Quem sou? Para o António Taveira

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Quem sou? Para o António Taveira

#247592 | Nelita | 12 gen 2010 19:00

Quem sou?


..., aldeia, aonde nasci, num dia cinzento de um Inverno frio. Talvez por isso goste, ainda hoje dos longos serões, das noites frias de Inverno, passados à lareira, ouvindo o crepitar da lenha que arde, sentindo o calor do fogo, olhando e sonhando, enquanto lá fora o vento uiva, a chuva fustiga as vidraças ou a neve cai mansamente sobre caminhos e telhados.
Tudo isto é lá, na terra onde nasci, Foi lá também que à lareira da casa dos avós escutei os contos e histórias que me fariam pensar quem teriam sido os avós dos meus avós...
Foi lá nessas noites longas de conversas intermináveis, ao escutar essas histórias maravilhosas de fadas e duendes que fui construindo um mundo imaginário e vislumbrei uma cadeia interminável de homens, mulheres e crianças que faziam parte das histórias, que não eram mais que personagens da história da aldeia, que ia conhecendo pela tradição oral.
Mas seriam reais essas personagens?
Nos meus sonhos de menina isolada por montes e vales de penhascos agrestes, onde corria a cavalo por fraguedos de xisto escorregadio, a aldeia era o palco onde se movimentavam as personagens das histórias.
O cenário, belíssimo era formado por vinhedos e olivais, que nos socalcos davam um imenso anfiteatro
No meu mundo encantado cada personagem do passado ou do presente tinha um lugar - o recanto exacto.
Existia de facto. Estava ali, só que por vezes, numa outra era.

Cumprimentos

Nelita

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RE: Quem sou? Para a Nelita

#247605 | tmacedo | 12 gen 2010 21:05 | In reply to: #247592

Cara Nelita:

As suas palavras fazem-me lembrar as minhas próprias origens. Há uma similitude de situações pela pátria comum. Mas, mais do que isso, o contexto de família alargada, vivida com familiares vivos e memórias de muitos outros que habitavam no meio de nós, nas histórias contadas e nas fotografias presentes nas paredes de salões e corredores, ajuda a explicar a razão da genealogia familiar, num sentido lato, se ter transformado no nosso hobby. Todos eles identificados com vinhas, quintas e vinhos.

Assim, nasci precocemente, pela queda de minha mãe num armazém duma quinta isolada do Alto Douro, vindo ao mundo nessa noite, numa aldeia em casa de meus avós. Estava previsto nascer no Porto, mas o destino não quiz assim. Todo o Douro vivia no meio da azáfama duma grande vindima que se tornou famosa pela qualidade dos seus vinhos.

Cumprimentos,

António Taveira

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RE: Quem sou? Para o António Taveira

#247681 | rslguedes | 13 gen 2010 21:14 | In reply to: #247592

A Nelita e António Taveira,

Que belas são as vossas palavras! Como me identifico com elas!

Trás-os-Montes

Também eu "nasci " lá.. só que foi há mais de 2 séculos. "Nasci " lá no tempo em que começam as histórias . Sinto-o desde criança. Sinto-o tão profundamente que nem sei explicar. Por isso, tento encontrar nas minhas pesquisas a verdade (?) que ajuda a confirmar estas histórias.
Por vezes, as histórias não passam de estórias, mas isso… que importa ?

Um abraço
Raquel de Sá Lemos Guedes

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