Familia Reimao-Sao Martinho de Sardoura
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Familia Reimao-Sao Martinho de Sardoura
Meus amigos,
Eu tenho um antepassado, Padre Manuel Reimao de Aguiar e nasceu na Quinta de Casal Perro, Sao Martinho de Sardoura, Castelo de Paiva algum tempo antes de 1700.
Era o 'Padre Cura' da igreja de Sao Martinho de Sardoura . Eu não sei quem eram seus pais. Eu sei talvez era um par que "possam" ser seus pais: Domingos Martins e Maria Reimao de Aguiar. Mas eu não sei.
Padre Manuel teve um relacionamento com uma Maria da Silva, naturalmente do Villa Verde, Sao Martino de Sardoura, Castelo de Paiva.
Teve um filho, Manuel Reimao, que nasceu antes de 1721 em Sardoura. Ele casou-se com Maria Nunes (carregado 27 setembro 1722), filha do Paschoal da Costa ( natural de Sobrado) e Maria Nunes (natural de Sardoura), em 31 agosto 1741.
Seus pais (do Manuel) são alistados como "despoza com um e outra"..foi suposta se casar após 1741 mesmo que seja ainda um padre.
Alguem tem algum informacao?
Obrigado!
Miguel Labrego
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Eu recebi esta informação... mesmo que não fosse útil a mim ainda, mim pensei talvez útil a outros investigadores de nome "Reimao". :
Caro Miguel Labrgeo,
Esta obra sobre os Reimões de Riba d'Ouro trata os mais antigos - do sécº XV e XVI, iniciando-os num Pedro Anes, que viveu na Quinta de Santa Cruz, em Canelas, Escudeiro do Rei D.Afonso V, Escrivão da Alfandega do
Porto e Procurador das Rendas e direitos dessa Comarca em 15.10.1457.
Este teve, pelo menos 3 filhos, e por estes alguns netos Manuéis, e mesmo alguns com bens em Sardoura, Castelo de Paiva.
O filho de Pedro, Gonçalo Reimão, por exemplo, tinha em Sardoura, um Casal de Vila Verde. Foi também Escudeiro de D.Afonso V e de D.João II que o nomeou Escrivão da Alfandega do Porto em 1487. E casou com Leonor Toscano.
Dos muitos filhos e filhas deste cito um Manuel Reimão, igualmente Escudeiro e Escrivão da Moeda do Porto em 1544.
Já aqui temos referências a bens em Vila Verde, Sardoura, de onde, provinha uma das linhas desse seu 6º avô.
Um outro neto de Pedro Anes - filho de um João Reimão - de nome Belchior Reimão, foi Cavaleiro da Casa del-Rei em 1554 e serviu em Ceuta, tendo sido Senhor de uma Quinta dos Lagartos, em Sardoura.
Aí tiveram também bens- uma Quinta de Vigide - o filho destes Braz Reimão, de quem falei noutro email.
Este, por sua vez, tem um outro Manuel Reimão, Tabelião em Castelo de Paiva por 1588, que no seu testamento cita vários casais mas sem o nome, pelo que um deles poderia ser o de Casal Perro que citou.
A viuva deste, Ana Gomes, deixa vários bens a alguns sobrinhos e a maior parte deles á Santa Casa da Misericórdia de Castelo de Paiva.
Ora bem, de qualquer destas linhas vem, certamente, o Manuel Reimão de Aguiar, mas pelos elementos contidos nesta obra não se chega lá. E no Felgueiras Gayo já procurou qualquer coisa ? Vou ver se ele menciona alguma
linha em Castelo de Paiva.
Mas a maneira mais segura de o saber é ver as habilitações de Génere dele, que devem estar em Braga.
Abraços
João Alarcão
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Caro Miguel Labrego,
Queira desculpar por estar um pouco confundido quanto à pessoa a quem me devo dirigir e por só hoje me ter sido possível fazê-lo,o que se deve não só a ter apanhado uma forte constipação mas também ao facto de estar a preparar um trabalho que me tem consumido quase todo o tempo disponível. Desse modo, a presente resposta será necessariamente breve, dado agora me ser impossível rever e tratar alguns dos elementos que tenho vindo a coligir.
Quanto ao notável estudo que refere - Os «Reimões» do Porto e Riba-Douro no Século XVI -, devo dizer-lhe que só recentemente o consegui fotocopiar e ainda não tive oportunidade de o analisar com grande detalhe (tal o volume de informação, notas, etc.). Na verdade, as diferentes tentativas de o localizar nunca haviam tido sucesso por o mesmo se encontrar incorrectamente citado nos "Carvalhos de Basto" (Capítulo II, §-1.º, p. 195), e foi apenas depois de o ter visto devidamente referido nas fontes do site «Geneais» que a situação se alterou - eu andava à procura do inexistente "Bol. do Inst. de Bibliographia Luso-Brasileiro", quando o trabalho em questão vem efectivamente publicado no "Boletim Internacional de Bibliografia Luso-Brasileira".
No entanto, a minha ligação à quinta de Vila Verde, em São Martinho de Sardoura (não se processa através dos Barbosas Reimões da casa do Barral mas sim dos Correias de Araújo da casa do Pedregal ("Carvalhos de Basto", Capítulo II, §-20.º, p. 393).
Quanto aos meus Reimões, eu não tenho qualquer dúvida que pertençam aos ali tratados, mas ainda não sei de que modo se estabelece a ligação. Felgueiras Gayo menciona-os nos títulos de Abreus (§ 47), Barbosas (§§ 145-146) e Correias (§§ 44-45), e ainda no Costado "Barbosas Cunhas Cabraes e Azevedos, de Ovar (Tomo II de Costados, 93), embora com alguns erros e confusões, sendo a versão mais fidedigna a que se encontra nos "Barbozas".
Esquematicamente, é a seguinte a genealogia dos Srs. da quinta do Barral:
I LUÍS ANES, morador em Linhares, casou com CATARINA LUÍS BARBOSINHA, tendo-lhes sido emprazada em 30-V-1507 a quinta do Barral, em Santa Maria de Sardoura, com foro anual de $190 e uma galinha.
Sucedeu-lhes:
II FRANCISCO BARBOSA, "foi Fid. da Casa Real ficou captivo na de Alcacer, e foi escrivão das Cizas do Conc.lo de Paiva onde viveo. Casou na fregª de S. Martº de Sardoura" com ANTÓNIA VELHO (e não D. Clara Velho), tendo-lhes sido renovado o emprazamento da quinta do Barral, a 25-IV-1551, com o novo foro anual de $400 e duas galinhas.
Tiveram, entre outros:
III Francisco Barbosa (Reimão ?), que segue.
III Gaspar Barbosa, que foi sr. da quinta de Cimo de Vila, em S. Martinho de Sardoura (que provavelmente teria feito parte da herança de sua mãe). Desconhece-se o nome da mulher mas sabe-se que teve uma filha chamada Antónia Velho Barbosa, mulher de Francisco António de Carvalho, dos quais há notícia de três filhos que usaram o apelido Reimão: João Barbosa Reimão, que em Santa Maria de Sardoura, a 2-VIII-1660, casou com sua prima em 3.º e 4.º grau de consanguinidade Marta Mendes de Sousa, herdeira da casa do Pedregal, s.g.; Maria Barbosa Reimão, sucessora na quinta de Cimo de Vila e mulher de António Correia de Sá, c.g.; e Santos Barbosa Reimão, que foi abade de S. pedro do Paraíso.
III Inácia Barbosa, que casou com António Álvares, "Tab. propr. no conc. de Paiva", e foram pais de Inês Barbosa, mulher de Diogo Soares, da casa de Vila Verde, em S. Vicente do Pinheiro ("Carvalhos de Basto", Capítulo I, §-6.º, p. 68). Destes foi filho, entre outros, o Lic.º. Manuel Barbosa da Cunha Reimão.
III FRANCISCO BARBOSA (REIMÃO) - no citado costado, Felgueiras Gayo chama-lhe João Barbosa Reimão, confundindo-o com o filho homónimo -, que "casou em Arouca" com JERÓNIMA AIRES", filha de "Fran.co Ayres da Casa do Patim em Arouca". Residiram na quinta do Barral, que lhes viria a ser novamente emprazada, a 3-VII-1604, tendo-se então procedido a um aumento de $100 no foro anual.
Tiveram pelo menos:
IV Francisco Barbosa Reimão, que lhes sucedeu como 3.ª vida po prazo da quinta do Barral, onde viveu com sua mulher Clara da Cunha, de S. Martinho de salreu, c.g.
IV João Barbosa Reimão, que casou (em Ovar) com Cecília Coelho Freire, "da Casa da Povoa", c.g.
IV Pedro Barbosa Reimão, que casou (também em Ovar) com Isabel Coelho, irmã de sua cunhada Cecília, c.g.
Foi, contudo, a descoberta das escrituras de emprazamento da quinta do Barral que me permitiu desnvolver com maior rigor a origem desta família e comprovar a falsidade do entroncamento nos Barbosas Cabrais. Felgueiras Gayo, apesar de admitir outra versão, faz o n.º II filho de Gregório Barbosa Cabral - apelido este que nunca vi ser usado pelos seus imediatos descendentes -, quando na realidade o era de Catarina Luís Barbosinha e de Luís Anes.
Relativamente ao sangue dos Reimões, creio que ele já deverá estar presente na geração I, faltando apurar a qual dos conjuges se deve, embora o apelido do marido me faça inclinar mais para essa hipótese. Quanto à cronologia, Luís Anes poderia ser neto de Pedro Anes, possivelmente através de seu filho João Reimão, que aparenta ter estado mais ligado à região de Paiva.
Este é, certamente, um tema que merece ser aprofundado, nomeadamente através da reconstituição dos aforamentos de diversas outras propriedades que esta família detinha na zona.
Grato pela atenção dispensada e com os melhores cumprimentos
Miguel Mora
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