Sodré Pereira
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Sodré Pereira
Caro Sérgio
Consultado o Manuel Abranches de Soveral sobre a sua dúvida fico "autorizado" a servir de pombo correiro para o respectivo contraditório
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Um abraço,
Manuel
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RE: Sodré Pereira
Caro Manuel
"A Vila e Concelho de Ferreira do Zêzere", separata do Archeologo Português.
Escreve o antigo Director da Torre do Tombo António Baião:
"Rodrigo Alvares tinha a alcunha do olhinhos (Fernão Lopes também o escreve na crónica de D. Fernando).... Em 9 de Março de 1424 fez-lhe D. João I doação de Villa Nova de Cerveira, com o seu termo, com todas suas rendas, direitos, tributos, foros e pertenças e juridiçam civil e criminal, resalvando as appellações e alçadas pera nós, dizia rei (chanc. D. João I, liv I fl. 154v).
Carvalho da Costa di-lo tambem senhor das villas de Sousel, Villa Nova, Vila Ruiva, e das Azenhas de Anhalouro e de Bemlhequero no termo de Estremoz, por doação que lhe fez el-rei D. Fernando em 14 de Dezembro de 1413 (É evidentemente era, deve ser portanto 1375).
Foi segundo morgado de Aguas Bellas seu filho Alvaro Pereira... Vassallo de el-rei D. João I, era Alvaro Pereira possuidor de varios reguengos em Melgaço (Gaveta 11, maço 5, nº 8) e a elle fez D. João I, em 8 de Abril de 1423, doação das terras de Santa Maria, Cambra, e Refoyos, com os respectivos julgados, direitos, rendas e frutos novos, jurisdições crimes, civeis e senhorio (chanc. de D. João I, livro 1, fl. 128). Elevado pouco depois a nosso mariscal (Baião escreve em itálico), D. João I fez-lhe doação, em 25 de Agosto de 1423, de todas as propriedades de Gil Martins Doutel o qual (começa itálico) stando nos na batalha que ouvemos cõ elrrey de Castella fugio della e nõ nos quis ajudar em ella nem percalçar da honrra que todollos portugueses em ella ouverom (fecha itálico e cita chanc D. João I, liv I fl. 101). Carvalho da costa diz-nos que ele esteve na tomada de Ceuta.
Foi terceiro morgado de Aguas Belas, Galiote Pereira, filho do anterior...etc."
Baião, ao longo do seu trabalho, vai convertendo as datas de César em datas de Cristo, tem sempre esse cuidado. Neste texto aceita que a data de 9 de Março de 1424 (doação a Rodrigo) é já relativa à era de Cristo (a substituição oficial fora decretada por lei de 22 de Agosto de 1422). Por isso pergunto se há razões definitivas para fazer os descontos de 38 anos nos documentos referidos por Manuel de Soveral, como ele faz? Está para lá de qualquer dúvida razoável?
antes que ocorra alguma desgraça "informática" termino aqui e sigo para abrir sobre o que escreve Fernão Lopes.
Até já
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RE: Sodré Pereira
Caro Manuel
Já me esquecia de referir que com o desconto de 38 anos os documentos referidos por Manuel de Soveral teriam sido produzidos em datas anteriores a D. João I ser Rei de Portugal (6 de Abril de 1385)... O que não é impossível, mas deixa dúvidas.
Os genealogistas como Felgueiras Gayo disseram que Rodrigo, desgostoso com algo, acabou por passar a Castela e assim perder alguns dos seus bens mas sempre vi isso como algo ocorrido em fim de sua vida e do reinado de D. João I, como aconteceu com outros que estiveram com o Mestre nas horas realmente difíceis. Até D. Nuno Álvares Pereira ficou desgostoso com algumas posições do Rei, já em tempos de paz com Castela. Sabe-se doutros casos de gente nobre que se afastou em anos tardios. Que isso tenha ocorrido em 1385 sem a apreensão imediata do senhorio de Águas Belas é muito difícil de acreditar.
A ideia que fica em Felgueiras Gayo é a de uma saída do país em fim de vida após anos de fidelidade a D. João I (mas é uma mera genealogia manuscrita).
Um pouco de descanso e já vou ao Fernão Lopes
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RE: Sodré Pereira
Caro Manuel
Escreve Fernão Lopes na Crónica de D. João I:
(uso os dois volumes editados pela Livraria Civilização, um em 1945 e o outro em 1949)
vol 1 cap 170
"em esta sazom no mês de Novembro que dissemos que o Mestre viera sobre Alenquer, partira o Mestre de Cristo dom Lopo Dias de Sousa da Vila de Tomar, e com ele dom Álvaro Gonçalves Camelo, Prior que se chamava do Hospital, e Rodrigo Álvares Pereira, irmão de Nuno Álvares Pereira e outros, e foi a cercar Torres Novas, levando consigo umas oitenta lanças, e homens de pé e besteiros....
Fernão Lopes explica como foram surpreendidos por um reforço pró-castelhano de duzentos cavaleiros vindos de Santarém durante a noite. Os portugueses deram combate mas acabaram vencidos.
"e foi o Mestre vencido e preso e levado a Santarém, ele e Álvaro Camelo, e outros..".
Ocorre Aljubarrota e depois Fernão Lopes escreve;
vol 2 cap 49
"já ouvistes como o Mestre de Cristo e o Prior dom Álvaro Gonçalves e Rodrigo Álvares, irmão do Condestável, foram presos na peleja de Torres Novas e jaziam no Castelo de Santarém..."
Ainda no vol 1, Fernão Lopes apresenta uma lista dos portugueses mortos em Aljubarrota ao serviço do rei de Castelo, e Rodrigo Álvares Pereira claro que não consta.
Sem provas à prova de bala (salvo seja) tenho grande dificuldade em aceitar uma teoria da conspiração envolvendo o grande cronista (o maior da Europa) para branquear o nome de Rodrigo Álvares Pereira, então porque não o mesmo para os seus irmãos Diogo e Pedro?
Rodrigo não caiu nesse campo de batalha, não se pode fazer essa afirmação taxativamente sem enverdarmos por uma "teoria da conspiração" aplicada a uma personagem pouco importante que não justifica encobrimentos. Por enquanto é o que me parece... Fernão Lopes mentir por uma personagem menor, para quê? por quê?
Um abraço até breve.
Sérgio
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RE: Sodré Pereira
Um último ponto. O documento do livro (1, 4v), de 8.2.1385, em que o mesmo rei deu a Gonçalo Rodrigues Novais, seu vassalo, todos os direitos, rendas, tributos e foros de Vila Nova de Cerveira «assy como a tijnha R.o aluarez pireira que se foe pa castella» (1, 4v), também desconta os tais 38 anos? Poderá ser que a vila só ficou alguns meses na posse de Rodrigo, pouco antes de sair para Castela e tudo se passa na década de vinte do séc XV? Não se estaria já na era de Cristo?
desculpe o regresso algo intempestivo.
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RE: Sodré Pereira
Caro Sérgio
Transcrevo, de verbo ad verbum, as desculpas de Manuel Abranches de Soveral
Caro Manuel
Obrigado pelo cuidado.
Estive a ver outra vez este assunto (respondi-lhe com a informação que tinha arquivada), e fui ver os documentos. Desde logo, tinha a carta estava mal cotada: é livro 2 e não 1 (pag. 4v na mesma). E mal datada: é xxviij e não xxiiij. Portanto, é de 8.2.1390 e não de 1385. Assim, as outras cartas estão bem datadas, ou seja, Rodrigo Álvares Pereira não morreu em Aljubarrota e passou para Castela, perdendo os seus bens (salvo o morgadio, que seguiu) em 1389 ou inícios de 1390.
As minhas desculpas.
Um abraço,
Manuel
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RE: Sodré Pereira
Caro Manuel
Muito agradeço o esclarecimento deste ponto. Espero trocar impressões sobre outros aspectos a breve trecho.
Um abraço
Sérgio
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RE: Sodré Pereira
Caro Manuel
Manuel de Soveral tem toda a razão em datar pela era de César. Baião equivocou-se. Não há referência a Cristo na datação logo será era de César. Águas Belas segue para o filho de Rodrigo, Álvaro Pereira, que recebeu benesses de El-Rei D. João I e de seu tio D. Nuno Álvares Pereira com quem esteve na tomada de Ceuta.
Apesar de sempre ter apoiado a causa de D. João I, Rodrigo estava cativo em Santarém e foi um dos que D. Juan de Castela não deixou que matassem, quando aí regressou batido em Aljubarrota. Libertado juntamente com a vila, teve mercês de D. João I, mas algo terá ocorrido por volta de 1389-90 que o faz passar a Castela (inveja das benesses de Nuno de quem era irmão mais velho? Sentiu-se injustiçado? Sofreu alguma ofensa à sua honra?). É possível que a sua ausência (embora por força maior) em Aljubarrota o prejudicasse em Portugal e talvez tenha facilitado a sua aceitação em Castela. Todavia, isto não deixa de ser mera especulação.
Um abraço,
Sergio
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RE: Sodré Pereira
Meu Caro Sérgio
Como verificamos, o debate sereno e despreconceituado vai reconfigurando permanentemente as questões.
É minha convicção que, neste ano da canonização de São Frei Nuno àlvares Pereira, se poderia regressar aos hipotéticos 32 filhos de Frei Álvaro Gonçalves, e tentar reconfirmar cada um deles (as) com o objectivo de os documentar, atar pontas soltas de bigrografias, e traçar ramos e destinos.
Afinal um aprofundamento sistemático daquilo que o Miguel Maria Telles Moniz Corte-Real e eu próprio ensaiamos, ainda lateralmente, no > cuja chegada as livrarias está iminente.
Um abraço
Manuel
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RE: Sodré Pereira
Caros confrades,
Será que algum dos prezados me poderá fazer luz sobre Maria Brigida Fabre casada na freguesia de Santa Justa com António Pereira Sodré?
Tendo observado que V.Exa(s) se tem dedicado ao estudo da familia Sodré gostaria que imdicassem se alguma vez depararam com este Sodré ou com aquela minha antepassada Maria Brigída.
Não tenho qualquer indicação sobre a data do casamento mas apenas o Livro e fls onde o referido casamento se encontra averbado.
Com os melhores cumprimentos,
Miguel Fabre
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RE: Sodré Pereira
Caro Miguel Fabre
O casamento que refere não consta na documentação de que disponho.
Cumprimentos
Sérgio Sodré
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RE: Sodré Pereira
Caro Sérgio Sodré
Agradeço-lhe a sua pronta resposta.
Tenho a informação, por referência cruzada com o livro onde está averbado, que o casamento terá ocorrido à volta de 1850.
Terá alguma indicação sobre este António Pereira Sodré na metade do século XIX?
Obrigado
Miguel Fabre
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RE: Sodré Pereira
Caro Manuel
Embora o tenha escrito há mais de meio ano, só agora coloquei ao dispor dos confrades do genea forum o meu trabalho "Reavaliação do Nome e Armas de Sodré". Tentei colher o que de melhor me pareceu existir no vosso artigo "Ensaio sobre a origem dos Resende/Sodré" e fazer alguma crítica dos aspectos em que discordo. Estou hoje convencido de que realmente os Sodré não derivam dos Sudley e aproveitei para adiantar alguns dados novos e uma nova hipótese (apenas uma hipótese, longe de assumir qualquer certeza). Também sugiro possibilidades diferentes de interpretação em certos pontos focados no vosso artigo e apresento novos elementos sobre as armas dos Boteler de Sudley, sobre a figura de Fernão Sodré, e diversos outros pormenores que entendi serem relevantes para o tema em discussão.
Considerando o esforço e o tempo que gastaram na vossa investigação, espero que este trabalho possa contribuir em alguma coisa para a vossa opinião sobre a origem dos Sodré.
um abraço e queira desculpar algum mal-entendido da minha responsabilidade.
Sérgio
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RE: Sodré Pereira
Estimado Sérgio
Apesar da hora nocturna para esta aldeia, onde recolhemos com as galinhas, não quero deixar de o felicitar pelo esforço que tem desenvolvido durante anos para colocar alguma ordem inteligível nesta questão.
E cá fico aguardando as suas correcções, sugestões e inovações de perspectiva. Creio que concordará em que os mal entendidos, embora sucedam, não passam de acidentes no percurso de quem quer mesmo entender
Um abraço do
1385 fsomas@sapo.pt
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RE: Sodré Pereira
Caro Manuel
É um prazer "ouvi-lo" de novo, o meu trabalho já está no forum no tópico Reavaliação do Nome Armas de Sodré (saltou-me o e de Nome e Armas) é só lê-lo quando tiver disponibilidade.
um abraço
Sérgio
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RE: Sodré Pereira
Estimado Sérgio
Sou apenas um passeante muy ocasional pelo forum e receio não saber aceder ao tópico. Seria abuso da minha parte pedir o envio directo do ficheiro, sem embargo de que a troca de impressões possa prosseguir neste mesmo espaço
Um abraço
Manuel
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RE: Sodré Pereira
http//:sodre.blogs.sapo.pt
Também se colocar o nome Sérgio Sodré de Castro no Google encontra logo o texto no blogue. É o procedimento mais fácil. Ou quer que lhe envie em anexo por correio electrónico?
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RE: Sodré Pereira
Srs,
Perdoem-me a intromissão, mas ao deparar com a citação da Batalha de Aljubarrota, tem-se por acaso alguma notícia, na literatura, qual foi o destino que teve Gil Martins Doutel?
Perdidos título e bens, que foi feito dele? Morrer na Batalha, não morreu, bem sabemos que muito pelo contrário. Mas... e depois? Exevrado pelo rei, o que dele foi feito? Casado? Tinha filhos? A paternidade de João Martins Doutel tem discordância onde li.
Encontrei discrepância em outra fonte,- escrito por Washington Marcondes-Fereira, sobre os Abreus de Taruaçu, MG, Brasil, - onde cita João Martins Doutel como sendo irmão de Gil Martins Doutel, ao invés de filho, - seria filho como consta nos dados de GeneAll.pt.
Ainda nesta questão, não se encontra provas de ter existido um "Martim Doutel", suposto pai de ambos, onde as pude buscar.
Na Chronica de El-Rei D. Joao I e nem no livro Os Brasoes da Sala de Sintra, nenhuma menção.
Devo avisar que sou um mero amador, muito menos genealogista, apenas um amante de História, curioso no tema epecífico, em tudo que traga o nome Doutel.
Por favor, rogo que me esclareçam.
Obrigado.
FEPDA.
RJ/RJ/BR
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