Pedido de ajuda - Lisboa - Sta. maria de Belém
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Pedido de ajuda - Lisboa - Sta. maria de Belém
Tenho vindo a procurar o assento de nascimento de um antepassado de nome Henrique dos Santos Gomes, nascido na freguesia de Sta. Maria de Belém em 1906 e baptizado na igreja dos Jerónimos.
Do Arquivo Distrital de Lisboa dizem-me que, sendo de 1906, os elementos ainda se encontram na 4ª Conservatória. Nesta conservatória dizem que não têm qualquer registo nesse ano nem no ano seguinte. Tentei ir pela certidão de óbito mas apenas sei que morreu em Outubro ou Novembro de 1946 e desconheço a freguesia. De modo que estou de certa forma “num beco sem saída”.
Será que algum dos confrades mais experientes me pode dar uma dica sobre como devo tentar resolver este impasse ?
Muito Obrigada.
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RE: Pedido de ajuda - Lisboa - Sta. maria de Belém
Cara Confreira? Primavera,
Já tentou na Torre do Tombo? Como o registo já tem + de 100 anos é natural que já tenha sido transferido para lá.
Cumprimentos
Maria Bação
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RE: Pedido de ajuda - Lisboa - Sta. maria de Belém
Estimada Primavera,
A solução para o seu impasse não parece muito complicada. Não desanime! O facto de não aparecer na 4ª Conservatória, pode ter inúmeras justificações. Dando de barato que a pesquisa foi feita com empenho e critério - o que me permito, por experiência própria, duvidar quando estes nossos pedidos são feitos à distância (nada como assistir in loco às diligências de funcionárias nem sempre diligentes... ), é possivel que o registo tivesse sido feito em datas por vezes muito avançadas relativamente ao que seria "normal". Abandone, para já, (ainda que temporariamente) essa pista do baptismo em Santa Maria de Belém e concentre as suas energias no óbito. Não o referiu explicitamente mas atrevo-me a deduzir que, ao escrever "sei que morreu em Outubro ou Novembro de 1946 e desconheço a freguesia", afreguesia que desconhece é da mesma cidade em que nasceu, ou seja Lisboa. É assim?... Se fôr, consulte (em microfilme) na Biblioteca Nacional o Diário de Notícias entre Outubro e Novembro de 1946. Nessa época, o jornal mantinha uma secção chamada "Necrologia" que noticiava todos os óbitos, com indicações preciosas, a começar pela morada da residência ou hospital onde as pessoas faleciam. Além de publicitar como nenhum outro, as participações feitas pelas famílias dos defuntos.
Se o seu antepassado faleceu em casa, fica a saber imediatamente a freguesia. Se foi num hospital, existem registos próprios, o que parece tornar menos imediata a informação que pretende. Mas como do Hospital saía em regra para uma igreja, para as cerimónias fúnebres, essa igreja era naturalmente a da freguesia da morada da residência.
Ficou-me a ideia de que o seu pedido à Conservatória foi feito à distância e se não vive em Lisboa, a consulta do jornal fica menso facilitada e não prevejo que a BN preste sesse serviço. Dispôr-me-ía a ajudá-la nessa pesquisa se estivesse em Portugal. Mas não estou, infelizmente.
Espero que esta dica lhe sirva para avançar. Boa sorte.
Cumprimentos
José Gomes
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RE: Pedido de ajuda - Lisboa - Sta. maria de Belém
Cara Maria Bação,
Deduz-se pela sua intervenção que desconhece uma realidade importante que lhe pode ser útil no futuro: o decreto de 1911 que impôs à igreja católica a entrega dos livros de registos paroquiais às conservatórias dos registos civis, daterminava que os registos com mais de 100 anos transitassem dali para os Arquivos Distritais. Ora, é exactamente no Arquivo Distrital de Lisboa, como referiu e bem a nossa confrade, que eles podem e devem ser consultados.
O acervo da Torre do Tombo não tem registos paroquiais. O que acontece é que, primeiro por não haver Arquivo Distrital de Lisboa antes de 1911 e não haver instalações próprias onde o sediar, e, mais tarde, enquanto íam nascendo arquivos nas 18 capitais de distrito, por se ter entendido que, por terem as duas instituições -Arquivo Nacional da Torre do Tombo e Arquivo Distrital de Lisboa a sua sede em Lisboa - um mesmo edificio poderia albergar os arquivos de ambos, beneficiando o Arquivo Distrital (se beneficiar é exactamente o verbo que melhor se adequa ás circunstancias...) da estrutura administrativa, financeira, logística, etc. do Arquivo Nacional. Optou-se pela solução do "2 em 1". Mas o Arquivo Disitrital tem um director próprio e tem funcionários próprios.
Já agora, a talhe de foice, uma curiosidade histórica: quando se decidiu a construção do novo edificio, na Alameda da Universidade, o projecto previa (finalmente) a construção de um edificio próprio para o Arquivo Distrital de Lisboa, num terreno contíguo. Mas uma vez mais, outros valores mais altos se alevantaram e tudo não passou de um sonho. Do ex-futuro edificio do Arquivo Distrital só lá está mesmo o espaço, o terreno que lhe estava destinado. Que foi dignamente reconvertido em parque de estacionamento de automóveis para suprir as dificuldades de parqueamento na zona.
Resumindo e concluindo: Arquivo Nacional da Torre do Tombo e Arquivo Distrital de Lisboa são duas entidades distintas, sendo que a segunda é tutelada pela primeira (como, aliás, tutela todos os outros arquivos distritais). Em comum têm, para além desta ligação hierárquica, a partilha de um espaço. Mas "a César o que é de César" e os paroquiais de Lisboa são do Arquivo Distrital e não da Torre do Tombo.
Isto explicado, sugerir que a confrade Primavera se dirija à "Torre do Tombo" é por conseguinte propôr-lhe que volte exactamente onde já esteve, e fale exactamente com as mesmas pessoas com quem já falou.
Cumprimentos
José Gomes
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RE: Pedido de ajuda - Lisboa - Sta. maria de Belém
Estimado Confrade José Gomes
Muito obrigada pela sua dica. Tentarei ir à Biblioteca Nacional ver os jornais da altura. O problema é que quando este antepassado morreu em Lisboa, a única família próxima era a irmã (minha avó) que estava na Guiné, acompanhando o marido numa das habituais comissões de serviço da marinha portuguesa. De modo que seguiram tudo à distância e não sei se o falecimento terá sido noticiado no jornal. De qualquer modo é uma pista a explorar...
Efectivamente, os assentos de nascimento em Lisboa aparecem às vezes muito mais tarde. Já tive a experiência com o caso desta minha avó pois embora tenha nascido em Dezembro de 1907, só encontrei o assento de nascimento em 1925, data em que se casou...
Mais uma vez obrigada.
Cumprimentos,
Isabel
(PRIMAVERA)
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RE: Pedido de ajuda - Lisboa - Sta. maria de Belém
Caro José Gomes,
Agradeço os esclarecimentos. Não quiz de modo nenhum com a minha intervenção enganar a confreira. Na Torre do Tombo já tenho consultado alguns registos paroquiais, daí a minha informação...
Cumprimentos
Maria Bação
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RE: Pedido de ajuda - Lisboa - Sta. maria de Belém
Cara Isabel,
Tive uma experiência exactamente igual - o registo de nascimento só aparecer na data do casamento - e foi dessa situação que me lembrei quando ontem lhe respondi.
Com a famíia ausente, é realmente possivel que não exista o anúncio da participação da morte que, em regra, as famílias fazem.
Mas independentemente desses anúncios pagos pelas famílias dos defuntos, o Diário de Notícias assegurava diariamente essa informação na secção "Necrologia" de que lhe falei, ignorando eu, confesso, qual a fonte que lhe estava subjacente. Não me ocorre nenhum serviço estatal ou autárquico que centralizasse essa informação... Seria uma acordo com as agências funerárias?... Não sei! Mas que ela existia, existia!
E não se disperse com outros jornais da época. O Diário de Notícias era o único que prestava esse serviço de forma sistemática.
Não lhe escondo que fico agora curioso com o resultado dessa sua próxima diligência na BN. Se puder e tiver paciência, faça aqui eco. Se resultar, poderá servir-nos a todos em obstáculos semelhantes. E se não resultar, como "a necessidade aguça o engenho", havemos de encontrar uma pista alternativa!
Cumprimentos
José Gomes
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RE: Pedido de ajuda - Lisboa - Sta. maria de Belém
Caro José Gomes,
Fica combinado!
Este mês vou estar quase sempre fora de Portugal, mas em Junho/Julho tentarei dar uma saltada à BN para consultar os microfilmes do Diário de Notícias. Farei aqui eco dos resultados (positivos ou negativos) dessa diligência...
Cumprimentos,
Isabel
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RE: Pedido de ajuda - Lisboa - Sta. maria de Belém
Caro José Gomes,
Afinal só passados 2 anos é que consegui seguir o seu conselho e ir à Biblioteca Nacional consultar o Diário de Notícias ! Mas mais vale tarde do que nunca e, felizmente, a pesquisa foi bem sucedida ! Encontrei a notícia do óbito que procurava na secção de necrologia. Agora tenho é que tentar descobrir em que conservatória estará o óbito, porque a notícia referia o falecimento no Hospital de S. José com saída do funeral para o Cemitério de Benfica...
Mais uma vez obrigada pelo seu conselho.
Cumprimentos,
Isabel
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