A nova geração de Orleans Bragança
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A nova geração de Orleans Bragança
Às vésperas dos 200 anos da chegada da família real portuguesa ao
Rio, o ELA traça um perfil de 20 integrantes da mais jovem geração
dos Orleans e Bragança. Dez deles até toparam sair de casa numa manhã
chuvosa para posar para a nossa foto de capa.
A NOVA GERAÇÃO IMPERIAL
Golfe, cães e Fluminense unem os jovens Orleans e Bragança
Mariana Timóteo da Costa e Melina Dalboni
Ocenário escolhido para a foto com os jovens Orleans e Bragança foi a
Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, o Outeiro
da Glória, um local importante para toda a família desde a chegada da
corte portuguesa, em 1808. A família real tinha especial predileção
por ela. Em 1819, a princesa Maria da Glória foi para lá levada por
seu avô, D. João VI, para a cerimônia da consagração. A partir de
então todos os membros da família nascidos no Brasil são batizados na
igreja. A reunião dos primos foi animada. A nova geração é bem
falante ao lembrar algumas das frases que ouve quando seu nome
importante é reconhecido na escola, na faculdade, na rua: "Você mora
num palácio? Repete seu nome todo de novo! Você tem obrigação de
conhecer mais a história do Brasil do que os demais".
Os trinetos da princesa Isabel são numerosos e mais de 30 deles moram
no Brasil, boa parte no Rio de Janeiro, com idades que variam dos 10
aos 32 anos. Como todos os jovens, sonham em ser bons profissionais,
estudam, trabalham, freqüentam a praia, vão a barzinhos e festinhas
de amigos. Um dos jovens foi assaltado outro dia.
A nova geração também vai ao Maracanã e torce pelo Fluminense. Todos
os primos, sem exceção, são tricolores.
— Isso não é uma exigência para ser da família imperial, e sim puro
respeito à tradição — diz Rafael de Orleans e Bragança, de 21 anos.
Tradição que ainda envolve a prática de golfe e hipismo, idas
freqüentes à missa (a maioria é bastante católica) e o Maria que
todas as meninas carregam em seus imensos nomes completos. No Natal
que se aproxima, descendentes do ramo de Vassouras vão se reunir para
uma missa na casa de Maria Elizabeth da Baviera de Orleans e
Bragança, de 93 anos. Em seguida, brindarão na casa de Dom Alberto e
Maritza, pais dos caçulas da família, no Itanhangá. Exatamente como
faziam nos anos 80 e 90 na fazenda de Vassouras, onde sua avó e seu
avô, D. Pedro Henrique, bisneto de D. Pedro II e neto da princesa
Isabel, moravam.
Os jovens primos acham que a responsável por essa união de boa parte
da família seja Maria Elizabeth, que, mesmo depois da morte do
marido, continuou recebendo todos os netos na fazenda, em Vassouras,
onde passavam as férias. Foi lá que os jovens aprenderam a montar,
tirar leite da vaca, comer chocolate belga, que ela lhes dava depois
do jantar, e brincar juntos.
— O engraçado é que não gostávamos de brincar nem de princesa nem de
rei, e sim de favela! — lembra a psicóloga Maria Thereza, uma das
jovens herdeiras da família.
Filles de D. Francisco
Maria Elisabete Angela Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Orleans e
Bragança é a única médica da família. Aos 25 anos, ela faz residência
em pediatria no Instituto Fernandes Figueira. Suas irmãs, Maria
Thereza e Maria Eleonora, são gêmeas. Nasceram em 1984. A primeira se
forma no fim do ano em psicologia pela PUC e a segunda estuda
hotelaria na Estácio de Sá — depois de ter cursado dois anos e meio
de arquitetura. Eleonora estagiou por um ano no Hotel Marriot.
As três irmãs são muito amigas e costumam sair juntas para barzinhos
como o Botequim Informal e os do Baixo Gávea. Como a maioria dos
Orleans e Bragança, as três irmãs são loucas por cachorros.
Atualmente moram numa casa com 12, no Alto da Boa Vista. Estão de
mudança para um outro apartamento no Arpoador, onde moravam antes, e
vão levar apenas um, o Chope, um golden retriever "que acha que é um
poodle".
Preconceito e falta de informação são as principais queixas desta
geração. Todos já ouviram uma piadinha ou uma observação de mau gosto
por conta do sobrenome nobre.
— Ou nutrem um ódio ou acham que os problemas do país são culpa da
família imperial — conta Maria Eleonora. — Por outro lado, muitos têm
admiração e respeito.
— Tem gente que acha que estamos esperando a monarquia voltar — conta
Maria Elisabete.
Maria Eleonora lembra que em algumas entrevistas para estágio chegou
a ouvir insinuações de que ela teria que trabalhar de verdade, "como
se uma princesa estivesse ali apenas para matar o tempo, se divertir".
— Eu não escondo que sou da família. Mas evito falar pela chateação —
diz Maria Thereza de Orleans e Bragança.
— Todos nós precisamos trabalhar. Ninguém pode ficar de pernas para o
ar. Mas podemos, sim, nos dar ao luxo de trabalhar com o que
gostamos — defende Maria Elisabete.
As três têm o nome longuíssimo, tradição entre os nobres. E falam da
abreviação dos nomes do meio como um nome próprio, Jamgarg. Todas são
Maria e Josefa, de José. E trazem também, além do nome do padrinho,
os nomes femininos dos anjos Miguel, Gabriel e Rafael. Maria Thereza
Cristina Josefa Albertina Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Orleans
e Bragança não pretende levar a tradição adiante. Não acha
necessário. Maria Elisabete já chegou a ser reprovada em uma matéria
na faculdade porque a professora não reconheceu a Maria Elisabete J.
A. M. G. A. R. G. de Orleans e Bragança na pauta.
— A família é muito religiosa. Todo mundo tem Maria e José no nome —
explica Maria Elisabete. — E explicando assim fica mais meigo. Não é
só maluquice esse nome enorme.
Enfants de D. Alberto
Omais jovem trineto da princesa Isabel se chama Antônio Alberto e tem
10 anos. Ele vive com os pais, D. Alberto e a paisagista Maritza
Bokel, e mais três irmãos numa bela casa no Itanhangá, onde vários
integrantes da família imperial costumam se reunir no Natal. O filho
mais velho do casal, Pedro Alberto, de 19 anos, cursa engenharia na
PUC, mas está passando uma temporada de seis meses em Londres — para
aprimorar o inglês e conhecer um pouco mais da Europa. As filhas de
D. Alberto e Maritza são Maria Beatriz, de 17 anos, e Ana Teresa, de
12, uma menina muito bonitinha e tímida, que toca violino, já fez
balé, sapateado e pensa em seguir a carreira de atriz. Ana Teresa até
já participou de um curta, "Desenho de Isa", dirigido pela prima Ana
Clara Peltier, filha da jornalista Márcia, irmã de Maritza. Ela conta
que Isa, sua personagem, é uma "menina triste, sem pai nem mãe e que
precisa amadurecer". Nada a ver com ela.
— É nossa primeira princesa-atriz — orgulha-se a mamãe, que busca dar
aos filhos a educação mais "natural" possível, mas sempre com
respeito à família e à sua história. — Nossos princípios são os de
qualquer pai e não dependem de classe social ou nome. Mas claro que
ensinamos nossos filhos a honrar a família Orleans e Bragança —
completa Maritza.
Maria Beatriz acabou de terminar o ensino médio e deve cursar
economia na PUC, onde quase todo o jovem clã Orleans e Bragança
estuda. Ela não tem namorado, é caseira, gosta muito de ler e
assistir a filmes em DVD. Mas de vez em quando freqüenta festinhas na
casa de amigos. A família viaja bastante nos fins de semana,
especialmente para Búzios, onde tem uma casa e um cão golden
retriever. Quando está no Rio, brinca na piscina e no jardim da casa
no Itanhangá, sempre em companhia de três cachorros labradores — um
amarelo, um chocolate e um preto. A casa é rodeada de verde e repleta
de memorabilia da família imperial em seu interior. Numa mesa, uma
foto da princesa Isabel com o neto Pedro Henrique, pai de Alberto. Na
parede, uma bandeira da época do império.
Todo fim de ano, os quatro filhos de Maritza e Alberto participam de
um evento da ONG Sonhar Acordado, que cuida de crianças carentes.
— A gente vai lá e brinca com as crianças, faz massinha, ensina a
desenhar e leva mantimentos. Outros primos costumam ir também. Eu
adoro poder ajudar os que precisam — conta Maria Beatriz.
A irmã concorda e ainda demonstra uma outra preocupação: com o meio
ambiente.
— Acho que é porque eu amo tanto os animais que odeio vê-los sendo
mal tratados. Além disso, tem o aquecimento global, que ameaça todos
nós. Além de ser atriz, tenho vontade de trabalhar com isso também —
diz a menina de 12 anos.
O caçula da família joga futebol com os amigos do colégio e tem
vontade de ser engenheiro. Desde o início do ano freqüenta aulas de
robótica. Já construiu uma roda gigante "que roda de verdade", uma
pistola que atira água depois de ser programada para isso no
computador, um helicóptero que voa e um avião.
— Só o avião deu defeito e não vai voar — conta o príncipe high tec.
Filles de D. Fernando
Filhas
de D. Fernando
Dos mais de 30 primos do ramo de Vassouras, mais da metade são
mulheres. D. Fernando e Maria da Graça, por exemplo, tiveram três
filhas: Isabel Eleonora, Maria da Glória e Luiza Carolina. Além do
patriarca, o único homem da casa é Zen, um shih-tzu peludíssimo.
Formada em psicologia, Isabel, 29 anos, está passando uma temporada
em Bruxelas. Como algumas de suas primas, Maria da Glória, chamada de
Góia entre eles, fez hipismo e adora cavalos. Aos 25 anos, ela cursa
o 9º período de arquitetura na Santa Úrsula. Como suas duas irmãs,
ela estudou no São Patrício e no Padre Antônio Vieira.
— Na faculdade, poucas pessoas associam nosso nome à família
imperial. Tem gente que nem sabe. Mas teve um dia em que uma menina
me perguntou: "Esse sobrenome é importante, né?" — conta Maria da
Glória. — Eu gosto de ser princesa, tenho muito orgulho dos nossos
antepassados e admiro os valores da nossa família.
Luiza Carolina, de 23 anos, estuda administração na PUC, está no 4º
período. A universidade católica é uma espécie de ponto de encontro
dos primos. Boa parte deles estuda lá. Nunca trabalhou, mas está
procurando estágio.
A sala do apartamento na Urca, onde as três jovens vivem com os pais,
dá sinais de que ali moram integrantes da família imperial. Um porta-
retrato exibe uma foto da princesa Isabel, mais idosa, com o avô das
meninas, D. Pedro Henrique, ainda no colo. Assim como boa parte das
casas onde vivem os Orleans e Bragança, quadros de D. Pedro II e
outros antepassados enfeitam as paredes.
— Somos como qualquer jovem. Nós nos preocupamos com o futuro,
queremos ter uma família, sucesso no trabalho — diz Luiza Carolina.
Além da pergunta básica "Você mora em palácio?", ela conta que ouviu
muito no primário: "Você tem sangue azul de verdade?".
Filles de D. Pedro
Maria de Fátima e Maria Manuela são as filhas mais novas de D. Pedro
de Alcântara Henrique, pai de cinco filhos. As duas moram no Flamengo
com os pais e o irmão Gabriel, que é advogado. Todos os domingos, vão
juntos à missa, hábito repetido pela maioria de seus parentes, que se
orgulham de ser católicos e, sempre que têm oportunidade, falam sobre
a tradição religiosa da família. As duas irmãs, como muitos de seus
primos, não são monarquistas.
— Não sou e não vejo a monarquia voltando — diz Maria de Fátima, que,
na infância, assim como todos seus parentes, teve que responder a
muitas perguntas dos colegas sobre a família. — Lembro que na escola
tinha muita curiosidade e respeito também. Claro que sempre teve
aquela idéia de que nós tínhamos que saber história do Brasil muito
bem por sermos Orleans e Bragança.
Além de ser integrante da família imperial, Maria de Fátima nasceu no
dia do centenário da abolição da escravatura, em 13 de maio de 1988.
Uma coincidência celebrada por D. Pedro de Alcântara e sua mulher,
que também se chama Maria de Fátima. Ao batizar a filha, o casal
homenageou a princesa Isabel. Por esse motivo, a menina ganhou também
o nome de sua trisavó. Em casa e entre os amigos, Maria de Fátima é
chamada de Tati. Estudante de arquitetura da PUC, é caloura de sua
prima Amélia — filha de D. Antônio João. Ela adora desenhar,
quadrinhos sobretudo, e se orgulha do sobrenome.
— Mas não acho que nobreza venha do nome, e sim de atos nobres, como
querer o bem dos outros.
Maria de Fátima e sua irmã mais velha, Maria Pia, também jogam golfe,
assim como Gabriel, o único filho homem de D. Pedro. Ao contrário da
família de D. Eudes, que é campeã de golfe, a de D. Pedro só joga por
lazer. E amor. Maria Pia garante que já ensinou seu filho Antônio, de
três anos, a jogar.
Maria Pia, de 32 anos, e Maria Carolina, de 29 anos, as duas filhas
mais velhas de D. Pedro, são casadas e moram e trabalham em São
Paulo. A primeira é advogada. A segunda, formada em desenho
industrial, está grávida de quatro meses. Mais um menino para a
próxima geração dos Orleans e Bragança.
A caçula, Maria Manuela, de 18 anos, estuda na PUC, como a maioria
dos primos. Ela cursa administração e adora ler — os livros do
bruxinho "Harry Potter" estão entre os seus preferidos. Como muitos
de seus parentes, Maria Manuela fez hipismo. Integrou a Federação
Eqüestre do Estado do Rio de Janeiro — treinava três vezes por semana
e participava de campeonatos regularmente. A paixão pelos cavalos
surgiu na infância, durante as férias que ela passava na fazenda do
avô, Pedro Henrique, marido de Maria Elizabeth, princesa da Baviera
que, aos 93 anos, ainda adora reunir a família em sua casa no Rio.
Mas foi na fazenda da família, em Vassouras, que ela e primos
aprenderam a cavalgar, a brincar juntos e ser "melhores amigos".
— Somos como primos-irmãos. Sempre falamos isso — afirma Maria
Manuela, que não tem nome comprido como suas primas. Quando criança,
sofria tendo de repetir volta e meia os 11 nomes de seu pai para os
colegas da escola, que se espantavam e achavam a maior graça ao ouvi-
la dizer Pedro de Alcântara Henrique Maria José Miguel Gabriel Rafael
Gonzaga de Orleans e Bragança.
Enfants de D. Eudes
Outro dia, Eudes de Orleans e Bragança, de 30 anos, foi assaltado.
Ele "deu mole": estava com a janela do carro aberta, na Lagoa, quando
um homem apontou uma arma e levou celular e relógio. O rapaz foi
fazer o boletim de ocorrência na delegacia e a escrivã, ao perceber
seu nome, pediu-lhe um autógrafo.
— Ela disse que nunca tinha visto um príncipe antes — ri Eudes, 1,87m
e ar de Clark Kent (o que faz a gente apostar que, mesmo que ele não
fosse um príncipe de verdade, seria chamado de tal).
O rapaz é formado em administração pela Universidade Cândido Mendes,
trabalha num banco de investimentos, joga golfe (já foi campeão sul-
americano, juvenil, adulto), tênis e está de casamento marcado para
daqui a quatro meses com a arquiteta Patrícia Landau, sua namorada há
seis anos.
— Sempre gostei de namorar — justifica ele, que toma chope no Baixo
Gávea, gosta de rock ("a melhor banda a surgir nos últimos tempos foi
Franz Ferdinand"), é tricolor como toda a família, mas não curte
muito ir ao Maracanã, não. Em compensação, é bastante politizado.
Eudes lê os jornais diariamente e com freqüência reclama do governo,
dos políticos corruptos e da "ignorância do povo brasileiro, que não
protesta nem conhece a sua história".
— Sou monarquista, sim. Acho um regime viável para o Brasil. Com
certeza haveria menos corrupção do que hoje em dia, e um Estado menos
inchado. O regime é viável, mas infelizmente não é factível.
O irmão dele, Guy, de 22 anos — que também tem 1,87m, é campeão de
golfe, educado e bonitão —, acha que há desinformação a respeito dos
regimes monárquicos:
— Eu era muito novo na época do referendo (em 1993, quando a
população brasileira decidiu se o regime seria a monarquia ou a
república), mas me contaram que defensores do regime republicano
fizeram campanha falando que a escravidão voltaria ao Brasil se o
monárquico ganhasse. Olha que absurdo, foi justamente nossa família
que acabou com a escravidão — diz o príncipe, que ainda é surfista.
Assim como Eudes, Guy curte muito mais namorar do que "sair por aí".
Adora viajar.
— Sempre que posso vou jogar golfe na Escócia, meu país favorito
depois do Brasil.
O golfe é o xodó da família de D. Eudes, que se destacou como jogador
no passado. Outra filha sua, Maria Francisca, ou Fran, também
competiu quando mais jovem e chegou a cursar faculdade nos EUA,
depois de ganhar uma bolsa de estudos por conta de sua habilidade.
— O golfe te ensina concentração — conta a princesa de 28 anos, que
hoje está mais concentrada é no nascimento do primogênito Lucas,
daqui a um mês, com o empresário Bernardo de Almeida Braga Ratto, com
quem é casada desde 2005.
— Meu filho não seguirá os nomes tradicionais dos Orleans e Bragança
e se chamará Lucas em homenagem ao Luke Skywalker (personagem)
de "Guerra nas Estrelas". Meu marido é fã — diverte-se a princesa,
que cursou desenho industrial na PUC e hoje tem uma empresa de
branding e design, a FBBF, com clientes como Francesca Romana Diana.
A irmã gêmea de Fran se chama Maria Antônia, é arquiteta e trabalha
no escritório Capuri. Faz pós-graduação em gestão empresarial e se
casou há poucos meses com um economista. Não compartilha com os
outros irmãos a paixão pelo golfe. Prefere cozinhar e viajar "quase
todos os fins de semana para Búzios, Petrópolis ou Mauá". Uma viagem
inesquecível foi a recente lua-de-mel no Taiti.
Também ao contrário dos irmãos, Maria Antônia não nutre simpatia pela
monarquia.
— A república é mais democrática, as pessoas escolhem quem estará no
poder.
Antônia vai mais à missa do que os demais irmãos.
— Sou bastante católica.
Os quatro têm ainda outros dois irmãos mais velhos, que moram em São
Paulo.
Fille de la Princesse D. Maria Cristina
Filha da princesa
Maria Cristina
Paola Maria de Sapieha Rozanski e Bourbon de Orleans e Bragança
viajou de São Paulo, onde vive, para o Rio a convite do ELA
especialmente para participar da foto que ilustra a capa de nossa
edição, feita no Outeiro da Glória. Ficou felicíssima porque assim
pôde reencontrar várias primas que pouco vê, o primo Rafael e o
padrinho dela, D. Joãozinho, que acompanhava a filha Maria Cristina.
E também foi uma oportunidade para Paola, que adora e morre de
saudades do Rio, ficar algumas horinhas extras com o namorado dela de
mais de cinco anos, um editor de imagens que mora em Ipanema e
que "nunca, nunquinha" a chamou de "minha princesa".
— Acho que é por isso que eu gosto tanto dele — diverte-se.
Paola, hoje com 24 anos, é velha conhecida do ELA, da época em que
trabalhava como modelo. Começou aos 17, com Tereza Xavier. Desfilou,
fez editoriais de moda, catálogos. Ainda pensa em fazer ("se surgir
algo legal"), mas agora está mesmo concentrada na faculdade de design
(cursa na FAAP). Sonha em desenhar jóias.
— Acho que nunca vou largar a moda, minha paixão. Mas penso em
produzir uma moda mais consciente, que reaproveite materiais, por
exemplo — conta ela.
Paola busca seguir essa linha politicamente correta também na hora de
consumir. Acha um absurdo gastar fortunas numa bolsa, compra bastante
roupa em brechó. Esmalte? Só baratinho e na farmácia. Esbanja estilo
e simplicidade.
— Tenho um namorado normal, amigos normais, muita gente que eu
conheço nem sabe que sou uma princesa. Quando algumas delas tomam
conhecimento, me perguntam se eu moro num castelo, se sou rica. Eu
morro de rir — diz a estudante, que divide o aluguel do apartamento
em São Paulo com uma amiga.
Sobre ser princesa, Paola garante que "não muda muita coisa". Só
lembra de o nome ter pesado uma vez, quando pôs piercing numa das
orelhas.
— Você acredita que um jornal me criticou? Falando que princesa não
podia usar piercing? Nada a ver...
Mas Paola se preserva, sim. Na época em que trabalhava mais como
modelo, evitava desfilar de biquíni e fugia de transparências.
— Nunca fui convidada para posar para a "Playboy", mas recusaria.
Isso tem a ver com o fato de eu ser princesa? Pode ter um pouco, mas
acho que é mais pelos valores mesmo que eu tenho, passados pela minha
família — diz. — Com meu padrinho aprendi uma coisa que eu tento
adotar sempre. Aprendi que nobreza não é título, e sim personalidade.
Paola retorna ao Rio na próxima quinta-feira, quando voltará a ser
modelo ao desfilar no Miss Elegante Bangu (mais sobre o evento na
página 12). Até lá, a princesa estará por São Paulo. Estudando,
saindo com os amigos, fumando (pouco) seus Malboros light, fazendo
trabalhos de produção de moda ("alguns amigos me chamam porque acham
que eu tenho bom gosto") e malhando. A princesa conta que
recentemente descobriu o mundo maravilhoso das academias que oferecem
circuitos de musculação com duração de apenas meia hora.
— Sempre detestei ginástica, mas me matriculei na Curves (academia) e
estou amando. Estou ficando até fortona — brinca a bela e simpática
princesa.
"SOU MONARQUISTA. ACHO UM REGIME VIÁVEL PARA O BRASIL. COM CERTEZA
HAVERIA MENOS CORRUPÇÃO DO QUE HOJE EM DIA, E UM ESTADO MENOS
INCHADO. É VIÁVEL, MAS NÃO É FACTÍVEL."
24/11/2007
D. Eudes
Filha de
D. Joãozinho
Filha mais nova de D. João Henrique de Orleans e Bragança (D.
Joãozinho) e Stella Cristina Lutterbach, Maria Cristina de Orleans e
Bragança fará 18 anos um dia depois do Natal. Está animada com a
maioridade.
— Em 2008 quero dançar muito, escrever outro livro, muitas poesias e
entrar para a faculdade de arquitetura — conta Killie, apelido dado
pelos pais de tanto a chamarem de "minha querida".
— De minha querida foi passando para "quéri" e chegamos a Killie.
Desde pequena chamamos Maria Cristina assim. Toda a família adotou —
conta D. Joãozinho, que também é pai de João Philippe, nascido em
1986 e que é amigo de vários de seus primos também.
Portadora da síndrome de Down, Killie foi uma das atrações da Festa
Literária de Paraty de 2006, quando lançou seu primeiro livro na
Flipinha (versão infantil do evento), o "Cartas de amor", dedicado
aos cantores Alexandre Pires e Daniel.
— Os dois são lindos e adoro dançar as músicas deles — justifica a
falante Maria Cristina, que não desgruda nem um minuto de sua
cachorrinha Siwa, uma shint-tzu comprada pela família dos Orleans e
Bragança numa loja do BarraShopping, há dois anos, e que a moça
espera homenagear em seu próximo livro.
— Ela deu o nome de Siwa porque tínhamos acabado de voltar de uma
viagem ao Egito, em que visitamos o oásis de Siwa. Killie ficou
encantada. Aliás, ela adora viajar — conta o pai, que já levou a
filha a lugares como Machu Picchu, no Peru, Chapada Diamantina e
Delta do Parnaíba. — Vou fotografar e ela me acompanha — diz o
príncipe.
Killie cursa a 7º ano do ensino fundamental (antiga 6ª série) e seus
pais, que sempre defenderam a inclusão, optaram por matriculá-la numa
escola tradicional. Ela estuda na Oga Mitá, na Tijuca, onde tem
vários amigos e participa de muitas atividades, como oficinas de
poesia e dança com fitas.
— Faço várias apresentações para meus amigos e minha família — conta
Maria Cristina.
Ela sabe que, para realizar seu sonho de ser arquiteta, terá que
percorrer um longo caminho. Mas acredita nele:
— Ainda falta muito. Mas calculo que com 26 anos já possa estar na
faculdade.
Maria Cristina vai ao colégio pela manhã. À tarde, além das
atividades extracurriculares, tem aula com uma professora particular
chamada Frances, que a incentiva a fazer cálculos, escrever poesia e
realizar trabalhos manuais. A menina escreve diariamente e diz que
nunca vai parar.
— Na verdade, serei arquiteta e continuarei sendo escritora.
— Nós conhecemos as limitações de Killie, mas sempre a incentivamos a
fazer tudo o que ela tivesse vontade. Ela tem sonhos, é muito feliz e
sabida. Tem condições de realizar tudo o que quiser — diz D.
Joãozinho.
A independência de Killie se traduz ainda na hora de escolher suas
roupas. Ela diz adorar ir às compras e, no dia da foto para a nossa
capa, usava um belo vestido azul na altura do joelho. Os óculos, de
armação rosa, eram Armani. O cabelo, que manteve comprido durante
anos, agora ganhou um corte na altura dos ombros.
— Escolhi tudo isso — conta Maria Cristina.
O pai conta que Killie é bastante popular na escola e em casa. Na
escola, seu melhor amigo é um rapaz chamado Pedro, de 17 anos. Em
casa, vive para lá e para cá com Brenda, de 4 anos, filha da
cozinheira da família.
Quando perguntada sobre o que pensa de ser uma princesa, Killie abre
um sorrisão:
— Ser princesa é uma boa!
FILHOS DE D. ANTÔNIO JOÃO
24/11/2007
Apesar de serem do ramo de Vassouras, Pedro Luiz, Amélia, Rafael e
Maria Gabriela foram criados em Petrópolis, o que acaba confundindo
algumas pessoas. Seus pais, D. Antônio João e Christine, ainda moram
lá. Hoje, os três filhos mais novos moram com a avó, a princesa da
Baviera, no Jardim Botânico. Vieram estudar. Pedro Luiz, o mais
velho, de 24 anos, mora em Luxemburgo e trabalha no mercado
financeiro.
Maria Gabriela, a caçula de 18 anos, terminou o ensino médio no
Andrews e agora presta vestibular para comunicação social. Pretende,
como boa parte da família, estudar na PUC. Ela toca violão muito bem
e foi integrante do coro das Meninas Cantoras de Petrópolis. Aprendeu
sozinha e, de vez em quando, reúne os irmãos para cantarem juntos.
Amélia se forma em arquitetura no mês que vem. Ela nasceu em 1984,
assim como outros quatro de seus primos mais próximos, que compõem a
família imperial. Atualmente, a moça faz estágio no escritório da
arquiteta Márcia Müller. Apesar de trabalhar com decoração de
interiores e reformas, Amélia diz que quer mesmo é trabalhar com
restauração e revitalização.
Em verões passados, chegou a trabalhar em lojas como Richards e
Francesa Romana, com o objetivo de juntar dinheiro para viajar pela
Europa. Ela também adora ler e cita "O caçador de pipas", a
série "Ramsés" e "Marley e eu" entre seus preferidos. O último livro
traduz a paixão, comum à boa parte da família, por cachorros. Na casa
da avó vivem três animais: um golden retriever chamado Johnny, o
labrador chocolate Shoyo e o beagle Bob.
Rafael, o único homem da nossa foto de capa, feita no Outeiro da
Glória, tem 21 anos e estuda engenharia de produção na PUC. Está no
5º período e pretende seguir os passos do irmão mais velho. Assim que
terminou o colégio, Rafael morou durante seis meses em Paris, onde
fez cursos de fotografia, desenho, tênis e trabalhou nas Galeries
Lafayette como vendedor.
Assim como os irmãos, Rafael fala francês muito bem. A mãe deles,
Christine, é belga e sempre usou o idioma ao falar com os filhos. O
melhor amigo de Rafael é o primo Pedro Alberto, filho de D. Alberto.
Assim como o irmão e a maioria dos primos, ele joga golfe.
— É um vício. É um jogo que depende só de você. Toda a família joga.
Nosso tio Eudes já foi até presidente da confederação — conta Rafael,
que costuma praticar o esporte no Petrópolis Golfe Club.
O futebol é outra paixão. Como todos os Orleans e Bragança, ele é
tricolor.
Amélia acha que ser fluminense é uma tradição da família que, assim
como outras, precisa ser honrada.
Os três contam que, desde pequenos, ouvem provocações relacionadas à
história da família imperial.
— Há muita distorção e caricaturas, como o filme "Carlota Joaquina —
A princesa do Brasil" e a série de TV "O quinto dos infernos". As
pessoas dizem, por exemplo, que D. João VI fugiu de Portugal. Na
verdade, foi uma estratégia — diz Rafael, que freqüenta círculos
monarquistas com seus irmãos. — A gente sempre procura o melhor para
o Brasil. Algumas pessoas acham que somos monarquistas porque
seríamos privilegiados. Ao contrário, estaríamos é a serviço do país.
Quando podem, eles tentam corrigir informações e defender seu ponto
de vista sobre a história do Brasil.
— Mas às vezes é impossível. Imagine ter 60 alunos e um professor
contra você falando: "Ah, você só fala isso porque é princesa" — diz
Amélia.
O Globo
Direct link:
RE: A nova geração de Orleans Bragança
Por Favor
Eu gostaria de ver essa memorável foto tirada com os membros da "nova geração dos Orléans e Bragança" alguém possui essa foto? Onde eu poço encontra-la?
Atenciosamente,
Adel Igor
Direct link:
RE: A nova geração de Orleans Bragança
Olá,
Adel Igor, se você for brasileiro, talvez você poça achar esta edição do jornal "O Globo" , que contém esta matéria, na blioteca da capital de seu estado.
Direct link:
RE: A nova geração de Orleans Bragança
Estimado Adel Igor,
Pedindo licença ao moderador, no site http://www.stickypond.com/cafemonarquia/viewtopic.php?p=6402&sid=6bf982ab8e46b6c5aebb8cd6fdd8ea9c também é descrita a mesma matéria, contendo algumas fotos, mas não a mencionada fotografia. Fraterno abraço.
Samuel de Castro
Direct link:
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