mulheres sem sobrenome(apelido) paterno
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mulheres sem sobrenome(apelido) paterno
Olá a todos,
Tenho uma duvida,por que muitas mulheres portuguesas do iniscio do seculo XX para tras não possuiam o sobrenome paterno ?? ,ex: maria antonia de jesus filha de joão alfredo de mello(ou seja,sem o apelido/sobrenome mello) .... aqui no brasil havia a mesma "tradição" se é que nós podemos chamar deste modo,realmente acho muito curioso este fato,se alguem poder matar esta curiosidade agradeço.
gilson
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RE: mulheres sem sobrenome(apelido) paterno
Caro confrade,
O facto que as mulheres não sejam identificadas com o apelido de família foi uma prática corrente até ao século XVIII... Na época as mulheres eram identificadas em relação ao homem da casa; como a filha de fulano se era solteira, ou a mulher de sicrano se era casada.
A mulher não era identificada pelo seu apelido, e também não tinha direito de voto, era considerada como uma espécie de sob cidadão, ou cidadão secundário...
Esta pratica perdurou longos anos, no entanto se no século XX encontrou o exemplo que menciona penso que foi mero acaso.
Cordiais saudações.
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RE: mulheres sem sobrenome(apelido) paterno
Caro dantasrego,
Concordo com a sua mensagem e diria até que nos secs XVI e principios de XVII, muitas vezes as mulheres nem sequer eram nomeadas. Encontrei muitos registos de baptismo nessa época do tipo: nessa data baptizei "Manuel filho de Manuel Rodrigues e sua mulher". Mesma coisa com o nome dos padrinhos: muitas vezes encontrei esse tipo de referencia "foram padrinhos Manuel Rodrigues e sua mulher" ou "foram padrinhos Manuel Rodrigues e a mulher de Antonio Rodrigues" ... ou registos de obitos do tipo: "nesta data faleceu a mulher de Manuel Rodrigues" ... Em muitos desses registos a mulher nem sequer é identificada com o nome proprio (o que não ajuda nada nas pesquisas)!
Cumprimentos,
JOAO BRAZ
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RE: mulheres sem sobrenome(apelido) paterno
Relativamente à questão dos apelidos, segundo o que tenho apurado, as mulheres (sem título nobiliárquico) eram registadas tomando o apelido das mães, levando-o a tomar o género feminino. Por exemplo: aos tantos do tal nasceu Maria, filha de Maria Cardosa e de Manoel Monteiro. Posteriormente poderia tomar o nome de Maria Cardosa, tal como sua mãe, ou se necessário, Maria Cardosa Monteiro. Se tivesse um irmão, este tomaria o apelido do pai. Por exemplo: aos tantos de tal nasceu António filho de Maria Cardosa e de Manoel Monteiro. Mais tarde, quando se casasse ou fosse pai, o António chamar-se-ia António Monteiro.
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