Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
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Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
Diogo Gonçalves Cabral «O Eminente» tem sido por diversos genealogistas considerado como sendo Diogo Gonçalves Cabral filho de Gonçalo Dias Cabral, porém sabendo que o mesmo foi grande homem do seu tempo e grande valido de El-Rei D. João III, que lhe ofereceu o cargo de Desembargador no Paço - que não quis aceitar - parece-nos, salvo melhor opinião, pouco provável. Provável é que «O Eminente» seja Diogo Gonçalves Cabral o pai de Gonçalo Dias Cabral.
Isto porque:
Diogo Gonçalves Cabral (o neto) terá nascido cerca de 1540 e D. João III morreu em 11.6.1557, ou seja, quando D. João III morreu teria menos de 18.
No ANTT existe uma carta datada de 25.05.1556 do licenciado Diogo Gonçalves Cabral ao rei D. João III em que lhe pede queira ser servido de um filho que tem e havê-lo por seu, atendendo aos muitos e bons serviços do dito seu pai;
Felgueiras Gaio no NFP escreve em nota de rodapé a propósito de Diogo Gonçalves Cabral (avô) no § 12 do tratado Cabraes “foi Diogo Glz Cabral chamado o eminente por ser grande letrado morou no lugar da Lagina trº de Celorico e seg.do neto materno segundo hua memoria q vi de Fernão Cabral Alcaide Mor de Belmonte”;
Jaz em sepultura da Capela da Igreja Matriz de Celorico da Beira, em cuja campa está um escudo com as armas de Cabral e Castro. É fácil de explicar as armas Castro na sepultura de Diogo Gonçalves Cabral (avô) por via de sua avó D. Joana de Castro, caso a sepultura seja de Diogo Gonçalves Cabral (neto) é pouco provável que tenha ido buscar as armas tão longe.
Gostaria de saber a opinião dos confrades.
SC
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RE: Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
Caro SC,
Diogo Gonçalves Cabral (neto) deverá ter nascido por 1500-1510, tendo falecido em Celorico da Beira a 21-09-1590. O seu bisnneto pela varonia, Manuel Osório Cabral (filho de António Osório Cabral e neto de Francisco Osório Cabral), cónego da sé da Guarda, foi baptizado a 27-04-1610, o que confere com a data aproximada acima indicada.
O rei D. João III reinou entre 1521-1557. Diogo Gonçalves Cabral (avô), terá nascido por 1440-1450, data pouco compatível para ser o Eminente e ter exercido cargos naquele reinado.
Por último, os elementos sobre o Eminente existiam desde há muito na família da Ratoeira, descendentes directos destes Cabrais, sendo parcialmente transcritos no Tratado da Casa da Ratoeira, que parece fidedigno.
Salvo melhor opinião, F. Gaio enganou-se, o que lhe sucedeu frequentemente.
Cumprimentos
Eduardo Osório
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RE: Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
Caro Arq. Eduardo Osório,
Diogo Gonçalves Cabral (avô) é filho (neto segundo alguns genealogistas) de Francisco de Albuquerque que morreu (presumivelmente) em 1504.
Segundo vários genealogistas, Diogo Gonçalves Cabral (avô) por ter ficado órfão muito novo foi educado em casa de seu tio materno Fernão Cabral o que, salvo o devido respeito, parece pouco compatível com a data de nascimento sugerida.
Cumprimentos,
José Cabral
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RE: Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
Caro José Cabral,
Isto de revolver genealogias dos sec. XV e XVI tem que se lhe diga... mas vamos ao assunto, mesmo sabendo que nunca viremos a ter certezas.
Estive a reler com atenção um manuscrito sobre os Cabrais, intitulado RELAÇÃO DOS CABRAIS DA ANTIQUÍSSIMA E ILLUSTRÍSSIMA CASA DE BELMONTE E SEUS DESCENDENTES, VERDADEIRA POR SE CONFORMAR COM OUTRAS NOTÍCIAS QUE SE SABEM AGORA DA MESMA CASA E COM OUTRAS MUITAS RELAÇÕES QUE TRATAM DESTE ASSUNTO, ESCRITA AQUI PARA NÃO DE PERDER ESTA MEMÓRIA ESTANDO AVULSA.
É seu autor Rodrigo Mendes Silva, natural de Celorico, que o Dicionário de Inocêncio (vol. VII, pag. 176-177) refere como Cronista Geral de Espanha, membro do Supremo Conselho de Castela, «muito aceito aos reis D. Filipe III e D. Filipe IV». Redigiu diversas obras históricas e genealógicas, estando publicadas duas, entre 1640 e 1656.
O meu manuscrito (certamente uma cópia do original) foi posteriormente acrescentado, pois desenvolve-se ao longo de todo o sec. XVIII. No entanto, pertencem seguramente àquele autor as gerações mais antigas, que aqui são as que interessam.
E apresenta novidades, em divergência com o Tratado da Ratoeira, com F. Gaio e naturalmente com a base de dados do Geneall.
Transcrevo a parte que para aqui interessa:
§ 4º
De Gonçalo Dias Cabral, que segundo algumas notícias foi o primeiro filho de Diogo Gonçalves Cabral, e segundo outras foi 3º filho
7. Já dissemos que Joana Cabral era filha de Fernando Cabral, 4º Senhor da Casa de Belmonte, e de sua mulher D. Isabel de Gouveia, e que ela casara com Jorge de Albuquerque, filho de João de Albuquerque e neto de João Gonçalves de Gomide, Senhor de Vila Verde. Também dissemos que estes tiveram um filho, chamado Diogo Gonçalves Cabral, que de sua mulher D. Ana da Fonseca [aliás, de Bulhões – nota E. Osório] teve, além de outros filhos, a Lopo Dias Cabral, cónego na Sé da Guarda, Pedro Dias Cabral e Gonçalo Dias Cabral. Dos dois primeiros já tratámos nos parágrafos precedentes. Resta agora falar de Gonçalo Dias Cabral, que suposto algumas relações o trazem como filho 3º de seu pai, parece mais verosímil que ele seja primeiro, porque assim se acha em maior número de relações, e não menos dignas de fé que as da opinião contrária; mas seja a que for ele sempre é filho do dito Diogo Gonçalves Cabral e de sua mulher. Casou com D. Isabel Dias, que era da principal nobreza de Celorico onde nesse tempo havia infinitas Casas muy Principais, e nada mais consta desta Srª, e tiveram:
8. O Eminente Diogo Gonçalves Cabral
8. João Dias Cabral
8. D. Bárbara Gonçalves Cabral, que casou em Fornos, e vai a fls.
8. D. Águeda Gonçalves Cabral, que casou em Fornos.
8. D. Catarina Dias Cabral, que casou em Nabais.
8. O Eminente Diogo Gonçalves Cabral, foi um dos maiores homens do seu tempo. El-Rei D. João III o chamou por várias vezes para o seu Desembargo do Paço, de que ele se escusou por causa de grandes queixas que padecia. Por mandado do mesmo Rei se decidiam a maior parte das causas destas Províncias por não haver ainda Relação no Porto, e nisto serviu muito a Pátria e o Rei, por cuja razão, atendendo este aos serviços que aquele lhe tinha feito, lhe meteu Freiras seis filhas nos conventos de Lorvão e Celas; algumas memórias dizem que esta graça lhe fizera a Rainha D. Catarina, por uma irmã detas seis Religiosas, que já antes o era, lhe fazer uma elegante oração em Latim. Duvido desta opinião, mas pode ser que também concorresse a dita oração para a mercê que se fez. O Eminente está enterrado em uma sepultura que está junto dos degraus do altar-mor da Igreja Matriz de Celorico, S.ta Maria. A sepultura tem este letreiro: Sepultura do Eminente Diogo Gonçalves Cabral e descendentes. É da Casa da Ratoeira e dele há provisão na mesma casa. Foi o Eminente casado com D. Brites Osório da Fonseca, filha de João Osório, Ouvidor-Geral das Índias, e sua mulher Francisca de Gouveia, e neta paterna de Álvaro Osório, Sr. de Figueiró da Granja, e era a dita D. Brites Osório irmã do Bispo do Algarve D. Jerónimo Osório, como consta das inquirições do Arcediago Manuel Osório Cabral, adiante. O dito Diogo Gonçalves Cabral e sua mulher D. Brites Osório tiveram os filhos seguintes:
9. Francisco Osório Cabral, com quem se continua a sucessão da casa.
9. António Osório Cabral
9. Manuel da Fonseca Osório
9. D. Brites Osório
9. E as seis filhas freiras em Lorvão e Celas, como acima fica dito.
(fim de citação)
Como principais novidades, temos a filiação de Diogo Gonçalves Cabral (avô), apresentado não como filho de Francisco de Albuquerque mas de seu irmão Jorge. Temos a filiação de Joana Cabral, que vem como filha de Fernão Cabral, 4º senhor de Azurara, e de sua mulher Isabel de Gouveia.
O texto ignora inteiramente a tradição de Diogo Gonçalves Cabral (avô) ser educado «em casa de seu tio materno Fernão Cabral». A referência poderia no entanto pertencer ao que agora aparece como seu avô, Fernão Cabral, 4º senhor.
Cronologicamente, a situação fica mais facilitada, embora ainda com dificuldades. Teríamos assim:
Joana Cabral, n. cerca de 1450, filha de Fernão Cabral e de Isabel de Gouveia.
Diogo Gonçalves Cabral (avô), n. cerca de 1470, único filho de Joana.
Gonçalo Dias Cabral, n. cerca de 1500, terceiro filho de Diogo.
Licº Diogo Gonçalves Cabral, o Eminente, n. cerca de 1520, filho primogénito de Gonçalo.
Para já, é o melhor que se arranja. Quer comentar?
Cumprimentos
Eduardo Osório
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Seixas Cabral de S. João da Pesqueira
Caro Eduardo Osório
Será que o manuscrito sobre os Cabrais, fala do ramo Seixas Cabral de S.João da Pesqueira?
Abraços do
Óscar Caeiro
6-DIOGO GONÇALVES CABRAL , casou com ANA DE BULHÕES, filha de Jorge Gonçalves, senhor da casa da Lageosa
7-BRITES DIAS CABRAL, casou com GASPAR VELOSO, senhor de um morgado em Linhares. Viveu na Lagiosa, junto a Celorico, filho de João da Velosa, morgado de Linhares em 1479 por mercê regia com capela na igreja matriz. Teve entre outros:
8-ANTÓNIO VELOSO CABRAL, viveu na Lagiosa, foi juiz das Sisas de Celorico da Beira, casou em Pinhel com LEONOR TEIXEIRA, filha de João Teixeira. Filha:
9-FRANCISCA CABRAL, casou com VASCO DE SEIXAS, de S. João da Pesqueira. Filhos:
10-Luís Teixeira, abade do Couto
10-Gaspar de Seixas
10-Filipe de Seixas
10-VASCO DE SEIXAS CABRAL, (um Vasco de Seixas, foi padrinho em S. João da Pesqueira a 8/5/1588, de Filipa, filha de Pedro Anes de Sousa e de Joana Francisca?) casou ROSA DE MOURA. Filha:
11-ANA TEIXEIRA CABRAL, casou em S. João da Pesqueira a 12/8/1589 com BELCHIOR PINTO FREIRE, juiz dos órfãos na Pesqueira, falecido em S. Tiago a 6/7/1625. Filhos:
12-Inês Pinto Cabral, casou com João Donas-Boto, o Velho. C.g. que segue em “Donas-Boto de S.João da Pesqueira Origens e novos ramos”, de Albano Chaves, pág. 58.
12-Ana Teixeira Cabral, casou com João Ferreira da Fonseca, filho de Mateus Ferreira da Fonseca e de Maria da Fonseca. C.g.
12-Vasco de Seixas Cabral, c.c. Ana Teixeira de Sousa. C.g. em S.João da Pesqueira
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RE: Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
Caro Arq. Eduardo Osório,
Cronologicamente a situação fica efectivamente mais facilitada e faz sentido, apesar de contrariar a versão do casamento de D. Joana Cabral com Francisco de Albuquerque que segundo refere Luís de Bivar-Weinholtz de Azevedo na sua obra Albuquerque-Gomide - Senhores de Vila Verde dos Francos (pág. 152) "está referenciado, desde o final do século XVI, por vários autores, tais como António Saraiva de Vasconcelos, Gaspar Faria de Severim, Martinho de Mendonça de Pina e Proença, o Padre Dom Flamínio, Manuel de Carvalho e Ataíde, Felgueiras Gaio#, etc. (...)"
Difícil de ultrapassar fica, salvo melhor opinião, a explicação das armas dos Castro na sepultura de Diogo Gonçalves Cabral uma vez que não descenderá de D. Joana de Castro.
Cumprimentos,
José Cabral
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RE: Seixas Cabral de S. João da Pesqueira
Caro Óscar Caeiro Pinto,
O manuscrito apresenta Beatriz Dias Cabral e seus irmãos, e a respeito dela nada mais diz.
Cumprimentos
Eduardo Osório
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Joana Cabral
Caro José Cabral,
A sua questão acerca das armas de Castros na sepultura do Eminente (que aliás já não existe) é relevante, e não tenho de momento resposta para ela, a não ser que tanto sua mãe Isabel Dias, «da melhor nobreza de Celorico", como sua avó Ana de Bulhões, poderiam ser Castro. Confesso que não é muito convincente...
Entretanto, há um outro autor antigo, chamado Vaz Pinto, que não localizo mas do qual há um ou mais trabalhos genealógicos na BNL, e que também tem a referida fiilação de Joana Cabral. O que se segue é um extracto do mesmo, intitulado "Albuquerques Cabrais", tirado cerca de 1920 na BNL por um tio do meu avô e que diz:
«Francisco de Albuquerque, conforme a tradição que corre entre os seus descendentes foi primo do grande Afonso de Albuquerque, ainda que lhe não especifiquem o pai. Casou com D. Joana Cabral, filha de Fernão Cabral, senhor de Belmonte e adiantado-mor da Beira, e de sua mulher D. Isabel de Gouveia, casamento que foi clandestino porque nos livros genealógicos antigos não se faz menção dele, falta que sucedia a respeito de outras famílias e nem por isso deixa de verificar-se. Gaspar Faria o trás e na sua fé o deduzimos, por ser autor a quem se deve dar crédito».
No entanto, o Tratado da Casa da Ratoeira refere uma Relação feita por um António Saraiva de Vasconcelos em 1598, onde Joana Cabral aparece como filha de João Fernandes Cabral. Não conheço esta Relação, mas sim o seu autor: matriculou-se em Cânones em 1588 (pelo que nasceu por 1570), foi escrivão da Câmara de Celorico por sucessão a seu sogro, e casou com Catarina Saraiva Cabral, filha de Bernardo Cardoso Cabral, neta de João Dias Cabral, bisneta de Gonçalo Dias Cabral, 3ª neta de Diogo Gonçalves Cabral (avô), 4ª neta da referida Joana Cabral.
Este deve ser o autor cronologicamente mais próximo, além de familiar. Que também se pode enganar...
Mas se há uma certeza, é que Joana Cabral não pode ter nascido depois de 1450, mais ano menos ano, o que torna praticamente impossível ser filha de João Fernandes Cabral, 5º senhor de Azurara, e de D. Joana de Castro.
Seria interessante encontrar as referidas genealogias.
Cumprimentos
Eduardo Osório
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RE: Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
Caro Eduardo Osório,
Esse manuscrito traz algumas notas sobre os "Cabral Camelo" de Ranhados, que foram ligados aos Pintos e Lemos da mesma vila e aos Osorios Botelhos da vila da Rua, no antigo concelho de Caria?
Cumprimentos,
JOAO BRAZ
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RE: Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
Caro José Cabral
A explicação para as armas dos Castro na sepultura de Diogo Gonçalves Cabral poderá estar numa representação simplificada das armas dos Gouveia, que como sabe usam um partido de Melo e Castro.
Cumprimentos,
Óscar Caeiro Pinto
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Manuscrito
Caro João Braz,
Infelizmente, não trás nada do que procura.
Cumprimentos
Eduardo Osório
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RE: Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
Caro João Brás,
Conhece um artigo sobre Cabrais e Camelos publicado na Tabardo n.º 4?
Cordiais saudações,
Augusto
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RE: Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
Caro Augusto Tavares,
Conheço sim. Não tive a oportunidade de o ler (pois não tenho acesso à dita revista) mas graças ao confrade Oscar Caeiro Pinto (2910), conheço mais ou menos o conteudo do artigo. Tenho um particular interesse nesses Cabrais Camelos, pois segundo aquele artigo, eles eram ligados aos Pinto/Lemos de Ranhados (dos quais descendo), ainda que cronologicamente essa ligação seja um pouco apertada.
Mas mesmo assim bem-haja pelo seu interesse.
Cumprimentos,
JOAO
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RE: Joana Cabral
Caro Arq. Eduardo Osório,
Antes de mais quero agradecer-lhe o seu excelente «parecer» sobre a questão.
Seria efectivamente interessante encontrar as referidas genealogias, pois poderão ser esclarecedoras.
Entretanto, desculpe a minha ousadia, não pensa tornar pública a «RELAÇÃO DOS CABRAIS DA ANTIQUÍSSIMA E ILLUSTRÍSSIMA CASA DE BELMONTE E SEUS DESCENDENTES»?
Cumprimentos,
José Cabral
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RE: Joana Cabral
Caro José Cabral,
Estive ontem mesmo na Biblioteca da Universidade de Coimbra, pois procurando na internet o genealogista D. Flamínio de Sousa, verifiquei que lá se encontravam os seus Códices. Tirei, ou antes, fotografei - porque é permitido! - um conjunto de páginas que agora vou ver com atenção, se for possível lê-las.
Já verifiquei que, de facto, ele dá a Joana Cabral, como pais, João Fernandes Cabral e D. Joana de Castro.
Mas o que eu julgava é que ele era um autor muito antigo, quando afinal escreveu em meados do sec. XVIII... O valor das suas afirmações é assim muito relativo.
Quanto à "Relação dos Cabrais...", claro que sim, no contexto dos meus actuais estudos sobre a zona de Celorico e Guarda, que tenho ideia de vir a publicar. A partir daí, divulgarei a quem o quiser o texto original.
Agradeço-lhe que não me trate pelo título académico, que aqui ninguém usa.
Cumprimentos
Eduardo Osório
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RE: Joana Cabral
Caro Eduardo Osório,
Também estava convencido que D. Flamínio de Sousa fosse um autor mais antigo...
Entretanto, fico a aguardar pela publicação dos seus actuais estudos sobre a zona de Celorico e Guarda.
Cumprimentos,
José Cabral
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RE: Joana Cabral
Caro Eduardo e restantes Confrades
Quanto a este problema do uso das armas de Castro pelo Eminente, se está certa a ascendência descrita, não era Isabel de Gouveia de Queirós de ascendência Castro?
Sei que tem laborado nestas matérias muito mais do que eu, mas aqui vai uma recordatória possivelmente útil
Cumprimentos
Antonio Manuel
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RE: Joana Cabral
Caro António Manuel,
Tem razão quanto à ascendência Castro, embora me pareça demasiado remota. Apesar de tudo, os Gouveias estão bem mais próximos... enfim, não me parece que o problema venha a ter solução.
Cumprimentos
Eduardo Osório
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RE: Joana Cabral
Caro Eduardo
De facto as soluções destes casos são dificeis e vir a ocorrer.
O que terá solução é saberes quem sou embora possas não te lembres bem de mim.
Vou deixar a charada se é que é.
Um abraço do
António Manuel d'A. R. G.
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RE: Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
Caro Eduardo Osório,
Em termos cronológicos o nascimento - em 1528 - do Padre Francisco Cabral Provincial da Companhia de Jesus que introduziu o Cristianismo no Japão, filho do Desembargador Aires Pires Cabral, neto de Pedro Dias Cabral e bisneto de Diogo Gonçalves Cabral (avô), vem reforçar a teoria que sustenta e provavelmente terá suporte não só no tratado da Casa da Ratoeira como na RELAÇÃO DOS CABRAIS DA ANTIQUÍSSIMA E ILLUSTRÍSSIMA CASA DE BELMONTE.
Cumprimentos,
José Cabral
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Questões de cronologia
Caro José Cabral,
A sua informação é muito oportuna! Procurando na internet a biografia do Padre Francisco Cabral, encontra-se o seguinte:
Missionário (São Miguel, Açores, 1528 – Goa, 1609). Fixado na Índia desde 1550, ingressou quatro anos depois na Companhia de Jesus. Foi superior das missões do Japão (1570-1584), da missão da China (1582-1585) e provincial da Índia (1592-1597). Um dos maiores missionários das cristandades do Oriente, foi o responsável por largos milhares de conversões, nomeadamente dos reis de Bungo e de Omura - “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004.
Ficamos a saber que nasceu nos Açores, onde seu pai terá sido magistrado, o que é novidade. Sendo o Padre Francisco Cabral filho da 2ª mulher de seu pai (de que se desconhece o nome) os filhos da primeira (Francisca Nunes de Proença, da Covilhã) terão nascido entre 1520 e 1525, entre os quais:
1. Podemos datar aproximadamente Manuel Cabral, comendador de Pinhel, «que serviu em Tânger em 1546», pelo que terá nascido por 1525, pois que para estes lugares se ia muito novo.
2. Podemos também datar Florença Cabral, mulher de Simão Cardoso Freire, feitor na Flandres, como tendo nascido também por 1525, pois um filho destes, Vicente Cardoso, n. cerca de 1550, pois casa cerca de 1577 com Madalena Leitão. De acordo com uma referência de D. Flamínio, «Bernardo Cardoso, de Celorico, procurador de Vicente Cardoso, filho de Simão Cardoso, para vender aí a herança do avô Aires Pires Cabral, 2 de Dezembro de 1577. Nota de Gomes de Abreu, tabelião de Lisboa» (BGUC – Códices de D. Flamínio, Tomo II, fls. 56 a 64v).
3. Podemos ainda datar Maria Cabral, mulher de Nuno Cardoso, da Covilhã, como tendo nascido também por 1525, pois um filho destes, também Aires Pires Cabral, foi bacharel em 1571 (n. cerca de 1550) e um outro, Simão Cardoso, bacharel em 1577 (n. cerca de 1555).
Tudo isto para dizer que o Licº Aires Pires Cabral nasceu por 1500, seu pai Pedro Dias Cabral por 1480, seu avô Diogo Gonçalves Cabral por 1460 – tudo gerações pequenas, mas eram os primogénitos…
Como conclusões: Joana Cabral não parece poder ter nascido depois de 1440, e Francisco de Albuquerque também não, pelo que se morreu no mar em 1504 já não era novo…
A história de que no casamento estes não foram dispensados pelo Papa também deve estar mal contada: afinal qual era o parentesco? não encontrei qualquer ascendente comum..
Cumprimentos
Eduardo Osório
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RE: Questões de cronologia
Caro Eduardo Osório,
Relativamente ao Padre Francisco Cabral sugiro que consulte também a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, da Verbo, pois tem informação interessante.
Relativamente ao Desembargador Aires Pires Cabral existe na TT uma carta, datada de 03/09/1532, de Aires Pires Cabral, corregedor das ilhas, dando conta ao rei que na sua carta se lhe não tinha posto mais de 80.000 réis de ordenado, tendo o seu antecessor 100.000 réis, pedindo ao mesmo senhor lhe fizesse mercê do mesmo ou de 15 moios de trigo (cfr. TT on-line).
Pessoalmente julgo mais provável a data de nascimento do Padre Francisco Cabral em 1532 (data que consta na enciclopédia), por considerar que provavelmente em 1528 seu pai ainda não fosse corregedor (mas é apenas uma suposição).
Cumprimentos,
José Cabral
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RE: Diogo Gonçalves Cabral – O Eminente
Caros Óscar Caeiro Pinto e José Cabral,
Em recente ida ao ANTT, consultei um manuscrito da Real Mesa Censória, Genealogias, maço 1, nº 7, fl. 105v e seguintes, que julgo ser de Martinho de Mendonça e Pina, onde em ttº de Cabrais, tem o seguinte acerca do Eminente:
«Diogo Gonçalves Cabral, chamado o eminente pelas suas letras ao uso daquele tempo, tem sepultura na igreja de Nª Srª, escudo partido em banda, dos Cabrais e Castros de treze arruelas».
Parece assim afastada a hipótese de se tratar de uma simplificação das armas de Gouveias, pois se aquele autor é Martinho de Mendonça, ele viu pessoalmente a sepultura e não se enganava.
Mais uma acha para esta floresta de enganos...
Cumprimentos
Eduardo Osório
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