Fundição de Ferro – famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
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Fundição de Ferro – famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
Caros confrades
Porque pode ser útil uma troca de informações, informo que tenho um particular interesse pela história da fundição artística em Portugal, no século XIX.
Como tal, interessa-me qualquer família do século XIX que tenha estado ligada à fundição de ferro nessa época, em qualquer parte do país, não na perspectiva genealógica tradicional, mas na perspectiva biográfica (não mais do que três gerações, tomando a geração intermédia como principal, por ter estado ligada à indústria da fundição).
Já coloquei alguns tópicos neste fórum relativos a famílias ligadas à fundição, como os Hargreaves (no Porto), Hawke (no Porto), Peters (Henry Peters, ou Henrique Peters, em Lisboa), Sá Lemos (em Gaia), Burnay (em Lisboa e no Porto), Praça (de Dinis Joaquim Praça, no Porto), Bachelay / Le Cocq (em Lisboa), Sentieiro (no Porto), Mesnier (no Porto e em Lisboa), Mota de Quadros (na Figueira da Foz) e Colares (ou Collares, em Lisboa).
Porém, há outras famílias que poderiam aqui figurar. Por isso, convido qualquer confrade que tenha, nos seus antepassados, figuras ligadas à fundição de ferro no século XIX, a contactarem-me, para troca de dados, neste fórum ou a título particular.
Muito obrigado e cumprimentos;
francisco[arroba]queirozportela[ponto]com
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RE: Fundição de Ferro – famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
Caro Francisco Queiroz,
tanto quanto julgo saber, as "Ferrarias del Rey em Barcarena" (junto ao actual museu da Fábrica da Pólvora), são o mais antigo estabelecimento português (pelo menos digno desse nome) ligado à metalurgia do Ferro. É de 1487, a primeira referencia a este estabelecimento.
Na região que estou estudando em termos genealógicos (denominada de "Cinco Vilas"), mais própriamente no Concelho de Figueiró dos Vinhos, existiram também, pelo menos duas fábricas de fundição das melhores do país, e uma delas (Foz do Alge) foi inclusivé, a maior.
A mais antiga, denominada "Fábrica de Ferro da Machuca", teve alvará de D. Sebastião em 1577, ratificado em 1594 por Filipe I, sendo encerrada por ordem do Marquês de Pombal, cerca de 1760.
Conta-se que os seus sete operários (fundidores e ferreiros), foram enviados compulsivamente para as colónias (Angola ou Goa), onde se pretendia desenvolver a metalurgia. Escapou apenas o mestre José Levache, pelo facto de ser estrangeiro.
Quanto à Fábrica de Fundição de Ferro da Foz de Alge, situada na confluência da ribeira de Alge com o rio Zêzere, crê-se que a sua construção teria ocorrido no reinado de D. João IV, devido à necessidade de abastecer o país de material de guerra, para combater os espanhóis na Guerra da Independência.
Esta fábrica nunca funcinou muito bem, mas laborou até 1834, ano em que encerrou definitivamente.
A obra de Carlos Conceição Mendes Medeiros, "Figueiró dos Vinhos - Terra de Sonho", ed. da C.M. de F. dos Vinhos, 2002, dedica 15 páginas a estas ferrarias, onde se pode ver os nomes de muita gente a elas ligadas.
Pela minha parte, nas pesquisas paroquiais que realizo, procuro sempre identificar as pessoas ligadas à indústria da fundição. Noto por vezes alguns nomes estrangeiros nesta região, certamente fruto da necessidade de contratação de mão de obra especializada que cá óbviamente não existia.
Mas a genealogia que melhor consegui reconstituir até agora foi a do mestre José Lavache, que já se pode seguir aqui no Geneall:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=641755
Da sua filha Cecília, descende o famoso maestro António Vitorino de Almeida, embora ainda não seja possível seguir essa ligação através do geneall.
Creio também (embora ainda não tenha sido possível provar) que estes Almeidas de Figueiró, são os mesmos dos igualmente famosos Simões de Almeida (Tio e Sobrinho) autores de muita da estatuária da nossa capital, e não só, e que também já constam no Geneall, como pode verificar:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=1214835
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=265767
Recordo que o pai de José Simões de Almeida Junior (Tio), foi fundidor (tal como o seu avô) na Fábrica Real do Ferro na Foz do Alge, e quando esta foi extinta, foi colocado como chefe da oficina de fundição do Arsenal da Marinha em Lisboa, onde seu filho também ali trabalhou como aprendiz em 1855, com 12 anos de idade.
Portanto não restam dúvidas que esta região forjou famílias de verdadeiros génios criadores de arte e beleza, e até cativou outros que não foram cá forjados, mas que aqui fixaram residência, como foi o caso do mestre Malhoa.
Bom, e por hoje é tudo,
com os melhores cumprimentos,
Henrique Dias
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RE: Fundição de Ferro e famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
Muito interessante o seu contributo, ainda que não diga directamente respeito ao tema que lancei inicialmente, que é o das fundições do século XIX, movidas a vapor e produtoras de mobiliário urbano, estruturas arquitectónicas (coretos, por exemplo), assim como de maquinaria. As ferrarias da Foz do Alge, segundo creio, eram bem mais arcaicas em termos tecnológicos e correspondem a uma época pré-industrial (se assim se pode dizer). De qualquer modo, esse tema de pesquisa parece-me muito importante e útil, até por aquilo que permite descobrir depois.
Também poderia mencionar as fundições de artefactos militares e de sinos, assim como as fábricas de mineração de ferro (ou seja, que se dedicavam a purificar o ferro extraído como mineral, de modo a poder ser usado na serralharia e em outras aplicações). Porém, a ideia que me levou a criar este tópico diz respeito às famílias de empreendedores e de artistas ligados às fundições polivalentes, típicas de c. 1834-1910. É claro que o tópico pode derivar para onde os confrades quiserem. Veremos o que sucede.
Bem haja pela sua pesquisa.
Cumprimentos,
Francisco Queiroz
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RE: Fundição de Ferro – famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
Caro Francisco Queiroz
Veja o tópico sobre Eduardo Duarte Ferreira, em:
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=114752
Cumprimentos,
António G. Pereira
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RE: Fundição de Ferro - famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
Já tinha visto esse tópico, o qual está muito bom. Não mencionei Duarte Ferreira no início do tópico que criei, por duas razões:
a) porque a sua fábrica só assume visibilidade nacional no século XX;
b) porque se dedicou a uma gama de produtos que eu não tenho estudado; ou seja, a fábrica do Tramagal fabricou sobretudo alfaias agrícolas, prensas para azeite e outros objectos em ferro, que não os de aplicação à arquitectura. É claro que pode ter havido excepções. Aliás, suponho que, no âmbito local e regional, pode ter recebido encomendas para grades e portões. Porém, não consegui documentar isso em nenhum caso (através de marcas da fábrica). Pode esclarecer-me quanto a isto?
Cumprimentos;
Francisco Queiroz
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RE: Fundição de Ferro - famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
Renovo o teor da mensagem inicial. Na mesma poderiam figurar outras famílias, como os Pinto de Paiva Freixo, de Crestuma, os Costa Basto / Faria Guimarães (Porto) e os Ranito, estes últimos já referidos num outro tópico deste fórum. Estou ao dispor e muito interessado em receber achegas dos confrades.
Grato
Francisco Queiroz
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RE: Fundição de Ferro – famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
Queria esclarecer que no séc XIX (inícios) tenho um ascendente que trabalhava no ferro, na sua zona, isto é, Grijó da Parada - chamaco João Gonçalves Secca.
Ainda há poucos anos visitei esta aldeia e pude constatar o enorme fole, existente numa área exterior da casa, datado daquela época e com um alto avanço de deterioração o que na altura lamentei bastante porque era por demais evidente que a sua degradação total estaria no fim
Cumprimentos
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RE: Fundição de Ferro – famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
Caro Francisco Queiroz
Poderá ver o tópico sobre: Diniz Joaquim Praça em:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=1175733
Cumprimentos
Arnaldo Pissarra
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RE: Fundição de Ferro – famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
Obrigado. Esse seu antepassado seria talvez serralheiro. Interessam-me os fundidores de ferro, os quais, forçosamente, trabalhavam em oficinas maiores e mais dotadas de tecnologia. De qualquer modo, compreendo e concordo com as suas preocupações patrimoniais, sobretudo atendendo à cronologia que aponta, bastante antiga.
Cumps.
F Queiroz
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RE: Fundição de Ferro – famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
Muito obrigado.
Do mesmo modo que eu não tinha ainda reparado nesses novos dados inseridos na base de dados, quem os inseriu também não deve ter reparado no tópico que lancei há anos sobre Dinis Joaquim Praça (http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=262734). São desencontros compreensíveis. Vou aproveitar para desviar a sua informação para o referido tópico.
Cumprimentos;
Francisco Queiroz
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Fundição de Ferro – famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
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Fundição de Ferro – famílias ligadas a esta indústria, no século XIX
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