Quinta dos ingleses- Carcavelos
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Quinta dos ingleses- Carcavelos
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Em 1697, Domingos de Azevedo Pereira, capitão de infantaria do Forte de S.Julião da Barra, morava na Quinta dos Ingleses, antes morava no proprio forte.
Esta quinta será a mesma que hoje existe?
Cumprimewntos
A.Correia
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RE: Quinta dos ingleses- Carcavelos
Confesso que não sei se a Quinta é a mesma. Mas se fôr está reduzida a uma expressão ínfima daquilo que era há meia dúzia de anos por causa das sucessivas construções que lá foram fazendo.
Era um pulmão na zona de Carcavelos e agora é uma zona residencial com alguns espaços verdes.
Berquó
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RE: Quinta dos ingleses- Carcavelos
Já pedi várias vezes ao sr. presidente António Capucho que retirasse a indicação rodoviária de Qtª. dos Ingleses. Explico : pertenceu-lhes no tempo da última Grande Guerra devido ao cabo submarino. Mas sempre foi Quinta de Santo António. Prometeu-me que não se esqueceria do reparo, visto que António também ele era. Porém temos de continuar a aguentar com tamanho peso. já pensei que a mudança custaria muito dinheiro, pois a senhora presidente da junta não deu qualquer pas-so para o bom nome daquele espaço.
De facto, um bom pedaço lhe foi retirado; força, disse-se, do progresso. Todavia retirou-se a fábrica de oxigénio e aumentou-se a de CO2. Construções ainda não há muitas. Hão-de vir... Tenho a dizer que pulmão para os residentes de Carcavelos, não é. E, no Verão tornou-se um valente parque de veículos de transporte de crianças que aqui gozam os seus banhos.
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RE: Quinta dos ingleses- Carcavelos
Caro A. Correia,
Não sei da existência de nenhuma quinta com esse nome, na zonaonde hoje se situa Carcavelos, nos finais do séc. XVII.
Sobre a história da actual quinta de Santo António, só passou a ser conhecida por "dos ingleses" desde que estes por lá se instalaram quando da construção do cabo submarino.
Por sinal encontra-se neste momento uma exposição no Centro Cultural de Cascais, sobre o vinho de Carcavelos, onde sepode encontrar muita documentação sobre as antigas Quintas da zona.
Sobre a referida quinta passo a transcrever de um site sobre Carcavelos o que se segue :
(...) Na época, em que o marquês de Pombal fixou as suas vistas de águia no termo de Oeiras muita gente da capital seguiu o rumo do grande estadista. O rico capitalista José Francisco da Cruz, que veio a ser um dos avós dos últimos morgados da Alagôa, seduziu-se do exemplo autorizado. Também quis ter casa numa dessas povoações vizinhas de Lisboa e ribeirinhas do Tejo. Em Carcavelos, sobre a praia, viu terreno que lhe agradou. Comprou-o ao morgado da Alagôa, seu contemporâneo e vizinho, murou-o, plantou-o de pinhal e pomar, fez a casa.
A quinta, por ser nova na terra, passou a chamar-se «Quinta Nova», embora o seu proprietário lhe desse o nome de «Quinta de Santo António». Também lhe chamavam «Quinta da Lobita», em razão dos seus terrenos serem conhecidos, desde séculos, por esta nomenclatura. Hoje em dia é mais conhecida por «Quinta dos Ingleses», ou «Quinta Nova».
Não podia ter melhor situação. Ocupava e ocupa um espaço livre entre Carcavelos e o mar. Dominava e domina a maior parte do horizonte da praia.
A casa, cuja frontaria, pintada de amarelo, ainda conserva o primitivo aspecto senhorial, tinha aparências apalaçadas. Dois torreões laterais, com seus telhados pontiagudos cobertos de telha mourisca, ligam-se, na altura do rés-do-chão, por meio duma varanda em estilo de solar português. A obra data da compra da quinta, nos meados do século XVIII. Estava ricamente decorada e mobilada. A capela foi dedicada a Santo António. Tinha também, nessa época, um belo jardim com avenidas de buxos aparados, canteiros de flores, lagos, estátuas. O arvoredo fora plantado em larga escala. O pinhal nascia em grande extensão de terreno. A parte rústica chegou a produzir 500 pipas de vinho. Havia um pomar famoso, um laranjal de renome.
Tantas maravilhas atraíram a atenção da Companhia do Cabo Submarino Inglês, em 1872, na altura em que esta entidade procurava um ancoradoiro para amarrar nas praias vizinhas de Lisboa a sua misteriosa rede de fios lançados de mundo a mundo. Fez-se a venda por 23 contos, uma quantia enorme para o tempo.
A Companhia do Cabo Submarino tornou-se proprietária da Quinta Nova, adaptou o palácio de estilo senhorial a escritório inglês, e acrescentou ao nobre edifício uma série de, feias e modernas construções amarelas, que destoam do ambiente, mas onde instalou com comodidade e eficiência os seus serviços e os seus servidores.
Dessa compra e dessa instalação provém o aspecto particular que Carcavelos adquiriu nos últimos anos, nos anos da sua expansão, aspecto que a caracteriza entre as praias da Costa do Sol. Os estrangeiros preferem-na. Eivada de inglesismo, habitada por ingleses, por alemães, a antiga aldeia portuguesa mudou de fisionomia. Passou a ser considerada como um quisto de núcleo internacional a crescer e proliferar naquela pacata Costa do Sol onde os nossos pais e avós construíram as primeiras casas de veraneio.
Instalaram-se os ingleses em Carcavelos com o conforto, a elegância proverbial entre ingleses. O Cabo Submarino, a par dos seus oito braços de polvo estendidos para os Açores. Gibraltar, Brasil, Inglaterra, construía campos desportivos na Quinta Nova, já crismada pelo vulgo em Quinta dos Ingleses. O golf, o tennis, o foot-ball, o rugby, o volley-ball, o cricket, etc., fizeram a sua aparição de assombro naquele céu e naquela terra onde depois se tornaram vulgares. (…)
A Quinta Nova foi readquirida, pouco depois da fundação, por herança, para o morgadio da Alagôa, por o seu titular dessa época ser descendente de José Francisco da Cruz. Esta ilustre família dos morgados da Alagôa possuía as mais antigas fazendas da região. Era ela a dona dos vastos terrenos de vinha e mata em que se estende a célebre quinta da Alagôa, ainda hoje notória no termo de Carcavelos.
Os morgados da Alagôa aproveitaram um velho edifício existente nas suas terras e reconstruíram sobre ele um palacete guarnecido de ameias e outros ornamentos de gosto medieval. Era ali a sua casa de campo, a sua casa de família, a sua casa senhorial. As salas decoradas no estilo rico dos palácios portugueses, mobiladas com pesadas peças de talha, louças e tapeçarias do Oriente. O palacete desvanece-se duma fama de antiguidade que é conhecida no local. Consta que as suas paredes-mestras, os seus caboucos pertenceram a obras destinadas a um convento de arrábidos, obras cuja conclusão não chegou a fazer-se para o mesmo piedoso fim. A casa foi depois ocupada por famílias de abastados lavradores, que a venderam ao morgadio da Alagôa.
A quinta tira o seu renome da lagoa natural que existe, há séculos, na sua frondosa mata. Lagoa de margens idílicas, encastoada num aro de arvoredo, lagoa de água escura e dormente. O seu nível permanece, mesmo no verão, num ponto alto, o que indica haver ali a presença de misterioso caudal subterrâneo. No Inverno, inundada pelas chuvas e as águas dos campos, a lagoa fica repleta e extravasa. O seu aro de mata torna-se num lameiro. Do defeito surgiu a ideia de fazer derivar, por meio de calhas, o excedente das águas da lagoa para um covão de pedreira abandonada, onde se forma, actualmente, uma nova lagoa de Inverno, seca no Verão.
A Quinta da Alagôa ainda pertence aos herdeiros do morgadio da Alagôa, a fidalga família de D. Vasco Belmonte.
(…)
Coeva da época do marquês de Pombal é também a Quinta do Barão.
Os terrenos que a compõem foram comprados e murados por Jacinto Isidoro de Sousa, um afamado mestre-de-obras da Lisboa setecentista, o que dirigiu a conclusão do palácio Pombal, em Oeiras. A casa apalaçada, de nobre estilo português, que é o encanto e a graça da Quinta do Barão, foi construída por esse mesmo mestre de obras com os restos do material do palácio do marquês, oferecidos pelo estadista ao mestre que presidira ao remate da obra.
A casa foi concluída em vida do dono e habitada. Anos depois, com a sua morte, fecharam-se as portas do palacete. A viúva, sem amor à vida campestre, vendeu em 1794 toda a propriedade ao barão de Mossâmedes, um dos membros da grande família Almeida e Vasconcelos, e que era, ao tempo, o 12º senhor de Mossâmedes.
A quinta passou então a ter grandezas de propriedade senhorial. Brasões de família foram pintados nos tetos das suas salas. Um mobiliário sumptuoso recheou-a de ponta a ponta. Espalhou-se na terra, entre o povo, a nomenclatura “Quinta do Barão” baptismo popular e imperecível. O nome alongou-se às "cercanias, Alto do Barão, Baixa do Barão, etc., como um sinete de senhorio.
O vinho de Carcavelos" começava, pela época, a ter fama, nos mercados mundiais. O barão de Mossâmedes seguiu a indicação preciosa e plantou a sua propriedade de vinha. A adega, o vasilhame foram arranjadas nas proporções requeridas para as enormes colheitas. A marca de vinhos «Quinta do Barão» data dessa época.
Toda a região de Carcavelos está retalhada em grandes fazendas. Parte delas pertencem a famílias distintas. Não é na povoação que habitam os mais representativos moradores de Carcavelos, é ao largo, nas suas quintas. '
Quinta Nova, do Barão, da Alagôa... Quinta do Junqueiro, da Bela-Vista, das Palmeiras, do Lameiro, da Cartaxeira, da Torre da Aguilha, da Costa, do Paulo Jorge, etc.
In "Memórias da Linha de Cascais " de Branca Gota Colaço e Maria Archer
editado pela Parceria António Maria Pereira - 1942 (...), fim de citação.
Cordialmente,
Luís Piçarra
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RE: Quinta dos ingleses- Carcavelos
Acrescento:
O texto que é referido no site sobre Carcavelos, foi retirado de uma obra de 1942, da autoria de Maria Archer e Branca Gonta de Colaço ( e não Gota ou mesmo Gotha...) como, por lapso, lá aparece.
Quanto ao site , poderá ser encontrado na net escrevendo Carcavelos web page.
Cumprimentos
Luís Piçarra
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RE: Quinta dos ingleses- Carcavelos
Este último texto é muito interessante.
A quinta dos ingleses, tal como disse, foi um pulmão para as pessoas que moram naquela região. As quais perderam esse pulmão. Sobre as construções, bom, de facto ainda há muito espaço, mas se pensarmos no que já foi construido...
É complicado dizer alguma coisa sobre isto. Moro ali ao lado das novas construções e de facto a natureza ficou paupérrima em relação há uns anos atrás. Na altura em que se decidiu construir a Quinta de S. Gonçalo entre outras urbanizações, era eu advogado da CMC e tanto falei lá dentro, e se calhar, de certeza, com os " maus da fita" que acabei "despedido".
Claro que há muito movimento, imensa gente foi para ali, os acessos estão muito modernos e, de certeza também, toda aquela gente que para ali se mudou acha muito bem. E tem as suas vantagens sem dúvida. Enfim, é um facto consumado, e agora tenho pena que as habitações que lá foram construidas estejam a ficar com as fachadas estragadas pela utilização. É o que sucede no meu bairro, a Quinta dos Lombos, já com alguns anos, que tem as fachadas que dão para a Estrada da Torre e para a Av Lucas Pires completamente estragadas. Ou muitas estão estragadas. Quando o interior do bairro até é bem agradável, na minha opinião, e melhorou muito em equipamentos e espaços verdes.
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RE: Quinta dos ingleses- Carcavelos
Informo que a Quinta d´Alagôa foi há já uns anitos vendida. Claro que veio a imediata costrução , ficanco alguma área para o Município que cuida de bom jardim de lazer para a população e alguns edifícios que ainda aguardam aproveitamento
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