Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
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Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Consultando a magnífica obra recentemente editada «História das freguesias do Distrito de Vila Real» de Ribeiro Aires, confirma-se que: e passo a transcrever: «a Torre de Quintela na freguesia de Vila Marim, vizinha de Vila Real, fôra dos Macedos, senhores de grandes terras no termo de Vila Real e passou para os Condes de Vimioso através de Dona Filipa de Macedo...». Ora esta Dama era fidalga de Vilar de Maçada, neta de Martim Gonçalves de Macedo, herói na batalha de Aljubarrota e donde nasce a lenda do maço de guerra como origem do nome da povoação e é lenda porque já havia registos anteriores com o nome «maçada» e «massada». Esta Senhora Dona Filipa de Macedo foi amante de D. Afonso de Portugal de quem teve dois filhos, um deles, Francisco de Portugal foi o 1 º Conde de Vimioso, título doado por D. Manuel I em 1515 e herdeiro dos senhorios de Quintela. D. Afonso de Portugal, pretendente à sucessão do Ducado de Bragança após o assassinato do anterior duque por D. João II, foi nomeado bispo de Évora pelo Rei-talvez para D. João controlar melhor o poder do ducado, na sua implacável saga de concentração do poder real-e D.Filipa teve de abandonar aquela relação e casou então com Manuel Drago, também fidalgo de Vilar de Maçada, onde se mantém ainda, na povoação de Cabêda desta freguesia,o imponente edifício do solar dos Dragos, uma parte em ruínas e uma capela,esta felizmente bem restaurada, fundada pelo avô de Manuel, Salvador Drago em 1413 estando nela sepultado seu pai Ruy Drago. Manuel Drago campeou na batalha de Toro com D. Afonso V - 1476-78-na saga de defesa da candidatura de Dona Joana a «Beltraneja» ao trono de Castela, campanha essa que não correu nada bem para as nossas hostes.Mas há mais uma sequência interessante na linhagem saída de D. Filipa de Macedo:D.João de Portugal, filho de D. Francisco,1º conde de Vimioso, casou c/Dona Madalena de Vilhena e morreu em Alcácer Quibir em 1580,sendo estas duas das personagens principais do drama histórico Frei Luiz de Sousa de Almeida Garret. Vai surgir em finais do séc.XVII um outro Francisco de Portugal, 3º conde de Vimioso, tb/ citado na referida obra de Ribeiro Aires, pois foi o que restaurou em 1695 a referida Torre de Quintela cujos vínculos e morgadios foram extintos com a revolução liberal em 1834, passando depois por diversos proprietários, chegou a estar em risco de desaparecer, mas sendo desde 1951 monumento nacional e entretanto novamente restaurada. E com este recortezinho de história despeço-me com amizade - como fazia na TV o meu ilustre colega Sousa Veloso-até uma outra oportunidade. Se algo fôr de corrigir agradeço que o façam pois eu sou agrónomo, não sou historiador e a história é para mim apenas um interessante passatempo de cultura geral e no caso da minha terra uma questão de puro e desinteressado bairrismo.Bem hajam todos, José Ribeiro.
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro confrade José Ribeiro:
Da torre dos Dragos, anexa à casa dita de Borba (nome que lhe veio de seus descendentes de Borba de Godim, na Lixa), tenho fotografias tiradas há vinte anos, antes das obras que a desfiguraram. Lá viveram o Manuel Drago e a Filipa de Macedo, na segunda metade do século XV. Os seus descendentes possuiram também a quinta de Cabeda, chamada do Porto, por pertencer no século XVIII a Manuel Pamplona, que vivia naquela cidade. O edifício tem ainda remeniscências do século XVI. O filho de Manuel Drago, Rui Drago, trocou com seu meio irmão, conde de Vimioso, a torre de Quintela pelo célebre solar da Sempre Noiva em Évora.
Desconhecia a ascendência daquele Manuel Drago. Com que base diz que ele era filho de Rui Drago e neto de um Salvador Drago que fundou capela em 1413 em Cabeda ?
É assunto que me interessa particularmente. Uma filha de Manuel Drago e de Filipa de Macedo, com o mesmo nome da mãe, casou com Gonçalo Taveira, de Vila Real. Foram antepassados de Francisco Taveira de Macedo, meu antepassado, casado em 1745 em Cabeda. Este, aquando das demarcações pombalinas foi um dos "homens do acordo" que delimitou em Cabeda e Vilar de Maçada as vinhas aptas a produzir "vinho de feitoria".
Cumprimentos.
António Taveira
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro amigo: Preciosas as informações que me deu. Quanto aos Dragos em Cabêda, donde sou natural,está tudo bem registado, felizmente até numa lápide dentro da capela com esses dados. e a data de 1413. Aqui há meses veio visitar o solar e a capela o meu amigo e colega agrónomo Renato Drago que vive no Algarve mas tem esta história toda bem presente. Se me der o seu e-mail envio-lhe fotos,assim como gostaria de ver as suas. O meu e-mail é jaribe9@gmail.com Um abraço, José Ribeiro.
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caros José Ribeiro e António Taveira,
Peço desculpa por entrar nesta conversa, mas há anos que investigo os Drago Portugal, de Vilar de Maçada, descendentes de Salvador Drago, e cujos vínculos - que integravam uma quinta em Cabeda -- passaram para os Mouras Coutinho, da casa de Borba de Godim. Desta família, conheço apenas o que resta da capela de Vilar de Maçada - hoje feita estação de correios, e onde D. Gregório de Castelo Branco, filho bastardo do conde de Vila Nova de Portimão e marido de D. Francisca de Sousa Ataíde, filha de um Moura coutinho, mandou pôr as armas em 1674 --, propriedade do pai do nosso actual primeiro-ministro. Sei, no entanto, que existia um sepultura e um carneiro com armas de Drago na antiga Igreja de Vilar de Maçada (que sofreu um incêndio).
Posto isto, tomo a liberdade de abusar e perguntar se me poderia disponibilizar as fotografias que referem da capela e sepultura de Cabeda.
Agradecendo a colaboração, e permanecendo à V. inteira disposição, apresento os meus melhores cumprimentos,
Jacinto Bettencourt
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro José Ribeiro:
Há muitos anos que não vou a Cabeda. Se bem me recordo a casa da quinta do Porto estava dividida. A parte sul em mau estado, onde se encontravam vestígios da construcção quinhentista. A parte norte, oitocentista, com capela anexa, estava em bom estado. A capela exteriormente parecia de oitocentos. Li algures, talvez no Américo Costa, ou na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, que ela teria uma lápide com referências a uma fundação muito mais antiga. No entanto nunca vi qualquer referência aos antepassados do Manuel Drago, que viveu na segunda metade do século XV.
Pode mandar cópia da inscrição da lápide.
As fotos que tirei da torre dos Dragos estão em "parte incerta". Consequências de uma mudança de casa. Logo que "aparecerem" não me esquecerei de lhas mandar.
Julgo estar a falar com o eng.º José Ribeiro que me deu umas luzes de "infestantes" em curso realizado pela ADVID há cerca de 20 anos. Se assim é gosto em reencontrá-lo.
Cumprimentos.
António Taveira
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro Jacinto Bettencourt:
Não sei se é o autor dum livro sobre a casa de Vilar de Perdizes. Perdoe-me o abuso mas, nesse livro, várias referências são feitas a famílias de Celeirós e Vilarinho de São Romão, do século XV-XVI, que estudo há muitos anos, nomeadamente Souza, Rebelo, Pires de Carvalho, Pires de Mesquita. Nomeadamente a prazos do século XV, daquelas terras, que fazem parte do arquivo daquela casa. Pode-mo confirmar?
Dos Dragos de Vilar de Maçada, que mais lhe interessam, porque no século XVIII passou a sua representação para Vilar de Perdizes, não tenho mais (a não ser uma ou outra data) do que está publicado. No entanto, "aparecendo" as fotografias da Torre de Vilar de Maçada que andam perdidas, se o desejar, mandar-lhe-ei cópias.
Com os melhores cumprimentos.
António Taveira
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro António Tavaira,
O livro que refere foi escrito pelo meu avô, embora tenha dedicado alguns anos a actualizar e ampliar o que deveria ter sido a 2.ª edição. São efectivamente feitas diversas referências aos Carvalhos, Pires de Mesquisa, Souza e Rebelo, os primeiros de Celeirós, Vilarinho de São Romão e Murça. Tratam-se de descendentes de Inigo Pires da Mesquita, administradores de um morgadio em Murça, dos quais se conservam sete ou oito escrituras no arquivo do paço de Vilar de Perdizes. Penso que a família Rebelo -- ou Rebelo de Sousa -- é referido a propósito da casa de Borba de Godim e do casamento de Diogo Moura Coutinho com uma senhora de Amarante (filha, neta ou irmã -- posso confirmar -- de um Paulo Rebelo), que devia ter sucedido no morgadio de Pascoais (que se compunha de uma quinta cujo topónimo foi usado por um insigne escritor, seu proprietário).
Se quiser, posso enviar-lhe informação mais completa por e-mail.
Relativamente aos Dragos, agradeço-lhe imenso as fotografias, bem como quaisquer indicações sobre a localização da capela de Cabeda. Aproveito, ainda, para pedir-lhe uma breve indicação sobre as obras consultadas a este respeito.
Agradecendo uma vez mais a sua ajuda, apresento os meus melhores cumprimentos,
Jacinto Bettencourt
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro Taveira: Sou eu sim senhor. Terei todo o gosto de lhe enviar elementos, artigos e fotos, desde que me diga o seu e-mail pessoal. Vai sair um artigo de fundo em Março na revista «Estudos Transmontanos» do Arquivo Distrital e dentro de duas semanas um artigo mais ligeiro no « Notícias de Vila Real». Agradeço o interesse e as informações prestadas e deixo um grande abraço, José Ribeiro.
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro José Ribeiro:
Muito obrigado por toda a informação e boa vontade demonstrada.
O meu e-mail é a-b-taveira@hotmail.com.
Um grande abraço.
António Taveira
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro Jacinto Bettencourt:
Inigo Pires de Mesquita foi abade de Vilarinho de S. Romão, onde viveu. Seu filho legitimado, António Pires de Carvalho, FCR, morador em Murça, trouxe a quinta do assento da dita igreja "das mãos de seu pai". Ao filho deste, Amador de Carvalho casado com Ana de Sousa Alvim, foi reconhecido pelos frades de S. Elói (a quem pertencia a dita igreja, por doação dum abade sucessor daquele Inigo) a posse do "assento da igreja". Existem tombos da casa e quinta desde o século XVI. Na descendência de Amador de Carvalho se conservou a sua administração, por sucessivos emprazamentos, até meados do século XVIII. Nessa casa nasci, razão porque fui investigando o seu passado. Aquele António Pires de Carvalho deixou descendência em Provezende e Celeirós, mal estudada. Os dados que possam aparecer do século XVI serão cruciais.
Para além de livros paroquiais, consultei inquirições de genere, matrículas de ordem, tombos e prazos. E o Damião de Gois, Felgueiras Gaio e frei Francisco Pacheco.
A casa dos Dragos, em Cabeda, fica no limite sul da aldeia, no fim da rua, ao seu lado direito. A capela, no extremo norte da construcção, exteriormente, nada tem de relevante. Apresenta uma sóbria fachada do século XVIII. O interior é-me desconhecido. Tenho, da casa e capela, fotografias tiradas há trinta anos. Encontrando-as, enviar-lhas-ei.
Se me puder confirmar se os dados sobre Rebelos, Sousa e julgo que Esteves, referidos na obra de seu avô, são de Celeirós ou Vilarinho, ficar-lhe-ia grato. O meu e-mail é a-b-taveira@hotmail.com. Na descendência que investiguei de António Pires de Carvalho, ascendente da casa de Vilar de Perdizes, estão os últimos Dragos de Vilar de Maçada. Creio no entanto, que a casa de Vilar de Perdizes, como já antes a de Borba de Godim, herdou os bens de Vilar de Maçada e usou, por isso esporàdicamente, o apelido Drago sem lhe pertencer.
Com os melhores cumprimentos.
António Taveira
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro José Ribeiro,
Poderei também abusar da sua paciência e pedir-lhe o que dispõe sobre a capela de Cabeda e os Drago? Terei, naturalmente, todo o gosto em partilhar consigo a informação que recolhi.
Agradecendo, desde já, a atenção, apresento os meus melhores cumprimentos,
Jacinto Bettencourt
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro António Taveira: Muito em breve envio-lhe algumas das tais fotos.Um abraço, José Ribeiro.
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro Bettencourt: Se me der o seu e-mail posso até enviar imagens da referida apele e seus detalhes, incluindo painéis conservados no interior que «contam» tudo. Quanto ao Drago, vou solicitar ao meu amigo Renato Drago autorização para o contactar e logo o informo.É a pessoa indicada para tal,embora tb já tenha comigo algo da história dessa antiga e mui nobre linhagem, parte tirada da monografia «Vilar de Maçada em roteiro»de autoria de meu falecido cunhado Mário Sampaio,( tenho um exemplar para lhe oferecer se me der o seu endereço ) e muita informação directa do Renato.Um abraço, José Ribeiro.
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro António Taveira,
Gostaria de mais informações acerca destes Rebelos e Sousas aos quais se refere. Descendo de Paulo Rebelo de Sousa, através de sua filha Dona Francisca de Souza, casada em Amarante com Diogo de Moura Coutinho, de Borba de Godim. A ascendência deste Paulo é confusa nos nobiliários. Você teria documentação que o entronque? E quanto a Antonio Pires de Carvalho, morador em Murça, você teria os dados desta legitimação que refere?
Agradeço antecipadamente,
Fabrício Gerin
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro Fabrício Ferin,
Tenho os meus apontamentos dessa investigações em "parte incerta". A legitimação de António Pires de Carvalho é do reinado de D. Manuel. Há uns tempos encontrei a cota dela e transmitiu-a ao Manuel Abranches de Soveral que a publicou no seu site em título de Mesquitas. Se calhar a forma mais expedita é consultá-lo.
Sobre os Rebelo de Sousa vou ver o que tenho.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro António Taveira,
Qualquer pista sobre estes Rebelo de Sousa será bem vinda. Acho, pelas minhas consultas aos paroquiais de Amarante, que se ligam aos Esteves de Figueiredo.
Um abraço,
Fabrício Gerin
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro Febrício Gerin,
Recorde-me. De que época são esses Rebelo de Sousa ? Que sabe sobre eles ?
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro António Taveira,
O que tenho é o casamento de Dona Francisca de Souza em 1584 em São Gonçalo de Amarante, com Diogo de Moura, dos Mouras Coutinhos de Borba de Godim. No termo ela é dita filha de Paulo Rebelo de Souza e Maria Dias, os quais faleceram na última década do séc. XVI na mesma freguesia. Nos paroquiais, este Paulo aparece relacionado com Isabel Rebelo, também denominada Isabel Esteves, que deve ser dos Esteves de Figueiredo de Amarante. Suponho que se ligam a Antonio de Macedo, dos abades de São Clemente de Borba, casado com Helena Esteves (dos Esteves de Figueiredo). Consta que Paulo Rebelo de Souza teve a quinta de Pascoaes, e teve, além de Dona Francisca, um Paulo de Souza, que faleceu solteiro, um Licenciado Gonçalo de Souza, e um abade Pedro de Souza, que parece que foi abade de Cepelos. Nos nobiliários, o Paulo Rebelo é dito filho de Aires Gonçalves de Macedo, abade de São Clemente de Basto.
Um abraço,
Fabrício
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro Fabrício Gerin,
Quem tem dados sobre esses Rebelos e Sousas é o nosso confrade "Nogueiras" com quem troquei mensagens neste tópico.
A mim interessaram-me os dados transmontanos. Não essa ascendência de Amarante.
Sugiro-lhe que o contacte neste mesmo tópico.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Vilar de Maçada e a Torre de Quintela
Caro Jacinto Bettencourt,
Diogo de Moura Coutinho e Dona Francisca de Souza são meus antepassados. Gostaria muito de adquirir uma cópia do livro do seu avô. Não consegui encontrar para comprar, parece estar esgotado. Tenho interesse nos Rebelo de Souza, antepassados de Dona Francisca. Você sabe algo acerca da ascendência dela, de seus pais Paulo Rebelo de Souza e Maria Dias?
Um grande abraço,
Fabrício Gerin
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