Dom Afonso, I Duque de Bragança
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Dom Afonso, I Duque de Bragança
Caros Confrades,
gostaria de saber qual era o sobrenome utilizado por Dom Afonso Duque de Bragança, filho bastardo de Dom João I de Portugal. não seria Bragança concerteza julgo eu...então qual seria?
atenciosamente
João Gaspar
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RE: Dom Afonso, I Duque de Bragança
Caro João Gaspar,
Creio que deveria mesmo ser Bragança o sobrenome usado por D. Afonso.
Contudo, se se refere ao sobrenome que usaria antes de se haver tornado Duque de Bragança, aí creio que seria o mesmo da família real!
Estou em crer que a dinastia de Avis usou o nome Portugal, pelo que D. Afonso seria D. Afonso de Portugal.
Cumprimentos, Sancho
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RE: Dom Afonso, I Duque de Bragança
Caro João Gaspar:
D. Afonso, Conde de Barcelos, filho bastardo do futuro D. João I e de Inês Pires Esteves, foi legitimado em 1401, na altura do seu casamento com D. Beatriz, filha única do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, o qual lhe cedeu o título de Conde de Barcelos.
Só mais tarde, em 1442, foi instituído o Ducado de Bragança, passando então a ser designado por Duque de Bragança (o 1º Duque de Bragança). Mas, nesta altura, já D. Afonso tinha uma idade avançada (+ de 62 anos).
Assim, desde a altura em que foi legitimado e até à instituição do Ducado de Bragança, foi conhecido (Título Nobiliárquico) por Conde de Barcelos.
Quanto à possibilidade de ser conhecido por D. Afonso de Portugal, a mesma fica automaticamente posta de parte porque até 1401 ainda não tinha sido legitimado pelo Rei D. João I, seu pai.
Com os melhores cumprimentos.
Júlio Sousa
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RE: Dom Afonso, I Duque de Bragança
Caro Júlio Sousa,
Se em 1442 D. Afonso foi instituido como Duque de Bragança, teria 72 anos, visto que nasceu em 1370.
Por outro lado, se foi legitimado em 1401, foi legitimado aos 31 anos de idade.
Como 72 menos 31 são 41, diz-me o confrade porque não seria o nome do Conde de Barcelos, D. Afonso de Portugal?
D. Afonso de Santa Maria não deixa de levar o apelido Bragança por ser Principe da Beira. Como tal, não vejo porque razão o Conde de Barcelos não se poderá chamar Portugal.
Cumprimentos, Sancho
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RE: Dom Afonso, I Duque de Bragança
Também tenho uma pergunta aos experts nestas questões: Dom Afonso, Duque de Bragança, foi legitimado ?
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RE: Dom Afonso, I Duque de Bragança
Caro confrade a minha duvida é mesmo essa, se ele so é legitimado após o casamento com Dona Beatriz e a casa Ducal de Bragança so surge quase no fim de sua vida, qual seria o nome de Baptismo de Dom Afonso, Afonso Pires? Afonso Esteves? Afonso de Portugal tal como a sua irmã após a sua legitimação!??
Dom Afonso torna-se bastante intimo de seu pai e dos seu Infantes Irmãos na altura em que a peste devora Lisboa e acaba por morrer a Rainha, o Rei e os seus filhos exilam-se fora da cidade vitima da peste para a Vila de Alhos Vedros na margem esquerda do Tejo, vila conhecida na época pelos seus bons ares e boas aguas, Em crónicas diz-se que a partida para Ceuta foi decidida em Alhos Vedros no Palacio de Dom Afonso, ou seja o Rei e os Infantes ficam em casa de Afonso seu filho bastardo...ou ja na época legitimo?
atenciosamente
João
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RE: Dom Afonso, I Duque de Bragança
Caro Julio Sousa,
Até agora não sei qual o nome do Duque de Bragança, Dom Afonso.
existem cronicas em que aparece Dom Afonso de Barcelos, mas como este era um titulo de seu sogro, so existe depois do casamento.
No entanto, na Vila onde o Duque tinha o seu Palacio, encontrei um Martim Afonso d'Avis, que creio poder estar ligado a Dom João I ou ao seu Filho Afonso.
ora seria possivel Dom Afonso, ser Dom Afonso d'Avis?
Cumprimentos
João
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RE: Dom Afonso, I Duque de Bragança
Caro João Gaspar:
A sua questão é pertinente, mas eu não lhe posso valer uma vez que não sei a resposta.
De qualquer forma e para me elucidar, a vila que refere é Vila Viçosa?
Ainda quanto à sua questão, o que sei é muito pouco e vou expô-lo por partes:
1- O nascimento de D. Afonso, filho do mestre de Avis e de Inês Pires Esteves, ocorreu em Veiros, cerca de 1370 e foi legitimado em 1401, casando-se no mesmo ano, a 8 de Novembro, com D. Beatriz, filha do Condestável D. Nuno Álvares Pereira. Como dote, o Condestável cedeu-lhe o título de Conde Barcelos. É provável que, após a legitimação e antes do casamento com D. Beatriz, fosse designado como D. Afonso d’Avis.
Mas como a sua questão é acerca de Martim Afonso, julgo que esta pessoa não seria D. Afonso, Conde de Barcelos.
2- O primogénito de D. João I e de D. Filipa de Lencastre foi D. Afonso de Portugal (o segundo na série uma vez que o primeira foi do sexo feminino, de seu nome, a Infanta D. Branca), que nasceu a 30-07-1390, em Santarém, tendo sido jurado sucessor do trono, nas Cortes de Évora em 1390-1391. Mas este morreu a 22 de Dezembro de 1400 e os seus restos repousam na Sé de Braga, em túmulo de Bronze mandado fazer na Flandres, por D. Isabel, sua irmã, esposa de Filipe, o Bom.
Assim, a personagem que procura também não será esta.
3- Quanto à possibilidade de Martim Afonso d’Avis ser filho de D. Afonso, Conde Barcelos, assinale-se que este teve três filhos, Isabel, Afonso e Fernando.
3.1- Isabel casou em 1424 com o seu tio, o Infante D. João, filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre.
3.2- Afonso foi Conde de Ourém e Marquês de Valença, o qual teve um filho também chamado Afonso, que foi Bispo de Évora.
3.3- Fernando casou com Joana de Castro em 1429 , foi Conde de Arraiolos, Marquês de Vila Viçosa e 2º Duque de Bragança. Esta é a linha do ducado de Bragança. Entre outros filhos, teve um, chamado Afonso, que foi Conde de Faro.
4- O único Martim Afonso que conheço daquela época é referido como sendo o doutor Martim Afonso, Conselheiro de D. João I, este ainda na condição de regedor e defensor do reino. Era Chanceler-mor do seu governo, o doutor João das Regras.
Martim Afonso seria mais tarde Arcebispo de Braga.
Creio que estas informações são do seu conhecimento.
Para finalizar, é meu entendimento que deverá, prioritariamente explorar a ligação exposta em 3.2 ou mesmo a explanada em 4.
Com os meus cumprimentos.
Júlio Sousa.
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RE: Dom Afonso, I Duque de Bragança
Caro João Gaspar,
Os apelidos não tinham no século XV o mesmo significado que têm hoje e não é por acaso que encontra nos livros de genealogia antigos, vários irmãos, todos eles com “apelidos” diferentes. A tradição na transmissão dos nomes de família não é comparável à que hoje vigora.
Particularmente na Casa Real, não se fazia sequer uso de apelidos. Era o “Infante D. Duarte” ou o “Infante D. Luis” e nunca D. Duarte de Avis ou D. Luis de Portugal. Esse mesmo princípio foi sempre seguido pela Casa de Bragança, como aliás refere D. António Caetano de Sousa na História Genealógica da Casa Real Portugesa: (Tomo VI. pág. 357) “… E assim os filhos e filhas desta Serenissima Casa, à maneira da Real, nunca ajuntárão ao nome proprio appellido algum, como se vê nos Tratados dos Casamentos e outros instrumentos publicos, e nas mercês dos Reys, porque estes nas Cartas e Alvarás os nomeavão sem appellido e sómente pelo seu nome proprio. (…). Os Nobiliarios antigos de Xysto Tavares, Damião de Goes e D. Antoinio de Lima, em nenhuma se achará appellido nos filhos e filhas dos Duques de Bragança” (…)
Relativamente ao "apelido" (que nunca teve nem usou...) de D. Afonso, primeiro duque de Bragança, escreve também D. António Caetano de Sousa (Tomo V, pág. 6):
“Contava o Senhor D. Affonso trinta annos quando ElReu seu pay se deliberou a lhe dar estado, e assim tratou de o casar com D. Brites Pereira (…) por filha unica do Condestavel D. Nuno Alavares Pereira, a quem ElRey já tinha proposto para genro o Infante D. Duarte, successor do Reyno, e elle não por Cortezaõ mas Politico recusou com o justo motivo de estabelecer do seu opulento Estado huma grande Casa. A este fim parece, legitimou ElRey este filho com as clausulas mais relevantes que pode descobrir o amor, a equidade, e estimaçaõ, que fazia delle: foy a Carta passada em Lisboa por Martim Vaz a 20 de Outubro da Era de 1439 que he o ano de Christo 1401: e para advertir que naõ estando ainda este Senhor D. Affonso casado, seu pay lhe chama Conde, dizendo: “O Conde D. Affonso meu filho”, de que se infere que sendo os contratos do casamento posteriores a esta Carta antes de se effeituar o matrimonio ElRey o nomeava pelo Conde D. Affonso, caracter, que devia gozar antes de ser Conde de Barcellos e parece que esta nossa inferencia naõ póde ter duvida pois com a escritura do casamento se verifica porque nella o Condestavel diz estas palavras: “Faço pura doaçom baledoira entre bivos para sempre que nunca possa ser revogada ao Conde Dom Affonso filho de meu senhor ElRey”.
Espero que estas duas transcrições respondam às dúvidas que colocou.
Finalmente, o seu Martim Afonso d' Avis... É contemporâneo do 1º duque ou mais tardio, a avaliar pela composição (extensa) do nome? A ser conteporâneo, o "apelido" (Afonso) não deixa de ser curioso numa época em em que ainda prevalecia a tradição dos patronímicos, ou seja, seria muito provavelmente Afonso o pai desse Martim. Mais curioso ainda é o Avis... Da Ordem? da Vila?... A verdade é que os nobiliários - ao contrário do que se conhece relativamente ao pai e ao avô - não nomeiam quaisquer filhos fora do casamento ao 1º duque de Bragança.
Cumprimentos
José Gomes
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RE: Dom Afonso, I Duque de Bragança
Caro Julio Sousa,
A vila a que me refiro é a Vila de Alhos Vedros, Vila onde o Dom Afonso , tinha o seu Palacio e onde o seu Pai se refugia da Peste, recebendo tambem ai os seus irmãos, e onde foi dada a ordem para a tomada de Ceuta.
O Martim Afonso d'Avis, aparece no inicio de 1600'tos , e é Escrivão do Juizo da India, Mina e Guiné, casa com Dona Mécia de Caceres e possuem importantes Vinculos em Alhos Vedros.
Eu encontrei recentemente a informação deste Martim Afonso e por ter um cargo tão importante, e pelo seu nome , Martim Afonso e por usar o apelido AVIS, despertou a minha curiosidade, desconfiando de uma possivel linha bastarda de Dom Afonso , Duque de Bragança ou de Dom João I. ou ainda de algum dos Filhos da Inclita Geração.
Cumprimentos,
João da Silva Gaspar
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RE: Dom Afonso, I Duque de Bragança
Caro José Gomes,
Estou-lhe muito grato pela sua mensagem e ajuda prestada neste tópico.
O Martim Afonso d'Avis é do fim do seculo XVI inicio de XVII, possue grandes Vinculos na Vila de Alhos Vedros, era Escrivão do Juizo de India, Mina e Guiné e casa ja viuvo com Dona Mécia de Cáceres.
Isto é tudo o que sei sobre este Martim Afonso de Avis. Ora por ter um nome comum na bastardia real, lembre-se dos Chichorros, e por usar Avis como sobrenome, julgo poder ser descendente de algum ramo bastardo de Dom João I ou de Dom Afonso seu filho, ja que na mesma Vila de Alhos Vedros, possuia o Conde Dom Afonso o seu Palacio, tal como os Pereiras familiares do Condestavel possuiam tambem propriedades e oficios na Câmara.
Por ter ficado extremamente curioso sobre este senhor, e por achar mais estranho ainda não existir nenhum estudo sobre este Avis, visto até ocupar um lugar de grande importancia na epoca.
Cumprimentos
joão da Silva Gaspar
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