sua investigação.
Aliás, Mário Augusto e seu pai José Hipólito Braga também já constam da base de dados do Genea, bem como a descendência daquele, e que penso foi extraído do Anuário.
Conforme mencionei na nossa troca de correspondência em 2001 e baseado nos mesmos testemunhos já referidos, os dois irmãos Mário Augusto e João do Carmo Pereira Braga tinham em 1900 “mais ou menos 20 e 16 anos de idade respectivamente”. Fica agora confirmada a idade do primeiro, pelo que certamente o mais novo e seu trisavô terá nascido por 1884. Terá sido também em Moura ? Talvez o sobrinho ou os sobrinhos netos proprietários da Quinta de Santa Catarina saibam responder a esta pergunta.
Entretanto gostava que me esclarecesse sobre o ano (ou data) do óbito de sua bisavó D. Maria Isabel Laboreiro de Villa-Lobos. Tinha para mim que teria sido por volta de 1914-1915, mas o Francisco refere que foi em 1909. Será possível precisar com mais pormenor ?
Estou também curioso em saber o que descobriu no respectivo inventário orfanológico que conseguiu encontrar. A minha direcção e telefone são os mesmos do remetente da minha carta de 2001. Poderíamos talvez combinar um encontro e falarmos um pouco sobre tudo “isto”.
Aproveito já agora para saudar o meu primo Bruno Villa-Lobos, que não tenho o prazer de conhecer, mas que quase de certeza é neto paterno do meu tio-avô Vicente, irmão de minha avó materna Francisca.
Recomendo mais uma vez a consulta do III Anuário da Nobreza de Portugal, Tomo II, ed. do I.P.H., 1985, título de “Laboreiro de Villa-Lobos”, pp. 1094 e 1095.
Para ele e para o José de Azevedo Coutinho, intervenientes neste tópico, posso acrescentar algumas novidades sobre os nossos Villa-Lobos, sobre os quais existe vária documentação, alguma manuscrita e outra publicada.
Foi tronco deste ramo da nossa família Martim Vicente de Vasconcelos, o primeiro a usar o apelido Villa Lobos devido a circunstâncias que é interessante referir e que vamos encontrar descritas em Anselmo Braancamp Freire – “Brasões da Sala de Sintra”, Tomo I, ed. facsimilada da de 1973, INCM, 1996, pp. 394 a 399; e em D. António (marquês) de São Payo – “Os Vasconcellos Vilalobos – Uma Carta Inédita de Parentesco e Brazão d’ Armas”, comunicação lida à Associação dos Archeólogos Portuguezes, publicada na Revista Armas e Troféus (não sei o número nem a data da revista), ed. do Instituto Português de Heráldica, pp.198 a 211. Destes dois trabalhos recolhi a resenha que abaixo descrevo.
Martim Vicente não era Villa Lobos. Era a seguinte a sua ascendência:
- Filho de outro Martim Vicente de Vasconcellos, “muito nobre cavaleiro”, vassalo de D. João I, corregedor nos reinos de Portugal e Algarve e juíz em Évora, onde faleceu em 1410, ficando sepultado em S. Francisco. Seguindo a genealogia manuscrita sobre Vasconcellos (ANTT- 21.E.25, pp. 254 e seguintes, que parece ser copiada de António Peixoto de Queiroz e Vasconcelos), foi este Martim Vicente herdeiro de sua mãe e cas. c. D. Brites de Moura;
- Neto paterno de Vasco Martins Zote e de s. m.er D. Maria Mendes de Vasconcellos; e
- Bisneto paterno, por este seu avô, de D. Martim Martins Zote, fidalgo nomeado pelo Rei D. Dinis com o título de vassalo quando pôs Casa a seu filho D. Afonso, e de s. m.er D. Aldara (Alda ou Aldonça) Gomes.
Seguindo sempre esta varonia que se encontra estudada por investigadores e linhagistas medievalistas, remontamos a D. Arnaldo Gondesendes de Baião que os nobiliários medievais dizem ter sido o fundador da linhagem dos de Baião.
Martim Vicente de Vasconcellos (filho) foi nat. de Évora e criado de pequeno por D. Pedro de Menezes, Conde de Viana e de Vila Real, alferes-mor do Infante D. Duarte, 1.o capitão e governador de Ceuta. Com este passou a Castela e com ele voltou a Portugal e serviu em Ceuta “com muitos escudeiros, peões e besteiros”, onde em 1417 e 1419 era Contador (da Fazenda) por El-Rei.
Neste último ano e durante o cêrco que a praça sofreu, saíu um dia o conde D. Pedro sobre os moiros sitiantes. Caindo-lhe o cavalo e estando já cativo, acudiu Martim Vicente que a golpes de espada conseguiu aproximar-se do conde e, apeando-se do seu cavalo, o ajudou a montá-lo e, um a cavalo e o outro a pé, fizeram frente aos moiros até chegarem mais dos nossos, conseguindo depois recolher incólumes à cidade. Embora salvando-se, Martim Vicente saíu da refrega com duas lançadas nas pernas.
Querendo o Conde manifestar a sua gratidão e por forma a perpetuar a memória deste feito, quis dar-lhe por apelido um dos da sua linhagem e que Martim Vicente se ficasse a chamar de Vilalobos, dando-lhe por armas “dois lobos de oiro passantes, em campo de vermelho, em dois quartéis, e nos outros dois quinze escaques, oito de oiro e sete de azul em cada um”, sendo os lobos pelos Villalobos de sua avó D. Guiomar, condessa de Ourém, e os escaques pelos Portocarreiros de sua mãe D. Maior, condessa de Viana.. Aceitou este, mas com a condição de poder juntar estas às suas próprias armas que eram as dos Vasconcellos. E de tudo foi lavrada uma carta que o conde assinou em Ceuta a 18-09-1419, mandando que os seus descendentes sempre tratassem o agraciado como seu parente.
O treslado de duas cópias desta Carta, cujo original se não sabe o destino que levou, foram publicadas por D. António conde de São Payo no trabalho acima referido e mais recentemente por Nuno Gonçalo Pereira Borrego em “Cartas de Brazão de Armas - Colectânea” (Tomo I), ed. Guarda-Mor, 2003, p. 343.
E assim começou o uso do apelido Villa Lobos na nossa família.
Martim Vicente de Vasconcellos (Vilalobos) fez o seu testamento em Évora a 31-07-1448 nas suas casas na Rua dos Mercadores, pelo qual instituíu uma capela na Igreja de S. Francisco daquela cidade, vinculando-lhe a sua terça e anexando ao vínculo a herdade da Fonteboa e um foro nas vinhas de Valbom.
Faleceu na mesma cidade em 1449, tendo ficado sepultado na mesma campa em que jaziam seus pais na Igreja do Convento de S. Francisco.
Foi cas. c. D. Constança Annes a quem deixou o usufruto daquele morgado, mais tarde chamado dos Botaréus, e dela teve 5 filhos nomeados no seu testamento: Beatriz Martins, Lopo Martins, Inês Martins, Martim Vicente e Júlia Martins.
Diz o marquês de São Paio, op. cit., que Beatriz Martins, primogénita, foi cas. c. Estêvão Serrão “e deles procederam os Lobos e Gamas d’ Évora, e os Vilalobos de Montemor e do Algarve”, mas na acima citada genealogia manuscrita 21.E.25 consta ter sido cas. c. Diogo Alz’ Ribeiro.
Dum casamento ou do outro, parece assente que foi bisavó de Diogo Alz’ de Villalobos, cas. c. Isabel Dordia de Vasconcellos, neta mat. de Isabel Dordia que foi irmã de Leonor da Fonseca Dordia, instituidora em 1520 do morgado da Quinta e Torre do Carvalhal em Montemor-o-Novo.
De Diogo Alz’ e s. m.er Isabel Dordia nasceu André de Villa Lobos (e Vasconcellos), fal. a 16-03-1613 em Montemor-o-Novo e que foi cav. da Ord. de S. Bento de Aviz e administrador do referido morgado, cas. c. Isabel Freire (de Andrade).
Andou a administração daquele morgado sempre na sua descendência e representação até ao seu 6.o neto por varonia Manuel de Villa Lobos e Vasconcellos, que do seu casamento não teve descendência, tendo deixado apenas filhos ilegítimos.
Acabou por cair a representação da Casa em sua irmã D. Maria Isabel de Villa Lobos Vasconcellos e Noronha que, casando a 13-11-1802 em Évora c. Simão da Silva Laboreiro da Fonseca, juntou o apelido Villa Lobos ao Laboreiro, a partir daí usado por seus descendentes nas formas “Laboreiro de Villa-Lobos” ou “Villa-Lobos Laboreiro”. Ver o Tomo II do referido A.N.P. acima referido, p. 1085.
Enfim, embora um pouco longa esta intervenção, julgo ter contribuído para lançar alguma luz sobre os Pereira Braga e sobre a origem dos Villa-Lobos de Montemor-o-Novo e do Algarve.
Um abraço do parente
António Pimenta de Aguiar
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RE: Famílias Laboreiro de Villa-Lobos e Pereira Br
Caro António,
Que bom reencontrá-lo e que notícia interessante me traz sobre os Pereira Braga.
Vou por-me em campo e entrar em contacto com os proprietários da Quinta de St.ª Catarina.
Em relação ao facto de ter morado o Sr. José Hipólito Braga na Rua Formosa N. 148, (hoje Rua d'O Século) bate certo o facto de ter o meu avô Francisco nascido exactamente naquela casa (como se vê do seu registo de nascimento) em 5 de Fevereiro de 1898.
No Inventário Orfanológico que refere e que consegui fotocopiar na íntegra, refere-se que o Sr. José Hipólito Braga era Escrivão na 2ª Vara do Tribunal da Boa-Hora, o que confirmei no Livro de Escrivãos daquele Tribunal.
...Curiosamente o Inventário Orfanológico foi encontrado justamente no Arquivo da 2ª Vara.
Encontrei um manancial de informação que me foi muito útil e que tento ainda relacionar com outras fontes, mas estou seguro de que lhe será também a si muito útil e interessante o que descobri dentro das cerca de 2.000 páginas que o compõem. Muito em breve entrarei em contacto consigo e terei imenso prazer em encontrá-lo para uma conversa.
Quanto à data da morte da minha bisavó Maria Izabel, confirmo-lhe que foi em 1909, no dia 20 de Abril, às 06h00, como se diz na certidão de óbito que tenho em meu poder. O corpo foi sepultado no jazigo de família, em Montemor-o-Novo.
Um dos aspectos mais impressionantes do Inventário Orfanológico é a descrição quase cinematográfica das circunstâncias em que foi descoberto o corpo da minha bisavó, em casa, no Campo dos Mártires da Pátria, bem como o testemunho de Hermínia Isaura Pereira Braga (minha trisavó?) sobre as condutas e o temperamento de Maria Izabel.
Sobre tudo isto teremos que falar pessoalmente e creio que teremos material para muitos encontros.
Até breve, um abraço,
Francisco Villa-Lobos
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