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«Livros de Genealogia do séc. XVIII (do morgado de Cavaleiros), desaparecidos
Quinta do Furadouro, Caldas da Rainha, dos morgados de Cavaleiros da Casa do Arco em Guimarães»
Caros Confrades
No estudo «Velhas Casas XI – a do Arco na Rua de Santa Maria em Guimarães», da autoria da investigadora Maria Adelaide Pereira de Morais (1), e no subtítulo «Genealogia dos Ferreira de Eça, morgados de Cavaleiros, senhores da Casa do Arco (15??-1817)», esta autora menciona que Manuel Ferreira de Eça (f. 1724), 10º senhor da casa de Cavaleiros, e vários outros morgados, casado em 1683 com Francisca Benta Josefa de Távora, vivia em 1687 na sua QUINTA DOS CAVALEIROS (p. 204), e faleceu a 21-I-1724 na Casa do Arco, em Guimarães, aí “ESCREVENDO COM INDAGAÇÃO E VERDADE FOY MUITO APLICADO AO ESTUDO DA GENEALOGIA” tendo deixado “QUATRO VOLUMES MANUSCRITOS” sob o título «FAMÍLIAS ILUSTRES DE PORTUGAL» que segundo a autora, citando outros autores, estão “hoje de paradeiro incerto” (p. 208).
Ora sucede que em Agosto de 1994, procurando elementos sobre um descendente desta família – D. Diogo José Ferreira de Eça Meneses (1772-1862), 3.º conde da Lousã por casamento, filho do 1.º conde de Cavaleiros – deparei com a magnifica CASA E QUINTA DO FURADOURO, armoriada com uma belíssima pedra de armas com um escudo partido de Ferreira e de Eça (2).
Foi nesta Quinta do Furadouro, não muito longe da Freguesia do Vau, no concelho de Óbidos, que à data era sede da empresa de celulose «CELBI», que faleceu a 13-V-1807 D. Rodrigo de Meneses (f. 1807), 1.º conde de Cavaleiros, amargurado com o destino do país e de sua filha D. Eugénia José de Meneses, cujos rumores a davam grávida do Rei D. João VI.
A casa tem no seu interior um pequeno claustro, certamente resultante da sua reconstrução sobre um antigo convento ligado aos monges das Berlengas (?).
Quando encontrei a citada quinta dos Ferreiras de Eça, a qual posteriormente passou por compra à família Pinto Basto, cheguei à fala com o Sr. Silveira, que penso ser quadro superior da «CELBI», originário de Santarém e então residente nas Caldas da Rainha, o qual se prontificou a mostrar algumas partes mais notáveis da referida casa e a referir-me alguns elementos do historial da mesma propriedade.
Ora sucede que este senhor Silveira contou-me que em obras de recuperação feitas pela «CELBI» tinham sido encontrados, numa parede entaipada da casa, “quatro volumes manuscritos de genealogia” que estavam bem guardados pela empresa. Disse-me ainda que ele próprio tinha verificado haver um livro manuscrito do mesmo tipo e com a mesma caligrafia na biblioteca das Caldas da Rainha.
Os três livros manuscritos que o citado senhor Silveira referiu terem sido encontrados, assim como um outro que ele encontrou na Biblioteca das Caldas, nada mais serão do que os quatro volumes procurados pela investigadora Maria Adelaide Pereira de Morais, e por outros genealogistas…
Muito tempo depois voltei à Biblioteca das Caldas e eu próprio vasculhei a mesma em busca do 4.º livro que me foi referido estar aí, porém sem o menor sucesso.
Quanto à «CELBI» e ao citado senhor Silveira, nunca mais os contactei, até por falta de disponibilidade da minha parte.
Aqui deixo testemunho destas informações para que alguém, com mais disponibilidade e interesse, delas tire proveito para investigação genealógica.
Apenas solicito que tenham a amabilidade de me porem ao corrente se os mesmos livros forem encontrados.
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Notas:
(1) – in ARQUIVO MUNICIPAL ALFREDO PIMENTA – «Boletim de Trabalhos Históricos», vol. XLI, Guimarães, 1990, p. 123-299.
(2) – Talvez a pedra de armas que a mesma autora diz se encontrar perdida depois de ter sido apeada da Quinta de Cavaleiros, na freguesia de S. Martinho do Outeiro, junto a Bagunte, termo de Vila do Conde (p. 158).
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RE: Furadouro » Genealogias
Bastante interessante este tópico que abrio. Haveria que perguntar a algum dos confrades que conheçam de leis se, a empresa CELBI, nao poderia ser demandada por apropriaçao indevida de documentos de interesse historico. Em principio deveria ter posto à disposiçao das autoridades esse acervo e logo discutir a propriedade, que em principio me parece bastante discutivel poder vir a ser da CELBI. Algum descendente desta familia poderia reclamar a propriedade de ditos manuscritos, e se nao ha descendentes/herdeiros desses direitos, a respectiva Secretaria de Estado, deveria reclamar-los...
Salvo melhor parecer legal.-
Fernando de Telde
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