Quinta e Casa do Paço, em Valadares, V. N. Gaia

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Quinta e Casa do Paço, em Valadares, V. N. Gaia

#237099 | Dsousa | 22 ago 2009 19:48

Caros Senhores,

A Casa do Paço, em Valadares, foi paço dos antigos Nogueiras e crê-se que, antes disso, tenha sido paço dos “de Marnel”. Em meados do séc. XVIII era pertença de D. Ana Joaquina de Lencastre, mulher de João de Almada, o do Porto, e continuou na posse dos seus descendentes.

Alguém tem alguma informação a acrescentar?

Com os melhores cumprimentos,
Daniel Sousa

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RE: Quinta e Casa do Paço, em Valadares, V. N. Gaia

#237502 | Francisco Queiroz | 26 ago 2009 19:12 | In reply to: #237099

Num livro que está para sair muito brevemente, acrescentarei algumas coisas. Porém, creio que a história dessa casa está por fazer. Foi-me difícil encontrar dados consistentes.
Cumprimentos

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RE: Quinta e Casa do Paço, em Valadares, V. N. Gaia

#237634 | Dsousa | 27 ago 2009 22:41 | In reply to: #237502

Caro Francisco,

Muito obrigado. Quando sai esse livro?

Com os melhores cumprimentos,
DS

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RE: Quinta e Casa do Paço, em Valadares, V. N. Gaia

#237636 | Francisco Queiroz | 27 ago 2009 22:52 | In reply to: #237634

Já devia ter saído...
Está pronto desde há três anos. Porém, porque o editor entendeu por bem apostar numa base de levantamento mais vasta, estão a ser feitas agora mais fotografias, das quais serão escolhidas novas e melhores imagens para o livro.
Só lá para Novembro poderei começar a rever tudo e decidir em definitivo quais as imagens que ficam. Por isso, até Julho de 2010 deve ser publicado. Será sobre a "A arquitectura rural em Gaia nos séculos XVII-XIX". O índice já está disponível na Internet. Como compreende, não posso divulgar aqui a ligação, mas encontra-la-á muito facilmente.
Este livro terá pouco sobre história de famílias e bem mais sobre história da arquitectura rural / quintas e outros temas correlacionados.
Cumprimentos;
Francisco Queiroz

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RE: Quinta e Casa do Paço, em Valadares, V. N. Gaia

#237639 | Dsousa | 27 ago 2009 23:04 | In reply to: #237636

Caro Francisco,

Agradeço mais uma vez a sua atenção. É uma demora perfeitamente compreensível. Uma vez que o livro é sobre arquitectura rural, há que ter cuidado com as imagens. Aguardarei a publicação.

Com os melhores cumprimentos,
DS

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RE: Quinta e Casa do Paço, em Valadares, V. N. Gaia

#238221 | joaopenha | 04 set 2009 23:26 | In reply to: #237639

Grande enciclopédia portuguesa e brasileira- Página 248, 1936

"Retirou-se, em 1861, para a Quinta do Paço de Valadares, do marquês de Penalva,
entregando-se exclusivamente à agricultura."

"Brasões da sala de Sintra‎ - Página 411
por Anselmo Braamcamp Freire - 1973"

Boletím geral do ultramar‎ - Página 67
por Portugal. Agência Geral do Ultramar, Portugal. Agência Geral das Colónias, Portugal. Agência Geral do Ultramar. Divisão de Publicações e Biblioteca - 1956

... em 2 de Dezembro de 1525, do morgado dos Ruas, sendo cabeça dele a Quinta do
Paço, de Valadares, com capela em S. Domingos da cidade do Porto,

Patriciado Urbano Quinhentista, as Familias Dominantes do Porto (1500-1580) de Pedro de Brito, página 72 a 174 e 362


"Maria Anes da Rua e João Domingues instituirem uma capela de missas em São Francisco em 16.12.1523.(...)
Em 2 de Dezembro de 1525 João Domingues e Maria Anes da Rua fizeram testamento em que confirmavam a instituição acima referida.(...)
Além desta capela intituiram uma capela dedicada a Santo António na Igreja de Salvador de Valadares.(...)
Para a institutição desta capela vinculavam agora os fundadores a quinta do Paço de Valadares, o casal do castenheiro e o casal do Rego, todos situados na freguesia de São Salvador de Valadares.(...)
Nomeavam para administrador e testamenteiro seu filho Francisco da Rua, a quem sucederia os seus descendentes varões, na ausencia destes as femeas, se nao as houvesse os parentes mais chegados, e na falha de tudo isto á Mirsericórdia. (...)
Sabemos que se extiguiram os descendentes na linha primogenita, e que esta capela morgado de valadares através de Ana Carneira, flha de Vitoria Carneira e de Luis de Valadares Carneiro, neta de francisco da Rua e casada com Francisco de Sousa e Almeida, o da Cavalaria, passou para esta casa.(...) (Alão de Moarais, tomo IV, v. I, pag. 22)


1º morgado, Francisco da Rua, que foi feitor na Flandres, provavelmente durante 1529 e 1532.
Carlos V condedeu-lhe brasao de armas que lhe foi confirmado por D. João III. Casou-se com Isabel Carneira, filha de Vasco Carneiro, o moço e de Brites de Figueroa. Francisco da Rua, meio irmão de Manuel Cirne, também feitor na Flandres.

2º Morgado, António Carneiro da Rua, casou com Agueda Correia e em segundas nupcias com Isabel Madureira.

3º morgado, Manuel da Rua Carneiro, casou com Maria de Magalhães Madureira.

4º morgado, António da Rua Carneiro, senhor da casa de Valadares passou a casa a descendentes de Vitória Carneiro.

(Manuel Cirne donatario do concelho de Refojos por compra aos Condes da Feira, sepultado na Agrela. Seu filho João Cirne do concelho de Filipe II tinha direito de apresentação dos Tabeliães de Refojos, e apresentou no ano de 1600 a Francisco Carneiro da Rua, que parece ser filho ou neto de Francisco da Rua, que foi à India. Com este acabou a linha de tabeliães da familia de Brás Rodrigues).

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RE: Quinta e Casa do Paço, em Valadares, V. N. Gaia

#238227 | joaopenha | 05 set 2009 00:14 | In reply to: #237639

Esta quinta é das mais desconhecidas mas ao mesmo tempo das mais interessantes em termos históricos e arquitectónicos. Ainda continua com o carácter de um paço quinhentista, sendo por isso um dos raros e poucos exemplares existentes na região e no país. Estando ainda a sua história ligada ao nome de João de Almada e Melo, "o grande obreiro da expansão da cidade do Porto". Mais extraordinário foi nao ter sido abandonado, apesar de muitas casas e morgadios que possuiam, pelos descendentes até a extinsão dos morgadios, e conservado o mesmo caracter ao longo dos séculos mesmo após a saída da familia original. Sendo de salientar que a bela capela gótica dos Carneiros (do meste João Carneiro) em São Francisco do Porto, também veio parar à casa da cavalaria por esta linha.


Grande enciclopédia portuguesa e brasileira- Página 248, 1936

"Retirou-se, em 1861, para a Quinta do Paço de Valadares, do marquês de Penalva,
entregando-se exclusivamente à agricultura."

"Brasões da sala de Sintra‎ - Página 411
por Anselmo Braamcamp Freire - 1973"

Boletím geral do ultramar‎ - Página 67
por Portugal. Agência Geral do Ultramar, Portugal. Agência Geral das Colónias, Portugal. Agência Geral do Ultramar. Divisão de Publicações e Biblioteca - 1956

... em 2 de Dezembro de 1525, do morgado dos Ruas, sendo cabeça dele a Quinta do
Paço, de Valadares, com capela em S. Domingos da cidade do Porto,

Patriciado Urbano Quinhentista, as Familias Dominantes do Porto (1500-1580) de Pedro de Brito, página 72 a 174 e 362


"Maria Anes da Rua e João Domingues instituirem uma capela de missas em São Francisco em 16.12.1523.(...)
Em 2 de Dezembro de 1525 João Domingues e Maria Anes da Rua fizeram testamento em que confirmavam a instituição acima referida.(...)
Além desta capela intituiram uma capela dedicada a Santo António na Igreja de Salvador de Valadares.(...)
Para a institutição desta capela vinculavam agora os fundadores a quinta do Paço de Valadares, o casal do castenheiro e o casal do Rego, todos situados na freguesia de São Salvador de Valadares.(...)
Nomeavam para administrador e testamenteiro seu filho Francisco da Rua, a quem sucederia os seus descendentes varões, na ausencia destes as femeas, se nao as houvesse os parentes mais chegados, e na falha de tudo isto á Mirsericórdia. (...)
Sabemos que se extiguiram os descendentes na linha primogenita, e que esta capela morgado de valadares através de Ana Carneira, flha de Vitoria Carneira e de Luis de Valadares Carneiro, neta de francisco da Rua e casada com Francisco de Sousa e Almeida, o da Cavalaria, passou para esta casa.(...) (Alão de Moarais, tomo IV, v. I, pag. 22)


1º morgado, Francisco da Rua, que foi feitor na Flandres, provavelmente durante 1529 e 1532.
Carlos V condedeu-lhe brasao de armas que lhe foi confirmado por D. João III. Casou-se com Isabel Carneira, filha de Vasco Carneiro, o moço e de Brites de Figueroa. Francisco da Rua, meio irmão de Manuel Cirne, também feitor na Flandres. (http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=221291)

2º Morgado, António Carneiro da Rua, casou com Agueda Correia e em segundas nupcias com Isabel Madureira.

3º morgado, Manuel da Rua Carneiro, casou com Maria de Magalhães Madureira.

4º morgado, António da Rua Carneiro, senhor da casa de Valadares, passou a casa a descendentes de Vitória Carneiro (http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=199844).

(Manuel Cirne donatario do concelho de Refojos por compra aos Condes da Feira, sepultado na Agrela. Seu filho João Cirne do concelho de Filipe II tinha direito de apresentação dos Tabeliães de Refojos, e apresentou no ano de 1600 a Francisco Carneiro da Rua, que parece ser filho ou neto de Francisco da Rua, que foi à India. Com este acabou a linha de tabeliães da familia de Brás Rodrigues).


A casa passa para os Morgados da Cavalaria.
Também ligado a esta casa estava "João de Almada e Melo (Troviscoso, Monção, 15 de Agosto de 1703 – Porto, 30 de Outubro de 1786) foi o grande obreiro da expansão urbana da cidade do Porto no século XVIII e o principal responsável pela organização do espaço a que hoje em dia designamos por Baixa do Porto, em Portugal. Contava já 49 anos de idade quando contraiu matrimónio com Ana Joaquina de Lencastre na Quinta do Paço, em Valadares, Vila Nova de Gaia. Deste casamento nasceriam dois filhos, António José de Almada e Melo e Francisco de Almada e Mendonça." (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_de_Almada_e_Melo)

A D. Eugénia de Aguilar de Almeida Monroy da Gama Melo Azambuja e Menezes, 12º senhora da casa da Cavalaria casou com Fernando Teles da Silva Caminha e Menezes, 4º Marquês de Penalva e foi avô da Condensa de Tarouca, sua sucessora, estes terao sidos os ultimos morgados de Valadares, tendo a quinta passado a pessoas estranhas a familia, jcreio da familias Poças.

Com os melhores cumprimentos,
João Penha

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#238228 | joaopenha | 05 set 2009 00:40 | In reply to: #238227

Caro Daniel Sousa,
à terceira é de vez...

Peço desculpa por nao cumprimentar na segunda mensagem, e a primeira saiu antes do tempo, ou deve ser da hora.

Este casal, D. Ana Joaquina de Lencastre, e João de Almada, o do Porto, nao foram senhores do Paço de Valadares, nem tao pouco da sua descendencia, apesar de lá terem residido.
A casa era dos morgados da Cavalaria, e a D. Ana Joaquina de Lencastre casou em primeiras nupcias com Gonçalo de Almeida de Sousa e Sá, 9º senhor do morgado da Cavalaria e morgado do Paço de Valadares e da capela dos Carneiros em São Francisco. Depois de enviuvar casou com João de Almada.
Parece-me ser esta a relação entre estes e a casa.

o que lhe parece?

Com os melhores cumprimentos,
João Penha

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#238230 | Dsousa | 05 set 2009 01:26 | In reply to: #238227

Caro João Penha,

Muito obrigado pelo seu precioso contributo. Estou completamente esclarecido.

Com os melhores cumprimentos,
DS

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