Poço das Armas
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Poço das Armas
Caros confrades
Já não há nenhuma dúvida que a batalha de D. Afonso Henriques contra os Mouros se travou em Panoyas.
O Poço das Armas que a tradição fala poderá muito bem ser o local onde o nosso primeiro Rei, não só acampou e falou as gentes de Panoyas, assim como o local onde D. Afonso Henriques teria mandado os seus soldados vitoriosos ( campeadores) colocarem as cinco quinas nos seus escudos !!!
Para assinalar esse facto teria sido fundado um poço e afixado no poço um brasão com uma cabeça representando Jesus Cristo, o poço passou então sempre a ser conhecido até ao início do século passado como o Poço das Armas. Isto sempre foi entendido pela população com sendo relacionado com as armas da vila, mas poderá ser muito mais abrangente e estar relacionado também com as armas de Portugal. Muitos ritos de iniciação aludem a aspectos do nascimento( neste caso seria de Portugal )ao interior da terra como útero da vida, terá isto a ver com alguma simbologia alquimia e haverá alguma relação entre o primeiro poço em Panoyas e o poço iniciático na Quinta da Regaleira em Sintra?
Parece haver mesmo algo que os ligue , assim o poço em Sintra tem uma cruz templária no seu fundo o que testemunha que a sua construção foi de influência templária, enquanto em Panoyas D. Afonso Henrique armou cavaleiros alguns dos seus cavaleiros que foram também eles templários.
Algum dos confrades me sabe dizer o significado do poço na Quinta da Regaleira em Sintra, e se poderá haver alguma ligação entre estes poços?
Cumprimentos
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Emendo: ....armou cavaleiros alguns dos seus soldados que foram também eles templários.
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RE: Poço das Armas
Caros confrades
Desculpem-me mas o caso é muito sério para eu ficar calado.
O Poço das Armas já foi arrasado no início do século passado pela Câmara Municipal de Ourique, desconhecendo eu se houve o cuidado de salvaguardar o que restava do brasão, se tal não foi feito, estamos perante um atentado ao património local, ou mesmo até de identidade Nacional.
Não obstante ao que se passou com o Poço das Armas, ainda recentemente se cometeu um atentado não menos grave ao património heráldico. Ao ser dado de novo à Vila Panoyas, o brasão que tinha perdido aquando da extinção do concelho em 1836, e que era uma brasão de armas em campo azul, dois braços de homem cruzados, com as mãos apontando para cima, um vestido de amarelo e outro de carmim. No meio dos braços, sobre um Sol, uma cabeça de homem com barbas e cabelos compridos representando Jesus Cristo os senhores da heráldica decidiram retirar-lhe a cabeça representando Jesus Cristo, por uma de homem com barbas pretas!!! Apesar da chamada de atenção de alguns elementos da comissão encarregue da restauração do brasão que os alertaram para aquele pormenor, por sempre terem ouvido dizer e que já vinha de tradição que era Cristo que lá estava representado, os responsáveis da heráldica permaneceram irredutíveis na sua posição. Perante tanta insistência dos representantes do povo da Vila de Panoyas, um responsável da heráldica terá afirmado: Não há nenhuma terra em Portugal que tenha um Cristo no seu brasão, logo também a vossa terra o não terá!!!
É impensável que os responsáveis pela heráldica tivessem procedido assim, em vez de se informarem porque é que aquela terra era a única em Portugal que tinha Cristo representado no seu brasão, alteram-lho e puseram em seu lugar uma cabeça de homem com cabelos pretos, imaginem!!!
Ficou assim:
Brasão: escudo de azul, com dois braços de carnação vestidos um de ouro e outro de prata, passados em aspa; em ponto de honra, uma cabeça de homem de carnação, com barba e cabelos de negro sobre nimbo de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: "PANÓIAS - OURIQUE
Está aqui: http://portugal.veraki.pt/freguesias/heraldicaf.php?idfreg=1436&op=OH
Ou menos que se salve o mural de quatro torres !!!
Cumprimentos a todos
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Brasão antigo: "em campo azul, dois braços de homem cruzados, com as mãos apontando para cima, um vestido de amarelo e outro de carmim. No meio dos braços, sobre um Sol, uma cabeça de homem com barbas e cabelos loiros, compridos, representando Jesus Cristo". Assim é que está certo
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RE: Poço das Armas
Caro José Maria
Enquanto aguardo a sua resposta ao "enigma" que um dia me lançou ("a ser verdade muito se falará dessa família aqui") aqui lhe deixo uma pequena nota sobre o Poço da Quinta da Regaleira.
Mas antes lhe digo que ando intrigado se os Senhores de Panoyas dos meus estudos se ligam, e como, à sua Panoyas. A minha intuição leva-me a acreditar mas a prova não está fácil. Eles estariam com D. Afonso Henriques e D. Sancho isso eu sei. Que eles foram templários e mais tarde Cavaleiros da Ordem de Cristo também.
Quanto ao tópico que abriu a compreensão dum possível significado terá que ser vista no contexto da própria Quinta e dos seus proprietários na altura. Existe alguma bibliografia relevante mas para algo rápido talvez chegue o livro de José Manuel Annes - Jardins Iniciáticos da Quinta da Regaleira (Ésquilo) e José Medeiros - Os Caminhos Esotéricos de Portugal (Pergaminho)
A Quinta é cheia de significados e de múltiplos sentidos. Grandiosa e mágica. Esotérica por excelência. E evocativa da grandiosidade de Portugal. Ligações Maçónicas. Culto do Espirito Santo. Culto de Maria.
O Poço seria um local de ritual iniciático ou feito para representar isso. Cheio de simbolismo que resumo assim: "Terás que descer à Terra para te purificares (na base há uma pia baptismal, uma cruz de Cristo - Templária - misturada com uma rosa dos ventos) e depois de percorreres a escuridão (túnel/ignorância) chegarás à luz (conhecimento)."
Se este poço se liga ao outro não sei mas tudo é possível.
Na Regaleira também uma missão maior haveria/haverá. Tudo lá se encontra para quem souber ler.
Saudações fraternas,
Rui Correia
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RE: Poço das Armas
Caro Rui Correia
Obrigado pela bibliografia recomendada acerca da Quinta da Regaleira, estou a tentar adquirir alguns dos exemplares por sim indicados, afim de me ilucidar sobre esta tão complicada teia obcura que envolve a história do nosso país.
Foi muito pertinente a sua intervenção, na medida em que me veio a alertar para a causalidade de os primeiros Senhores de Panoyas, poderem mesmo ser do título de minha terra. Confesso que em tempos ainda ponderei nessa hipótese, mas logo por mim abandonada, na medida em que Panoyas só foi tomada definitivamente aos Mouros no ano de 1245 e só depois doada à Ordem de Santiago, que a passou a administrar. Portanto, dentro deste raciocínio, os primeiros Senhores de Panoyas só o poderiam ser do antigo território assim denominado que abrangia várias localidades, actualmente fazendo parte de Trás-os-Montes.
A partir de agora vou ter em conta que o título também poderá ter sido primeiramente atribuído por D. Afonso Henriques aquando da Batalha de Ourique, a exemplo do que fez com alguns dos seus homens que armou cavaleiros em pleno campo de batalha.
O que era usual para essa época, era conceder-se o Senhorio de uma localidade, e não de uma área territorial, para esta última existiam os tenentes que a administravam. Ora no tempo de D. Afonso Henriques não existia em Portugal nenhuma localidade chamada de Panoyas, para ser concedido o Título de Senhor de Panoyas, existiam sim muitas localidades dentro do então território ou terra de Panoyas, mas nenhuma localidade chamada propriamente de Panoyas!!!!
Essa localidade, segundo a tradição, foi a que D. Afonso Henriques deu mesmo nome aquando se saiu vitorioso da Batalha de Ourique, fica situada no antigo Campo de Ourique e chama-se ainda de Panoyas, cujo Senhorio esteve nas mãos de Tristão da Cunha e de seus sucessores os Condes de São Vicente até à extinção da monarquia.
Será o título Senhor de Panoyas, um só e único título desde D. Afonso Henriques até à extinção da monarquia? Se sim, este título foi concedido por D. Afonso Henriques e tem a ver com a minha terra!
A terra a que a tradição diz, que foi lá travada a Batalha de Ourique.
Cumprimentos
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Caro José
Cada vez mais acho que os meus senhores de Panoyas e os seus são os mesmos.
Tristão da Cunha foi senhor de Gestaçô e Panóias.
Tal como os que estudo e que foram Senhores de Gestaçô e de Panoyas (que é anterior a Afonso Henriques).
Veja por exemplo no NFP (Gaio - Souzas) o Conde D. Mendo de Sousa, o Souzão, "mordomo-mór de el Rei D. Sancho I, o mais honrado e maior fildalgo depois de el-rei" e seu filho D. Rodrigo Mendes de Sousa, Alferes-mór do reino, Senhor de Panoyas ou seu neto D. Mem Garcia de Souza, senhor de Panoyas como seus antepassados.
E foram templários, Mestres e Cavaleiros de Cristo e também de Santiago. Capitães, Governadores e Vice-Reis.
E parentes de D. Afonso III, D. Dinis, D. Pedro e D. Inês. E dos Cunhas. Dos Ataídes. Dos Menezes. Dos Vasconcelos. Dos Melos. Dos Sá. Dos Colonna. Dos Pereira.
Tem pois razão ao dizer que muito se fala(ria) deles...
Saudações
Rui
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RE: Poço das Armas
Caro Rui Correia
Confirmei que os condes de S. Vicente são também eles, Senhores de Panoyas e Gestaçô.
O título de Senhor de Panoyas dado a D. Vataça, Tristão da Cunha e Condes de S. Vicente, é de facto relativo a minha terra, Panoyas-Ourique situada no Baixo Alentejo.
Não compreendo é como os homens que eram o braço direito de D. Afonso Henriques e D. Sancho I, ostentavam já na altura um título de uma terra ainda ocupada pelos Mouros!!!
Seria apenas um título honorífico? Só poderia ser!!!
Se era apenas um título honorífico, isso devia-se a quê? Talvez algum
acontecimento muito importante, com um significado muito especial que a história não registou. Como os Senhores de Panoyas tinham cargos bélicos ligados ao exército poderia também esse titulo ter ficado associado à batalha de Ourique.
A confirmar-se vem reforçar a lenda de Panoyas, que diz, que D. Afonso Henriques depois da batalha, acampou junto do poço das armas e discursando à população anunciou a mudança do nome da povoação para Panoyas, o que até se compreenderia quer pelo uso do título de Senhor de Panoyas, pelos homens que rodeavam de perto D. Afonso Henriques e seu filho D. Sancho, quer pela nacionalidade húngara atribuída a seu pai D. Henrique.
De salientar também que os Senhores de Panoyas além de estarem já com D. Afonso Henriques, estejam depois também com D. João II e Colombo, com D. João IV e finalmente com D. Miguel, aliás com este último rei estavam a apoia-lo em Évora- Monte, além do Senhor de Panoyas, o Comendador de Panoyas e o Alcaide-mór de Panoyas. Sucedeu que depois da convenção foram todos exonerados dos cargos que tinham e por se manterem fiéis à causa de D. Miguel, futuramente se recusaram a aceitar mercês dos soberanos constitucionais.
Torna-se um caso muito curioso para ser investigado com todo o rigor pela comunidade científica.
Saudações fraternas
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Caro José Maria Ferreira,
Tenho o maior interesse em informação relativa ao envolvimento dos Condes de S. Vicente com o Sr. D. Miguel. Caso me possa apontar fontes ou bibliografia, ficaria muito agradecido.
Francisco da Cunha e Távora
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RE: Poço das Armas
Caro Francisco da Cunha e Távora
Tenho poucas referências bibliográficas relativamente ao 8º Conde de S. Vicente Manuel José Carlos da Cunha Silveira e Lorena, essa informação foi de acordo com NPB - Nobreza de Portugal e Brasil -de Afonso Eduardo Martins Zuquete - Pag. 359
Cumprimentos
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Caro José Maria Ferreira,
Agradeço a informação.
Cumprimentos,
Francisco
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RE: Poço das Armas
Caros confrades
Depois do Poço das Armas de Panóias fundado pelos templários ter sido já destruído, depois do brasão da Vila também ter sido já destruído da sua essencia, depois da Vera Cruz, e o alto revelo da Batalha de Ourique oferecido à Vila de Panoyas terem ido parar a Santiago do Cacém, depois da cabeça de S. Fabião ter ido parar a Castro Verde e ser já considerada tesouro da Basílica Real de Castro Verde, não restam dúvidas que a História é feita efectivamente com os vencedores e pelos vencedores, nem que para isso seja necessário desprezar e ignorar os vencidos para sempre!!!
Talvez seja por bem eu lembrar aqui e agora a Princesa D. Vataça, a grande templária que foi Senhora de Panoyas.
Para todos, uma feliz páscoa
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Caro Zé Maria,
Pois é a História é sempre escrita pelos vencedores, ou já viu alguém assumir a derrota?
Ou já leu o relato da derrota de um exército escrito pelo seus comandantes ou quem os representa?
Mas haverá sempre pelo menos um "Zé Maria" para recordar os factos escamoteados e tentar que não nos esqueçamos de determinadas personagens que só aparecem como lendas, para a maioria não acreditar.
Seria muito bom se escrevesse sobre todos os conhecimentos que tem sobre Panoyas e sua história e fosse tentando sempre demontrar a sua veracidade.
Muitas amêndoas, folar e coisas boas próprias de época.
Maria
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RE: Poço das Armas
Caro Senhor Rui Correia, tem mais noticias do "meu" Martim Afonso de Avis?
cumprimentos
João da Silva Gaspar
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RE: Poço das Armas
Cara Maria
Obrigado pelas suas reconfortantes palavras, elas tem um sabor redobrado, quando se está só!!!
"Pois é a História é sempre escrita pelos vencedores, ou já viu alguém assumir a derrota? Ou já leu o relato da derrota de um exército escrito pelo seus comandantes ou quem os representa?"
Iria dizer-lhe que não há regra sem excepção e apresentar-lhe o caso de Colombo que na América depois de ser derrotado por Bobadilha, proclamou ao Mundo que tinha sido uma Vitória sua e de mais doze Apóstolos!!! Só que este exemplo não dá, porque Ele escreveu a história da sua derrota!!!
Portanto, só Colombo no Mundo contrariou a regra da excepção!!!
Enquanto os outros são derrotados e reclamam e escrevem vitória, Colombo reclama Vitória e escreve a história da sua derrota e do seu exército.
Ainda com um sabor amargo e doce
Zé
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RE: Poço das Armas
"Seria muito bom se escrevesse sobre todos os conhecimentos que tem sobre Panoyas e sua história e fosse tentando sempre demonstrar a sua veracidade."
Cara Maria
Seja feita a vossa vontade:
Quando iniciei este tópico, já não tinha nenhuma dúvida de que a batalha de D. Afonso Henriques contra os Mouros se travou em Panoyas.
O Poço das Armas que a tradição fala poderá muito bem ser o local onde o nosso primeiro Rei, não só acampou e falou as gentes de Panoyas, assim como o local onde D. Afonso Henriques teria mandado os seus soldados vitoriosos (campeadores) colocarem as cinco quinas nos seus escudos!!!
Só em PANOYAS D. Afonso Henriques podia ter visto OURIQUE (YAHWEH) a brilhar no CÉU, mais em nenhuma parte do MUNDO isso poderia ter acontecido!!! Nem mesmo na actual localidade Ourique, onde se encontra a sua estátua isso era possível, porque ficava de costas para o Sul (SOL) e voltado para Castro Verde ele só conseguia ver as Brochas!!!
Imaginem D. Afonso Henriques de costas para o SOL, os seus pedreiros templários até tinham o cuidado de fazer sempre uma Porta do Sol nos templos que lhe construíram.
Só no CAMPO sagrado, junto a Panoyas, D. Afonso Henriques conseguiu ver para o Sul, OURIQUE brilhando nos Céu, mostrando seu FILHO pregado na CRUZ com as CINCO CHAGAS. Por isso, depois de vencer a Grande Batalha contra os infiéis, ali mesmo junto de Panoyas ele mesmo mandou os seus campeadores gravarem nos seus escudos as CINCO CHAGAS DE CRISTO, que tivera visto nos Céus, e em memória de seu PAI deu nome aquela terra!!!
D. João II era muito religioso, sempre que visitava Panoyas fazia-o com grande satisfação, a sua última vez não foi excepção, que milagre se teria operado para que o Rei que estava preparando a sua morte ao deixar Panoyas se sentisse tão alegre e bem disposto:
-"E no propio dia que el-rey partio das Alcaçovas na entrada do mes d' Outubro polla menhaã antes que partisse, aprovou pubricamente seu testamento, em que assinaram sete pessoas mais principaes que ahi estavam, antre as quaes foy ho duque e ho senhor Dom Jorge. E acabada a provaçam, em hũa quarta-feira polla menhaã partio e foy dormir a Ferreira, e ao outro dia partio alegre e bem desporto, e por Messagena e Panoyas e os Colos foy suas jornadas atee o sabado que chegou a Monchique."
D. João era um Rei bondoso:
-“Em hũa quinta-feyra d' Endoenças andando el-rey correndo as ygrejas, se pôs hũa molher em joelhos diante dele e chorando muito lhe disse: "Senhor, polo dia que oje he, e aa honrra das cinco chagas de Jesu Christo peço a vossa alteza que aja misericordia comigo"; e el-rey lhe perguntou que era o que queria; disse: "Senhor, meu marido he julgado aa morte, polla morte e paixam de Nosso Senhor lhe perdoay"; e el-rey lhe disse: "Molher, mayor cousa quisera que me pedireys por esse por quem mo podis, eu lhe perdoo livremente", e logo dali lho mandou soltar. De que todos foram muy sastifeitos e ouveram enveja de tam bem feita cousa por ser em tal dia, e por amor de Nosso Senhor Jesu Christo que tantas cousas nos perdoa cada ora.”
D. João II tinha um temperamento franciscano, a tal ponto de uma vez ter preferido a célebre frase "só herdei as estradas de Portugal". O Cristo do Poço das Armas de Panoyas era um Cristo franciscano.
-“Hum Francisco da Cunha das Ilhas Terceiras chegou a elle e disse-lhe, que pollas cinco chagas de Jesu Christo lhe fizesse algũa merce que era fidalgo e muito pobre. E el-rey lhe mandou com muita pressa fazer hum padram de trinta mil reaes de tença e o assinou, e disse-lhe que tomasse a prata que na casa estava que nam tinha ja que lhe dar; e em o outro se saindo disse el-rey: "Ja posso agora ysto descubrir, nunca em minha vida me pediram cousa aa honrra das cinco chagas que nam fizesse".
D. João II como crente que era do Culto do Espírito Santo, repreende o Bispo do Algarve, que era contra o Rei e muito submisso a Roma e ao Papa.
-“O bispo do Algarve Dom Joam Camelo que com elle estava sendo muyto bom homem, muy liberal e gastador era avido por mao clerigo e nunca dizia missa nem entendia en oficios divinos, e el-rey o tinha disso reprendido algũas vezes e era delle por ysso descontente; e estando nesta derradeira hora lhe disse: "Bispo, eu vou muy carregado de vós; por amor de mi vivey daqui avante bem e a serviço de Deos e dai-me vossa fee de o fazerdes assi"; e ho bispo lha deu, e elle lhe tomou a mão de ho cumprir. E dando-lhe a assinar hum padrão de certa renda que deyxou a Dona Ana de Mendoça mãy do senhor Dom Jorge seu filho, tendo a pena na mão pera o assinar, a deyxou cayr e começou de chorar muito, e porque o confortavam disse: "Nam me conforteis que eu fuy tam mao bicho que nunca me acenaram que nam mordesse", e com muitas lagrimas o assinou; e porque lhe falavam por alteza como soyam disse: "Nam me chameys alteza que nam sam senam hum saco de terra e de bichos". Hum Francisco da Cunha das Ilhas Terceiras chegou a elle e disse-lhe, que pollas cinco chagas de Jesu Christo lhe fizesse algũa merce que era fidalgo e muito pobre. E el-rey lhe mandou com muita pressa fazer hum padram de trinta mil reaes de tença e o assinou, e disse-lhe que tomasse a prata que na casa estava que nam tinha ja que lhe dar; e em o outro se saindo disse el-rey: "Ja posso agora ysto descubrir, nunca em minha vida me pediram cousa aa honrra das cinco chagas que nam fizesse". Mandou saber em que ponto estava a maree, e dando-lhe a reposta disse: "Daqui duas oras me finarey" e assi foy.”
D. João, foi morrer o mais possível a Sol, numa aldeia d` ALVORda: a Luz que se vai alvorar. ( ir-se embora)
-“E a mea-noite foy o corpo d' el-rey levado em hũa tumba cuberta de veludo preto, e encima hũa cruz de damasco branco, posto en cima de hũa azemala cuberta com hum grande reposteyro de veludo preto com muitas tochas aa See de Silves com muita tristeza e muyto grandes prantos dos senhores, e fidalgos, cavaleyros, e povos que ali eram e acompanhavam. E foy soterrado na ygreja mayor onde jouve com esperança de milagres que Nosso Senhor por elle fazia. E dahi foy depois levado ao Moesteiro da Batalha per el-rey Dom Manoel que santa gloria aja com muita infinda honrra, e acatamento, e grande solenidade onde ora jaz seu corpo, onde tem muytos por fee que tem feytos muitos milagres, e em seu corpo por hũa buraca que tem na sepultura se tocam muitas cousas e se levam por reliquias de santo”
D. João II, como 13º Rei de Portugal, só CRISTOVÃO COLOMBO que leva Cristo seria digno de ser o seu sucessor no Mundo: Ele era o seu único filho, Universal herdeiro.
-“El-rey faleceo sem pay, nem mãy, sem filho nem filha, sem yrmão nem yrmaã e ainda com muito poucos, fora de Portugal no reyno do Algarve em Alvor muyto pequeno lugar. E sendo assi na morte tam soo, foy de todos tam sentido, tam chorado, com tamanhos doridos e pubricos prantos, que mais nam podera ser sendo muy acompanhado. E todo o reyno foy vestido de burel, almafega, e vaso, com tamanho nojo e tristeza, que ha cidade de Lisboa alem dos grandes e solemnes saymentos que polla sua alma fez, mandou apregoar que nenhum barbeiro fizesse barba nem cabello dahi a seis meses sob muy graves penas e assi se comprio muy inteiramente o que nunca se vio nem leo que por outro rey se fizesse. E tambem em outras cidades se fez ysso muito bem com muy grande sentimento, que aynda que el-rey fosse só de parentes o acompanhavam muitas e grandes vertudes, grandezas, e grande esforço, e muitas perfeyções que nelle avia.
E porque Nosso Senhor Jesu Christo sempre dá seus galardões e grandissimas merces e acostumadas misericordias conformes aos serviços que lhe fezeram, e aos corações, vontades, e tenções com que forem feytos, manifestamente ho quis agora manifestar naquesta morte d' el-rey como elle em sua vida per desejo, per devisa, per obras manifestava. E porque sempre seus pensamentos e cuidados eram em servir a Deos e comprir seus mandamentos com grande fervor de fee, esperança, e caridade e em amar muito seus povos, que pola ley e pollos seus dezia que derramaria seu sangue como pelicano por seus filhos, Jesu Christo Nosso Senhor verdadeyro pelicano lho quis altamente pagar naquesa mesma moeda; que pola grande devaçam e contriçam que el-rey tinha se lembrou tanto de sua alma a ora de sua morte que acabou tam santamente que he avido por santo. E pollo muyto grande bem que a seus povos queria, ficou a todos em geral hum tam grandissimo amor a sua alma, e sua memoria, sua vida, e seus feitos que pera sempre sera desejado, louvado, muyto bem quisto, e de muy honrrada fama.
Que desta maneira sabe Nosso Senhor pagar os serviços que lhe fazem; e a outros que o servem por cousas vaãs deste mundo, nele lhe daa prosperidades, senhorios, e riquezas, honrras, poderes e mandos, saude, muytos prazeres, e muita pompa mundana. E por ysso veja cada hum da maneira que o serve, que da sorte que servir daquessa lhe pagaraa. Porque daa aos que deve, perdoa a quem tem rezão, reparte muyto por muitos, daa sempre sem lhe mingoar, por conhecer bem a todos não pode ser enganado, aos bons daa galardão, aos maos castiguo e pena. Nam olha altos nem bayxos senam quem tem mais virtudes, o que ha-de dar daa logo sem muito ser requerido; faz pouco por aderencias nem emportunações. Como qualquer peccador brada por ele lhe acode; estaa c' os braços abertos pera todos recolher. Cheo de misericordia, de verdade, de justiça, de constancia, sem mudar-se de fazer bem e nam mal, de graça, consolaçam, de piadade, humildade, de saude, de conselho, de amor, de caridade, de castidade, e de paz, de verdadeyra esperança; e daa gloria pera sempre, e tambem pena eternal.”
Considerado por uns como um Tirano e por outros como um Santo, D. João II dividiu o Mundo em duas partes, uma para o Bem outra para o Mal. A parte do Bem entregou a Colombo, e a parte do Mal ficou para si, o qual deu luta até a sua Morte!!!
Morreu D. João, e logo o Mal venceu e tomou conta do Mundo!!!
D. João II foi enterrado na Sé de Silves mas o seu corpo não se corrompeu, mesmo tendo levado cal. O seu corpo foi depois transladado para o Mosteiro de Nossa Senhora da Vitória da Batalha.
D. João II foi mandado desenterrar novamente por El-Rei D. Sebastião, pois este tinha por ele uma grande admiração e estima.
D. Sebastião no ano de 1570 visitou o Mosteiro da Batalha e manda abrir a sepultura de D. João II, o cadáver ainda estava incorrupto e as próprias vestes não mostravam que já haviam decorrido setenta e cinco anos sobre o seu enterramento. Contemplou-o D. Sebastião em silêncio, num misto de temor e admiração, depois ordena que o ergam ao alto, toma a própria espada do morto e mete-lha na mão. ESTE FOI O MELHOR OFICIAL, QUE HOUVE NO NOSSO OFÍCIO - Proclama o Rei Dom Sebastião para os que o cercam, e diz ao Duque de Aveiro D. Jorge de Lencastre que beije a mão do seu bisavô.
O MEU REI! Exclama ainda Dom Sebastião, enquanto o cadáver voltava para a tranquilidade do túmulo.
-D. João II foi ainda mandado desenterrar por Napoleão, os franceses aquando das invasões napoleónicas, já queriam saber o mistério que se passou com os descobrimentos portugueses eles não compreendiam como Portugal um país tão pequeno tivesse dominado o Mundo.
Vai daí chegaram mesmo a profanar a sepultura de D. João II, CUJO CORPO SE DIZIA QUE AINDA SE ENCONTRAVA INCORRUPTO.
Os soldados de Napoleão depois de violarem o túmulo atiraram o corpo ainda mumificado de D. João II para um entulho tendo sido depois recolhido por mãos piedosas e guardado num grande caixão preto até 1901, ano em que foi transladado para a capela do Fundador onde repousa para a eternidade!!!
Tal como agora já nessa altura os franceses queriam saber o mistério à volta de D. João II e D. Diogo, chegando mesmo a ocupar alguns lugares sagrados dos homens de Panoyas, tal como o antigo Mosteiro de Santos onde ainda hoje ostentam a sua bandeira!
D. João II foi o Rei dos segredos que dominavam o Mundo, mas houve um “muito especial” que ele só revelou quando estava a morrer. "JÁ POSSO AGORA YSTO DESCUBRIR, NUNCA EM MINHA VIDA ME PEDIRAM COUSA AA HONRA DAS CINCO CHAGAS QUE NAM FIZESSE.”
D. João II era um Iluminado que professava o Culto do Espírito Santo introduzido em Portugal por D. Afonso Henriques, e quando ele diz:
“AA HONRA DAS CINCO CHAGAS” D. João está a referir-se à honra de D. Afonso Henriques, que na Batalha travada em Panoyas contra os Mouros, viu Ourique (YAHWEH) brilhar nos Céus com o seu Filho crucificado na Cruz, e que profetizou que de sua linhagem sairia um Imperador. D. João, como Iluminado, era conhecedor da verdadeira profecia de D. Afonso Henriques.
D. João, 13º terceiro Rei de Portugal, tudo fez para honrar a memória de D. Afonso Henriques, nem que para isso tivesse de renascer Cristo e levá-lo de novo a todo Mundo.
Saúdo-a, Maria.
Zé
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RE: Poço das Armas
Caro Rui Correia
"Quem defende a verdade nunca está Só!"
O que é a Verdade? Alguém me saberá dizer o que é a Verdade?
O que é verdade para uns, pode ser mentira para outros. O que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira. Só é Verdade aquilo que foi, é e será, logo a Verdade só poderá ser um SER imutável e não individual.
Logo queiramos, ou não queiramos temos que nos interrogar sobre a existência de Deus. Será que Deus está comigo?
Um abraço tamanho deste Mundo.
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Caros confrades
D. João II, na hora da sua morte revelou um dos seus segredos mais bem guardados:"JÁ POSSO AGORA YSTO DESCUBRIR, NUNCA EM MINHA VIDA ME PEDIRAM COUSA AA HONRA DAS CINCO CHAGAS QUE NAM FIZESSE.” este segredo só foi revelado aos fidalgos que o acompanhavam na sua derradeira despedida, depois de esperar que saísse da câmara um fidalgo pobre ao qual acabara de fazer mercê de um padrão de 30.000 reais. Esta afirmação do Príncipe Perfeito vem comprovar que nem os próprios fidalgos que o acompanhavam, sabiam de todos os seus segredos.
As chagas de Cristo estão associadas à Batalha, que D. Afonso Henriques travou em Panoyas do Campo de Ourique, marcado pelas cinco chagas, Jesus Cristo aparece ao nosso primeiro Rei numa promessa de protecção ao Reino e anunciando a fundação de um Império em Cristo. Depois de uma Vitória retumbante sobre os infiéis D. Afonso Henriques manda gravar sobre a cruz do brasão de armas dos escudos de seus soldados, as cinco quinas simbolizando as cinco chagas de Cristo, que lhe provocaram a morte na Cruz. Quina significa morte, ainda presentemente nos falares das gentes de Panoyas, quinar é sinónimo de morrer, cinco quinas em cruz significaria então as cinco chagas que provocaram a morte de Jesus Cristo, na Cruz.
D. Afonso manda gravar cinco quinas, três delas levantadas simbolizando vitória, mas duas delas, a da direita e da esquerda ficam deitadas, como que assinalando também uma derrota, então a Vitória só estaria completa quando se cumprisse com a promessa profética: -A fundação de um Império em Cristo!!! Também simbolizada com no brasão de Cristo no Poço das Armas em Panoyas.
No ano de 1481/1482 reúnem-se as Cortes na cidade de Évora, o clima religioso de então era muito intenso, por todo o país e muito principalmente no Sul, os franciscanos e paulistas, anunciavam para breve a vinda do Salvador. D. João preparava algo muito misterioso“ E posto que segundo dicto de Nosso Remydor Jezu Christo nom viemos pera quebrandar as leis nem o que devemos mas ante pera o muy inteiramente cumprir…que Deus por clemência sempre prospere de bem em melhor a seu santo serviço e a conservaçom e acrecentamento destes nossos Regnos e dos súbditos e naturaees delles. Chamamos a estas cortes jeeraees as cidades villas e lugares dos ditos nosos Regnos pera nos com deliberado conselho apontarem aquellas couzas que sentissem por serviço de Deus e nosso”
D. João II em 1482, diz que não faz nenhum sentido ter as duas quinas deitadas, porque a Batalha de Ourique não se tratou de nenhuma derrota, mas sim de uma Vitória, em 1485 chega mesma a decretar duas alterações à bandeira; as duas quinas deitadas, são “alevantadas” e a cruz de Avis é retirada. O que se teria passado entretanto naqueles três anos para que D. João II fizesse aquelas alterações à bandeira? O facto mais relevante que marcou aquele período foi a morte simbólica do Duque de Beja ás mãos do próprio Rei D. João II, “ E esteve assi morto secretamente sem se ouvir rumor nem cousa algũa até que el-rey mandou cerrar as portas da villa e poer nellas grandes guardas e mandar muita gente por fora da villa guardar os caminhos e mandar em Setuvel preguoar grandes e temerosos preguões e fazer muytas e grandes deligencias pera se averem os outros todos da conjuraçam “ e secretamente também o seu coroamento como Imperador Divino, para que finalmente se cumprisse Ourique.
Este Imperador Divino vai lutar por um Império em Cristo, em Espanha conferencia durante 7 anos para convencer a ilustre nobreza espanhola e os Reis Católicos a apoiar a sua missão ao Novo Mundo. Conhecido mundialmente como Colombo, em Espanha para fugir a Inquisição usava o pseudónimo de Colón e um brasão de armas que tinha as cinco quinas de Portugal convertidas em cinco âncoras levantadas, como sinal da sua Fé, num Mundo Novo.
Com os espanhóis a reprimirem o seu projecto e a controlar as Índias, e em Portugal D. Manuel a perseguir os judeus, alumiados, religiosos franciscanos e paulistas que fogem para o Brasil, Índia e todo o Oriente Português, Colombo é finalmente vencido nas terras da América por Bobadilha, humilhado e julgado é trazido preso e apresentado aos Reis espanhóis. Colombo depois de vencido por Bobadilha, mudou a posição das âncoras do seu brasão para a posição horizontal, isto é; deitadas, como sinal da sua derrota.
Tal como D. Afonso Henrique que só considerou Vitória quando o Imperador de sua linhagem viesse ao Mundo, também o Imperador que veio ao Mundo, só considerou Vitória quando o Mundo voltar a ter Fé, nesse dia, Colombo levantara de novo as suas âncoras como sinal de Vitória.
Saudações fraternas
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Dedico esta anterior mensagem à minha sobrinha Milene que está em Lua-de-mel nas Maldivas.
Milene, desejo que sejas muito feliz pela vida fora, começando por essas terras que também quiseram abraçar a Verdade que é Nosso Senhor Jesus Cristo e à qual os portugueses levaram a coroa de espinhos e as chagas como brasão, brasão esse que nasceu em Panoyas, na terra de teus avós!!!
Tu, para mim, continuas a ser a Rainha das Maldivas!!!
Um grande abraço para ti e para o Rui, que sejam muito felizes!
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RE: Poço das Armas
Caros Confrades
Como se alevantaram as armas no Céu de Portugal.
Nasceram no Poço em Panoyas e levantaram-se em Palomela no contraforte da Serra do Divino e da Virgindade.
Assim, como a água que nascia do Poço das Armas corria contra a Arrábida, pelo Sado, único rio que corre do Sol para a Noite, também a pombinha voou do cimo da cabeça de S. Fabião em Panoyas e seguindo essa Água da Vida foi pousar na noite do Sacrifício de S. João Baptista, em Palomela (Pombinha) para elevar nos Céus as Armas de Portugal.
Agora digam que não há Milagres!!!
Eram a estes Milagres que se referia D. Jorge de Lencastre, Mestre da Ordem de Santiago quando visitou Panoyas e mandou que se conservassem as relíquias de São Romão e São Fabião, no Sacrário da Igreja Matriz de S. Pedro Príncipe dos Apóstollos “As quaes relliquias sam de muita devoção e de mujtos mjlagres e amdam pellas maãos de leigos o que nam deuemos consentir E portanto que estejam no dito sacrario e daly se tiraram e amostrarão quando for necessário.. “
Saúdo-vos
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Caros confrades
Digam qualquer coisa!
Não acham que os Espanhóis têm que engolir a Palomela?
"A Castilla y a León, Nuevo Mundo dio Colón"
Espanhóis convençam-se, não há nenhum crime perfeito!
DEUS ESCREVE DIREITO POR LINHAS TORTAS.
Saudações fraternas
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Caros confrades
O Espírito Santo partiu de Panoyas, pairou no Vale do Sado e levantou contra a Serra da Arrábida para ser empurrado pelos ventos para os Céus de Espanha.
Enquanto o Espirito Santo ía pelo Ar, por Terra seguia um pobre homem que caminhava desde a Arrábida até á Andaluzia, privado de tudo, morrendo de fome, ele foi bater à porta de um convento de franciscanos dedicado a Santa Maria da Arrábida e pediu como esmola um pouco de pão e de água para seu pobre filho e para si.
O guardião do convento, Juan Perez de Marchena, concedeu hospitalidade ao desventurado viajante e o interrogou. Surpreendido pela nobreza da sua linguagem, o bom padre ficou ainda mais maravilhado pela audácia de suas ideias, pois o pobre homem deu-lhe a conhecer as suas aspirações. Durante vários meses o marinheiro errante permaneceu naquele convento hospitaleiro.
Como vêem ele foi da Arrábida sem sair da Arrábida, quem é que é capaz de fazer isso, a não ser Espírito. Neste caso só pode ser um Espirito Santo, porque Ele nasceu na Serra do Divino, aquela a que os gregos paiones chamavam de septosbriga e da qual avistavam Paiones (Panoyas). Aquela Serra da Arrábida é mesmo divina não é? E além de Divina, aquela Virgindade impar na Europa? É a Serra de Deus, ou do seu número da perfeição, o 7, talvez por Colombo lá ter nascido, Ele evocasse muitas vezes o número da sua Virgem Mãe!!!
Saudações
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Caros confrades
Eu acho que os espanhóis vão ficar para sempre com a pequena Paloma atravessada na garganta.
Espanhóis! podem já começar a derrubar as estátuas ao homem, porque ele não foi um homem, Ele foi o Espírito Santo que navegava sobre as águas.
Saúdo-vos
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Caro Ze Maria,
um pequeno esclarecimento se me permite, os Condes de S. Vicente eram senhores de Panoias perto da cidade de Braga no norte de Portugal.
Nao existe ligacao a Panoyas no Alentejo. As propriedades da casa S. Vicente no Alentejo localizavam-se perto da fronteira com a Espanha.
Com os melhores cumprimentos,
Ncl23
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RE: Poço das Armas
Bom dia.
Há aqui um lapso.
Os condes de São Vicente foram senhores de Panoias, localizada nas terras do actual concelho de Vila Real.
O mapa visivel no link abaixo permite uma boa percepção da localização dos senhorios de Gestaçô e de Panoias.
http://www.fl.ul.pt/unidades/centros/c_historia/Biblioteca/IV/VI-%20A%20propriedade%20das%20Ordens%20Militares.pdf
Cumprimentos,
MS
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RE: Poço das Armas
Caro confrade
....E atendendo ao que o suplicante representou como may e tutora de seu filho Manuel José Carlos da Cunha Siveira de Lourena, e em verificação da segunda vida concedida a seu avó, o Conde [de S. Miguel] Manuel Carlos da Cunha e Silveira, no mesmo título e nos bens da coroa e Ordens, tença e juros da mesma coroa que lhe pertence por sentença do Juízo das Justificações do Reino, há por bem fazer-lhe mercê do titulo de conde de S. Vicente, dos Senhorios dos concelhos de Gestaçô e Panoyas, e do Reguengo da Povoa de El-Rei, Villa Franca e Bauça, das comendas de Nossa Senhora da Assunção da Vila da Azambuja, dos dizimos do Paul da Golegam, au Braço de Prata, de São João Seixas e Lanhellas, de Nossa Senhora do Castelejo, de S. Romão de Edal, e de S. Martinho de Moreira, e da Alcaidaria-mór de Penna Garcia, todas na Ordem de Cristo, e da comenda de Elvas da Ordem de Santiago da Espada, com apréstimos de Alhos Vedros...
Lx. 6 de Dezembro de 1821
Dom Miguel José da Camara Maldonado
..............
Ora os concelhos existentes em 1821 eram o de Gestacô em Trás-os-Montes e o de Panoyas no Campo de Ourique. Não havia outro concelho de Panoyas em nenhuma outra parte de Portugal!!! E quem o mandou escrever foi Dom Miguel José da Camara Maldonado, que conhecia muito bem a Vila e concelho de Panoyas, pois tinha lá a sua ascendência, e ainda moradas de casas, onde passava algum dos seus tempos, como o era também Morgado de Panoyas. Ele como chanceller-mór do Reino sabia o que mandava escrever, para depois assinar.
Panoyas vem muito de trás, vem até muito antes da formação do Reino de Portugal!!!
Cumprimentos
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Caro confrade
Obrigado pelo vosso esclarecimento. No entanto talvez seja mais explícito a carta de mercê, onde o Rei lhe concede os respectivo Senhorio de Panoyas:
....E atendendo ao que o suplicante representou como may e tutora de seu filho Manuel José Carlos da Cunha Silveira de Lourena, e em verificação da segunda vida concedida a seu avó, o Conde [de S. Miguel] Manuel Carlos da Cunha e Silveira, no mesmo título e nos bens da coroa e Ordens, tença e juros da mesma coroa que lhe pertence por sentença do Juízo das Justificações do Reino, há por bem fazer-lhe mercê do titulo de conde de S. Vicente, dos Senhorios dos concelhos de Gestaçô e Panoyas, e do Reguengo da Povoa de El-Rei, Villa Franca e Bauça, das comendas de Nossa Senhora da Assunção da Vila da Azambuja, dos dizimos do Paul da Golegam, au Braço de Prata, de São João Seixas e Lanhellas, de Nossa Senhora do Castelejo, de S. Romão de Edal, e de S. Martinho de Moreira, e da Alcaidaria-mór de Penna Garcia, todas na Ordem de Cristo, e da comenda de Elvas da Ordem de Santiago da Espada, com apréstimos de Alhos Vedros...
Lx. 6 de Dezembro de 1821
Dom Miguel José da Camara Maldonado
..............
Ora os concelhos onde foi feita mercê dos Senhorios ao Conde de S. Vicente no ano de 1821 eram o de Gestaçô, situado no actual concelho de Amarante e o de Panoyas no Campo de Ourique. Não havia outro concelho de Panoyas em nenhuma outra parte de Portugal!!! E quem o mandou escrever foi Dom Miguel José da Câmara Maldonado, que conhecia muito bem a Vila e concelho de Panoyas, pois tinha lá a sua ascendência, e ainda moradias de casas, onde passava algum dos seus tempos, como o era também Morgado de Panoyas. Ele como chanceller-mór do Reino sabia o que mandava escrever, para depois assinar.
Panoyas de Braga é muito antiga, mas Panoyas do Campo de Ourique vem muito de trás, vem até muito antes da formação do Reino de Portugal!!!
Cumprimentos
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
A Vila de Panoias (a do Norte de Portugal) foi doada (como se ve em baixo) a Pero Lourenço de Távora em 1401.
Por carta de 21 de Outubro de 1401, o Rei D. João I doou as vilas de Mirandela, Alfândega da Fé, Mogadouro, Panoias e outras a Pero Lourenço de Távora (dos primeiros a reconhecer o Mestre de Avis como Rei, participou na conquista de Ceuta em 1415); (Fonte: SALES, Padre Ernesto Augusto Pereira de – Mirandela Apontamentos Históricos, Bragança: Junta Distrital de Bragança, 1970, vol. I, p. 138-139.)
Por varias voltas e reviravoltas o Senhorio da Vila de Panoias (do Norte) foi parar aos condes de S. Vicente. (descendentes do primeiro e do terceiro Marquez de Tavora), foram estes condes os ultimos proprietarios do Morgado de Tavora (tomaram posse em 1768, por via legal depois de resolucao de um contencioso no tribunal).
(para referencia os quartos Marqueses de Tavora e filhos foram assassinados por ordem do Marquez de Pombal, por isso nao existem descendentes). O julgamento foi considerado nulo, nem foram apresentadas provas incriminatorias, por isso usei a palavra "assassinados".
Os condes de S. Vicente, viram-se obrigados por lei a mudar o seu apelido de "Cunha e Tavora" para "Cunha Silveira e Lorena", o qual ainda hoje se mantem.
O apelido "Lourena" nao tem qualquer ligacao com esta familia. Nem sei se existe.
Existem outras Panoias em Portugal, uma pelo menos do tempo dos Romanos, perto de Vila Real, que por curiosidade se fundou com o nome de Vila Real de Panoias.
Existem tambem Panoias no Concelho da Guarda, e Panoias no Concelho de Braga, datas de fundacao? Nao sei, nao tive tempo de descobrir.
Sao senhores de Bouca, a terra que menciona "Bauca" nao sei se existe nem onde fica.
Com os melhores cumprimentos,
Ncl23
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RE: Poço das Armas
Caro confrade
Não terá a fazer confusão entre Pena Roias e Panoias? Os Marqueses de Távora foram sim Senhores de Penas Roias!!!
Em 1401 não havia nenhuma Vila de Panoias no norte, havia sim a freguesia de Panóias no concelho de Braga e freguesia de Panoias no concelho da Guarda, a única Vila com sede de concelho que havia nessa altura e sempre desde a fundação de Portugal, foi Panoyas no Campo de Ourique. Perto de Vila Real de Trás-os-Montes nunca houve uma localidade chamada Panóias, mas sim um território (região) chamada de Terra de Panoias, ou simplesmente Panoias onde se situavam várias povoações entre outras: Murça, Constantim, e a própria Vila Real que por ficarem neste território se chamavam também de Murça de Panoias, Constantim de Panoias e Vila Real de Panoias, etc, etc.
Não foi por acaso que os descendentes dos Távoras do Mogadouro de que fala, foram parar também a Panoyas do Campo de Ourique e lá constatei morarem desde Álvaro Pires de Távora, filho de Frei Luís de Távora, até ao último Conde de S. Miguel!!!
Mas estes Távora de Panoyas que detinham o condado de S. Miguel, ao contrário dos outros Távoras, não foram perseguidos pelo Marquês de Pombal e foram os únicos que não lhe foram mandado picar as suas armas!!! Eram Maltezes, isto é da Ordem de Malta, antiga Ordem do Espirital de São João Baptista!!!
Laurena era a forma antiga de Lorena e Bouca de Bouça (actual Bouças que fica situada no Porto) e assim mesmo constam no documento original.
Com os meus melhores cumprimentos
Zé Maria
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RE: Poço das Armas
Os condes de São Vicente foram senhores de Gestaçô e de Panoias por herança Cunha e não Távora. Panoias e Gestaçô ambas terras no norte de Portugal foram senhorios dos Cunhas, pelo menos, desde Tristão da Cunha, navegador e embaixador de D. Manuel I ao Papa.
A Casa São Vicente, de varonia Távora, mudou este apelido para Lorena quando da proibição do uso do nome Távora, na pessoa do 7ª conde de São Vicente, filho da condessa D. Luisa de Lorena, filha esta do duque de Cadaval D. Jaime e de sua mulher a duquesa Henriqueta de Lorena, mademoiselle de Braine. Nunca em situação alguma usaram o apelido sob a forma "Lourena" ou "Laurena", o que só pode resultar de erro de escrita ou de leitura.
Os condes de São Miguel tinham a varonia Botelho e não Távora, embora usassem o nome por via feminina, de ligação afastada ao tronco dos Távoras. Tiveram foi de deixar cair este último apelido. Aliás o mesmo aconteceu a outras famílias como os Meneses e Távora, senhores da Caparica (varonia Meneses) e os Lancastres e Távora, marqueses de Abrantes, ou os Silveira e Távora (Sarzedas) que também deixaram cair o nome Távora. Só recentemente os Abrantes e um dos ramos dos São Vicente voltou a usar o nome da varonia: Távora.
O facto dos condes de São Miguel não terem sido envolvidos no processo dos Távoras, não tem nada, rigorosamente nada, a ver com a posse de comendas maltesas mas apenas com o facto do conde de São Miguel naquela data não ter nada a ver com o atentado a D. José, nem sequer ser parente próximo dos implicados duque de Aveiro, condes de Atouguia e marqueses de Távora.
Os condes de São Vicente, que eram os parentes mais próximos dos marqueses de Távora, também não foram incomodados pelo marquês de Pombal e, como chefes da linha masculina dos Távoras, vieram a herdar os bens de morgadio, após o suplício dos marqueses de Távora.
Cumprimentos,
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RE: Poço das Armas
Caro confrade
Eu El Rey faço saber aos que este alvará virem que por parte do conde de S. Vicente Manoel Carlos da Cunha, lhe foi apresentada a portaria de theor seguinte: por decreto de Sua Alteza Rial de 23 de Junho de 1811, o Principe Regente Nosso Senhor, havendo-lhe representado a Condeça de S. Vicente Dona Izabel Fausta Candida José de Mello, como May e Tutora de seu filho Manoel Jozé Carlos da Cunha Silveira de Lourena,(sic) sucessor e herdeiro de seu pay.....
Os condes de São Vicente foram senhores de Gestaçô e de Panoias por herança Cunha e não Távora.
Qual Panoias?
Tristão da Cunha foi Senhor de Panoyas, administrador das Comendas de Ourique e Panoyas do Campo de Ourique.
Eu não vejo em Portugal nenhuma outra Vila de Panoyas, que não a do Campo de Ourique.
Os meus cumprimentos
Zé Maria
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Poço das Armas
Caros confrades
Primeiro convém realçar que a Batalha de Ourique é um mito ou uma lenda, sustentada apenas por um documento, uma inquirição onde um inquirido diz que quando foi a Batalha de Ourique tinha vinte anos. E sempre foi tradição entre os campaniços da antiga Comarca do Campo de Ourique, que tinha sido travada nos seus campos e assim passou de pais para filhos e netos pelos tempos fora! Ora sucede que na antiga vila de Panoias do Campo de Ourique era tradição entre o povo que a Batalha se tinha travado nos seus campos em redor e que depois da Batalha D. Afonso Henriques com o seus homens assentou campo junto da localidade e que discursou à população e mudou o nome da terra para Panoias (Panonias em latim, como ainda consta em certos mapas antigos). Sendo assim estaria a dar ou a repor o nome da terra donde era natural o seu pai!!! Camões e os portugueses anteriores a ele também o faziam Húngaro:
...
"Olha estoutra bandeira, e vê pintado
O grã progenitor dos Reis primeiros.
Nós Úngaro o fazemos, porém nado
Crêem ser em Lotaríngia os estrangeiros.
Depois de ter com os Mouros superado,
Galegos e Leoneses cavaleiros,
A casa Santa passa o santo Henrique,
Por que o tronco dos Reis se santifique."
Ora sucede que no tempo de D. Sebastião este rei queria que se achasse o lugar e se fizesse monumento comemorativo a tal facto, o lugar certo da Batalha ainda era ignorado, o Rei andou pela Comarca do Campo de Ourique foi a Castro Verde mas também foi a Panoias. D. Sebastião acaba por desaparecer com Alcácer Quibir e do monumento não ficou nada! Vieram os castelhanos e claro não interessava nada aos Filipes estar a enaltecer uma facto tão importante para os portugueses, tal como também já no tempo de D. Manuel não convinha nada aos castelhanos, que este rei acabasse o Mosteiro da Batalha, fazia lá agora algum sentido um rei casado com castelhanas estar a fazer um monumento contra os castelhanos!!!??? O tempo foi passando e só no reinado de D. João V se pensou fazer um monumento comemorativo da Batalha, mas não se sabia o sítio exacto da Batalha, então fez-se uma Inquirição, mas a inquirição era tendenciosa, em vez de abranger todo a Comarca do Campo de Ourique limitou-se ao concelho de Castro Verde, ainda por cima o inquiridor responsável era o padre beneficiário de Castro Verde, claro que puxou a brasa à sua sardinha!!! A Inquirição é digna de ser vista dos inquiridos ninguém sabia nada de concreto, apenas afirmavam que já tinham ouvido falar aos seus pais e seus avós e que os seus avós já tinha ouvido aos seus pais que a Batalha se tinha travado naqueles territórios da Comarca do Campo de Ourique, ninguém afirmou que foi em Castro Verde, mas a Basílica acabou por se construir lá, para isso também teve muita influencia o Provedor/Ouvidor da Comarca morar em Castro Verde. E uma coisa é certa ao território das outras catorze vilas da Comarca do Campo de Ourique não chegou qualquer inquirição sobre o local ou tradição da Batalha!!! E por essa altura a vila de Panoias tinha e ainda se vivia essa tradição que vinha do tempo da Batalha, quando D. Afonso Henrique aí acampou e construiu um poço que ficou conhecido pelo "Poço das Armas" pois teria sido neste acampamento junto da vila de Panoias que D. Afonso Henrique teria mandado os seus soldados desenharem as armas nos seus escudos. A tal ponto que ainda no século XVII aquele poço tinha um significado muito simbólico para a população da vila de Panoias, principalmente para os militares, pois antes de se enterrarem fazia-se um cortejo fúnebre deste o Poço das Armas até à Igreja onde era sepultado: "acompanhamento que fez a Misericórdia com a tumba do capitão José da Silva Gamito do Posso das Armas athé aa sepultura na Igreja Matriz desta vila".
O POÇO DAS ARMAS chegou aos nossos tempos e por volta de 1935, na época de Salazar, foi mandato derrubar e foi entulhado, o brasão de armas que estava na parede do poço, foi retirado e levado para Ourique.
Mas mesmo que os homens queiram ignorar há-de haver sempre qualquer coisa de verdade que ligará Panoias a Ourique!!!
Cumprimentos
Zé Maria
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