Adopção dos Apelidos dos seus Senhores.
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Adopção dos Apelidos dos seus Senhores.
Caros Confrades,
Talvez a minha pergunta seja disparatada, mas faz me alguma confusão e acho mesmo que muitas vezes pode causar algumas confusões aquando uma investigação geneológica.
Ao consultar um livro de Rois de Confessados, do seculo XVIII encontro num Palacio de uma familia Mendonça Furtado, o seu agregado familiar, os menbros da Familia, como Dona Catarina do Pilar de Mendonça, o seu filho Tristão de Mendonça Furtado, encontro um Padre que ai vivia tabem, Escudeiros e soldados, Criados e Escravos.
O interessante é que as criadas têm o nome de Furtado? Por exemplo uma chama-se Isabel Furtado, Criada, filha de Maria Furtado Criada. ou seja ja eram criadas de geração e julgo adoptarem o nome da familia.
Outro caso e na mesma Vila é a de Gaspar Pizarro, que numa casamento de Uma escrava sua Maria Pizarro ele é padrinho do seu casamento.
Se no acento de casamento não viesse exclarecido que esta era sua escrava seria possivel o engando com uma sua parente? Ou seria esta escrava na realidade sua parente?
Porque este adoptar de apalidos dos donos e patrões?
Cumpriementos
João da Silva Gaspar
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RE: Adopção dos Apelidos dos seus Senhores.
Não sei se tem sentido, mas estes casos fazem-me lembrar a "família" romana, que englobava todos os que viviam na mesma casa, quer fossem da família como nós lhe chamamos, e ainda os criados, escravos e clientes (estes até nem sequer vivam sobre o mesmo tecto, mas já teriam vivido, ou os seus antepassados).
Outra coisa muito engraçada, que não tem nada a ver, é a hospitalidade romana. Tinham laços de hospitalidade entre famílias que duravam gerações.
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RE: Adopção dos Apelidos dos seus Senhores.
É muito natural, criados de uma casa terem o apelido dos senhores da dita casa. Isso acontecia quando os senhores participavam como padrinhos de baptismo, normalmente representados por outra pessoa... um filho, por exemplo. Mas nestes casos, os apelidos são dados como se fossem nomes próprios e, mais tarde, é que adoptam como nome. É o caso de um tal "Castelo Branco".
Cumprimentos,
Duarte Vilardebó Loureiro
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RE: Adopção dos Apelidos dos seus Senhores.
Aqui no Brasil os ex-escravos também adotaram os nomes de seus ex-senhores.
Falo em "ex-escravos" porque os escravos não tinham apelido/sobrenome; quando muito se lhes acrescentava ao nome próprio o toponímico de sua origem (João Mina, Maria Cabinda etc).
Frederico
Rio de Janeiro/Brasil
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RE: Adopção dos Apelidos dos seus Senhores.
Tenho como curiosidade um registo de casamento de Pedro da Cunha escravo preto de Angola, com Maria Pereira escrava da Costa da Mina Que se casaram a 10 de Fevereiro de 1690 em vila nova de Cerveira, ambos escravos de Carlos Pereira da Cunha. O negro tomou para si o apelido Cunha e a mulher o de Pereira.
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RE: Adopção dos Apelidos dos seus Senhores.
Caro aguerreiro,
É exactamente o mesmo tipo de situação que tenho encontrado, agora o que não sei é como era feito o critério, se eram afilhados dos seus Senhores, porque eram alguns e não todos? Talvez os de casa tivessem mais privilégios, depois tambem sabemos que filhos de escravos e criados com os seus senhores deveriam ser mais que os conhecidos hoje, e mesmo sem qualquer ligação sanguinia, fica o exemplo desse casal de escravos de Carlos Pereira da Cunha, que imaginando que os filhos do casal Pedro da Cunha e Maria Pereira, poderia dar origem a filhos Pereira da Cunha, uma familia paralela com o mesmo nome e na mesma vila, que simplesmente nada tinha em comum com a primeira a não ser o facto de esta serem seus patrões.
cumprimentos
João da Silva Gaspar
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RE: Adop��o dos Apelidos dos seus Senhores.
Caro João Gaspar
Era corrente nesses tempos que cafres, angolas, guinéus, da Costa da Mina, Fossem comprados em Ãfrica pelos europeus a outros africanos que se dedicavam a esse tráfico. O que agora nos parece um absurdo era nessa altura um negócio que beneficiava por incrÃvel que pareça, as três partes envolvidas. Era preocupação dos compradores europeus liberta-los das garras dos seus captores e fazê-los cristãos. Razão pela qual só um ano ou mais de estarem em Portugal e de lhes ensinarem os rudimentos da fé cristã, é que os baptizavam , Já depois de terem sido adquiridos e isso melhorava o seu estatuto, pois passavam a ser "almas" e não gentio.
Era pois natural que os seus amos tivessem preocupação com essa passagem de estatuto e fossem os seus padrinhos e quantas vezes os seus catequistas, pois não nos esqueçamos que "tinham contas a dar a Deus" e isso era muito mais importante nesses tempos que hoje, Ora foi costume na nossa catequização que após o baptismo os neófitos da fé abandonassem o nome gentio e escolhessem um cristão, normalmente dos padrinhos. Veja~se a quantidade de Silvas Castros e Pereiras que existem na Ìndia e no Ceilão ainda hoje, sem ter pisca de sangue português.
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