Oficio de Caseiro
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Oficio de Caseiro
Caros amigos,
Uma questão, quem eram socio-economicamente falando os 'Caseiros' no séc. XVI e XVII em Portugal?
Cumps,
Fidalgo
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RE: Oficio de Caseiro
Caro amigo
Suponho que é um Fidalgo urbano. Num contexto rural um caseiro seria, como ainda o é hoje, uma pessoa muito próxima da base da pirâmide social, para usar a linguagem de Filomena Mónica. Estavam acima dos cabaneiros e abaixo dos pequenos propietários rurais, embora ser caseiro não excluisse necessariamente a possibilidade de ter alguma pequena propriedade. Os cabaneiros moravam em pequenas casas e prestavam serviços rurais. Os caseiros eram lavradores que tinham um contrato anual, renovado no S. Miguel, com um proprietário rural, o que lhes proporcionava alguma segurança em termos de subsistência familiar. Ocupavam uma casa na quinta onde trabalhavam e recebiam anualmente uma parte dos lucros nos géneros que nela cultivavam. A manutenção da quinta, e a sua produção agrícola eram a sua tarefa e responsabilidade. Quando eu era pequeno recebiam um terço e cerca dos anos 70 passou para metade. Nos séc. XVI e XVII não faço ideia qual era a percentagem. Outra parte dos produtos colhidos (a renda) era entregue anualmente ao proprietário. A menos que houvesse motivo para não o fazer, o contrato era renovado todos os anos. Alguns caseiros nasciam e morriam nas mesmas quintas prestando serviços à mesma família e mantinham com ela uma relação de respeito, subserviência e em muitos casos de amizade. Nestas relações, o senhorio, que podia ou não viver na mesma propriedade, normalmente protegia e apoiava a família do caseiro em caso de necessidade. Em muitos casos, esta relação solidária e de proximidade foi substituída por uma maior independência nas relações sociais e um maior equilíbrio na distribuição dos lucros. Os vínculos afectivos e o sentimento solidário foram algo afectados com esta mudança.
Espero ter de alguma forma ter ajudado a esclarecê-lo sobre este ofício.
Cumprimentos,
Nuno B. A.
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RE: Oficio de Caseiro
Caro Nuno,
Muito obrigado pela sua intervenção.
Quanto a ser um Fidalgo urbano :) de facto vivo na cidade mas não é por aí que pouco conhecia sobre este Oficio em séculos já distantes.
É que existem diversas nomenclaturas que à época não sei o que significam, como por exemplo: mordomo, ou até mesmo, a diferença entre proprietário e lavrador, que já foi neste fórum (salvo o erro) dito que era apenas uma diferença de dimensão.
Enfim...
Cumprimentos,
Fidalgo
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RE: Oficio de Caseiro
Caro Fidalgote,
Como deve saber nos séculos XVI e seguintes (e também antes desse período) grande parte das propriedades agrícolas pertencia às ordens religiosas. Acontece que a dispersão e a extensão das terras dos mosteiros tornavam impraticável a sua administração directa e daí a preocupação dos frades dos mosteiros, na entrega das terras para que fossem cultivadas, mediante um contrato em que o domínio útil ficava para os foreiros (os enfiteutas) e o domínio directo reservado ao senhorio (o mosteiro). Eram os contratos de emprazamento ou prazos, que assim se chamavam porque a terra era aforada por certo perído de tempo, geralmente por "três vidas" (por exemplo: marido(1ª vida),mulher (2ª) e um filho ou filha (3ª). Quando terminava a "terceira vida" o contrato era renovado permanecendo muitas vezes nos descendentes dos primeiros enfiteutas.
Tudo isto para lhe dizer que nos contratos de emprazamento o enfiteuta era designado por caseiro e o caseiro era muitas vezes um membro da fidalguia rural que explorava a terra recorrendo a criados e jornaleiros (e por vezes sub-emprazava a terra). E se não era um membro da fidalguia muitas vezes era um proprietário abastado ou relativamente abastado que pertencia aos "principais" da região. Espero ter contribuído para o esclarecimento desta questão.
Cumprimentos
Miguel Brandão Pimenta
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RE: Oficio de Caseiro
Caro Confrade
"Caseiro", do latin casarius = guarda de uma quinta.
Pessoa que gere a casa e dirige a cultura da quinta ou herdade de alguem mediante um ordenado = feitor, quinteiro
(in Dicionario da Academia)
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Oficio de Caseiro
Caro Ricardo Charters d'Azevedo
Caseiro: o que tem o cuidado de administração da fazenda ou prédio, que outrem possue no campo ou na cidade; o que tomou de arrendamento algum casal, quinta etc (in Novo Diccionario da Lingua Portuguesa 1849)
Caseiro: o que administra quinta e cuida dela; o que tomou casal ou quinta de aluguer para a cultivar (in Grande Diccionario Portuguez ou Thesouro da Lingua Portuguesa de Frei Domingos Vieira, 1873)
Ao dar o exemplo dos prazos apenas queria referir que caseiro não é apenas alguém "que gere a casa e dirige a cultura (...) mediante um ordenado" mas muitas vezes alguém que administra depois de arrendar, pagando em géneros e/ou dinheiro, que é ligeiramente diferente Este arrendamento era efectuado em "três vidas" e muitos dos caseiros pertenciam a estratos relativamente elevados da sociedade rural.
Cumprimentos
mbp
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RE: Oficio de Caseiro
Bom dia mbp,
Na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol 6,pág.135
S.m.Aquele que toma de arredamento um casal, uma quinta, ou outra propriedade rústica; " Apossado do ténue vínculo....deixou a caseiros o solar de Garfe e prosseguiu na carreira das armas",Camilo O Demónio de Ouro, II,cap.1,p.11.
#Aquele que dirige a cultura duma propriedade; feitor;capataz.
Cumprimentos
Maria Oom Oliveira Martins
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RE: Oficio de Caseiro
Caro Confrade
Nada tinha contra a sua definição
Somente apresentei outra.
De resto, no final dos século XIX o meu bisavô tinha caseiros para gerir as suas quintas em Leiria. Tinham casa na quinta. Mas eram rurais com um pouco mais de capacidade: sabiam ler e escrever, por exemplo. Apresentavam contas e faziam uma "folha de férias" semanal.
Cumprimentos
ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Oficio de Caseiro
Caro Nuno Borges de Araújo,
Poderia, se não se importa, precisar o que entende como "Fidalgo urbano"?
Com os meus melhores cumprimentos,
Artur Camisão Soares
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RE: Oficio de Caseiro
Caro Artur Camisão Soares
Ao dizer "Fidalgo urbano" estava a fazer, uma ironia saudável, querendo dizer que se o colega de fórum de nome Fidalgo tivesse vivido em contacto com o espaço rural conheceria o significado actual da palavra nesse contexto, que poderá ser, em termos gerais, o mesmo que tinha nos séc. XVI e XVII. De facto, penso que não estou a dizer nenhuma asneira se afirmar que a maioria dos fidalgos, quer vivessem no campo quer na cidade, tinham alguma propriedade rural e um caseiro. Não estava a sugerir nenhuma distinção de categoria social do tipo 'Fidalgo urbano' versus 'Fidalgo rural', se é nisso que estava a pensar. Não me tinha ocorrido essa designação para os enfiteutas, como refere Miguel Brandão Pimenta.
Espero tê-lo esclarecido,
Nuno B. A.
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RE: Oficio de Caseiro
Caro Nuno Borges de Araújo,
Agradeço a sua resposta. Estou, assim, em grande parte elucidado.
Renovados cumprimentos,
Artur Camisão Soares
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RE: Oficio de Caseiro
Caro Ricardo Charters d'Azevedo.
Mas é claro que sim! Não tenho dúvidas! Apenas era minha intenção contribuir para uma definição mais correcta do termo, que não me parece tão linear como isso.
Também alguns dos meus bisavós tiveram quintas com caseiros que nem escrever sabiam. Mais recentemente (1974) lembro-me de acompanhar meu pai a uma quinta nos arredores de Amares para visitar um caseiro que vivia (ele e a família) quase como na idade média.
Cumprimentos
Miguel Brandão Pimenta
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RE: Oficio de Caseiro
Caro Miguel Brandão Pimenta
E alguns caseiros ficavam ricos, pois os seus senhores não apareciam. Pouco depois faziam-se fidalgos (hoje passavam-se a chamar administradores da herdade). e eram "ricos-homem". Isto era quando a agricultura dava, antes do século XIX.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'azevedo
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RE: Oficio de Caseiro
Senhor Miguel Brandão Pimenta
Pedindo desculpa da minha intervenção sem licença, pretendia afirmar que ainda no século XIX , em escritura de emprazamento datada de 5 de Maio de 1807, de que tenho certidão, o Comendador da Comenda de Távora e Aboim da Nobrega permitia a desanexação de algumas casas e terras pertencentes a diversos Casais pertencentes à mesma Comenda( da Sagrada Religião de São João do Hospital de Jeresulem), para formarem um novo Casal. Nesta escritura além da requerente tiveram de intervir os demais consortes dos referidos Casais, ali qualificados como "caseiros" e "rendeiros". os quais pertenciam às melhores famílias da localidade, um deles, até, Fidalgo Cavaleiro da C.R. ( não fidalgote).
O que me não parece correcto é a equiparação do " foreiro" ( senhor do domínio útil) com o arrendatário ( aquele que recebe por contrato de arrendamento, mediante o pagamento de uma renda, bens que são pertença de outrem, seu pleno proprietário), como me pareceu que concordava, face a intervenão posterior de outros confrades.
Com os melhores cumprimentos
Zé Soares
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RE: Oficio de Caseiro
Não tem que pedir desculpa. É livre de dar a sua opinião. Provavelmente o termo que apliquei (foreiro) não é o mais correcto. Por favor, retire da minha frase a palavra foreiro e leia apenas "... o domínio útil ficava para os enfiteutas...
Cumprimentos
Miguel Brandão Pimenta
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RE: Oficio de Caseiro
Caro Miguel Pimenta,
Com um 'delay' de 6 meses, tenho andado muito ausente destas andanças genealógicas, pergunto se os 'Caseiros de Comenda' são figuras/pessoas escolhidas com alguma selecção especifica e mais rigorosa porque vão cuidar/administrar bens de Ordens Religiosas e/ou Igreja, ou podiam ser de verdade qualquer pessoa mesmo que pouco reputadas na comunidade, que enfim, cuidavam apenas para sobreviver?
Fidalgo
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RE: Oficio de Caseiro
Caros Confrades,
Correndo o risco de passados estes anos o tema não ter mais interesse aos seus intervenientes, não gostaria de deixar de contribuir com o meu ponto de vista!
Muitas, talvez, demasiadas são as vezes em que vejo duvidas que procuram respostas concretas, preto ou branco, assim como aparecem depois respostas que baseadas em dicionários e protegidas pela desculpa da opinião de cada um, se manifestam também como concretas, formais e rígidas ora como verdades absolutas.
Nada mais longe da verdade, quando tentamos comparar a sociedade de hoje e as suas regras sociais e a de tempos idos. Recuando apenas um século no interior, muitas vezes estamos mais próximos de hábitos sociais do século XVII do que dos nossos tempos. Ainda assim mesmo a nossa Urbanidade é provinciana quando comparando com o pensamento de outras culturas actuais.
Assim sendo, penso que, qualquer curioso que se dedique à genealogia , terá de se educar bastante sobre história e conseguir libertar-se das suas verdades baseadas nas suas memórias apenas, ganhar Mundo e conseguir abstrair-se das suas amarras sócio-culturais que lhe poluem a visão do que seria a nossa sociedade em séculos anteriores, com as diferentes leituras de tempo, espaço e posição social.
É um desperdício responder a uma pergunta como esta do Confrade Fidalgo, assumindo uns que os Caseiros nos Séculos abordados seriam meros camponeses, ou por outro lado afirmar que seriam da Nobreza Local.
Se não existia regras sequer para o uso de apelidos, crêem os Confrades que um Oficio era algo tão simples e característico?
Pois direi que a importância do Caseiro dependia da importância da propriedade que administrava e mais, em qualquer destes casos, era o Caseiro da confiança do proprietário. Encontro Caseiros que são Gente da Governança, Fidalgos, Escudeiros , até parentes dos Proprietários e mudando de região e/ ou escala da propriedade também se pode encontrar Caseiros que foram parte do Povo.
Também não sera correcto afirmar que Feytor e Caseiro é o mesmo oficio, assim gratuitamente. Haverá casos em que sim e outros que sem qualquer duvida que não . Os Mendonça Furtado de Albuquerque, tronco dos Condes de São Payo , tinham várias Propriedades geridas por um Feytor e cada uma delas teria um Caseiro, um Mestre Moleiro, Barqueiro ou mestres Salineiros. O Feytor era na generalidade o braço direito do Proprietário e em muitos casos o Gerente (CEO) dos bens que constituíam o Património de uma determinada Família. Ora como disse antes, tudo isto depende de caso a caso e numa visão simplificada , da escala do Património e a sua importância.
O que aconcelho ao Confrade Fidalgo é que analise o seu caso em concreto, veja que ligações familiares o "seu" Caseiro estabeleceu, que outros Cargos, mercês ou oficio teve e escreva a história de esse seu antepassado , usando o seu caso , partilhando-o com este Fórum de modo a enriquecer a visão que temos sobre a Vida em Portugal ao longo dos séculos.
Com os melhores cumprimentos,
João Gaspar
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RE: Oficio de Barqueiro séc 16
Caros Confrades,
Vi agora este tópico e não resisti a colocar-vos uma questão relacionada com as profissões…
Tenho por certo que, no séc. 19, um barqueiro era o homem da barca que fazia a travessia entre as margens de um rio.
A questão que suscito é o que faria alguém identificado como barqueiro no séc. 16.
Com os meus cumprimentos,
António Pena Monteiro
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RE: Oficio de Barqueiro séc 16
Caro António Pena Monteiro,
Barqueiro, no século XIX bem como no século XVI, tanto era o homem da barca, numa travessia fluvial entre margens, como o que andava em barcos fluviais - como os rabelos que, no Douro, ligavam a cidade do Porto à região de Ribadouro.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Apelido Caseiro
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Em termos de apelido Caseiro, o Distrito de Leiria
é o virtual vencedor, com 95 resultados p.b.i.
http://www.pbi.pai.pt/q/name/where/Distrito%20Leiria/who/caseiro/?customerType=ALL&contentErrorLinkEnabled=true
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HRC
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RE: Oficio de Barqueiro séc 16
Caro Antonio Pena Monteiro,
Mais uma vez nao podemos garantir que Barqueiro seria o Piloto da Barca no Sec. XVI se seria o proprietario de Barcas e das suas carreiras.
No Tejo, tenho alguns exemplos de Barqueiros, no Sec. XVI/ XVII que eram os proprietarios de Barcas de travessia de bens e pessoas entre Lisboa e a Outra Banda. Para alem de nestes casos se referirem a Proprietarios de Barcas, Os Barqueiros poderiam ser tamb
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RE: Oficio de Barqueiro séc 16
Caro Antonio Pena Monteiro,
Mais uma vez nao podemos garantir que Barqueiro seria o Piloto da Barca no Sec. XVI se seria o proprietario de Barcas e das suas carreiras.
No Tejo, tenho alguns exemplos de Barqueiros, no Sec. XVI/ XVII que eram os proprietarios de Barcas de travessia de bens e pessoas entre Lisboa e a Outra Banda. Para alem de nestes casos se referirem a Proprietarios de Barcas, Os Barqueiros poderiam ser também proprietários de rotas, como atesta uma determinada herdeira que detinha a merce Regia da Carreira de Barcas de Coina, Barreiro, Telha, etc, a rota de Alhos Vedros pertencia aos Mendonça Furtado ( que sendo proprietários de Barca, eram também Barqueiros, juntando as rendas da Barca ao seu Morgadio, que incluia também estalagem para Pessoas e Estalagem de Gado, um verdadeiro Monopolio) Ora neste caso o Barqueiro Fidalgo Morgado, manteve em seu poder a Rota das Barcas de Alhos Vedros, que seria bastante rentável, visto que os seus Herdeiros Condes/Marqueses de Sao Payo ja no Sec. XIX, eram ainda Senhores de Barcas do Tejo em Alhos Vedros, e como Fundadores que foram da Sociedade Filarmonica Uniao Alhosvedrense, a Barca do Conde de Sao Payo levava afamada Banda de que o seu Fundador era Musico tambem, em "turné" pelas Vilas e Cidades do Tejo, tudo as custas da Casa de Sao Payo.
Por consequinte estes Barqueiros Fidalgos, nao eram seguramente os pilotos das suas barcas, o que nao impede de que outros, que conseguissem tambem deter o monopolio das vias de comunicaçao, mas menos poderosos de ter uma Barca, serem Senhores de Barca e também seu piloto, mas creio, e tudo me leva a pensar que mesmo sendo possivel, seria menos comum. Nao esquecer que o Rio e o Mar no Sec. XVI era a maior empresa em Portugal e ainda a mais importante e segura via de comunicaçao entre litoral e interior.
Também existiam Barqueiros,que sendo Senhores da Sua Barca, nao tinham rota e trabalhavam para Barqueiros, Senhores de Barcas e rotas, aumentando a frota dos segundos, a troco de uma renda.
Espero ter contribuido de alguma forma para o esclarecer ou pelo menos ajudar a apontar a um caminho na sua investigaçao em relaçao aos Barqueiros, e tal como os Caseiros, creio que muitas variantes existem em cada caso para que seja facil dar uma resposta segura de consciencia tranquila, afirmando que os Barqueiros com que se deparou, seriam apenas os condutores da Barca ou seus Senhores e mais importante, Senhores da Rota.
Com os melhores cumprimentos,
Joao Paulo Gaspar
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RE: Oficio de Barqueiro séc 16
Caros Confrades
Muito lhes agradeço o vosso interesse.
Assim é, todos os que tripulam um barco podem ser denominados barqueiros.
Contudo, em documentação do início do séc. 19 os homens que faziam transportes no Tejo (pelos quais eram remunerados) são denominados por “arrais”, e muitos havia. Não resisto a identificar um deles, pelo curioso nome de “Pai da Gente” pelo qual é identificado.
Por outro lado, no séc. 16 tenho notícia de um Álvaro Chaveiro que é identificado como barqueiro e que casou, em Benavente, com Antónia de Barros.
Citando de memória, uma vez que o acesso à TT está indisponível; da nubente foram madrinhas a irmã do conde da Vidigueira, e outra senhora, e do nubente foram padrinhos dois filhos da irmã do conde da Vidigueira, que depois partiram para a Índia. (Processo de Antónia de Barros, código de referência PT/TT/TSO-IL/028/01279).
Com os meus cumprimentos,
António Pena Monteiro
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RE: Í N D I A
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Caro António Monteiro;
... Teria bastante interesse se o Confrade conseguisse identificar
"esses portugueses que depois partiram para a Índia", século XVI,
e desenvolver se possível a relação deles com a Zona de Lisboa ,Sado,
Barreiro, etc.[ se havia comércio e que espécie de transacções faziam.]
Os m/ agradecimentos
Ana Simões
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RE: Í N D I A
Cara Ana Simões
Os que depois partiram para a Índia foram os dois filhos da irmã do conde da Vidigueira, tanto quanto recordo, os seus nomes estão identificados no aludido processo que está online.
Quanto ao destino de Álvaro Chaveiro não tenho notícia...
Com os meus cumprimentos,
António Pena Monteiro
PS: Se na sua investigação encontrar alguém de Benavente, recorde o meu interesse.
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RE: Í N D I A
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Caro António;
Obrigado pelo retorno.
Se aparecer alguma coisa, esteja
descansado, darei conhecimento.
Melhores cumprimentos
Ana
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RE: Í N D I A
Cara Ana Simões,
O que tem sobre o Barreiro e concelhos limitrofes ?
Cumprimentos
JPG
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RE: Í N D I A
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Caro Confrade;
... Tenho esperança de encontrar elementos
que ajudem num caso complicado.
Neste momento, como deve compreender,
não é aconselhável fazer qualquer comentário.
Melhores cumprimentos
Ana Simões
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