Como Portugal mudou o Mundo – subtítulo do livro de Martin Page.
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Como Portugal mudou o Mundo – subtítulo do livro de Martin Page.
Caros Amigos,
Acabei de ler um livro excepcional do falecido jornalista inglês Martin Page que escreveu o livro «A Primeira Aldeia Global – Como Portugal mudou o Mundo». Já vai na 6ª edição e mais de 25.000 exemplares vendidos em Portugal desde 2008.
Segundo o Financial Times, “Martin Page apresenta-nos uma nova perspectiva sobre um país fascinante. The First Global Village é uma narrativa deslumbrante” !
Sabiam, por exemplo, que foram os Portugueses que levaram as túlipas, o chocolate e os diamantes para a Holanda, introduziram na Índia, o ensino superior, o caril e as chamuças, no Japão, a tempura e as armas de fogo e ensinaram a África a proteger-se contra a malária ? O que seria do Reino Unido se não tivesse sido Portugal a introduzir o hábito do chá das cinco e a oferecer a cidade de Bombaím, peça chave do início do Império Britânico ?
Parafraseando Martin Page, «Sou um repórter e não um académico. A Primeira Aldeia Global não é nem um manual nem uma dissertação, mas tão-somente uma crónica pessoal sobre o modo como surgiu o Portugal de hoje. É, acima de tudo, o resultado de oito anos passados a viver, a trabalhar e a viajar por entre os portugueses, para além das deslocações feitas à procura da sua História, no Norte de África, na Andaluzia e na Borgonha».
Agora que o Verão está aí à porta, este livro poderá ser uma forma refrescante de ampliar os nossos conhecimentos e o nosso ego.
Um abraço,
José Pedro Castro
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RE: Como Portugal mudou o Mundo – subtítulo do livro de Martin Page.
Caros Amigos,
Relativamente a este magnífico livro, o Prof. Fernando d'Orey (Universidade Nova) escreve: «A Primeira Aldeia Global é o livro mais interessante que alguma vez li sobre o meu país.» e o ‘The Daily Mail’ refere que «Em a Primeira Aldeia Global, Martin Page corrige brilhantemente uma lacuna. É uma obra clara, erudita, divertida e sempre actualizada»
Um abraço, bom fim de semana e boas leituras,
José Pedro Castro
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RE: Como Portugal mudou o Mundo – subtítulo do livro de Martin Page.
Também li o livro mas fiquei desiludido com erros crassos sobre a História de Portugal nele contidos e lamento que o autor não tenha tido o apoio técnico de alguém para evitar algumas "enormidades" já que o próprio não se considerava um historiador.
JMSA
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RE: Como Portugal mudou o Mundo – subtítulo do livro de Martin Page.
Não fiquei desiludido por existirem erros num livro cujo declarado escopo era dar a conhecer um Portugal ignorado a estrangeiros. Nesse campo achei que o livro cumpre.
Fiquei sim desiludido com o "voluntarismo" de acreditar na eficiência de governos nacionais por comparação a ingleses por terem maior percentagem de quadros universitários; ou na afirmação de que os portugueses não tinham culpa das dificuldades financeiras (no contexto do governo PS-CDS e vinda do F.M.I.) e mais ainda no optimismo com que projectava o futuro económico de Portugal. Ou seja, retirando toda a parte final do livro, este melhorava muito.
De resto, é de boa profilaxia ler o que estrangeiros escrevem sobre nós. Mesmo que não se aprenda nada de novo e se detectem asneiras e erros, aprendemos pelo menos sobre os estrangeiros e é sempre positivo observar o que já sabemos numa perspectiva diferente e que muitas das vezes nos surpreende. Se mais pessoas fizessem isso talvez não existisse tanta gente encerrada em "Clubes dos Tios Mortos".
Embora limitado ao próprio título, é muito mais desenvolvido "Um Mundo em Movimento - Os Portugueses na África, Ásia e América (1415-1808)" de A.J.R. Russel-Wood; e este baseia-se em estudos historiográficos rigorosos que, não raro, envergonham a academia nacional. Só para obter como referência as 35 páginas da bibliografia, a aquisição fica justificada.
Uma boa perspectiva bastante sintética da História de Portugal (395 págs.) - infelizmente em língua inglesa e pior ainda, adquirido em Espanha - é "A New History of Portugal" do prof. H. V. Livermore da Universidade da British Columbia que teve em 1976 a 2ª edição da Cambridge University Press.
A. Luciano
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"Ser-lhe-á amarga a comparação"
Em o "Bôbo", escreve Alexandre Herculano:
"Se na batalha do campo de S. Mamede, em que Afonso Henriques arrancou definitivamente o poder das mãos de sua mãe, ou antes das do conde de Trava, a sorte das armas lhe houvera sido adversa, constituiríamos provavelmente hoje uma província de Espanha. Mas, no progresso da civilização humana tínhamos uma missão a cumprir. Era necessário que no último Ocidente da Europa surgisse um povo, cheio de atividade e vigor, para cuja ação fosse insuficiente o ambito da terra pátria, um povo de homens de imaginação ardente, apaixonados do incógnito, do misterioso, amando balouçar-se no dorso das vagas ou correr por cima delas envoltos no temporal, e cujos destinos era conquistar para o cristianismo e para a civilização três partes do mundo, devendo ter em recompensa unicamente a glória. E a glória dele é tanto maior quanto, encerrado na estreiteza de breves limites, sumido no meio de grandes impérios da terra, o seu nome retumbou por todo o globo.
Pobres, fracos, humilhados, depois dos tão formosos dias de poderio e de renome, que nos resta senão o passado? Lá temos os tesouros dos nossos afetos e contentamentos. Sejam as memórias da pátria, que tivemos, o anjo de Deus que nos revoque à energia social e os santos afetos da nacionalidade. Que todos aqueles a quem o engenho e o estudo habilitam para os graves e profundos trabalhos da história se dediquem a ela. No meio de uma nação decadente, mas rica de tradições, o mister de recordar o passado é uma espécie de magistratura moral, é uma espécie de sacerdócio. Exercitem-nos os que podem e sabem; porque não o fazer é crime.
E a arte? Que a arte em todas as suas formas externas represente este nobre pensamento; que o drama, o poema, o romance sejam sempre um eco das eras poéticas da nossa terra. Que o povo encontre em tudo e por toda a parte o grande vulto dos seus antepassados. Ser-lhe-á amarga a comparação. Mas como ao inocentinho infante de Jerusalém Libertada, homens da arte, aspergi de sua licor a borda da taça onde está o remédio que pode salvá-lo.
Enquanto, porém, não chegam os dias em que o puro e nobre engenho dos que então hão de ser homens celebre exclusivamente as solenidades da arte no altar do amor pátrio, alevantemos uma das muitas pedras tombadas dos templos e dos palácios, para que os obreiros robustos que não tardam a surgir digam quando a virem: 'as mãos que te puseram aí eram débeis, mas o coração que as guiava antevia já algum raio da luz que nos alumia.' "
Assim, como Herculano, essa é a forma pela qual Portugal mudou definitivamente a face da terra, do mundo dos humanos.
Cordial abraço,
Granada
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