Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

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Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#140544 | Francisco Queiroz | 17 gen 2007 21:08

Caros confrades,
Gostaria de receber achegas, ainda que aparentemente insignificantes, sobre um homem influente de meados do século XIX cuja biografia está por fazer.
Refiro-me ao industrial Manuel Joaquim Afonso.
Ao que parece, nasceu em Lamas de Alvadia (Vila Real) no ano de 1807.
Cerca de cinquenta anos mais tarde, surge como proprietário em Leiria do já desaparecido Paço do Marquês de Torres Novas (antes conhecido como dos Condes de Valadares).
A sua mulher, cujo nome concreto não encontrei ainda, era sobrinha e herdeira de Silvério Taibner, ao que parece homem rico. Terá sido por esta via que Manuel Joaquim Afonso ascendeu socialmente? O apelido Taibner surge na Marinha Grande por esta época, local onde Manuel Joaquim Afonso foi industrial de vidros. Porém, mais tarde, Manuel Joaquim Afonso vem a residir em Lisboa. A sua mobilidade dificulta a pesquisa.
Assim, começo por levantar duas perguntas: há descendência de Manuel Joaquim Afonso. Existe algum retrato?
Qualquer outro dado adicional será sempre oportuno e bem-vindo.
Grato,
Francisco Queiroz

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#140635 | JASP | 18 gen 2007 14:11 | In reply to: #140544

Caro Francisco Queiroz

Em primeiro lugar, um Bom Ano (atrasados mas não esquecidos). A seguir ...

Manuel Joaquim Afonso,casou com Maria Soledade de Morais, sobrinha de Silvério Taibner e proprietário, em 1850, da Quinta dos Coruchéus ou da Aranha, onde será instalada a Fábrica de Loiça de Sacavém.

Mais informações estão no livro editado pelo Museu de Cerâmica «História da Fábrica de Loiça de Sacavém».

Estarei ao dispôr.

Jorge Afonso
Arquivo Municipal de Loures

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#140642 | coelho | 18 gen 2007 14:34 | In reply to: #140544

Caro Francisco Queiroz,

Não sei se ajuda: Maria da Piedade Virgolino Taibner de Morais casou com um industrial de vidros da Marinha Grande, José dos Santos Barosa. Ficando viúvo, veio ele a casar com uma irmã da primeira mulher, Júlia Augusta Virgolino Taibner Morais. Consta da BD do Genea:

http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=111532

Cumprimentos,
Coelho

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#140677 | Francisco Queiroz | 18 gen 2007 18:43 | In reply to: #140635

Caro Jorge Afonso
É engraçado porque eu vi esse livro e não retirei para o computador o nome da esposa. Obrigado pelo lembrete. Reforço o meu apelo, em concreto também sobre Maria Soledade de Morais (nome dos pais, datas...)
Francisco

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#140679 | Francisco Queiroz | 18 gen 2007 18:44 | In reply to: #140642

Sim, ajuda.
Grato
FQ

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#140690 | coelho | 18 gen 2007 19:54 | In reply to: #140679

Caro Francisco Queiroz,

esqueci-me de mencionar que existe um livro que poderá conter alguns dados sobre a ascendência Taibner de Morais das duas mulheres de José Barosa:

José Amado Mendes & Manuel Ferreira Rodrigues "Santos Barosa - 100 Anos no Vidro, 1889-1981", Marinha Grande, Santos Barosa - Vidros, S. A., 1992.

Cumprimentos,
Coelho

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#140833 | JASP | 19 gen 2007 17:27 | In reply to: #140677

Caro Francisco

Existe no Arquivo Municipal da Marinha Grande um espólio designado por Taibner de Morais, que poderá ter algum interesse verificar.

Cumprimentos, do
Jorge Afonso

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#140865 | Francisco Queiroz | 19 gen 2007 20:57 | In reply to: #140833

Obrigado.Conheço muito bem Leiria, mas conheço muito mal a Marinha Grande. Não sabia que tinha arquivo municipal disponível ao público.FQ

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#141083 | NBA | 22 gen 2007 02:55 | In reply to: #140690

Caro Francisco Queiroz

Pode não estar relacionado com estes Taibner mas, a título de curiosidade, registo a presença de um Jacobo Tayber, ou Jacob Taiber, em 1767, na cidade da Guarda, onde foi testemunha de baptismo de uma criança de uma família protestante alemã.
Com os meus melhores cumprimentos,

Nuno Borges de Araújo

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Manuel Joaquim Afonso (Fábrica de Louça de Sacavém

#146071 | artur41 | 01 mar 2007 18:02 | In reply to: #140642

Caros Confrades,


Por mero acaso, ontem o meu tio Jaime (irmão de meu pai, por via de um primeiro casamento de meu avô Artur) soube que a nossa família estaria ligada à fundação da "Fábrica de Louça de Sacavém". Hoje procedi a uma pesquisa inicial, básica, e verifiquei que existia um nome que me poderá dizer bastante: Carlos Afonso Soares, pintor de azulejos. Acontece que meu avô paterno chamava-se Artur Afonso Soares e seria descendente de um Luciano Afonso...

O relato oral precisa, como é óbvio, de ser confirmado. De qualquer das formas, podem-me dizer algo sobre as pessoas em questão?

Tomo, no entretanto, a liberdade de colocar aqui uns dados. Eles estão disponíveis on-line em http://www.cm-loures.pt/RevistaLM/LM21.pdf. Transcrevo-os, com a devida vénia:

« Fábrica de Louça de Sacavém
150 anos de história
e de “estórias”

Criada em 1856 pela mão de Manuel Joaquim Afonso, a Fábrica de Louça de Sacavém assumiu, desde cedo, papel de destaque na arte da cerâmica nacional. 150 anos depois, a Loures Municipal dá-lhe a conhecer a história da fábrica e as estórias em seu redor.

Manuel Joaquim Afonso, empresário e industrial conhecedor dos processos de fabrico do vidro e da louça, e proprietário, desde 1851, da Quinta do Aranha, em Sacavém, implantou aí, em 1856, a sua fábrica de cal hidráulica, cimento e porcelanas artificiais.
Apesar da controvérsia em redor da data de fundação desta unidade fabril, que alguns apontam como tendo ocorrido em 1850, acredita-se que a mesma apenas foi erigida em 1856, pois só neste ano foi concedido ao seu fundador o alvará de patente como introdutor do fabrico de tais produtos.
Situada perto do então recém-inaugurado caminho-de-ferro e do Trancão, principais vias de comunicação de Sacavém, a quinta foi vendida em 1861 ao barão de Barcelinhos, tendo a fábrica sido comprada pelo inglês John Stott Howorth, que a administrou até 1893.
Com os irmãos John e William Howorth, a fábrica foi renovada e ganhou outra dimensão, participando em diversas exposições nacionais e internacionais. Pelo trabalho desenvolvido, John recebeu o título de barão de Howorth de Sacavém em 1885, ano em que foi autorizada a designação “Real Fábrica de Loiça”. O deflagrar de um incêndio, em 1888, acabou por trazer dificuldades, numa altura em que a fábrica contava já com 145 trabalhadores e 55 aprendizes.
Aquando da morte de John Howorth, em 1893, a Real Fábrica de Loiça era uma referência nacional e internacional, para o que muito contribuiu a acção do barão, cuja expressão “Sacavém é outra loiça!” ficou amplamente conhecida.
A partir desta data, a direcção e a designação da empresa sofreram várias alterações. Na produção, verifica-se o fabrico de painéis de azulejos, que podemos encontrar na Estação de São Bento ou no Palace Hotel do Buçaco.
Um forno-túnel, de grandes dimensões, veio revolucionar a produção da fábrica a partir de 1912 e, anos mais tarde, surgem as primeiras greves de operários ocasionadas pela I Guerra Mundial. À semelhança do que acontecia no resto do país, a fábrica passou por dificuldades e começou a receber famílias do interior em busca de trabalho.
Numa altura em que praticamente toda a população de Sacavém trabalhava na fábrica, em 1930 foi aberta uma filial no Porto. A variante social da empresa torna-se relevante para a comunidade local, englobando nas décadas de 30 e 40 assistência médica às crianças, colónia de férias e actividades desportivas para os trabalhadores.
Sendo durante o Estado Novo uma das mais relevantes unidades fabris a nível nacional, a Fábrica de Sacavém foi palco de várias manifestações e greves, como as registadas em 42/43. Desta forma, assumiu importante papel enquanto foco de contestação ao regime, arrastando consigo toda a cidade.
Na década de 70, os problemas financeiros agravam-se e o encerramento da Fábrica vai--se impondo, nos anos 80, deixando marcas na comunidade sacavenense e nos operários, que nunca receberam as indemnizações legais devidas.
As suas memórias continuam presentes nos vestígios arquitectónicos que permanecem em Sacavém, e no premiado Museu de Cerâmica.

Fonte: Assunção, Ana Paula; Fábrica de Louça de Sacavém - Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-74, Edições Inapa, 1997 »


Meus melhores cumprimentos,

Artur João

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RE: Manuel Joaquim Afonso (Fábrica de Louça de Sacavém

#151843 | Francisco Queiroz | 09 apr 2007 19:56 | In reply to: #146071

Obrigado a todos pelas contribuições. A propósito, para que conste, o túmulo de Silvério Taibner, nos Prazeres, mostra bem a importância social e económica do homem.

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RE: Manuel Joaquim Afonso (Fábrica de Louça de Sacavém

#151844 | Francisco Queiroz | 09 apr 2007 20:02 | In reply to: #146071

Assim de memória não reconheço esses Afonso e não posso, pois, encaixá-los na família do Manuel Joaquim Afonso (se é que são da família). Porém, fiquei interessado em saber mais, caso cvenha a descobrir.
Cumprimentos;

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#162418 | jpbarosa | 11 lug 2007 14:07 | In reply to: #140544

Poderá encontrar uma biografia de Manuel Joaquim Afonso no meu "A Nacional Fábrica de Vidros da Marinha Grande, Manuel Joaquim Afonso, e o Inquérito de 1859" (e nas referências nele incluídas), disponível, por exemplo, no arquivo do Museu da Fábrica de Louças de Sacavém.
Cumprimentos

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#162432 | Francisco Queiroz | 11 lug 2007 18:29 | In reply to: #162418

Obrigado pela referência.
E em Leiria não está disponível esse trabalho?

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#162433 | jpbarosa | 11 lug 2007 18:37 | In reply to: #162432

Penso que está disponível na biblioteca do Arquivo Distrital.

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RE: Manuel Joaquim Afonso / Taibner (Marinha Grande)

#162437 | Francisco Queiroz | 11 lug 2007 19:00 | In reply to: #162433

Mais uma vez obrigado.
Estou ao dispor
francisqueiroz[arroba]clix[ponto]pt

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RE: Manuel Joaquim Afonso (Fábrica de Louça de Sacavém

#219409 | artur41 | 24 gen 2009 12:15 | In reply to: #146071

Caros Confrades,


Relembro esta minha mensagem com o propósito, se possível, de obter alguns dados.

Desde já agradecido.


Com os meus melhores cumprimentos,

Artur Camisão Soares

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RE: Manuel Joaquim Afonso (Fábrica de Louça de Sacavém

#219441 | chartri | 24 gen 2009 16:40 | In reply to: #219409

Sobre o Manuel Joaquim Afonso:


Dissemos que havíamos de dar aqui alguns apontamentos biográficos do sr Manuel Joaquim Afonso, ultimamente falecido. Deparando-se-nos, numa importante folha do Porto, muito desenvolvida essa notícia, permitiu-nos transcrever em seguida, porque mais poderíamos acrescentar ao que se lerá:
“ Nasceu no ano 1804 o sr Manuel Joaquim Afonso em Lamas de Alvalade, pequena povoação não muito distante de Vil Real. Filho de modestos lavradores, foi ainda muito novo para Leiria seguir a sua vida comercial. As suas simpatias pelas ideias liberais o tornaram suspeito ás autoridades, que procederam contra ele, prendendo-o por constitucional.
Ocorreu isto no princípio das nossas dissensões internas, e, apear dos esforços empregados pelo preso, não foi possível libertar-se. Esteve o sr Afonso preso durante 6 anos, correndo mais de quarenta cadeias e passando por muitos incómodos, sustos e privações, que só terminaram com a sua fuga da cadeia de Carrazeda de Ansiães, de onde ele e os seus companheiros de infortúnio se dirigiram à divisão constitucional que operava mais próximo, e ali com as armas na mão defenderam a causa pela qual tanto haviam padecido.
Finda a luta, voltou o sr Afonso para Leiria, onde se conservou atá ao falecimento do tio de sua mulher, o bem conhecido e abastado negociante de Lisboa, o sr Silvério Taibner, que tinha legado grande parte dos seus haveres a sua sobrinha.
Veio o sr Afonso para a capital tomar conta dos novos bens de sua esposa e aqui se estabeleceu e residiu até á sua morte.
O sr Afonso era dotado de grande actividade e de génio empreendedor. Por muitos anos administrou por sua conta a real fábrica de vidros da Marinha Grande, introduzindo aí grandes melhoramentos; era proprietário da antiga fábrica de vidros da rua das Gaivotas nesta cidade que pertenceu ao ti da sua mulher; arrematou por muitas vezes o fornecimento de diversas divisões militares; estabeleceu na sua quinta de Sacavém a única fabrica de loiça fina, imitante á inglesa, que existe no país; e entrou em operações de vulto tanto com o governo como com particulares.
A par de muitos negócios seguros, fez o sr Afonso transacções prejudiciais, aconselhadas por falsos amigos e servidores infiéis. As consequencias foram desastrosas, O seu crédito que era grande começou a diminuir e a aumentar portanto as dificuldades para fazer face ás despesas imprevisíveis com o custeio das fabricas e demais estabelecimentos.
A crise comercial por ocasião da terrível epidemia de febre-amarela, algumas fianças a que generosamente se prestara, roubos feitos por empregados em quem confiara, um incêndio na sua fábrica de Sacavém, que não estava segura, e outros tristes ocorrências, originaram a sua ruína e amarguram-lhe a existência.
Supuseram os médicos que tantos e repetidos desgostos foram causa principal da doença, de que o infeliz se finara, e que só uma vigorosa organização física como a dele poderia ter resistido ao mal que há muito existia.
O sr Afonso teve grande influência política no distrito de Leiria, onde contava com grande número de amigos e possuía importantes propriedades; mas apesar de lidar com os primeiros homens da corte e ter por suas relações elevado indivíduos que hoje se encontram vantajosamente colocados, não quis deixar de ser homem do povo como tinha nascido. Foi por isso que rejeitou o título de Barão do Lagar d’El Rei com a rainha a senhora D. Maria II quis significar o seu apreço pela magnífica recepção que ele lhe fizera na fabrica da Marinha Grande, e bem assim outras distinções que alguns ministros, e com especialidade o sr Rodrigo da Fonseca Magalhães, de quem era muito amigo, lhe ofereceram como prémio dos seus serviços à causa da liberdade e da industria nacional.
Deixou o sr Manuel Joaquim Afonso um filho, moço estimável, o sr Francisco de Morais Afonso, empregado numa conservatória de Lisboa; duas filhas solteiras e duas casadas, sendo uma com o nosso amigo e colega, o sr João Crisóstomo Melicio , e a outra com o sr Joaquim Taibner de Morais , sobrinho do finado e digno secretário-geral do governo civil de Portalegre .
Este esboço despretensioso é para exaltar a memória de um homem laborioso e bom chefe de família, e para dar prova de muita consideração que tenho pela família do sr Afonso. E também para uma lição para os homens de excessiva boa-fé, que confiam facilmente em amigos menos verdadeiros e leais.
Possam os seus extremosos filhos seguir por um caminho mais risonho e feliz á difícil peregrinação que hajam de fazer por este vale de lágrimas
Descanse em paz o finado”.
(Gazeta do Povo, nº 512, de 8 de Agosto de 1871, 2ª pag. Col 2 e 3.)

Notas:
1 - Na Gazeta do Povo de 10.7.1887 (pag 1, col 4), indica-o como eleito deputado pelo círculo de Leiria. 1º Visconde de Melicio e foi Presidente da Associação Industrial de Lisboa, nasceu no Basil em 1836 e morre em Lisboa a 1899.
2- Joaquim Taibner de Morais nasceu a 10 de Agosto de 1840 na Marinha Grande. Bacharel em Direito teve vários cargos políticos. Foi nomeado administrador do Concelho de Vila Viçosa (Registo Geral de Mercês, D. Luis I, liv 8, fl. 114v) por carta de 19 de Setembro de 1863. A 3 de Julho de 1865 foi nomeado Secretário do Distrito de Angra do Heroísmo (Registo Geral de Mercês, D. Luis I, liv 49, fl 164) tendo sido governador entre 1865 e 1867, com uma breve interrupção entre Fevereiro e Agosto de 1866. O “Leiriense” de 16 de Novembro de 1867 noticiava a sua nomeação como Secretário-geral do Distrito da Guarda, tendo desempenhado o mesmo cargo em Faro. Por apostila de 8 de Outubro de 1868 foi feita a sua transferência para Secretário-geral do Governo Civil do Distrito do Porto (Registo Geral de Mercês, D. Luis I, liv 51, fl 207).
Foi presidente da Direcção do Club Portuense entre 1876 a 1877 tendo sido eleita na reunião de 29 de Outubro de 1876. Nessa assembleia-geral do Clube foram discutidos previamente assuntos relacionados com o projecto de reforma dos Estatutos. Em 22 de Novembro de 1876, o Club Portuense demonstrou solidariedade para com as vítimas das grandes cheias que assolaram o País e, nomeadamente, o Porto. Parecia «de alguma repugnância» que, em circunstâncias de tanta aflição, pudesse o Clube Portuense organizar mais um dos seus tão luzidios bailes. Nesse sentido, o Presidente da Direcção, Taibner de Morais, propôs «que talvez os sócios desta casa em harmonia com as tradições sempre generosas desta sociedade, e tendo em vista as razões expostas, quisessem dar à verba destinada para o baile, ou a uma parte desta verba, algum destino especial e consentâneo com as circunstâncias actuais do país, e que neste sentido punha este assunto em discussão» Consubstanciando esta posição, Fernando Maria de Sá Camelo lembrou que a verba destinada ao baile fosse aplicada no socorro às vítimas das inundações. Contudo, o presidente explicou que só a aplicação dos fundos da Sociedade, extraordinariamente, pertence à Assembleia-geral; tendo-se resolvido não haver baile, pertence a Direcção aplicar rendimentos da Sociedade do modo porque se prescreve nos Estatutos» (Gonçalo Vasconcelos e Sousa, "História do Club Portuense - 1857/2007” e A.C.P., Actas da assembleia-geral, Lº 1, f. 70-71).
Foi articulista do jornal «O Comércio do Porto» e um grande conhecedor de Direito Administrativo, tendo publicado um trabalho sobre propriedade literária, nesse jornal, em 1890 (CARQUEJA, Bento – O Comércio do Porto: Notas para a sua História. Porto: [s.n.], 1934, pp. 45-46).
Foi Governador Civil interino do Porto em 1891-92 e era-o quando da revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891. Nesse contexto, muito embora a sua acção repressiva tenha sido dúbia, foi agraciado com a Comenda da Torre e Espada (segundo o Distrito de Leiria de 16.5.1891) em 1891. Depois foi Director-Geral das Contribuições Directas (Diário de Leiria de 28 de Novembro de 1896, p2, col 4) e também vogal extraordinário do Supremo Tribunal administrativo.
De referir ainda que Joaquim Taibner de Morais foi um dos impulsionadores da restauração do concelho da Marinha Grande, em 1892, tendo defendido os interesses da sua terra, nomeadamente aqueles relativos à industria do vidro.
Faleceu a 2 de Abril de 1904 na Marinha Grande com 63 anos.

3 - Na Gazeta do Povo de 28.7.1871, pag 2, col 4 , informa que lhe foi concedida uma licença de 30 dias para tratar da saúde, sendo secretário geral do governo civil do Porto.



Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo

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