Dom Fuas Roupinho
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RE: Dom Fuas Roupinho
Caro João Gaspar
Foi o primeiro Almirante português e venceu, ao largo do Cabo Espichel, uma esquadra muçulmana. Em recompensa dos serviços prestados, D. Afonso Henriques nomeou-o alcaide-mor de Porto de Mós.
Lenda será a da Nazaré
"Diz a Lenda da Nazaré que na manhã de [14 de Setembro]] de 1182, encontrando-se momentâneamente a região em paz com os mouros, D. Fuas Roupinho andava à caça, desporto de sua especial predileção.
Quando em perseguição a um cervo, em algumas versões uma materialização do próprio demônio, este se dirigiu a um precipício no sítio da Nazaré, encoberto por um denso nevoeiro, que de súbito se levantou.
Tarde demais, o cavaleiro se deu conta do perigo de morte. Sentindo-se perdido, rogou, num grito desesperado, à Virgem Maria: Senhora, valei-me!.
Imediata e milagrosamente, surgem-lhe a Senhora e o Menino, fincando-se as patas traseiras do cavalo na rocha, salvando o cavaleiro e sua montada da morte certa, enquanto que o cervo (que se revela um demônio) e os cães se precipitam nas ondas do oceano abaixo.
Em preito de gratidão, o nobre fez erigir no local uma capela em homenagem à Virgem que o teria salvo da morte nas ondas do mar de Nazaré, que se tornou conhecida como Capela da Memória. Mais tarde, em 1377, o rei D. Fernando (1367-1383) fez ampliar a capela, elevada à condição de matriz.
A popularidade dessa devoção, à época dos Descobrimentos portugueses, era tamanha entre as gentes do mar, que tanto Vasco da Gama, antes e depois da sua viagem às Índias, quanto Pedro Álvares Cabral, que viria a descobrir o Brasil, vieram em peregrinação à Senhora de Nazaré.
Até hoje, a tradição aponta aos visitantes as marcas das ferraduras onde as patas do cavalo teriam se fincado milagrosamente na rocha, naqueles montes."
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Dom Fuas Roupinho
Cara Maria Benedita,
Muito obrigado mais uma vez pela sua ajuda.É sempre gratificante receber uma resposta sua.
Por conhecer a lenda de Dom Fuas Roupinho e entretanto não encontrar mais nada, sobre o Primeiro Almirante de Portugal, se casou, se teve filhos, qual a sua genealogia é que me interrogo sobre a veracidade do Homem real e da fantasia criada em torno de si.
Existe mais informação sobre os ascendentes e descendentes de Roupinho?
Sinceros Cumprimentos
João Paulo Gaspar
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RE: Dom Fuas Roupinho
Caro João Gaspar
Ascendentes e descendentes, nunca procurei. Mas li uma vez, já não sei onde, que alguém o dava como filho de D. Henrique, meio irmão, portanto, de D. Afonso Henriques. Mas isto é uma hipótese de alguém, já nem sei quem, que duvido que tenha qualquer base histórica..
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Dom Fuas Roupinho
Caro primo,
Para a caracterização etnográfica da personagem, cá vai um ditado picaresco:
"Na praia da Nazaré vai um grande burburinho: as meninas de roupão e o D. Fuas de roupinho."
Abraço,
Marcos
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RE: Dom Fuas Roupinho
Cara Maria Benedita
Presumo que na Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira, Tomo 26, pag.298
Cumprimentos
Ricardo Silva
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RE: Dom Fuas Roupinho
Caro Ricardo Silva
Creio que foi mesmo aí! Bem-haja pela indicação, vou rever a matéria.
Com os meus melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Dom Fuas Roupinho
Permito-me transcrever da História de Portugal, sob a orientação do Prof. José Hermano Saraiva –
Quote –
D. Fuas Roupinho – Primeiro Triunfo Naval dos Portugueses ( gravura do Arquivo Histórico Militar, Lisboa ) “Estando D. Fuas Roupinho com el-rei em Coimbra (…) escreveram os de Lisboa a el-rei, como ali andavam nove galés de mouros (…) que lhes fazia grande guerra daquela costa e portos, e que fosse sua mercê pôr aquilo bom remédio. E el-rei chamou D. Fuas Roupinho e encomendou-lhe que fosse a Lisboa e que fizesse armar galés, e que pelejasse com aquelas dos mouros se os atendessem. E deu-lhe cartas para aqueles que haviam de vir suas fazendas ( funcionários reais ) que lhe dessem para aquilo tudo o que lhe fosse mister, e outras para a cidade que o mandava lá para armar aquela cousa, e fizessem toda a cousa que ele mandasse. E quando D. Fuas Roupinho foi desembargado, despediu-se de el-rei e foi-se a Lisboa. E quando aí chegou, deu as cartas aos da cidade , e aos outros as outras, que haviam o desembargo de el-rei. E logo foi ordenado, como a frota houvesse de ir armada. E desde aí logo como foi prestes ( e quando ficou preparada ), D. Fuas Roupinho entrou em ela e partiu logo direito contra o Cabo Espichel, porque lhe diziam que naquela parte do rio de Setúbal, mais amiúde, vinham aquelas galés a fazer guerra. E ao dobrar do cabo, vinham as galés dos mouros contra Lisboa, porque ouviram dizer a frota que se armava em ela.E por saberem tãos, não se detiveram mais, mas logo aferraram uns com os outros e pelejaram mui fortemente, e prouve a Deus que os mouros foram desbaratados e tomadas as galés todas” (crónica de D.Afonso Henriques, texto adaptado)
Unquote
Cumprimentos
Ricardo Silva
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