Rodrigo Álvares Pereira
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Rodrigo Álvares Pereira
Caros Confrades
A um dia da canonização de D. Nuno Álvares Pereira venho corrigir a afirmação em nota de rodapé na página 120 da revista "Armas e Troféus", relativa ao ano de 2008, segundo a qual:
"Rodrigo Álvares Pereira, o meio-irmão mais velho do condestável D. Nuno Álvares Pereira que morreu em Aljubarrota, pelo lado da rainha D. Beatriz, e que tinha sido legitimado por carta real de 26.8.1357." (sic)
Trata-se do 1º Senhor de Águas Belas e a instituição deste morgado foi confirmada por el-rei D. Pedro a 20.5-1361.
Rodrigo Álvares Pereira não esteve em Aljubarrota, a 14.8.1385, e era partidário de D. João I rei de Portugal. Não esteve na grande batalha porque estava preso em Santarém após ter sido aprisionado num combate em Torres Vedras (que estava por Castela).
Como documento de autencidade indiscutível, o antigo director do arquivo da Torre do Tombo, António Baião, retirou da chancelaria de D. João I, liv. 1, fl. 154v, o seguinte:
"Em 9.3.1424, fez-lhe D. João I doação de Vila Nova de Cerveira, com o seu termo, com todas suas rendas, direitos, tributos, foros e pertenças e jurisdição civil e criminal, ressalvando as apelações e alçadas para nós, dizia o rei" (sic).
Baião escreve isto em "A Vila e Concelho de Ferreira do Zêzere", Imprensa Nacional de Lisboa, 1918. Sendo esta obra uma separata do "Archeologo Português". Tenho a reimpressão de 1990.
Também o seu filho e sucessor Álvaro Pereira foi objecto de mêrces de D. João I.
Rodrigo Álvares Pereira esteve no cerco de Lisboa, esteve ao lado do Mestre de Avis e de seu irmão Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, durante a crise 1383-85. A referida nota de rodapé não tem base documental credível, aliás não cita qualquer documento...
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RE: Rodrigo Álvares Pereira
Assim que me for possível irei confirmar na chancelaria de D. João I, embora António Baião seja o excelso investigador que todos reconhecem e diversos outros autores se referirem a Rodrigo Álvares Pereira como seguidor do Mestre de Avis...
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RE: Rodrigo Álvares Pereira
Caros confrades
As acções de Rodrigo Álvares Pereira pelo lado do Mestre de Avis e, antes, por D. Fernando, contra os castelhanos estão descritas, por Fernão Lopes, na crónica de D. Fernando e na crónica de D. João I, de forma inequívoca quanto ao seu alinhamento.
Na de D. Fernando é-lhe atribuida a alcunha de "Olhinhos" e relata-se uma refrega perto da entrada de Lisboa. Na de D. João I refere-se a sua acção contra Torres Novas (que estava por Castela) e como é capturado por tropas numerosas vindas de Santarém (que estava por Castela) juntamente com o Prior da Ordem do Hospital e o Mestre da Ordem de Cristo. Também é referido como, juntamente com aqueles, se solta da prisão de Santarém já depois de ter ocorrido Aljubarrota e quando a guarnição pró-Castela da cidade entra em debandada perseguida pela população.
Não se percebe o absurdo de escrever que morreu em Aljubarrota a lutar por D.Beatriz!!!
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RE: Rodrigo Álvares Pereira
Rodrigo Álvares Pereira no livro 1 da chancelaria de D. João I folha 154v microfilme 755 relativamente ao ano de 1424:
Doação de azenhas no almoxarifado de Estremoz.
Doação dos direitos reais de Sousel.
Doação de Vila Nova de Cerveira.
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RE: Rodrigo Álvares Pereira
Caro Sérgio,
Como tem passado?
Seria possível enviar-me o seu email para jpalcobiaarrobagmail.com?
Com os meus melhores cumprimentos e amizade,
Paulo
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RE: Rodrigo Álvares Pereira
Caro Paulo
Acabo de lhe remeter o meu e-mail.
os melhores cumprimentos
Sérgio
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RE: Rodrigo Álvares Pereira
Na verdade é era de César, Vila Nova de Cerveira é dada a Rodrigo a 09 de Março de 1386 e não de 1424.
E, a 8 de Fevereiro de 1390, D. João I deu a Gonçalo Rodrigues de Novais, seu vassalo, todos os direitos, rendas, tributos e foros de Vila Nova de Cerveira "assim como a tinha Rodrigo Álvares Pereira que se foi para Castela".
Águas Belas segue para o filho de Rodrigo, Álvaro Pereira, que recebeu benesses de El-Rei D. João I e de seu tio D. Nuno Álvares Pereira com quem esteve na tomada de Ceuta.
Apesar de sempre ter apoiado a causa de D. João I, Rodrigo estava cativo em Santarém e foi um dos que D. Juan de Castela não deixou que matassem, quando aí regressou batido em Aljubarrota. Libertado juntamente com a vila, teve mercês de D. João I, mas algo terá ocorrido por volta de 1389-90 que o faz passar a Castela (inveja das benesses de Nuno de quem era irmão mais velho? Sentiu-se injustiçado? Sofreu alguma ofensa à sua honra?). É possível que a sua ausência (embora por força maior) em Aljubarrota o prejudicasse em Portugal e talvez tenha facilitado a sua aceitação em Castela.
As genealogias manuscritas tardias já referiam, correctamente, a sua passagem a Castela. O que acontece é que isso se deu mais cedo do que eu e autores como António Baião julgavam, embora já depois das batalhas pela independência. O mesmo ocorreu com outros nobres que estiveram sempre do lado do Mestre por razões nem sempre esclarecidas pela historiografia.
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RE: Rodrigo Álvares Pereira
O Senhor de Linhares, Martim Vasques da Cunha, talvez o principal chefe militar vencedor da batalha de Trancoso, pouco antes de Aljubarrota, passou a Castela em 1397, ofendido com a expropriação de terras doadas (embora mediante compensação) efectuada por D. João I sob a influência de homens de leis, como João das Regras, apostados no enfraquecimento dos senhores e fortalecimento da Coroa.
Também D. Nuno Álvares Pereira se sentiu ofendido e anunciou a intenção de sair de Portugal e foi levando os seus homens até Portel. O recomeço da guerra e um acordo com D. João I que considerou respeitar a sua honra evitaram um grave problema para o Reino. Não sei se é possível saber quais as verdadeiras intenções do Condestável: pressionar o recuo do Rei? Disposto a passar a Castela? Preparando-se para ir para outro reino europeu? (mas seria capturado se entrasse em Castela). Parece que se terá deslocado devagar procurando forçar a mão a D. JoãoI, mas se este não tivesse, parcialmente, cedido o que teria ocorrido? O Condestável cederia e mantinha o cargo, seria coerente com o que teria declarado e saia de Portugal, recuava e passava à vida religiosa?
Ainda bem que nunca o saberemos, porque mesmo entre os membros da nobreza fiel a D. João I e participante activa nas batalhas e nos cercos mais importantes seria sempre melhor que nunca sentissem que a Honra e a Pátria estavam em campos opostos. Os "desonrados" não se sentiam "traidores" nem poderiam ser "patriotas" se sentissem "desonrados". Tanto a honra como o patriotismo afectavam as tomadas de posição política num equilíbrio instável que devia ser gerido pela Coroa com ponderação e bom senso.
Ora quando as doações eram de tal ordem que ameaçavam o próprio poder Real advinhavam-se problemas, mormente quanto o contributo guerreiro da nobreza começava a ser menos decisivo para a consolidação da nova ordem... A verdade é que um século mais tarde D. João II sentiu a necessidade de ser implacável.
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RE: Rodrigo Álvares Pereira
Só hoje me aprecebi de que diversos volumes da chancelaria de D. João I já foram publicados pela Universidade Nova, estando toda a documentação sobre o assunto em apreço (benesses de Rodrigo em 1386 e sua posterior saída do Reino) ao dispor do público (à venda na Torre do Tombo), não havendo controvérsia na datação da documentação respectiva.
Rodrigo Álvares Pereira esteve com D. Fernando e depois com D. João I, na crise de 1383-85, recebendo por isso mercês em 1386. Por razões desconhecidas partiu para Castela em 1389 ou 1390, perdendo quase tudo, excepto o senhorio de Águas Belas que passou para o seu filho Álvaro Pereira, que foi beneficiado por D. João I e pelo seu tio, o condestável D. Nuno Álvares Pereira.
São factos provados.
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RE: Àlvaro Pereira irmão e não filho de Rodrigo!
Afinal o erro dos genealogista e até do antigo director director da Torre do Tombo, António Baião, é maior do que admiti. As datas relativas a Álvaro Pereira estão todas em Era de César e não em Era de Cristo. Rodrigo Álvares Pereira ao partir para Castela perdeu tudo em Portugal. O 2º Senhor de Águas Belas, Álvaro Pereira, não era seu filho mas sim seu meio-irmão.
Álvaro Pereira, já em 25 de Agosto de 1385, é designado por Mariscal de D. João I em documento da Chancelaria. Decerto foi Marechal em Aljubarrota e os Senhores de Águas Belas seguintes são seus descendentes e não de Rodrigo. De alguma forma, conseguiu-se manter Águas Belas na família Pereira, mas não nos descendentes de Rodrigo (como muito mais tarde os genealogistas pensaram e se calhar os próprios Sodré Pereira séculos depois...) O próprio Geneall já tinha este dado correcto (o de ser irmão e não filho) na entrada relativa a D. Álvaro Gonçaves Pereira, o Prior do Crato.
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RE: Àlvaro Pereira irmão e não filho de Rodrigo!
Continuando a investigar este assunto reparei que a Crónica de D. João I mostra o erro de genealogistas e do ex-director da Torre do Tombo, António Baião, em identificar este ÁLVARO PEREIRA com o 2º Senhor de Águas Belas. Na verdade são personagens diferentes. Fernão Lopes revela que o ÁLVARO PEREIRA Mariscal do Reino era primo e não irmão do Santo Condestável e que morreu pouco depois de Aljubarrota. Adiante refere um outro ÁLVARO PEREIRA, que apresenta como fiel companheiro do Condestável e que recebeu deste Alvaiázere. Esta localidade tem Ferreira do Zêzere (e Águas Belas) logo a sueste. Será que este viria a ser 2º Senhor de Águas Belas? e qual o seu eventual parentesco com RODRIGO ÁLVARES PEREIRA? É para estas questões que vou orientar-me. Entretanto, fica o alerta para as confusões entre os dois feitas por Felgueiras Gayo e muitos outros.
De qualquer forma fica demonstrado que é muito difícil certezas no espaço temporal entre RODRIGO e VIOLANTE PEREIRA.
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RE: Rodrigo Álvares Pereira - Fronteiro
João Gouveia Monteira em "A Guerra em Portugal nos finais da Idade Média" escreve, na pag 140, que RODRIGO ÁLVARES PEREIRA, fiel vassalo de D. João I, foi por este enviado como Fronteiro para a comarca de Entre-Douro-e-Minho em 1386. Na pag 142 escreve que RODRIGO levou consigo cem lanças. A informação fora recolhida no documento nº 15 (de 03 de Junho de 1386) publicado no volume III do Boletim do Arquivo Histórico Militar.
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RE: Rodrigo Álvares Pereira - Fronteiro
Caro Confrade.
Moro em Curitiba. Procuro informações de meus ancestrais aqui de Curitiba, Paraná – Brasil. Joaquim Alvares Pereira, e Maria da Silva Lima foram pais de JOSÉ ALVARES PEREIRA – natural de Curitiba.
José casou com minha quinta avó paterna Candida Maria de Mello Pires, em Antonina – Paraná, Brasil em 21 de maio de 1834.
Pergunto se pode me ajudar a saber a origem desta familia Alvares Pereira.
Obrigado.
Clovis Pena - clovispena@terra.com.br
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