Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775)
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Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775)
Mão amiga trouxe ao meu conhecimento “Uma devassa terrível ao Alto Douro ( 1771-1775)”.
Digo não só mão amiga, mas também bastante conhecida dos primórdios do Fórum. Distribuiu muitas bênçãos e prebendas a alguns forenses. Deu o anel a beijar e martelou com o báculo em muita cabeçorra dura… Refiro-me ao ilustre titular do arcebispado do tinto de Mesão Frio…
Aconselho a sua leitura. Basta procurar no Google.
A devassa foi ordenada pelo Marquês de Pombal aos traficantes de vinho do Porto no Douro.
Os inquiridos são das mais variadas profissões e condições sociais, de fidalgos a trabalhadores, de almocreves a cirurgiões, de padres a sapateiros.
Muitos deles foram presos sem hesitação “malhando com os ossos na cadeia”.
Como está tão igual (na trafulhice) e tão diferente (rapidez da justiça).
Volta Marquês, estás perdoado.
Saudações
Amiel Bragança
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RE: Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775)
Caro Amiel Bragança,
Conheço bem a obra da responsabilidade de António Barreto. Também conheço bem o Douro - tanto o do século XVIII como o do XXI.
A legislação no tempo do Marquês do Pombal era tão apertada que havia naturais transgressões. Mas nada de muito grave.
Na maior parte das vezes eram umas arrobas de uvas transportadas em machos entre propriedades vizinhas. Outras vezes mosto entre lagares próximos. Umas propriedades ou uns lagares, na demarcação pombalina incluidas na zona de feitoria [aptas a produzir vinho do Porto] e as vinhas (ou lagares) adjacentes [com qualidade idêntica ou quase] excluidas dessa demarcação e com um valor cerca de CINCO vezes menor. A tentação era grande !!! E está lá metida toda a gente - que naturalmente confessa o que fez. Se quer que lhe diga parece-me uma brutalidade para tão pequeno crime.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775)
Caro Amiel Bragança,
"Volta Marquês, estás perdoado."
Permita-me ainda um pequeno comentário à frase com conclui a mensagem. Sem dúvida que a legislação pombalina está na base da prosperidade do Douro no século XVIII. Mas isso não nos deve fazer esquecer as "preversidades2 em proveito do Marquês. Este assinou um contrato, em seu nome, com a Companhia dos Vinhoa do Alto Douro que lhe permitia vender por um valor absurdo cerca de 1000 (estou a citar de cor) pipas por ano das suas propriedades de Oeiras por um valor por pipa idêntico aos dos vinhos de feitoria. Argumentando-se que os vinhos de Oeiras eram importantes para lotar o Vinho do Porto.
Isto é, o patusco do Marquês, de produção própria ou por compra na Estremadura, mandava para Gaia 1.000 pipas a um preço de cerca de CINCO vezes maior do que o seu valor. Isto é: o que era PROIBIDO fazer aos lavradores do Douro com vinhas contíguas era LEGAL para os vinhos do senhor conde de OEIRAS na ESTREMADURA.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775)
Caro António Taveira
Se a Justiça não for cega e dura temos os casos recentes que bem conhecemos.
Há sempre uma desculpa para o coitadinho que prevaricou. Isso favorece a corrupção, pois as consciências têm muita elasticidade.
Saudações
AB
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RE: Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775)
Caro Amiel Bragança,
Como verá pele minha outra mensagem, para além de uma justiça cega ela tem de estar acima de qualquer suspeita.
Não era o caso como verá. O Marquês tinha INTERESSE próprio de castigar severamente os prevaricadores para continuar o seu arranginho com a Companhia. Só as suas vinhas de OEIRAS [e de vinhas contíguas que comprava] eram responsáveis por cerca de 5% do total de VINHO DO PORTO. O Marquês transformou-se assim com as vinhas de OEIRAS o maior proprietário e produtor de VINHO DO PORTO.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775)
Caro Anónio Taveira
A minha intenção não é recuperar a imagem do Marquês, longe disso.
Apenas pretendi chamar a atenção para um facto e que a justiça deve ser cega, não
distinguindo "castas".
Saudações
AB
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RE: Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775)
Pois é, caro Amiel, muita pena tenho que o Ilustre Arcebispo se tenha arredado deste Fórum, com uma escrita brilhante e um sentido de humor ímpar, bem que gostaria de voltar a vê-lo atribuir prebendas e martelar com o báculo outras cabeças duras que por aqui andam.
Mas vou passar ao Marquês, "volta cá abaixo Marquês que eles aí estão outra vez" ( dito popular!)
Um grande abraço
Benedita
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RE: Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775)
Cara Benedita, como deve saber não será possível convencer Sexa Reverendíssima (tenho de consultar o protocolo eclesiástico) a regressar ao Fórum. Isto tem causado lamentos em muitos confrades do antigamente que, ao longo do tempo, foram esmorecendo. Felizmente que a nossa "confreira" continua a espadeirar com a mesma garra.
Grande Abraço
Amiel
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RE: Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775)
Caros Confrades;
Os meus cumprimentos para todos;
... Se me é permitido, queria deixar a minha opinião:
O Marquês de Pombal, como todos sabemos teve coisas boas e menos boas.
O n/ País sempre teve gente que se aproveitou do lugar que ocupou, disso
estaremos todos de acordo!.
Mas convenhamos que o homem foi das " arábias ".
O Rei D. José I & Cª, esses sim, não valeram nada. Agora o Marquês com todos
os defeitos, e parece que até foram bastantes, a parte criativa do homem, foi de
grande visão!. A História assim o relata.
Não aprendemos, e passamos a vida nas lamurias, sinceramente, o que há-de ser
deste povo ?
atentamente
Ana Simões
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RE: Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775) Sebastião José Carvalho e Mello
Caros Confrades;
Os m/ cumprimentos;
Para que conste !
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sebasti%C3%A3o_Jos%C3%A9_de_Carvalho_e_Melo,_marqu%C3%AAs_de_Pombal
Ana Simões
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RE: Uma devassa terrível no Alto Douro (1771-1775)
Bom, deve ser por isso que o delicioso vinho de Carcavelos custa o que custa....
Foi um pequeno rasgo de humor... Que me desculpem os mais sérios...
Cumprimentos confraternos,
Manuel Ferros.
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