Para pensar: Qual será o futuro da Genealogia com o avanço das técnicas de reprodução assistida?

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Para pensar: Qual será o futuro da Genealogia com o avanço das técnicas de reprodução assistida?

#242366 | joaoggralves2 | 20 ott 2009 18:04

Caros,

Como estudante de Biologia, tenho falado nas últimas aulas da reprodução médicamente assistida. Ora, por entre todos os problemas éticos que a utilização destas técnicas suscita, não podia deixar de me lembrar da Genealogia. Quando actualmente pensávamos que as crianças "expostas" ou filhas de pai incógnito seriam cada vez mais raras, surgem práticas que vêm contrariar esta ideia. Falo especificamente do recurso a bancos de esperma e a barrigas de aluguer. Creio que estes métodos não são ainda permitidos por lei em Portugal, mas será apenas uma questão de tempo. Sou totalmente contra os referidos métodos, porque permiti-los é estar a dar deliberadamente pais incógnitos a uma criança. A maior parte das pessoas dirá que os cromossomas não interessam para nada, o que verdadeiramente interessa é o afecto. Terão razão se falarmos de leis, se falarmos em casos especificos onde é necessário decidir a custódia de uma criança, por exemplo. Quando o assunto é a Genealogia, o caso muda completamente. A genealogia não se contenta, nem pode obviamente, com pais afectivos, porque destes não herdamos nada (genéticamente falando). São apenas e só os pais biológicos (entenda-se por biológicos os pais que 'doam' os gâmetas) que interessa registar. Ora, creio nestes casos será difícil saber quem foram os doadores (muitas vezes são anónimos) e claro que não faz sentido algum listar os filhos (que poderão ser incontáveis) de um dador de esperma, isso seria até ridículo.

Notem que o problema não é apenas o aumento de crianças com pais incógnitos e a consequente quebra das linhas genealógicas. Muito pior do que isso é o que acontece quando os pais afectivos registam legalmente as crianças como suas filhas. Aí a imprecisão, a mentira é inevitável. Surgirão sem a menor dúvida linhagens falsas. Isto porque certamente muitas das crianças em causa não virão a saber nunca que os pais recorreram a um banco de esperma ou barriga de aluguer. Mesmo que saibam, poderão achar natural.

Não estará deste modo a Genealogia moderna irremediávelmente comprometida?


Gostava de conhecer a vossa opinião sobre esta matéria.

Cumprimentos.

João G. Rodrigues Alves

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#242384 | manchinha | 20 ott 2009 22:20 | In reply to: #242366

Meu caro

Como poderá ter a certeza de que todos os seus antepssados nunca omitiram a paternidade daqueles que diziam ser filhos?

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RE: Para pensar: Qual será o futuro da Genealogia com o avanço das técnicas de reprodução assistida?

#242404 | joaoggralves2 | 21 ott 2009 08:37 | In reply to: #242384

Caro,

Claro que isso é possível, e certamente haverá casos semelhantes espalhados pela nossa história, embora ache pessoalmente que não serão demasiado comuns. Mas se pusermos a questão nesses termos, a Genealogia perde todo o significado, pelo menos para mim... Agora, uma coisa é haver casos pontuais no passado, que não eram legais, digamos assim. Outra é ser permitido por lei...

João G. Rodrigues Alves

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RE: Para pensar: Qual será o futuro da Genealogia com o avanço das técnicas de reprodução assistida?

#243414 | Sérgio Sodré | 03 nov 2009 20:07 | In reply to: #242366

Caro confrade

A Genealogia é uma ciência auxiliar da História e o que o colega refere não afecta os estudos históricos que a ela recorrem. Além disso a Genealogia não se confunde com a Genética na medida em que é, fundamentalmente, uma ciência social relativa a famílias agindo na História. Assim, por exemplo é relevante para a Genealogia traçar uma sucessão de chefes de uma determinada família que se inseriram na sociedade de uma determinada forma (por exemplo sucedendo num morgado, título, etc) e pouco ao nada importa se, de facto, algum deles não era realmente fisicamente filho dos supostos pai ou mãe, enquanto que é totalmente irrelevante se houve alguns filhos fora do casamento que nem sequer tenham sabido quem eram os seus pais biológicos. O que importa é quem se inseriu na família e a prosseguiu, usando e passando nomes, armas, bens, valores morais, etc... A Genealogia é uma ciência social antes de tudo o mais.
Cumprimentos
Sérgio Sodré

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#243441 | arturcs | 04 nov 2009 10:08 | In reply to: #243414

Caro Sérgio Sodré,

Sem dúvida que a Genealogia é uma ciência social. A interacção ocrrida entre os membros de uma família interessam, e muito!
Não a posso ver como "asséptica"(passe o termo), dado que importa apurar qual é a vera filiação. E não só no apuramento da "chefia" e/ou "representação", "sucessão".

Com os meus melhores cumprimentos,

Artur Camisão Soares

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#243466 | joaoggralves2 | 04 nov 2009 19:34 | In reply to: #243414

Caro Sérgio Sodré,

Concordo parcialmente com que disse. Actualmente, relativamente à Genealogia Moderna, já escasseiam as famílias que mantêm armas, bens (e mesmo valores morais?...). Restam os nomes... e não creio que a Genealogia se resuma a isso...

Mas pensemos num caso em particular. Imagine que o Sérgio descobre que é filho adoptado, suponhamos. Continuaria a achar que a pesquisa dos seus antepassados tem sentido, quando genéticamente não herdou nada deles? Eu não continuaria. Não me contento com ligações afectivas. Ou se é filho biológico ou não se é. Estarei a ser exigente? Talvez. Estarei a saír do espírito da Genealogia? Talvez, não sei, sou ainda principiante... Mas sou sincero no que digo. Uma linha "afectiva" tem para mim interesse se tomada como tal, não como verdadeira linha "genética".

Cumprimentos,
João G. Rodrigues Alves

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#243517 | Sérgio Sodré | 05 nov 2009 14:25 | In reply to: #243466

Caro João Alves

Imagine, por exemplo, que se provava que D. Nuno Álvares Pereira não era realmente filho biológico do prior do Crato, D. Álvaro Gonçalves Pereira... e que se identificava um obscuro camponês como sendo filho biológico do prior do Crato. Qual deles (o camponês, ou D. Nuno) é que interessava para o estudo da Família Pereira em Portugal? A genealogia não se resume a uma questão de espermatozóide... é o estudo de famílias na História e da integração das pessoas nessas mesmas famílias (o obscuro camponês nada teria a ver com a família Pereira... tirando o dito espermatozóide claro está... enquanto D. Nuno teria tido tudo... menos o espermatozóide). Não é bem uma questão de linha "afectiva" ou linha "biológica", ou se integra a família ou não... se se integra assume-se também o passado familiar, com o nome, o brasão, os bens, os parentes vivos (porque não os mortos?) e passa-se aos filhos essa tradição. Tal como um cidadão nacionalizado português pode mostrar-se bem mais português do que um de "sangue"...
Poderei estar a radicalizar um pouco, mas é para marcar o meu ponto.

cumprimentos
Sérgio Sodré

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#243586 | arturcs | 06 nov 2009 13:48 | In reply to: #243441

Onde se lê «A interacção ocrrida entre os membros de uma família interessam, e muito!» deve-se ler «A interacção ocorrida entre os membros de uma família interessa, e muito!"

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#243591 | arturcs | 06 nov 2009 14:21 | In reply to: #243517

Caros Confrades,

Tenham em conta os seguintes artigos do actual C.C.P.:

ARTIGO 1985º
(Segredo da identidade)

1. A identidade do adoptante não pode ser revelada aos pais naturais
do adoptado, salvo se aquele declarar expressamente que não se opõe
a essa revelação.

2. Os pais naturais do adoptado podem opor-se, mediante declaração
expressa, a que a sua identidade seja revelada ao adoptante.

(Redacção do Dec.-Lei 185/93, de 22-5)

O que vos oferece dizer...?

Com os meus melhores cumprimentos,

Artur Camisão Soares

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#243624 | Sérgio Sodré | 06 nov 2009 19:58 | In reply to: #243591

Caro confrade

O disposto revela preocupação e defende o conceito de família. Esta é a base da Genealogia no passado como no futuro. O que realmente ameaça a genealogia no futuro é o eventual fim da família como base da sociedade. O resto será sempre sencundário.

com os melhores cumprimentos
Sérgio Sodré

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#243636 | arturcs | 06 nov 2009 23:54 | In reply to: #243624

Caro Sérgio Sodré,

Entendo o que pretende significar.
Como deve calcular, sou a favor da família. Considero, no entanto, que sempre que possível, é bom conhecer os ascendentes. Muito sinceramente lhe digo(e com todo respeito por quem é orfão): não vejo como o conhecimento da verdadeira filiação possa ser despicienda, mais a mais com actos unilaterais.

Renovados cumprimentos,

Artur Camisão Soares

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#243666 | joaoggralves2 | 07 nov 2009 15:01 | In reply to: #243517

Caro Sérgio Sodré,

Comecemos pela definição de paternidade. Acho que de maneira fria e muito simplificada podemos considerar que pais são aqueles cuja fusão da sua informação genética deu origem a outro ser. Ora, assim, ascendência só há uma. Isto acaba por ser incontestável. Agora, o que o Sérgio diz é que em casos de adopção terá mais interesse estudar a família que acolheu o individuo do que a família biológica. Se falarmos em Idade Média, Séc.XVI, Séc. XVII, etc, concordo consigo. Mas a questão estava direccionada para a época moderna. Actualmente, cada vez mais a Genealogia interage com a Genética. Há até programas de Genealogia como o Legacy que vêm já com um local para inserir dados relativos a testes de ADN. Por isso é acrescidamente importante saber-se a verdadeira ascendência (principalmente a mais próxima). Pessoalmente, creio que se os dados da Genealogia se distanciarem demasiado dos dados da genética, os primeiros acabam por perder credibilidade.

No fundo, a única coisa que realmente nos liga aos nossos antepassados é a nossa herança genética. O resto são coisas efémeras e passageiras...

A propósito, o confrade acabou por esquivar-se à pergunta que eu lhe havia feito...

Cumprimentos,
João G. Rodrigues Alves

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#243667 | joaoggralves2 | 07 nov 2009 15:23 | In reply to: #243591

Caros confrades,

Os artigos mostram como é possível impedir o adoptado de saber quem são os pais biológicos e impedir os pais biológicos de saber quem é o filho.

Isto é uma barreira na linha ascendente do adoptado e na linha descendente dos pais biológicos. Sei que o confrade Sérgio não subscreve esta opinião, como já o demonstrou, mas acho também que está a generalizar demasiado. Se pensar em casos concretos e actuais, concordará que é importante saber a real proveniência, nem que seja para o próprio, algo que a adopção e a reprodução assistida impedem.

Cumprimentos,
João G. Rodrigues Alves

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Os Alpha, os Bétas, os Gammas, os Deltas e os Epsilons

#243672 | José-Manuel | 07 nov 2009 17:02 | In reply to: #242366

Os Alpha, os Bétas, os Gammas, os Deltas e os Epsilons

Ver este filme em 5 vídeos sobre a sociedade do futuro próximo;
"Le Meilleur Des Mondes" na dailymotion.com/ (Playlist Le Meilleur Des Mondes-1998)
http://www.dailymotion.com/playlist/xz9yd_pinkbandidos_le-meilleur-des-mondes1998/1
ou ler o livro; Le Meilleur Des Mondes - Aldous Huxley 1932

... (Dans le livre visionnaire écrit dès 1932, Aldous Huxley imagine une société qui utiliserait la génétique et le clonage pour le conditionnement et le contrôle des individus.

Dans cette société future, tous les enfants sont conçus dans des éprouvettes. Ils sont génétiquement conditionnés pour appartenir à l'une des 5 catégories de population. De la plus intelligente à la plus stupide: les Alpha (l'élite), les Bétas (les exécutants), les Gammas (les employés subalternes), les Deltas et les Epsilons (destinés aux travaux pénibles).

Le "meilleur des mondes" décrit aussi ce que serait la dictature parfaite: une dictature qui aurait les apparences de la démocratie, une prison sans murs dont les prisonniers ne songeraient pas à s'évader.

Un système d'esclavage où, grâce la consommation et au divertissement, les esclaves "auraient l'amour de leur servitude"...

Comme une plongée, un zoom, un reportage sur le monde tel qu'il pourrait devenir, si certains aspects
de nos sociétés dites modernes et civilisées, étaient cultivés par ces forces qui gouvernent le mental : le meilleur des mondes ?)

Cumprimentos,
José Manuel CH-GE

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#243677 | arturcs | 07 nov 2009 20:21 | In reply to: #243666

Caros Con

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As barrigas de aluguer

#243678 | arturcs | 07 nov 2009 20:29 | In reply to: #243677

Caros Confrades,

Em primeiro lugar, por favor aceitem as minhas desculpas pela anterior mensagem: foi inadevertido.

Bom..., eu gostaria de deixar, com a devida vénia, o seguinte "link":

http://www4.fe.uc.pt/fontes/trabalhos/2003010.pdf

Com os meus melhores cumprimentos,

Artur Camisão Soares

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#243723 | Sérgio Sodré | 08 nov 2009 11:18 | In reply to: #243466

Caro João Alves

Vejo que pretende uma resposta directa à sua questão. É impossível dizer o que eu faria realmente na hipótese que apresenta. Todavia, julgo existir um equívoco no modo como apresenta o problema. É que uma coisa é saber se "a pesquisa dos seus antepassado tem sentido" outra é se o prosseguimento dos estudos genealógicos tem sentido. Por que razão um filho adoptado que goste de genealogia não deve fazer com gosto o estudo genealógico da sua família não biológica? É adoptado, descobre-o, logo deixa de estudar a família que se tornou a sua? Para mim esta suposta reacção automática não faz muito sentido. O estudo genealógico vale em si mesmo como trabalho e como resultado do gosto de invertigar.
Tenho estudado e publicado sobre o apelido Sodré. Isso vale para o conhecimento deste apelido na História pois até já motivou estudos análogos doutros investigadores. Ser ou não ser Sodré de "sangue" é absolutamente irrelevante para os méritos e os deméritos do esforço que tenho feito para conhecer os Sodré....
Agora, se, à partida, soube-se que não era Sodré de "sangue" teria começado as minhas investigações? É impossível saber. Talvez não, ou talvez o mistério da origem deste apelido fosse suficiente para avançar e me entusiasmar...
Espero ter respondido à sua questão.

Cumprimentos
Sérgio Sodré

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#243738 | Sérgio Sodré | 08 nov 2009 18:36 | In reply to: #243666

Caros confrades

Em Luiz da Silva Pereira Oliveira "Privilégios da Nobreza e fidalguia de Portugal", na reedição de 2002 (1º edição de 1806), lê-se:

pag. 23, ponto X: "Os filhos adoptivos; que por ficção da Lei são igualados aos de legítimo matrimónio, também gozam da Nobreza dos pais adoptantes, e sucedem na herança dos mesmos" (cita ordenação), e pag. 240, ponto XXVI: "Os filhos adpotivos, naqueles Reinos aonde gozam da Nobreza dos pais adoptantes (como se viu antes é o caso português), podem usar do apelido e das armas (brasão) dos mesmos pais".

E se podem usar nome e armas também podem passar aos seus descendentes, pois julgo ser esse o sentido das palavras do autor... a integração na família é plena, tanto para o presente, como para o futuro e para o passado (o uso do brasão indica que se assume o passado da família adoptante). A Genealogia familiar que o adoptado pode fazer não é a dos seus antepassados de "sangue" mas é decerto a dos antepassados da sua família real e efectiva (muito mais que "afectiva" parece-me.).
Tudo está correcto desde que fique expresso no estudo quem são os filhos adoptivos e que linhas geraram...

Cumprimentos
Sérgio Sodré

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RE: Para pensar: Qual será o futuro da Genealogia com o avanço das técnicas de reprodução assistida?

#243739 | João Mamed | 08 nov 2009 19:10 | In reply to: #243738

Caro Sérgio Sodré

Tenho lido com toda a atenção as suas mensagens. Mas permita-me discordar consigo:

O que me leva a mim e penso que á maioria dos pesquisadores é procurarem as suas verdadeiras raízes.

Sinceramente não consigo colocar-me no lugar de um adoptado, mas suponho que não desistia em quanto não soubesse as minhas origens.

Pense no seguinte: um individuo de raça negra adoptado por um casal branco. Acha que ele tinha algum interesse em saber a genealogia dos pais adoptivos? Ou estaria mais interessado conhecer os seus verdadeiros antepassados?

Cpts
joão mamede

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#243750 | arturcs | 08 nov 2009 21:44 | In reply to: #243738

Caro Sérgio Sodré,


Se não me engano não podem suceder nos títulos. Estarei correcto...?

«...e o Senador Alvaro de Valasco houvera, e vira huma.»

Qual é que viu?

Com todo a consideração que o confrade me merece: a Genealogia lida com factos...; não olvide os reais antepassados, os de "sangue"(património genético).
Compreendo os laços afectivos que se geram!!


Com os meus melhores cumprimentos,

Artur Camisão Soares

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#243801 | Sérgio Sodré | 09 nov 2009 14:31 | In reply to: #243750

Caro Artur Soares

A genealogia lida com os factos expressos em documentos (certidões de baptismo, casamento , óbito, etc...) e não propriamente com o património genético (para isso há a genética).
Muita gente usa sem problema armas de famílias de que sabe não descender (em virtude da moderna investigação histórica revelar falsidades nos processos que conduziram a cartas de armas) mas eram legais de facto...
Os factos com que a Genealogia lida não são os biológicos, senão teriamos de recusar toda a reconstrução genealógica onde não fossem apresentadas provas de ADN...

Mas, caro confrade, julgo que ambos percebemos o que cada um de nós quer dizer... bem como o querem dizer os demais partcipantes neste tópico...

Eu não acredito que a Genealogia "moderna" esteja ameaçada, antes pelo contrário, cada vez haverá mais estudos genealógicos...

Com os melhores cumprimentos
Sérgio Sodré

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#243807 | arturcs | 09 nov 2009 15:12 | In reply to: #243801

Caro Sérgio Sodré,


Subscrevo parte do que afirma: sem dúvida que vários "documentos" se revelaram(e revelam...) falsos ou com várias mentiras e omissões. A Genealogia(como história da família) pode e deve, em casos determinados e precisos, ter o precioso auxílio da Genética.

A Genealogia está ameaçada por aqueles que recorrem a subterfúgios para a falsear, bem como por quem aceita e permite que isso aconteça. Anda-se a vender, em muitos casos, "gato" por "lebre"...!!

Quanto às adopções: julgo que ainda não percebi muito bem onde quer chegar!?


Com os melhores cumprimentos,

Artur Camisão Soares

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#243835 | Sérgio Sodré | 09 nov 2009 20:40 | In reply to: #243807

Caro confrade

Quem começou a falar em filhos adoptados parecia sugerir que a estes estava vedade a genealogia e ser genealogista (como se os grandes genealogistas não fizessem muito mais do que o simples estudo dos seus antepassados...). Tentei contrariar este preconceito.
Depois tentei perceber quais os direitos de um filho adoptado e parece-me que são muito mais do que o que aqui parece ser sugerido.
Por fim procurei demonstrar que uma família pode não se extingue se não houver filhos naturais, mas antes isso pode acontecer por outras razões, inclusive regime políticos que destruam o próprio conceito de família. Se tudo passar para filhos adpotivos (menos o tal espermatozóide) a família continua viva no futuro.
Casos terá havido, até em dinastias, em que um filho sucessor poderá não ter sido filho biológico do Rei... E então??? No género humano, a família é mais uma questão social e histórica do mais do que biológica, apesar de haver um "mito" biológico associado claro está... Descobertas actuais ao nível do ADN nunca destruiram famílias históricas, fossem quais fossem as conclusões de eventuais testes genéticos! Só se todos perdessem o tino!

Cps
Sergio Sodré

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#243871 | joaoggralves2 | 10 nov 2009 15:20 | In reply to: #243723

Caro Sérgio Sodré,

Se dei a entender que achava que a Genealogia se resumia à pesquisa dos antepassados pessoais, foi apenas uma inadvertida simplificação de raciocínio.

O meu objectivo não era o de discutir o que a Genealogia é ou não é, mas o impacto que a ignorância em relação aos pais biológicos de um individuo adoptado ou fruto das técnicas supra mencionadas teria nas nossas pesquisas. Ficou claro que para o Sérgio, a questão não é relevante. Pessoalmente, eu não concordo, mas entendo e aceito a sua opinião. Creio que entenderá o meu lado também.

Acho que não vale a pena prologarmos a discussão, já que que ficou tudo dito, creio. Trata-se de uma questão de opiniões pessoais... Mas agradeço-lhe a participação no tópico.

Com os melhores cumprimentos,
João G. Rodrigues Alves

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RE: Para pensar: Qual será o futuro da Genealogia com o avanço das técnicas de reprodução assistida?

#243874 | arturcs | 10 nov 2009 16:01 | In reply to: #243835

Cario Sérgio Sodré,


Não tenho preconceito algum. Longe de mim ter semelhante postura!

Evidentemente que os filhos adoptados gozam de direitos: era o que mais faltava. Simplesmente, sob o ponto de vista do direito nobiliárquico, não podem suceder nos títulos. O que não invalida que, juridicamente, possam herdar.

Fala-me de "certos" regimes políticos: concordo consigo quanto à deturpação do conceito de "família". O que não implica que os laços genéticos desapareçam...

Quanto a "dinastias": parece que algumas "coisas" aconteceram, sim. Mas a excepção confirma a regra...

Relativativamente ao que mais escreve: lamento, mas não estou de acordo!!


Renovados cumprimentos,

Artur Camisão Soares

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RE: Os Alpha, os Bétas, os Gammas, os Deltas e os Epsilons

#243883 | Sérgio Sodré | 10 nov 2009 17:20 | In reply to: #243672

"Oh, admirável mundo novo, onde existem tais criaturas!..." (em "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley).

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