Pedido de consulta no ADPorto
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Pedido de consulta no ADPorto
Aos membros deste Fórum, frequentadores do ADP
Na impossibilidade de visitar este Arquivo, grato ficaria pela consulta do registo de «José, filho de Nicolau Nazoni, nascido a 8 de Junho 1730 e baptizado na freguesia da Sé em 11 de Junho de 1730 a Fls. 215v a 216».
Surge com este filho do conhecido artista-arquitecto toscano uma dúvida que pretendo esclarecer. Nazoni casou duas vezes. Da primeira união com uma italiana, terá tido este filho José. Da segunda união, com Antónia Mascarenhas Malafaia com quem casou três meses depois da morte da primeira mulher, teve 5 filhos nascidos entre 1731 e 1737, todos de nomes conhecidos, mas nenhum com o nome de José. Ora, nos registos de matrículas da UC de 1751, aparece um José Nazoni Barberim Mascarenhas Malafaia identificado como filho de Nicolau Nazoni. Parece estranho que este filho José não use os apelidos italianos Castrioto Ricciardi de sua mãe, e use os apelidos de sua segunda mulher. A ser assim, deduzo que, ou este José terá sido adoptado pela segunda mulher de Nazoni, por ser recém-nascido, ou uma história mais romântica... poderá talvez explicar o facto.
É o que pretendo averiguar, num primeiro passo, com a leitura da filiação inscrita no seu registo de baptismo.
Agradecendo antecipadamente,
Victor M. Pinheiro
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RE: Pedido de consulta no ADPorto
I. Nicolau Nasoni, filho de Giuseppe Francesco Nasoni e de sua mulher, Margaretta Rosis, nasceu a 2.6.1691, na
freguesia de São Lourenço da Serra de San Giovani Valdarno di Sopra, do Estado do Grão Duque da Toscana, casou com escritura de dote de 27.8.1728 , na igreja catedral da Sé do Porto, a 21.7.1729 , com Isabel Castrioto, filha de Carlos Alexandre Castrioto e de sua mulher, Paula, da freguesia de São João, Matriz, da cidade de Nápoles, em Itália.
Isabel Castrioto, f. a 25.6.1730 , na fregª da Sé
C. 2ª vez, a 3.9.1730 , na igreja catedral da Sé do Porto, com Antónia Mascarenhas Malafaia, natural da fregª de Santa Eulália de Lamelas, concº de Santo Tirso, comarca da Maia, filha legítima de António Mascarenhas Malafaia e de sua mulher, Isabel da Silva e assistente há 4 anos, em casa de Dona Micaela Antónia Freire, mãe do Reverendo Senhor Jerónimo de Távora Noronha, Deão da Sé Catedral, Fidalgo da Casa de Sua Majestade e moraram no Arco da Igreja de Vandoma
Nicolau Nasoni, f. a 30.8.1773 , na fregª de Santo Ildefonso:
"Niculao Nasoni veuvo que ficou de Antónia Mascarenhas Malafaia já defunta, morador na viela do Mendes Rua do Paraíso desta freguesia de Santo Ildefonso do Porto, faleceo com todos os sacramentos em os trinta dias do mês de Agosto de mil setecentos e setenta e três annos, fez testamento ficou sua testamenteira sua filha Margarida solteira moradora na dita Rua e casa e foi sepultado na Igreja dos Clérigos pobres, da sua Irmandade desta freguesia de Santo Ildefonso: declaro que o dito defunto assima Niculao Nasoni he italiano de nação do grão ducado de Toscana"
Filhos do 1º casamento:
II.1 José
N. a 8.6.1730 e b. a 11, na igreja catedral da Sé do Porto, sendo padrinhos, D. Manuel de Noronha e Menezes, Arcediago da Sé do Porto, por procuração de seu irmão, D. Luís de Noronha e Menezes, abade da Cumieira e Arcediago Deão, da Sé do Porto e Jerónimo de Távora e Noronha por procuração de sua mãe, D. Micaela Antónia Freire
Filhos do 2º casamento:
II.2 Margarida
N. a 27.7.1731 e foi b. a 6.8.1731, na igreja catedral da Sé do Porto, sendo padrinhos, o Reverendo José de Távora e Noronha, natural desta fregª e D. Mariana Isabel de Mesquita e Noronha, solteira, assistente na Quinta da Prelada, fregª de Ramalde, por procuração que apresentou seu tio, o Reverendo D. Manuel de Noronha e Menezes, Arcediago do Porto, desta Sé.
Faleceu solteira.
II.3 António
N. a 20.12.1732 e foi b. a 29.12.1732, na igreja catedral da Sé do porto, sendo padrinhos, o Reverendo Jerónimo de Távora Noronha, Deão da Sé e Dom Manuel de Menezes, Arcediago do Porto, com procuração de Dona Micaela Antónia Freire, viúva
II.4 Jerónimo
N. a 7.9.1734 e b. a 14, na igreja da Sé, da cidade do Porto, sendo padrinhos, Vicente de Távora e Noronha, Cavaleiro de S. João de Malta e tomou parte D. Manuel de Noronha e Menezes, Arcediago do Porto, como procurador de Dona Micaela Antónia Freire, de que foram testemunhas, Jerónimo de Távora e Noronha, Deão da Sé do Porto.
II.5 Francisco
N. a 17.01.1736 e b. a 19.01.1736, na igreja da Sé, da cidade do Porto, sendo padrinhos, Dom Manuel de Menezes e Noronha, Arcediago do Porto e Dona Micaela Antónia Freire, por procuração que apresentou seu filho, Jerónimo de Távora e Noronha, Deão da Sé
II.6 Ana Nasoni
N. a 26.05.1737 e b. a 03.06, na igreja da fregª da Sé, da cidade do Porto, sendo padrinhos, Dom Jerónimo de Távora e Noronha, Deão da Sé do Porto e assistiu D. Manuel de Menezes e Noronha, Arcediago do Porto, com procuração de Dona Micaela Antónia Freire viúva do Senhor António de Távora
C. a 31.01.1756 , na igreja Catedral da Sé do Porto, com António Félix Campos de Mesquita, filho de Marcos José de Campos, natural da fregª da Sé e de Clara Josefa Luísa de Mesquita, natural da fregª de São Nicolau, neto paterno de Domingos Fernandes, da fregª de Santa Marinha da terra da Feira e de sua mulher, Josefa da Silva Monteiro, da fregª da sé, neto materno de Pedro Anes de Carvalho, da fregª de Chais, Arcebispado de Braga e de sua mulher, Rosa Maria de Mesquita da Encarnação, de Vila Nova de Famalicão, Arcebispado de Braga.
Foram testemunhas do casamento, Vicente de Távora Noronha, morador nas suas casas á Sé e João Francisco Regadas, morador na fregª de São Nicolau.
Viveram na Rua do Loureiro
Filhos:
III.1 Félix
N. a 6.8.1757 e b. a 13, na igreja da fregª da Sé, da cidade do Porto, sendo padrinho e Reverendo Álvaro Barbosa de Albuquerque, Chantre da Sé e assistiu o Reverendo cónego Jerónimo de Morais.
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RE: Pedido de consulta no ADPorto
Caro Victor Pinheiro,
Peço desculpa, mas enviei o texto "a seco"
Esta descendencia foi vista por mim, se precisar das cotas com os livros e folhas tenho muito gosto em lhas enviar.
Na verdade, não vi outro José filho do 2º casamento, a não ser que um dos rapazes tivesse mudado o nome no crisma, mas não reparei se há registo do crisma para estas datas na Sé
Cumprimentos
José António Reis
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RE: Pedido de consulta no ADPorto / Nazoni
Caro José António Reis
Fico-lhe grato pela generosa informação que me envia. Grato também pela oferta que me faz, mas tenho já em minha posse cópias dos registos de cada um dos filhos de Nazoni, salvo desse filho José do qual recuperei apenas a data do nascimento e baptismo numa biografia de Artur Magalhães Basto (Nazoni/Torres dos Clérigos). Na altura não tive o cuidado de procurar o seu registo de baptismo por ser dado como filho da sua primeira união, e eu estudar sobretudo a linha Malafaia.
Porém, pelo que me diz, deduzo que tem esse registo em sua posse e ousaria pedir-lhe a gentileza de o transcrever ou me confirmar qual o nome da mãe que aí aparece.
Essa informação é primordial para melhor entender o que se terá passado com a mudança dos apelidos. Admiti igualmente que esse filho José possa ter optado pelos apelidos Mascarenhas-Malafaia no acto de Crisma, e a ser assim, apreciaria saber também onde poderei procurar essa informação que datará por cerca de 1740-42. Escusado dizer que esta informação, se se averiguar certa, será de grande interesse para o estudo que venho elaborando desde há anos sobre os ascendentes Malafaia.
Em corolário do assunto, sabe-se ainda que um outro filho do segundo matrimónio de Nazoni, Francisco *1736, «foi deportado para a Índia no ano de 1762 sem que se tenha encontrado por que motivo» talvez por deferência pela notoriedade do pai e de seus protectores e padrinhos. Imagino que as razões estarão inscritas num qualquer documento judicial, e caso me saiba informar onde o poderei consultar ou solicitar, mais uma vez lhe fico reconhecido.
Sem abuso, com os meus melhores cumprimentos,
Victor M. Pinheiro (victor.pinheiro @ umontreal.ca)
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RE: Pedido de consulta no ADPorto / Nazoni
Caro Victor Pinheiro,
Confirmo que a mãe do José é a Isabel Castrioto, que faleceu pouco tempo depois (ADPRT, Registos Paroquiais, fregª da Sé, concº do Porto, Lº B-15, f. 215v)
Por acaso o percurso de Nazoni em Portugal, é um bocado nebuloso principalmente depois do seu "protector" ter falecido.
O caso deste filho é esquisito e como é que este homem acaba na miséria, depois de ter uma vida desafogada.
Claro que para se averiguar o que aconteceu temos de recorrer aos registos judiciais/notariais e de momento não tenho tempo para isso e não conheço textos sobre assunto.
Esperemos que outros investigadores se interessem pelo percurso deste homem e nos tragam alguma luz sobre este caso e até sobre a descendencia de Nicolau Nazoni
Cumprimentos
José António Reis
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RE: Pedido de consulta no ADPorto / Nazoni
Caro José A. Reis
Obrigado pela confirmação. Tem toda a razão em levantar a questão sobre o triste fim do artista. Por residir no estrangeiro, sem querer abusar da sua disponibilidade, apreciaria me indicasse os arquivos aos quais me dirigir em Portugal para obter informação sobre «Registos de Crisma» e «Registos Judiciais-Notariais» relacionados com as questões que levantei. Apenas a indicação dos links respectivos.
Agradecendo, melhores cumprimentos.
Victor M. Pinheiro
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RE: Pedido de consulta no ADPorto / Nazoni
Caro Victor Pinheiro,
Se não se importa respondo para o seu e-mail pessoal
Cumprimentos
José António Reis
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RE: Pedido de consulta no ADPorto / Nazoni
Boa tarde
Registo de baptismo de Florindo, neto materno de Nicolau Nazoni :http://pesquisa.adporto.pt/cravfrontoffice/WebSearch/ShowFile.aspx?DOId=&FileId=_2084927&imageType=0
Paróquia de Santo Ildefonso imagem 1079 de PT/ADPRT/PRQ/PPRT12/001/0014 (à cautela, não vá o link não funcionar)
Cumprimentos
Manuela
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RE: Pedido de consulta no ADPorto / Nazoni
Cara Manuela SA
Venho agradecer a atenção e a informação enviada, a qual vem enriquecer a que já possuo sobre a descendência de N. Nazoni e de sua mulher Antónia M. Malafaia. O mistério sobre o motivo da deportação do seu filho Francisco continua patente. Nenhum dos meus contactos com os arquivos do Porto deram resultado e alguns, nenhuma resposta. Pela informação que me envia, deduzo que se interessa também por esta gente, e grato ficarei me gratifique com qualquer informação que possa encontrar imprevistamente sobre o assunto.
Tento compreender a razão da desgraça de Nazoni após a morte da segunda mulher, portanto um artista de reputação que deixou um lego artístico considerável e que morreu praticamente na miséria. Se uma das causas é talvez o desaparecimento dos seus conhecidos protectores, é possível que a deportação desse seu filho possa ser em parte uma das causas do seu infortúnio. Na época não se perdoavam devaneios de familiares... e hoje, não só as boas notícias podem interessar para fins de investigação...
Os meus agradecimentos e cumprimentos
Victor M. Pinheiro
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RE: Pedido de consulta no ADPorto / Nazoni
Lamento desiludi-lo mas não estou a investigar os Nazoni, Encontrei o nome durante as minhas pesquisas familiares e enviei o registo na esperança que lhe fosse útil, pois estou bem ciente das dificuldades e morosidade das pesquisas nas freguesias grandes. Claro que se por acaso encontrar mais algum que lhe possa interessar, não deixarei de lhe comunicar
Boa sorte para as suas investigações.
Cumprimentos
Manuela
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