Reitores de Coimbra
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Reitores de Coimbra
Bom dia,
como encontrar informações sobre reitores de Coimbra ?
Estou interessada pelo Pe Vicente Pereira de Melo, nascido em 1761 (Ourentã, Cantanhede). Ordenado em 1790. Foi Reitor do Seminário de Coimbra.
Penso ser o mesmo " Cônego da Sé de Coimbra, o venerável Vicente Pereira de Melo, um dos mais importantes funcionários eclesiásticos da corte do Rio de Janeiro."
citado in : Anais do Museu Histórico Nacional, Volumes 31-32, Ministério de Educação e Saude, 1999, p70.
esse Cônego também citado em : A formação de Almeida Garrett: experiência e criação, Volume 1. Ofélia Milheiro Caldas Paiva Monteiro. Centro de Estudos Românicos, 1971. p117.
"cónego Vicente Pereira de Melo, reitor do Seminário e membro da deputação coimbrã encarregada de aprensentar no Rio condolências ao Príncipe D. João pela morte de D. Maria I".
Como descobrir mais informações (carreira eclesiástica, retratos,...)
Desde já obrigada,
Sandra Carvalho,
França
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RE: Reitores de Coimbra
Cara Sandra
Ele foi Reitor do SEMINÀRIO de Coimbra, não reitor da Universidade. Se fosse da Universidade temos livros com os registos de vida deles.
Assim procure em : http://ttonline.dgarq.gov.pt/
ou em http://books.google.com
Eu andei por la nada de relevante encontrei
Tente contactar o Arquivo da Universidade de Coimbra ( http://www.geneall.net/P/arquivo.php?id=7) Respondem normalmente uma semana depois, mas para assuntos precisos (tente "retratos", ou "ordenação", ou ainda "registo na Universidade") Eles dizem o que tem e fazem o orçamento do numero de fotocópias (ou de páginas a digitalizar) antes de lhe enviar. para ver se aceita o orçamento
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Reitores de Coimbra
Cara Sandra
Uma vez que a informação que pretende se liga a um ilustre religioso além das sugestões já feitas pelo confrade Ricardo sugiro-lhe o contacto com a Diocese de Coimbra.
Rui
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RE: Reitores de Coimbra
Acrescento ainda o texto seguinte que encontrei nas memórias de Coimbra e onde é citado.
"COUTINHO, Francisco de Lemos de Azevedo Pereira – Bispo de Coimbra e Reitor da Universidade de Coimbra de 1770 a 1779 e de 1799 a 1821. Vigário Capitular, Conselheiro da Junta de Providência Literária desde a sua fundação por Carta de Lei de 23 de Dezembro de 1770. Foi o grande impulsionador da erecção da igreja do Colégio das Artes a Sé Catedral. No dia 19 de Outubro de 1772 recebeu, das mãos do Corregedor da Comarca de Coimbra José Gil Tojo Borga e Quinhones, em representação do Estado, a transferência jurídica da Sé Velha para a Sé Nova. Proibiu que os homens participassem na procissão dos nus que desde o século XV se fazia em honra dos Santos Mártires de Marrocos, no dia 17 de Janeiro, passando a mesma a ser feita apenas por penitentes impúberes. Carta Régia datada de 28 de Setembro de 1773, determina que os destinos do bispado sejam entregues a D. Francisco de Lemos, como coadjutor e futuro sucessor de D. Miguel. Clemente XIV confirma essa nomeação pela Bula “Romanus Pontifex”, datada de 13 de Abril de 1774, dando-lhe o título de Bispo de Zenóppolis (1). Após a libertação de D. Miguel da Anunciação, D. Francisco de Lemos ausentou-se para Lisboa, durante os dois anos que viveu aquele Prelado. Morto D. Miguel, apressou-se a escrever à Rainha pedindo instruções, que lhe foram dadas por Portaria de 3 de Setembro de 1779, de uma forma bastante mordaz, confirmando-o como Bispo, mas “esperando dos merecimentos, letras e virtudes de Vossa Excelência a mesma saudável doutrina abrigo e consolação de espírito e caridade, pela qual se lhe fez tão amável o falecido Bispo seu antecessor” (2). Provisão do bispo de 19 de Janeiro de 1782 determina a extinção das capelas do Senhor do Castelo e de Nossa Senhora da Conceição, da Igreja de S. Pedro. 19 de Janeiro de 1782 Em 4 de Maio de 1794 ordena a reforma da Igreja de S. Pedro. Em 1799 é, pela segunda vez, nomeado reformador-reitor da Universidade, demitindo-se em 11 de Setembro de 1821. Pertenceu ao Colégio das Ordens Militares. Em 1808 encontrava-se em França, passando por Baiona e Bordéus, integrado na deputação portuguesa que ali fora cumprimentar Napoleão (3). A 9 de Agosto de 1810 Napoleão determina que se dirija ao Quartel-general de Massena para lhe ser destinada uma missão. A 14 de Setembro obtém um passaporte do Prefeito de Bordéus e inicia o retorno a Portugal. A 28 de Setembro D. Francisco de Lemos e sua comitiva chegam a Irum e continuam de regresso a Portugal, acompanhando as tropas francesas. Fazendo a viagem por etapas, só chega a Salamanca a 27 de Outubro, donde só veio a sair em 6 de Novembro. Passa por Ciudad Rodrigo, Nave de Haver, Celorico, Moimenta da Beira e Porto, onde ficou retido muito tempo, sendo-lhe ali instaurado um longo e moroso processo. A Junta Governativa levanta-lhe várias acusações relacionadas com a sua ida a França, integrado na Deputação Portugueza. O Príncipe determina que D. Francisco de Lemos seja julgado por ministros para esse efeito nomeados. A 9 de Dezembro é-lhe comunicado a autorização de se recolher ao seu bispado, indo primeiramente apresentar-se à Junta Governativa. D. Francisco de Lemos reagiu vivamente a esta condição em carta de 13 de Dezembro onde afirma “tendo-se já feito público que os Ministros nomeados para a decizão da minha cauza decidirão unanimemente que eu estava livre do crime de que fui suspeito; e esperando por isso ser plena e inteiramente restituído ao estado e empregos que tinha antes de partir para França, vejo que V. Ex.ª no dito Avizo só me diz que não tenho já embaraço para recolher-me ao meu Bispado, guardando silêncio a respeito da Universidade, e fazendo-me entender pela subtracção do Título de Reformador Reytor que continua a subsistir o mesmo embaraçõ que antes tinha (4). D. Francisco de Lemos defendia-se de acusações que lhe eram feitas de simpatia pelos invasores, tomando a iniciativa com a exigência da restituição dos seus cargos como Bispo de Coimbra e Reitor da Universidade. Tinha contra si a Junta Governativa. Foi, no entanto, determinante a ajuda do seu amigo P.e Vicente Pereira de Melo que muito o ajudou na recondução do cargo de reformador-reitor. O facto de as tropas de Massena terem queimado grande parte das casas de Condeixa, ficando incólume a casa da família de D. Francisco de Lemos e de este prelado ter gasto uma elevada quantia para o seu sustento e acompanhantes, desde o regresso de França a 2 de Março de 1808 até 13 de Setembro de 1812, data em que saiu do Porto para Lisboa para apresentar-se aos Governadores do Reino, avolumava ainda mais as suspeitas de colaboração com os invasores. Passou tempos difíceis para justificar as acusações que lhe eram imputadas de simpatizar com os franceses. As ideias liberais dão alento aos estudantes e alguns lentes para “correr” com o Reitor. Surgem panfletos colocados à porta do Paço Episcopal e Borges Carneiro propõe a sua demissão. Será exonerado do cargo em 27 de Agosto de 1821. Em 30 de Junho do mesmo ano é eleito deputado pelo Rio de Janeiro mas nunca se apresentou no Parlamento por estar já bastante debilitado. Viria a falecer em 16 de Abril de 1822, sendo sepultado na Sé Nova.
(1) CRUZ, Lígia – O Vice-Reitor da Universidade Doutor Francisco Montanha – Coimbra nas 2.ª e 3.ª Invasões Francesas, Coimbra, Acta Universitatis Conimbrigensis, 1990, pg. 31.
(2) Ibidem, pg. 32.
(3) RESENDE, Marquez de – Breves Reflexoens sobre um escripto recem-publicado em que se offende a chamada Deputaçaõ Portugueza que foi a França em 1808.
(4) CRUZ, Lígia – Ob. Cit. pg. 145.
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LANTERNA MÁGICA.
BIBLIOGRAFIA:
1. CRUZ, Lígia – O Vice-Reitor da Universidade Doutor Francisco Montanha - Coimbra nas 2.ª e 3.ª Invasões Francesas; Por ordem da Universidade, Coimbra, 1990, 463 pp.
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