Brasão Episcopal ?
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Brasão Episcopal ?
Caros Confrades
Vi aqui correspondência de um bispo brasileiro, encimada por um brasão esquartelado, tendo em dois quartéis armas de sua família, em outros dois simbolosreligiosos da Igreja Católica e, no lugar de timbre, o chapéu episcopal .
Alguem pode me dizer se há base legal para isto, ou se é mera fantasia ?
Grato
JP Saboia B Mello
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RE: Brasão Episcopal ?
Caro JB
A heráldica eclesiástica rege-se pelas suas regras próprias. Procure o tópico "heraldica episcopal" neste forúm onde deixei mais pistas para quem quer saber mais sobre o tema.
O que descreveu é perfeitamente normal.
Cumprimentos,
Rui Correia
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RE: Brasão Episcopal ?
Caro Confrade
Rui Correa
Agradeço . Devo concluir, então, que brasão episcopal implica em nobilitação pelo Vaticano?
Abraços
Bandeira
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RE: Brasão Episcopal ?
Caro confrade,
De facto, é DIREITO de TODO o clérigo, desde o Padre ao Papa, possuir um brasão. Essas armas seguem uma base idêntica (escudo, chapéu e borlas). O número de borlas e cor do chapéu destinguem qual a dignidade clerical referente à pessoa. A distinção entre Arcebispo e Bispo é feita pela cruz que encima o escudo. A do Bispo terá um braço, a do Arcebispo dois.
O facto de possuirem brasão não confere dignidade nobliárquica, mas sim eclesiástica. Está previsto no Código de Direito Canónico que, à Ordenação, o clérigo prescinde de TODOS os seus títulos nobliárquicos.
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RE: Brasão Episcopal ?
Caro confrade Diogo
Entendi e agradeço. Era chapéu com borlas mesmo, embora dois quartéis contivem armas de famiilia.
No caso nem era própriamente bispo (ainda), mas "administrador episcopal" .
Cordialmente
João pedro
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RE: Brasão Episcopal ?
Caro confrade João,
Usualmente, são escolhidos para administradores episcopais (ou apostólicos, como é mais comum) bispos (auxiliares) de outras dioceses. Um caso recente em Portugal foi o da transferência de D. António Marto para a Diocese de Leiria-Fátima. Deixando de ter dignidade episcopal sobre Viseu, passou a ser administrador apostólico até ser entronizado Bispo de Leiria e de ser escolhido um Bispo para Viseu.
O desenho do brasão fica ao critério de cada bispo. Existe uma academia de heráldica episcopal nos E.U.A. e normativas do Vaticano com algumas regras. É comum utilizar-se parte das armas da família, parte das armas da diocese e imagens alusivas à sua missão. Um padre pode simplesmente adaptar as da família. Recomhendo-lhe um blog muito interessante, de um frei americano que é desenhador e estudiosos da heráldica. Pode visitá-lo em (...). Se houver problemas e o site não aprecer nesta mensagem contacte-me para o e-mail taveira.d@gmail.com .
Se necessitar de qualquer ajuda que tenha a ver com a Igreja Católica estou sempre disponível.
Pax et Bene.
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Bispo-Conde
Caro confrade Diogo
Estive deliciado a ler as suas explicações e conseguiu sintetizar em poucas linhas o que muitos explicam em verdadeiros tratados, o que não é fácil. Obrigado.
Tenho no entanto uma dúvida. Disse que os clérigos prescindem dos seus direitos nobiliarquicos o que é perfeitamente compreensível face à sua missão.
Só que assim como se explica que durante vários séculos os Bispos de Coimbra também fossem Condes de Arganil? Por exemplo o brasão de D. Manuel Correia de Bastos Pina, Bispo-Conde, é um caso que mereceria ser visto pois engloba precisamente essa dupla vertente Bispo e Conde, e provavelmente não será caso único.
Cumprimentos,
Rui Correia
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RE: Bispo-Conde
Caro confrade Rui,
A minha pessoa fica extremamente grata ao ver os seus elogios. A sintese deve-se, em parte, à reduzida informação que possuo.
Existem casos como os bispos de Coimbra, e o do Arcebispo-Príncipe de Salzbourg. E isso é de meu conhecimento. De facto, a única explicação possível para tal acontecimento é que o CDC só preveja essa perda de direitos mais recentemente, o que é compreensível, visto a Igreja ter usufruído de um poder temporal muito grande na Idade Média Alta.
Toda a informação que possuo é por gosto ao saber e à história. Não possuo qualquer formação nestas áreas. E, mais uma vez, fico grato do seu reconhecimento.
Pax et Bene.
Diogo Nuno Taveira Teixeira e SilvaTapada
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RE: Brasão Episcopal ?
Caro Diogo
É sempre interessante encontrar mais um amante da heráldica. E,pelos vistos, com conhecimentos de direio canónico.
Quanto à situação em Portugal, gostaria de lembrar que os Bispos gozam do direito ao tratamento de D., o que é um título nobiliárquico.
Quanto às armas episcopais por vezes, infelizmente, os nossos bispos não recorrem a heraldistas e os resultados não são famosos. Outros casos há, e estou a lembrar-me do actual Cardeal Patriarca de Lisboa, que têm o apoio dos nossos grandes heraldistas e cujas armas são de muito bom desenho. No caso do Senhor Cardeal Patriaraca D. José Policarpo as armas são da autoria de Mestre Benard Guedes.
Refere que todos os sacerdotes têm direito ao uso de armas. Salvo melhor opinião não creio ser essa a tradição em Portugal. É certo que existem, em heráldica, chapéus eclesiásticos que permitem cobrir todas as dignidades. Mas, tradicional e presentemente não creio que os sacerdotes as usem, sendo apanágio quase exclusivo, ao que creio, dos bispos.
Gostei imenso das referências dos sites que indicou e fico-lhe muito grato por tê-los divulgado.
Cumprimentos
João Cordovil Cardoso
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RE: Brasão Episcopal ?
Caro João,
O facto de ser acrescentar Dom antes do nome não refere, na minha opinião, a nenhum título nobiliárquico. No entanto, não é só em Portugal que existe o D. antes do nome.
Realmente, se os bispos recorressem a heraldistas o resultado era mais famoso. Mas falamos de muito dinheiro. Para a ordenação o Bispo necessita de novos paramentos, um anel (oferecido, geralmente, pela diocese), uma cruz e toda a roupa coral (o hábito talar com faixa e o chapéu). Tudo isto, como imaginam, é bastante caro. E o brasão é deixado um pouco de parte.
De facto, é verdade que têm mesmo direito. Agora não implica que o façam. E realmente, podemos falar de um contexto histórico que tenha actuado no sentido de fazer os padres esquecer esse direito. Na instauração da República, os padres sofreram um pouco. E imagino que prescindirem do brasão (algo que os ligaria à monarquia) possa ter sido uma atitude amenizante.
Já agora, aproveito por perguntar: há algum curso de heráldica? Algo como um workshop ou assim?
Pax et Bene
Diogo Nuno Taveira Teixeira e SilvaTapada
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RE: Brasão Episcopal ?
Caro confrade Diogo
Muito lhe agradeço . No caso, o administrador era padre que, pouco após, virou bispo da mesma diocese . Foi meu tio-avô, e achei curioso ver as armas da família naquele tipo de brasão . Fiquei em dúvida sobre se teria implicado em outorga de nobreza pelo Vaticano que, à época, concedia títulos nobilárquicos (daí poderia, também, conceder apenas, ou em conjunto,brasão). ) Atenciosamente,
João Pedro de Saboia Bandeira de Mello Filho
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RE: Brasão Episcopal ?
Caro confrade João Pedro,
Como lhe disse, o brasão é direito de todo o clérigo, e não implicaria, de certo, que fosse sinal da nobreza da pessoa. O Vaticano poderia dar títulos, pois havia terrenos que pertenciam à Igreja. E, como se sabe, grande parte dos terrenos pertenciam à Coroa e à Igreja.
Pax et Bene.
Diogo Nuno Taveira Teixeira e SilvaTapada
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RE: Brasão Episcopal ?
~CAro Conrade
Já agora, quantas borlas tem o chapéu?. E de que cor são?
Cumprimentos
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RE: Brasão Episcopal ?
O Papa continua a conceder títulos, é uma das suas prerrogativas como Soberano, contudo as concessões são actualmente raras e quando concedidas não são objecto de publicidade. O título de Dom aos princípes da Igreja tem efectivamente ( em Portugal ) origem nobiliárquica, pois os Soberanos quiseram equipará-los à alta Nobreza, a tradição manteve-se até hoje!
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RE: Brasão Episcopal ?
Caros confrades,
O chapéu representado nos brasões dos Padre é preto, assim como as borlas, que são em número de uma de cada lado. O escudo é encimado por uma cruz de um braço.
Existem vários títulos após o padre, e antes do bispo, que não sei precisar cores e números de borlas... apesar de saber que diferem.
O chapéu representado nos brasões dos Bispos é verde, assim como as borlas, que são em número de 5 de cada lado, dispostas uma, duas, três.
O chapéu representado nos brasões dos Arcebispos é verde também, assim como as borlas, que são em número de dez de cada lado, dispostas uma, duas, três, quatro. O escudo é encimado de uma cruz de dois braços.
O chapéu presente nos brasões de Cardeais é vermelho, assim como as borlas, que são em número de quinze de cada lado, dispostas uma, duas, três, quatro, cinco.
Em alguns casos, os Paços Episcopais apresentam armas nas suas fachadas somente encimadas por uma mitra, caindo um pálio pelos lados do escudo.
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Acredito, caso Luso, que seja possível que o Papa conceda esses títulos. E lembrei-me que são atribuídos a TODOS os Cardeais... de facto, em vez de título, chama-se uma "diaconia", uma igreja para servir e ser pastor.
Somente os Cardeais são Príncipes da Igreja. E, mais uma vez repito, o Dom colocado antes do nome existe EM bispos de QUALQUER PAÍS. E, como é sabido, esse Dom na nobreza tem muito de Europeu.
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RE: Brasão Episcopal ?
Já agora, aproveito para dizer qual a forma de tratamento a um clérigo:
Padre: -Reverendo (em qualquer trato);
Bispo e Arcebispo: - Excelência (em trato comum); - Vª Excª Reverendíssima (em trato escrito)
Cardeal: - Eminência (em trato comum); - Sua Eminência. [José]o Cardeal da Cruz Policarpo.
Pax et Bene,
Diogo Nuno Taveira Teixeira e SilvaTapada
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RE: Brasão Episcopal ?
Caro Diogo
Dou-lhe um exemplo ( actual) de um título papal concedido a um leigo Português : Conde RIBA DE AVE, se não me engano .
Quanto à forma de tratamento/título de Dom aos príncípes da Igreja, repare que eles só saõ usados pelos espanhóis /américa latina, portugueses e antigas colónias ou italianos oriundos do antigo reino das Duas Sicílias onde, como sabe, reinava um ramo espanhol da dinastia Bourbon .
Saudações
ptp
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RE: Brasão Episcopal ?
Claro que depois em Itália vulgarizou-se esse tratamento de origem , neste caso, espanhola.
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RE: Brasão Episcopal ?
Exmo Senhor
Li recentemente que desde o Papa S. Pio X que não é permitido aos clérigos de grau inferior a bispo o uso de armas assim como qualquer prerrogativa de nobreza civil. Nem mesmo os bispos nos seus escudos deverão colocar (como foi uso durante séculos) um coronel de nobreza sob o chapéu eclesiástico ou usar qualquer tipo de título nobiliárquico. Um exemplo disto é, exactamente, o caso do príncipe-arcebispo de Salzburgo que foi "aconselhado" por Pio XI a renunciar ao título de príncipe. Quanto ao bispo de Coimbra ser também conde de Arganil penso que desde D. João Alves que não se faz uso desta prerrogativa.
Em relação ao tratamento de Dom a que têm direito os bispo, penso que, em tempo de monarquia era porque estes eram equiparados aos condes, logo tinham direito à grandeza, hoje, mais do que um tratamento nobiliárquico este é usado como um distintivo do seu grau, sendo que o tratamento de Monsenhor em Portugal é practicamente inexistente. Seria curioso explicar a certos prelados que o seu Dom é um tratamento nobiliárquico... gostaria de ver a cara de alguns...
Os meus cumprimentos,
Alberto Reis Sapinho
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RE: Brasão Episcopal ?
Caro Alberto
O último Bispo de Coimbra que ainda foi Conde de Arganil (25º) foi D. Ernesto Sena de Oliveira (1948-1967). - e não D. João Alves.
O primeiro a ser Conde foi D. João (VI) Galvão (1460-1481).
Depois de D. Ernesto foram bispos D. Francisco Rendeiro, D. João (X) Saraiva, D. João (XI) Alves e o actual D. Albino Cleto.
Cumprimentos,
Rui Correia
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RE: Brasão Episcopal ?
Alguem pode me dizer se há base legal para isto, ou se é mera fantasia ?
Caro Saboia
Se há fantasia, então tem certamente a ver com um Italiano fantasioso de seu nome rosario poidimani....
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RE: Brasão Episcopal ?
Caros confrades,
como expliquei anteriormente, a base legal sustenta-se no Código de Direito Canónico e em normativas vaticanas. Estes brasões conferem jurisdição sobre uma diocese, uma "terra espiritual".
Pax et Bene,
Diogo Nuno Taveira Teixeira e SilvaTapada
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