D. Miguel duque de Bragança
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D. Miguel duque de Bragança
Peço desculpa se este tema já aqui foi abordado, mas alguém me poderá esclarecer em que se baseia o Geneall para dizer que D. Miguel II foi Duque de Bragança ?
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=6040
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RE: D. Miguel duque de Bragança
Caro José Tomás de Mello Breyner,
Como saberá D. Miguel I, considerando que a convenção de Évora Monte não foi ciumprida pelos liberais, usou no exílio os títulos a que se julgava com direito, transmitindo-os à sua descendência. Houve assim uma duplicação dos títulos pelo ramo liberal e pelo ramo legitimista no exílio.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: D. Miguel duque de Bragança
Obrigado pela resposta António, mas houveram 2 Duques de Bragança ao mesmo tempo? E já agora sabe a razão pela qual D. Manuel II não aparece como Duque de Bragança?
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RE: D. Miguel duque de Bragança
Caro Zé Tomaz,
Dom Manuel II não foi Duque de Bragança pois o titulo de Duque de Bragança era pertença do herdeiro do trono, no caso SA o Principe da Beira Dom Luis Filipe de Bragança, assassinado como no mal fadado dia 1 de Fevereiro 1908 junto com o seu pai SAR Dom Carlos I de Portugal. Ora SAR Dom Manuel II de Portugal, foi então Rei sem ter sido Duque de Bragança.
Em relação ao facto de Dom Miguel de Bragança, filho de SAR Dom Miguel I, usar o titulo pretenso de Duque de Bragança, creio ser uma questão de negação de factos e de "casmurrice" (se é que me permite a expressão) dos protagonistas, sendo que é consensual que os liberais descendentes de Dom Pedro I do Brasil reinaram em Portugal e eles sim tiveram uso legítimo do titulo e do Morgadio associado ao mesmo, que apenas terminou com a implantação da República Portuguesa em 1910, visto que como atrás disse, o titulo de Duque de Bragança era um titulo exclusivo do Principe herdeiro do Reino de Portugal e como tal o seu pai teria de ser Rei reinante e não deposto como é o caso.
É importante compreender que os títulos da Casa Real Portuguesa não eram e não deveriam ser tomados como pertença de uma pessoa ou ramo familiar, mas sim pertença de Portugal, de notar que Dom Carlos I enquanto Principe da Beira e Duque de Bragança usava as armas desse Ducado, que estava integrado na Casa Real desde SAR Dom João IV, e passando apenas a usar as armas plenas de Portugal quando se tornou Rei.
Obviamente que reconheço que SAR Dom Duarte de Bragança é legítimo herdeiro do Ducado de Bragança actualmente, mas não levo muito a sério que o seu avô seja reconhecido em alguns círculos intelectualmente sérios como Duque de Bragança, até porque não precisam de se nobilitarem para provarem o que quer que seja, e ainda podem provocar sentimentos menos positivos por esse ramo da Família Real Portuguesa, tal como também não compreendo, mas gostaria de perceber, porque usa SAR Dom Duarte de Bragança as Armas do Reino de Portugal pessoalmente, quando não é de facto Rei, mas sim pretendente ao trono, isto se considerarmos o que os nossos Reis fundadores nos legaram e usaram, ou seja armas do Reino são do Reino e do seu Rei e não do pretendente, como tal não compreendo e não sou heraldista, (e peço aos entendidos que me esclareçam e me perdoem por talvez dizer algum disparate) porque razão os actuais Duques de Bragança usam pessoalmente as Armas do Reino de Portugal ao invés de usarem as suas armas enquanto Duques de Bragança e Príncipes de Portugal como fez por exemplo El Rei Dom Carlos I de Portugal e todos os outros herdeiros do trono português?
Com os melhores cumprimentos,
João Gaspar
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RE: D. Miguel duque de Bragança
Caro João Gaspar,
Levanta aqui uma belissima questão à qual infelizmente não sei responder, mas espero que alguém mais habilitado venha aqui dizer de sua justiça
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RE: D. Miguel duque de Bragança
Já agora João Gaspar, enquanto SM El Rei Dom Manuel II viveu na sua opinião não existiu nenhum Duque de Bragança? Será que D. Manuel II o não usou para "deixar" o Senhor D. Miguel (II) usá-lo?
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RE: D. Miguel duque de Bragança
Caro João Gaspar,
"É importante compreender que os títulos da Casa Real Portuguesa não eram e não deveriam ser tomados como pertença de uma pessoa ou ramo familiar, mas sim pertença de Portugal". Esta sua afirmação é produzida sem prova.
Ao contrário do que diz, as armas do rei eram as armas do reino, não o inverso. E sempre o chefe da Casa Real usou as armas reais em pleno. A história é o que é ...
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Correcção á mensagem
Caro João Gaspar,
Por erro mandei uma transcrição de afirmação sua totalmente desenquadrada em http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=297405#lista
Peço-lhe que não a considere.
A sua questão em "porque usa SAR Dom Duarte de Bragança as Armas do Reino de Portugal pessoalmente, quando não é de facto Rei, mas sim pretendente ao trono, isto se considerarmos o que os nossos Reis fundadores nos legaram e usaram, ou seja armas do Reino são do Reino e do seu Rei e não do pretendente, como tal não compreendo e não sou heraldista, (e peço aos entendidos que me esclareçam e me perdoem por talvez dizer algum disparate) porque razão os actuais Duques de Bragança usam pessoalmente as Armas do Reino de Portugal ao invés de usarem as suas armas enquanto Duques de Bragança e Príncipes de Portugal como fez por exemplo El Rei Dom Carlos I de Portugal e todos os outros herdeiros do trono português"
As armas do rei eram as armas do reino, não o inverso. Sempre o chefe da Casa Real usou as armas reais em pleno. A história é o que é. D. Carlos quando usou armas de duque de Bragança não era o chefe da casa Real.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: D. Miguel duque de Bragança
Caro confrade as "coisas" não são tão simples assim
Veja, por exemplo : http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=297023&fview=e
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Correcção á mensagem
Caro António Taveira,
Eu compreendo e concordo com o que diz, eu de facto expliquei mal a minha duvida, mas o senhor acabou por me ajudar e deixar ainda na dúvida, ou seja as armas do Rei são as armas do Reino.
Onde não vejo lógica é que se considere que um Rei, um Chefe de Casa Real e um Pretendente a Rei , tenham os mesmos direitos e deveres.
Os pretendentes a Rei tanto de França, como de Portugal usam as armas plenas do Reino, como se fossem Reis de facto. Mas a verdade é que não são e no caso francês com três pretendentes.
Cumprimentos,
João Gaspar
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RE: D. Miguel duque de Bragança
Caro confrade, obrigado pelo link, li-o com toda a atenção e realmente um assunto tão sério, e que deve ser tratado como tal, não pode ser assim tão simples ou tratado como algo definitivo, estanque e cheio de "verdades inquestionáveis".
Obrigado e cumprimentos,
João Gaspar
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RE: D. Miguel duque de Bragança
Caro José Tomaz,
As vontades de SAR Dom Manuel II de Portugal, acerca da descendência ou sucessão do Ducado de Bragança foram para o túmulo aquando da morte do nosso ultimo Rei. Não lhe sei dizer, qual seria a vontade do nosso ultimo Rei, ou desejo real do mesmo em relação ao tema, mas penso que se essa fosse a sua vontade expressa, seria algo conhecido dos historiadores e teria sido declarada e oficializada em vários documentos, cerimónias e demonstrações públicas e tal não aconteceu. Dom Manuel II viveu os seus últimos dias dedicado a Portugal, mas no seu exílio, junto dos seus primos Ingleses, enquanto o ramo Miguelista vivia afastado deste e pelo que parece sem qualquer demonstração interessa pela parte de Dom Manuel II por "adoptar" um primo seu Bragança e deixar qualquer herdeiro ao trono de Portugal, até porque, na minha opinião, um homem que vê o seu pai e irmão morrer, que se vê Rei num país atravessado pela revolução Republicana, com o seu exílio, a morte do seu tio Afonso sem herdeiros, o facto de ele próprio não ter podido ter filhos, é o quadro de um homem que amava Portugal, mas que não tinha esperança que o Reino voltasse a existir, e a verdade é que estamos em 2012 e continuamos a viver no regime imposto por 1910 e sem grande expressão dos movimentos monárquicos em Portugal nem com liderança incontestável, etc, creio que ao ler sobre Dom Manuel II , encontro um homem que se viu e sentia derrotado e com pouco interesse em restaurar o que quer que fosse em Portugal e em garantir legitimidade nos seus primos Bragança do ramo Miguelista. Creio que alguns conselheiros seus poderiam sim ter essa preocupação em mente e ter feito alguma pressão para que este tivesse uma posição assertiva, mas a história não nos mostra isso.
Quanto ao facto de durante o Reino de Dom Manuel II não ter existido um Duque de Bragança, penso que será obvio que não, pelo menos na minha opinião e até que me provem o contrário e mais uma vez dou um exemplo da Casa Real Portuguesa: Dom Afonso VI foi Duque de Bragança e Rei de Portugal, morreu sem descendência e foi seu irmão Dom Pedro II que reinou em Portugal, não foi este Duque de Bragança, mas antes Duque de Beja, como segundo filho do Rei e após a morte do irmão, Rei de Portugal.
O seu filho foi sim Duque de Bragança, porque era o Principe herdeiro de seu pai o Rei de Portugal, logo creio que durante o reinado de Dom Manuel II de Portugal, não existiu nenhum Duque de Bragança, a existir teria de ser seu filho, legitimo, natural ou adoptado, ou para surgir noutra linha teria de ser aprovado e votado em cortes, o que não aconteceu, porque para que estas se reunissem e fossem legitimas teria de existir Reino e tal não acontecia e ainda não acontece.
A meu ver, Dom Miguel ao ser exilado poderia ter requerido o titulo de Duque de Beja, como segundo filho de seu pai e ex Rei de Portugal, alegando que queria manter a sua condição de Principe, mas tal só poderia ter sido negociado e pedido a quem venceu e penso que não existiu essa vontade de nenhuma das partes. (?) e como Duques de Beja, poderiam ter sido os seus herdeiros pretendentes ao Reino de Portugal apresentados, sendo desta forma, no meu entender , mais lógico e natural e menos imposto e em negação do que a duplicação de títulos e a negação de que na realidade sem aprovação de cortes não existe herdeiro de Portugal.
Ou seja , creio que o erro começa logo, por existir em Dom Pedro e em Dom Miguel a confusão em se considerar que foram os dois Duques de Bragança em simultâneo, e em não se aceitar a derrota de um ramo e detrimento do outro. Se aceitar as derrotas para que se aprenda com elas é um ensinamento muito útil, parece que por vezes é uma decisão difícil de tomar e que se arrasta por gerações,o que em vez de facilitar só complica no futuro, a própria imagem da Monarquia, dos herdeiros e da Causa Monárquica.
Dom Miguel I, Rei de Portugal, no meu ponto de vista teria sido Duque de Beja, Dom Miguel seu filho, também Duque de Beja, assim como Dom Duarte Nuno, e apenas concordo que Dom Duarte Pio, possa ser actualmente Duque de Bragança.
Cumprimentos,
João Gaspar
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RE: Correcção á mensagem
Sr. João Gaspar "de Almada e Sousa",
As armas do reino são as armas do rei, como o atesta o direito consuetudinário e não o contrário: o rei não toma as armas do reino, aliás, a bandeira nacional é uma coisa moderna, mas para desenvolver este assunto teríamos de mergulhar na história da heráldica e do seu significado. Devemos apenas dizer que o país de fazia representar pelas armas reais, por exemplo, em batalhas, mas onde estavam também as armas (bandeiras) dos nobres que podiam levantar exércitos. A heráldica portuguesa é pessoal.
A prová-lo está a evolução das "bandeiras" até à monarquia constitucional. A mítica bandeira de D. Afonso Hneriques é tida como bandeira de Portugal, o mesmo sucedendo com todas as outras, que não passam enfim, do assumir pelo país (hoje em dia) das armas de um soberano.
Quanto aoutras ideias estapafúrdias como os títulos da casa real pertencerem ao país... vejo que há aí muita confusão, pois os títulos pertencem à coroa, a coroa é o rei e o rei, como todos sabemos, a partir de determinada altura e até à época constitucional, não se confunde com o país (partindo do pressuposto que o identifica com o Estado).
Cumprimentos,
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RE: Correcção á mensagem
Ex.mo Sr "Figueiredo. Jr",
Estive a ler com toda a atenção a sua mensagem, e de facto o que o senhor escreve faz sentido, e assim desde já agradeço que tenha dedicado o seu tempo e tenha tido a generosidade de elucidar os confrades , onde me incluo , que tinham ou têm algumas dúvidas em relação ao direito heráldico e titular do ramo Miguelista após Dom Miguel I, mesmo que sejam como o senhor diz, ideias estapafúrdias.
Se de facto as armas são do Rei, os títulos à coroa e a coroa ao rei, logo, as armas e os títulos pertenceram ao ramo que venceu e que reinou em Portugal de facto até ao seu ultimo descendente SM El Rei Dom Manuel II, logo seria impossível que Dom Miguel I, n exílio não sendo Rei, não tendo coroa que pudesse possuir títulos, não passava apenas de um descendente,e como tal impossível transmitir títulos e as armas de Rei de Portugal aos seus descendentes, se tinha direitos ou não, ou se era injusto essa condição, não importa, porque o passado não é alterável, o que realmente é verdade, e pelo que o Ex.mo Sr afirmou na sua mensagem (que cruza informação importante e uma infeliz tentativa de provocação que não se entende?) seria impossível para o ramo Miguelista o uso e o direito ao titulo de Duque de Bragança, e creio que essa era a questão colocada pelo confrade Zé Tomaz e à qual eu tentei responder, com todas as minhas dúvidas e estudando apenas os factos que conheço, assim como os demais confrades, e as respostas que todos podemos dar, são sempre elementos que nos enriquecem, ajudando a que as ideias evoluam e nos levem sempre de volta a uma nova questão por responder, sem que a intenção seja provocar quem quer que seja.
Portanto, de facto, Dom Miguel I, depois de exilado e toda a sua descendência até a morte do ultimo Rei de Portugal, não foram nunca Duques de Bragança nem de Viseu, ou outro qualquer titulo que pertença à Coroa, e a Coroa ao Rei, etc. como o senhor, tão bem justificou, e esta era a a pergunta que deu abertura a este tópico, Dom Miguel II(!) foi duque de Bragança? Dom Manuel II foi Duque de Bragança ? etc.
Mais uma vez obrigado pelo esclarecimento da sua intervenção, mas tente para uma próxima, não se deixar seduzir, pela arrogância e pela provocação, não nos conhecemos de parte alguma, limite-se a tentar ajudar alguma coisa com a sua resposta, seja mais positivo.
Cumprimentos,
João Gaspar
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RE: Correcção á mensagem
D. Miguel (II) foi íntimo da muitíssimo protocolar corte dos Habsburgos de Viena.
Irmão de uma arquiduquesa (Infanta D. Maria Teresa), casou em 1as núpcias com uma sobrinha da Imperatriz Elisabeth (Sisi) e, uma vez viúvo, teve a veleidade de pedir a mão da filha mais nova do Imperador Francisco José.
Há registos, na correspondência oficial, do título que usou nesse pedido, e como o tratava a corte austríaca ?
Em que termos foi comunicada a recusa ?
E se o tratavam realmente por Duque de Bragança, tal nunca mereceu qualquer reclamação por parte do ramo reinante ?
Idem para as outras cortes com quem se relacionou, nomeadamente as reinantes da Baviera e do Luxemburgo.
Cpmts
Bernardo
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RE: Correcção á mensagem
Caro Bernardo,
Não creio que o autor do tópico colocasse em questão a mui nobre condição de Dom Miguel I e de seus descendentes, ou muito menos, das relações intimas inter-cortes Europeias e suas ligações familiares. Pelo contrário, ninguém poderá colocar em dúvida essa questão, mas , e existe um mas, de facto não poderá existir em simultâneo dois titulares do mesmo título. Temos o actual exemplo dos dois Duques de Anjou, mas esse é um problema Francês e talvez nos toque um pouco, por via da Duquesa de Cadaval, Princesa de França e Duquesa de Anjou(?), mas a questão do Ducado de Bragança é para nós portugueses a que interessa.
O titulo de Duque de Bragança era como sabe o titulo do herdeiro do trono de Portugal, não se coloca em questão que SAR Dom Duarte Pio de Bragança seja o actual Duque de Bragança, mas é questionada a legitimidade de o mesmo titulo ter sido usado por um ramo, que embora tenha tido as melhores relações entre seus familiares e Coroas Reinantes, não reinava de facto. Ou seja, de facto Dom Miguel I foi Rei de Portugal, embora deposto, e seus filhos foram filhos de Rei, exilados porém, mas como não era Dom Miguel I, filho varão, nunca foi Duque de Bragança antes de ser Rei de Portugal e ter casado com sua sobrinha, correcto? O mesmo aconteceu com no ramo que venceu e reinou em Portugal até ao ultimo dia da Monarquia Portuguesa, Dom Manuel II não foi Duque de Bragança, porque o Duque de Bragança, era o seu irmão Dom Luís, e como este foi assassinado no fatídico dia do assassinato de seu pai El Rei Dom Carlos I, Dom Manuel II foi aclamado como Rei de Portugal sem ter sido Duque de Bragança, a ter filhos, Dom Manuel II teria transmitido o titulo de Duque de Bragança, como tal não aconteceu, na data de sua morte, o titulo então seria transmitido. Dom Manuel II faleceu em 1932 e seu primo Dom Miguel Maria de Bragança em 1927, ora não poderia ter sido seu herdeiro, se estiver enganado diga-me! Penso então, que o herdeiro de Dom Manuel II terá sido Dom Duarte Nuno de Bragança, por todas as questões atrás levantadas!
Veja o exemplo Inglês do Rei Eduardo VIII, ao renunciar ao trono, foi titulado 1º Duque de Windsor, se tivesse filhos, seria esse titulo que os seus descendentes poderiam usar e herdar e nunca por exemplo o titulo de Duque de Cornualha, pois este pertence à Coroa Britânica, embora o hipotético pai tivesse sido efectivamente o 25º Duque da Cornualha. No nosso caso, Dom Miguel I foi deposto, não por renuncia sua mas através de uma guerra civil onde a sua facção perde e assinou um acordo com seu irmão Dom Pedro, embora quando tenha chegado à segurança do exílio tenha negado cumprir o acordo assinado, mas isso embora seja uma atitude um pouco controversa , dependendo do ponto de vista, não vem alterar em nada a sua condição de Rei sem trono, exilado e sem qualquer titulo atribuído a si e a seus descendentes, estes factos, não poderão ser colocados em questão, quer seja pelo tratamento que lhes era dado no exílio ( o que era normal visto que a corte austríaca ao dar exílio ao nosso Rei, tinha consigo relações de amizade, familiares e políticas e claro que a qualquer momento, pensava-se na altura, que o ramo Miguelista pudesse voltar a reinar em Portugal.) Se me disser que o Rei de Portugal, travava o seu primo Dom Miguel Maria de Bragança oficialmente por Duque de Bragança, então sim, seria oficial que estes tiram o direito ao uso do titulo, mas em contrário será muito difícil provar que de facto o foram, mesmo que nos salões de chá das Cortes Europeias tenham sido tratados como.
Cumprimentos,
João Gaspar
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RE: Correcção á mensagem
Caro João Gaspar,
O uso de um título por quem se considera com direitos que não pode exercer por alegadamente deles ter sido expoliado pela força das armas não é inédito no quadro da História europeia, bastando invocar o caso muito mais «gritante» do uso oficial do título de Rei de França pelos Reis de Inglaterra continuadamente durante quatro séculos (pelo menos entre os séculos XIV e XVIII, se não me engano). Esse título era usado em todos os documentos oficiais em que se enumeravam os títulos do Rei de Inglaterra, era proclamado pelso arautos nas cerimónias oficiais, certamente muitas vezes perante o embaixador de França, etc., pelo que durante todos esses séculos houve permanentemente dois soberanos reinantes que usavam o título de Rei de França do modo mais solene que é possível imaginar; esse facto não impediu que os dois Reinos tivessem continuado a manter relações cordiais em diversas ocasiões e a manter o reconhecimento mútuo das respectivas soberanias e casas reinantes.
Assim parece-me normal que os partidários das duas causas que se defrontaram na guerra civil portuguesa tivessem atitudes distintas quanto ao uso dos títulos que eram apanágio da Casa Real; não tinha passado assim tanto tempo desde a derrota de D. Miguel, pelo que não seria de esperar que os seus partidários aceitassem de bom grado que para além de ser impedido de reinar, o herdeiro de D. Miguel também deixasse de usar os títulos honoríficos associados à Casa Real de que se considerava Chefe. Da mesma maneira que os partidários da Casa efectivamente reinante não deixaram de reconhecer a D. Manuel II, até à sua morte, o direito ao usos dos títulos que usava quando foi afastado pela força com a implantação da República. As situações parecem-me bastante semelhantes; se por absurdo a República tivesse resolvido manter em uso os títulos da Casa Real e atribuir aos presidentes da república o uso do título de Duque de Bragança, considerando que se tratava de um direito do Chefe de Estado de Portugal, não me parece que os monárquicos de qualquer obediênica que fosse deixassem de considerar que o verdadeiro Duque de Bragança era o herdeiro da Corôa de acordo com a visão histórica que tivessem da Chefia da Casa Real.
Com os melhores cumprimentos,
António Bivar
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RE: Correcção á mensagem
Caro António Bivar,
Estou inteiramente de acordo.
Cumprimentos,
João Gaspar
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RE: Correcção á mensagem
O meu post ia noutro sentido.
O facto de as potências estrangeiras, maxime, o Imperador da Áustria-Hungria, tratar/em por "Duque de Bragança" alguém que, dentro destas fronteiras, mais não era que um proscrito, privado da nacionalidade, e com a cabeça a prémio caso se aventurasse a pôr um pé no reino, deveria ter merecido um violento protesto por parte da diplomacia nacional.
Não consta que isso alguma vez tenha acontecido...
Serão só os nossos brandos costumes ?
Haveria instruções para não molestar a família exilada ?
Ao fim e ao cabo, fica sempre a dúvida sobre o eventual encontro secreto em Mafra entre D.Pedro V e o seu tio-avô D.Miguel I.
E quando D.Miguel II visitou Portugal em companhia da irmã e do cunhado conde de Bardi, pôde sair do país com a cabeça em cima dos ombros ;-)
Cumprimentos
Bernardo
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RE: D. Miguel duque de Bragança
"As vontades de SAR Dom Manuel II de Portugal, acerca da descendência ou sucessão do Ducado de Bragança foram para o túmulo aquando da morte do nosso ultimo Rei."
Caro João Gaspar
Ao ler o Diário de meu Bisavô penso que se não tem havido 5 de Outubro de 1910 esta questão teria ficado resolvida.
Segundo escreve meu Bisavô no seu Diário em Fevereiro de 1909 :
Nota do Fim do mês :
No dia 27 antes do jantar El-Rei chamou-me ao quarto e disse-me que tinha já respondido à proposta de reconciliação que o Senhor Dom Miguel II lhe mandara pelo D. Alexandre Saldanha da Gama. Pareceu-me El Rei encantado com a vinda do Principe para Portugal e outro tanto acontece com a Rainha com quem fallei no mesmo dia.
Como tenho ouvido dizer que o Senhor D. Miguel II é uma boa pessoa e como allém d’isso Elle é persona grata de muita gente importante e de valor, acho vantajosa a sua vinda para a Côrte Portuguesa. O Estado terá de Lhe dar talvez um Palácio e nada mais.
No seu partido há gente de primeira ordem com seriedade e valor. Toda essa gente, evidentemente acompanhará o seu Principe no modo de sentir. Oxalá os políticos, e mesmo os palacianos, não comecem a levantar dificuldades. El-Rei disse-me já ter respondido ao Senhor D. Miguel. Venha assim D. Miguel com a sua família ajudar a consolidar o Throno Português algo desiquilibrado.
Mais tarde em 30 de Abril :
6ª FEIRA 30 de ABRIL de 1909
O Senhor D. Miguel escreveu de Vienna uma carta a El-Rei agradecendo outra que o meu Augusto Amo lhe mandou há mais de um mez.
Não vi a carta mas disse-me a Rainha que é muito boa e amável, cheia de generosidade. Diz entre outras cousas que não quer lista civil nem lugar remunerado. Quer apenas viver em Portugal quando lhe apeteça. Quer que reconheçam o direito de sucessão para os descendentes d’Elle depois dos actuais. El-Rei vai propor ao Governo que estas condições sejam aceites.
Penso que estas notas ajudarão a definir as vontades do Senhor Dom Manuel II não acha?
Um abraço
Zé Tomaz
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RE: D. Miguel duque de Bragança
Caros confrades
Sendo o bisavô do José Tomaz insuspeito quanto às suas opções, parece-me evidente que este diário responde à questão da vontade de reconciliação entre os ramos desavindos, por parte de El-Rei. Além disso este diário remete-nos para 1909, altura em que, estando a própria monarquia em perigo, seria completamente desadequada a persistência de quesílias, devidas a factos ocorridos quase há 80 anos. Mais, estando a facção "miguelista" em Portugal, seria um acrescento na defesa da Coroa, quer em termos nacionais, quer junto de Cortes estrangeiras onde D. Miguel teria excepcional aceitação. D. Manuel II certamente ainda pensaria, dada a sua juvenilidade, que a continuidade "liberal" não estaria em perigo, uma vez que filhos era coisa que, a seu tempo, não faltariam.
Agora este entendimento - que não está minimamente em causa - pressuporia (parece-me obvio) o abandono dos títulos que D. Miguel usava de forma completamente clandestina. Não me parece lógico que El-Rei, ainda sem filhos, mas com menos de 20 anos, fosse aceitar a outorga da titularidade do ducado de Bragança aos descendentes de D. Miguel I. Então e se, entretanto, nascesse o herdeiro como é que faria? Ia dizer, agora já não vale, volta a dar-me o Título?
Em conclusão, quem é monárquico e acha que a monarquia segue uma continuidade, sendo D. Duarte Pio o herdeiro vivo de D. Manuel II e Duque de Brgança, provavelmente não achará correcto chamar Duque de Bragança a D. Miguel II, uma vez que, entre a morte de D. Luís Filipe e a morte de El-Rei D. Manuel II, o lugar esteve tradicionalmente vago, como já aqui foi expendido por vários confrades, à espera de um possível herdeiro, tendo D. Miguel II falecido neste hiato.
Quem, por outro lado, acha que nem D. Maria II, nem D. Pedro V, nem D. Luís, nem D. Carlos, nem D. Manuel II, "valeram" e assume que D. Duarte Pio é herdeiro do Rei D. Miguel I, do Rei D. Miguel II e do Rei D. Duarte II, até lhe atribuindo o Título de D. Duarte III, acham perfeitamente normal chamar Duque de Bragança a D. Miguel II.
Como a ponta da lança é a mesma para as duas (não lhe chamo facções) "opiniões" - D. Duarte Pio e, especialmente o seu filho D. Afonso VII (aqui não haverá dúvidas), o caso tem uma importância relativamente pequena em relação ao que interessa: A Restauração.
Para que não haja dúvidas, e de acordo com o que já tenho escrito anteriormente, sou um apoiante incondicional da pretensão de D. Afonso de Santa Maria (futuro D. Afonso VII), uma vez que acho que, devido à sua idade e a outro tipo de questões que não pretendo invocar, D. Duarte Pio não será Rei. No entanto, uma vez que a um hiato de mais de 100 anos deverá corresponder uma nova Dinastia, não descarto beijar a mão a um soberano vindo de outra Casa, ou até de origem plebeia, homem ou mulher, que seja efectivamente Português, de raça e querer, e consiga concitar à sua volta o ideal de um novo Portugal.
Cumprimentos.
josé sequeira
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