Valente
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Valente
Olá!
Alguém possui informações sobre a origem do sobrenome Valente? Em qual região de Portugal teria surgido ou tido seus primeiros registros?
No Brasil há muitos com este mesmo sobrenome, porém de origem Italiana. Há alguma relação entre as duas famílias (uma origem comum) ou é apenas coincidência?
Até mais.
Jorge Augusto.
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Valente
Caro Jorge Augusto,
Não confundir 'apelido' com 'família'.
Os apelidos só se fixaram muito recentemente (sob o ponto de vista histórico)
Alguém de apelido Valente podia ter sido filho de um Gonçalves, neto de um Fernandes e bisneto de um Soares. E - não tenha dúvida - eram todos da mesma família.
Por isso, não existe 'uma' família de apelido Valente, mas seguramente centenas. E com grande probabilidade não têm nada a ver umas com as outras.
Por isso querer fazer genealogia procurando pessoas de mesmo apelido é entrar num beco sem saída, ou melhor, com tantas saídas e provavelmente tantas saídas erradas, que V perde o seu tempo e não descobre nada de útil para conhecer os 'seus'.
A única maneira de saber de onde vêm os 'seus' Valentes é fazer pesquisa de ancestrais, com as certidões sua, dos seus pais, avós, bisavós, etc.
Tudo o resto é palpite sem fundamento.
Bosa pesquisas, boa sorte e depois de ler a página de Introdução à genealogia deste site se ainda tiver dúvidas, volte aqui a este seu tópico e pergunte. É para isso que (também) serve o Forum: 'correcção de tiro'.
Victor Ferreira
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RE: Valente
Sei... Não havia ainda uma identificação como a que estabelecemos hoje em dia, com o sobrenome identificando uma família... Baseado em que eram dados estes "apelidos" havia alguma regra ou na hora do batismo/registro o pai "inventava" um nome qualquer?
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RE: Valente
Na minha experiência, tudo o que o senhor pode imaginar acontecia, embora não fosse só na hora do Baptismo. Num baptismo, os pais poderiam dar o apelido do pai, da mãe, de qq um dos 4 avós, poderiam dar uma alcunha de algum dos pais ou avós pelo qual aquele grupo familiar era reconhecido, as vezes se a família mudava de localidade também acontecia baptizar as crianças e dando-lhes de apelido o nome da terra de onde eram originários, durante um tempo era possível mudar de nome quando as crianças faziam o crisma, pelo que também ai os nomes podiam mudar e também há casos onde alcunhas ou outro tipo qq de identificação de uma pessoa passava a oficial ora na altura dos casamentos ou até na altura das mortes (verificável pelos registos de casamento e óbito).
Existem casos onde realmente um apelido atravessa muitas gerações, mas digo-lhe já que é quase impossível que tenha sido sempre de pai para filho, tanto mais que durante algum tempo os apelidos das mães também eram os mais utilizados.
Espero ter ajudado mesmo com esta confusão
Atenciosamente
Levi Redondo Bolacha
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Inventando nomes
Caro Jorge Augusto,
1. clarificando a terminologia ao padrão mais utilizada neste Forum: um sobrenome é um nome. O seu 'Augusto', se não for um apelido, é um sobrenome, justaposto ao Jorge, o seu nome cristão principal;
2. um apelido ou nome de família (e por isso sem aspas), fixo nos membros de uma família ao longo de gerações, é uma coisa relativamente nova;
3. na maior parte dos casos havia uma justificação (não uma regra) para que se pusesse o apelido X aos filhos. Ou mesmo a 'um dos filhos' e os apelidos Y, Z, K etc aos outros. É que em algumas famílias de posses havia a lei do morgadio - só o filho mais velho herdava os bens, entre eles os nomes mais sonantes da família. Os outros ficavam com os restos;
4. houve pelo menos um rei português que quis impedir que a populaça pusesse nomes associados com nascimentos que os titulares não possuíssem, para evitar haver filhos de sapateiros com apelidos Mascarenhas, Vasconcelos, Noronha e por aí afora. Mas parece que a coisa vigorava por pouco tempo;
5. por outro lado, não se esqueça de que os registos de baptismo são dos fins do século XVI e que antes disso já as pessoas se chamavam Costa, Lopes, Antunes, Medeiros, ou … Valente. Não porque fossem ‘registados’ como tal, mas porque adoptaram esses apelidos quando cresciam, seja porque eram conhecidos como membros de uma família que já o usava, seja porque adoptavam um tratamento próprio dado algum evento associado com o dito apelido (alcunha, p.ex.);
6. as pessoas não sabiam ler nem escrever na maioria. Escrever os nomes era pouco relevante. As pessoas eram mais identificadas pelo nome, nome do pai e local de origem ou residência, que por uma ideia de registo em um suporte papel, guardado em algum local, imune aos ataques de fraudes ou outra coisa qualquer. Mesmo porque esses ataques eram mais que prováveis: as condições de armazenamento não eram sempre as melhores: humidade, ratos, insectos, incêndios, guerras …
7. Se ler os registos de baptismo, até bem pouco tempo atrás vai constatar que o único nome que aparece é o nome cristão: ‘Baptizei a José, filho de X e Y …’ e os nomes dos pais e padrinhos é que vêm completos. Razão? Até à maioridade o José era o José, filho de X, nunca mais teve o seu nome escrito nem usava nenhum apelido. Só quando o seu nome foi escrito pela segunda vez, no Matrimónio, é que teve os apelidos acrescentados. E provavelmente se fez alguma escritura mais tarde poderá ter tido o seu nome completo escrito de forma diversa.
Cumprimentos. VF
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