Livro: "Moçambique - Manoel Pereira (1815-1894) Fotógrafo comissionado pelo Gov
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Livro: "Moçambique - Manoel Pereira (1815-1894) Fotógrafo comissionado pelo Gov
Caros confrandes,
Para os interessados trasncrevo aqui o convite que recebi para o lançamento do livro "MOÇAMBIQUE - Manoel Pereira (1815-1894) Fotógrafo comissionado pelo Governo Português", de Luísa Villarinho Pereira, amanhã às 18:00 na Bibilioteca Nacional (Campo Grande, Lisboa).
Saudações genealógicas,
Nuno M. Barata-Figueira
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Após uma longa pesquisa, tenho o gosto de divulgar a conclusão da biografia, "MOÇAMBIQUE - Manoel Pereira (1815-1894) Fotógrafo comissionado pelo Governo Português", obra que tem apresentação agendada na Biblioteca Nacional de Portugal / Campo Grande n.º 83 / Lisboa, na quarta-feira 15.05.2013, às 18 horas.
Além do interesse particular que dediquei a esta obra, por divulgar o trabalho de meu bisavô, este bosquejo ilustrado com algumas das suas fotografias, tem por objectivo recordar um curto período da história, a partir da chegada a Lourenço Marques da Expedição de Engenharia, em 07.03.1877. Criado o Município de Lourenço Marques, durante cerca de15 anos o empenhado projecto de desenvolvimento da Província Moçambique, idealizado pelo Ministro Andrade Corvo, foi transformando o arrabalde do velho presídio e as terras alagadas circundantes, nos pilares da futura cidade hoje designada por Maputo.
Derrubada a antiga muralha protectora do velho casario, foi decretada a extinção do pântano e traçada a quadrícula dos arruamentos do novo aglomerado urbano, livre da malária que dizimava a população local. Em Dezembro de 1887, foi inaugurado o primeiro troço do Caminho de Ferro, que ficou apenas a cerca de 8 Km da fronteira com o Transvaal. Meu bisavô, a quem fora entregue o desenho do ajardinamento da Praça Sete de Março, foi também responsável por fotografar a construção do Caminho de Ferro, obra há muito projectada mas apenas iniciada em meados de 1886.
Do arrabalde do antigo Presídio, junto à margem da baía, Manoel Pereira mudou a localização da sua Residência-Atelier para o alto do morro, frente ào Hospital e nova Igreja em construção. Veio depois a Lisboa propor ao Ministro Ressano Garcia a Expedição Phototographica que viria a liderar por todo o Moçambique.
A reportagem desta obra de vulto, executada pela engenharia militar, a par do relacionamento pacífico estabelecido com a população indígena, com quem se negociava a permanência e o ensino escolar no território, bem como a exploração do minério, teve amplo testemunho de imagem que foi servindo para modelo das gravuras, anonimamente publicadas na revista O Occidente, ilustrando textos de Augusto Castilho.
A cobiça internacional, que levou às decisões estabelecidas na Conferência de Berlim, em 1885, atribuindo soberania a quem verdadeiramente ocupasse o território, condenou este viver construtivo e pacífico. Após o Ultimatum de 1890, a visita do Comissário Régio Mariano de Carvalho teve detalhada reportagem fotográfica que registou o avanço da Agricultura praticada nos Prazos da Zambézia, bem como o funcionamento escolar para ambos os sexos, por todo o território de Moçambique.
Nesta colecção de fotografias que vieram a figurar na Exposição Insular e Colonial Portugueza de 1894, ficou bem expressa em imagem a confraternização com os Régulos locais e até mesmo um processo eleitoral, com fila de votantes em frente à Alfandega da Ilha de Moçambique. A presença de António Ennes e a campanha de Mouzinho de Albuquerque, puseram termo a este período notável, que precedeu a implantação do regime dito Colonial e bem merece hoje ser divulgado.
Maria Luísa de Sousa Villarinho Pereira
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