Dúvidas de principiante - rumo a seguir na 5.º geração paterna?
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Dúvidas de principiante - rumo a seguir na 5.º geração paterna?
Cumprimentos a todos.
Iniciei o estudo da minha família seguindo os conselhos que resultam aqui do forum mas cheguei a um ponto que as diferenças dos apelidos entre alguns membros da família estão a causar-me algumas dúvidas quanto ao rumo tomado.
A isto acresce o facto dos meus pais, avós e tios já terem todos falecido, o que dificulta a confirmação destas diferenças.
Como bem explicam aqui no forum comecei pelo meu assento de nascimento e a partir daí fui subindo degrau a degrau, pedindo os respectivos assentos de nascimento, baptismo e casamento dos meus antepassados. Na semana passada, fui ao Arquivo Distrital de Castelo Branco (onde fui muito bem recebido e auxiliado e por isso deixo aqui o meu agradecimento - extensível ao registo Civil de Idanha-a-Nova) e foi aí que começaram algumas dificuldades. De forma a melhor explicar a situação faço aqui um resumo dos dados obtidos quanto à ascendência de Fernando Braz (até então não existem quaisquer dúvidas). Também não faço referência a freguesias de nascimento ou casamento porque aí tudo “bate certo”. E aqui e por enquanto, apenas me interessa a ascendência masculina.
Fernando Braz nasceu em 1908 é filho de Francisco Braz e Antónia Mendes, neto paterno de João Braz e Rita Marques e neto materno de José Gomes e Maria Mendes.
1. Comecemos então a ascendência paterna de Fernando, pesquisando por seu pai, Francisco Braz. Como não tinha dados nenhum, consultei os dados da freguesia recuando cerca de 20 a 30 anos antes de 1908 (ou seja, entre 1878 e 1988). Só tinha um dado que não era certo. Este Francisco devia ter um irmão de seu nome Bartolomeu. E aqui começam os problemas (os temas estão identificados por pontos para ser mais fácil “voltar a trás” e perceber a informação).
2. Encontrei um Francisco, nascido em 1880, filho de João Braz e Rita Pires, neto paterno de José Braz e Rita Moreira e neto materno de João Pires e Antónia Marques.
3. Encontrei também um Bartolomeu, nascido em 1882, filho de João Braz e Rita Pires, neto paterno de José Braz e Rita Moreira e neto materno de João Pires e Antónia Bastos. Pensei, salvo o apelido da avó materna de ambos, que os dados eram tão idênticos que deveriam ser os irmãos Francisco e Bartolomeu.
4. Então confirmemos. Sei que Francisco nasceu em 1880 e teve um filho (Fernando) em 1908, filho esse que era legítimo. Também sei que casou com uma Antónia Mendes. Logo, devo encontrar o assento de casamento algures entre 1880 e 1908. Na verdade, só pesquisei após 1896, altura em que teria 16 anos, para a frente. E em 1898, encontrei um registo de casamento entre Francisco e Antónia Mendes, em que Francisco tinha 18 anos, isto é, este Francisco nasceu em 1880. Ora, este Francisco tem de ser o mesmo Francisco que foi pai de Fernando, pensei. Mas tinha dois problemas:
este Francisco era Francisco Pires. Ora, se este Francisco adoptou o nome da sua mãe (Rita Pires) e não o do seu pai (João Braz), como constam do registo de nascimento, então está explicado.
só que neste assento de casamento de Francisco Pires, a sua mãe aparece como sendo Rita Marques (o pai continua a ser João Braz) e não como Rita Pires. Então se a mãe do Francisco do registo de nascimento e a mãe do Francisco Pires do assento de nascimento não são a mesma pessoa, é porque os Franciscos também não são a mesma pessoa. Mas ficava ainda um problema: como é que o Francisco Pires (assento de casamento) tem o apelido Pires, se os seus pais (segundo o mesmo assento de casamento) são João Braz (este nome é sempre idêntico em todas as situações) e Rita Marques. De onde resulta este nome Pires, senão da sua mãe Rita, conforme consta do registo de nascimento do Francisco. Então é porque Rita Pires e Rita Marques são a mesma pessoa, e mãe de Francisco (o Francisco do assento de nascimento e o Francisco Pires do assento de casamento). Nova questão: então como é que Rita muda o apelido de Pires para Marques, entre as datas de 1880 (assento de nascimento de Francisco) e 1898 (assento de casamento de Francisco Pires)??. Voltei ao assento de nascimento, e lá surge (ver ponto 2) e descobri que a sua avó materna, mãe de Rita, tinha o apelido de Marques. Resumindo, parece que a Rita mudou o apelido do pai (João Pires) e adoptou o nome da sua mãe (Antónia Marques).
Aqui chegados, necessitava de uma confirmação. Admitindo que o Francisco (do assento de nascimento) e o Francisco Pires (do assento do casamento) são a mesma pessoa e presumindo que ele tinha um irmão Bartolomeu (de que tenho 90% de certeza, por mones que ouvi falar quando era mais novo), vamos confirmar os dados de Bartolomeu e ver se “batem certo” com os dados de Francisco, nomeadamente, os pais e avós.
Voltei ao ponto 3. Bartolomeu nasceu em 1882, sendo filho de João Braz e Rita Pires e os dados parecem bater certo, excepto o nome da avó materna de ambos, que no Francisco é Antónia Marques e no caso do Bartolomeu é Antónia Bastos. Mas se a Rita a dada altura da sua vida mudou o apelido de Pires (do pai) para Marques (da mãe) então a sua mãe (e presumível avó materna de Francisco e Bartolomeu) também pode ter alterado o seu apelido de Marques para Bastos (entre o nascimento do neto Francisco e o nascimento do neto Bartolomeu, dois anos após).
Façamos um ponto da situação. Até aqui encontra-se justificações mais ou menos fundamentadas, mas será que a Rita mudou mesmo de apelido? Como bem se recordam essa alteração dá-se entre o nascimento de Francisco e o casamento de Francisco Pires (admitamos que os dois Franciscos são a mesma pessoa). Para Francisco (ou Francisco Pires) e Bartolomeu serem irmãos, então essa diferença no apelido da mãe também tem de existir. E de facto existe.
8. Bartolomeu, aquando do seu nascimento (1882) tinha como mãe Rita Pires, filha de João Pires e Antónia Bastos (a que anos antes presumo que se chamava Antónia Marques) e aquando do seu casamento (assnto de casamento de 1903, com 21 anos, o que bate certo com a sua data de nascimento) tem como mãe Rita Marques... tal e qual como o Francisco e Francisco Pires.
Parece fazer sentido, certo? Estas alterações de apelidos a meio da vida em que se abandona o nome do pai e adopta o nome da mãe, eram comuns nesta altura? A ser assim, a avó de Francisco e Bartolomeu, que alterou o apelido de Marques para Bastos (alteração que ocorreu entre 1880 e 1882) também deve ter como pai o Sr. Marques e como mãe a Sra. Bastos.
Mas existe ainda um outro problema para o facto de Bartolomeu e Francisco serem irmãos. É que no registo de ambos, aparecem como sendo filhos legítimos e primeiro de João Braz e Rita Pires, sendo que Francisco nasceu em 1880 e Bartolomeu em 1882... E agora, o que fazer?
Posso presumir que:
Francisco nascido em 1880 e Francisco Pires que casou em 1898, com 18 anos são a mesma pessoa?
que Bartolomeu nascido em 1882 e Bartolomeu Braz que casou em 1903, com 21 anos são a mesma pessoa, ainda que em 1882 a sua mãe fosse Rita Pires e em 1903 já fosse Rita Marques?
E nesse sentido, concluir que Francisco e Bartolomeu (Francisco Pires e Bartolomeu Braz são irmãos)?
E que João Braz e José Braz, são pai e avó paterno de Francisco (Francisco Pires) e Bartolomeu (Bartolomeu Braz) e seguir por essa via, tentando descobrir um registo de nascimento de João Braz (que terá de ser filho de José Braz e Rita Moreira, nascido provavelmente 20 a 30 anos antes de ter o primeiro filho, Francisco, isto é, entre 1850 e 1860 e ter casado com uma Rita Pires, filha de João Pires e Antónia Marques)?
Agradeço a vossa ajuda e partilha de experiências.
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RE: Dúvidas de principiante - rumo a seguir na 5.º geração paterna?
Caro confrade Zarb,
com certeza serão as mesmas pessoas, troca de nomes ocorriam nessa época.
Também tenho um exemplo parecido, meu trisavô Francisco de Souza Resende em seu assento de casamento consta como filho de Geraldo de Souza Resende e Maria Felisberta de Resende, no entanto em seu assento de batismo consta como filho de Geraldo Ribeiro de Souza e Maria Felisberta de Resende.
Geraldo de Souza Resende (ou Ribeiro de Souza) pai de Francisco, era filho de Francisco Pinto de Souza e Ana Esmênia Ribeiro de Resende, daí a semelhança, ele retirou o apelido Ribeiro e adotou o outro apelido de sua mãe, o Resende.
Dois 8 filhos que Geraldo e Maria Felisberta tiveram, até o 4º nos assentos de batismo ele foi referido como Geraldo Ribeiro de Souza, e do 5º em diante até sua morte como Geraldo de Souza Resende, sua esposa Maria Felisberta de Resende, em alguns assentos é referida também como Maria Felisberta de Almeida.
Tente procurar (caso tenha) por outros irmãos de Francisco e Bartolomeu.
Grato, Vinícius.
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RE: Dúvidas de principiante - rumo a seguir na 5.º geração paterna?
Obrigado pela pronta resposta confrade vmo123
Também pensava que essa adopção de apelidos podia ser justificada. De facto, a identidade entre as datas de nascimento e casamento, os avós paternos e os maridos, levaram-me a pensar que Francisco e Bartolomeu seriam irmãos e que Rita Pires e Rita Marques são uma única pessoa. E o facto de Francisco constar do casamento como Pires e não Braz (seria o normal dado que é o nome do pai) mas sendo que a sua mãe já tinha o apelido de Marques, revelou-me que o Pires só poderia ser da ascendência materna, isto é, do tempo em que sua mãe ainda "assinava" Rita Pires.
Mas o principal problema desta teoria (e penso que não existem mais irmãos para confirmar) é que quer Bartolomeu, quer Francisco (Braz ou Pires) são apresentados como filho legítimo e PRIMEIRO de João Braz, sendo que o 1.º nasceu em 1882 e o 2.º em 1880...
Dado que tenho quase a certeza que não existiram mais irmãos é complicado determinar se eles são mesmo irmãos e se o Francisco Pires é meu ascendente paterno...
Não queria arriscar a seguir essa linha sem ter a certeza que estaria certo, sob pena de a partir daqui estar a fazer genealogia de outra pessoa que não os meus ascendentes verdadeiros.
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RE: Dúvidas de principiante - rumo a seguir na 5.º geração paterna?
Caro Confrade
Com respeito ao uso de diferentes apelidos durante a vida
de uma pessoa, na época referida, nada mais a acrescentar.
Embora os registos de baptismo nas datas em questão já tivessem
força de registo civil, (daí o terem apostas a estampilha fiscal de
pagamento da taxa), não estavam sujeitas a determinadas regras
que só começariam a ser observadas com a centralização do mesmo
registo civil em 1911 em Repartiçõe do Estado próprias.
Assim, ficando apenas registado o nome próprio aquando do baptismo,
havia depois a liberdade de o indivíduo usar de diferentes apelidos em
actos posteriores.
Ou pior ainda: ser referido por outros, neste caso quem registava os
actos posteriores, pela forma como ele era conhecido.
Assim, num baptismo podia ser conhecido por um apelido pelo padre A
(amigo da família do pai) e noutro por outro apelido, porque o padre B
era assim que o conhecia.
Mas querendo auxiliar na dúvida residual que persiste, permito-me por
a seguinte questão:
- o que é que realmente o registo diz?
Diz: filho primeiro do matrimónio de X e Y;
ou diz:
filho primeiro do nome de X e Y?
Se é este último caso não existe contradição nenhuma:
Como cada um tem seu nome próprio diferente do outro,
ambos são primeiros filhos daquele nome!
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RE: Dúvidas de principiante - rumo a seguir na 5.º geração paterna?
Caro Confrade Zarb
Vejo que o confrade GNunes, lhe dei a boa informação.
Encontrar uma pessoa com o apelido da mãe ou do pai e por vezes do padrinho, tudo isso era normal antes de 1911, não havia regra, num assento encontrava-a com um apelido, e mudava de apelido em outros assentos.
Eu tenho muitos assentos onde consta" primeiro do nome " e pode ser 2° ou 3° filho, mas o primeiro com aquele nome.
boa sorte nas suas buscas
Victor
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RE: Dúvidas de principiante - rumo a seguir na 5.º geração paterna?
Caro confrade GNunos
realmente dos assentos de nascimento consta "filho legítimo e primeiro do nome de X e Y". Qunado li essa parte do assento interpretei incorrectamente, como sendo o primeiro filho... foi um erro de interpretação de português, dado que tinha a ideia pré-concebida de que alusão a primeiro no registo seria referente ao primeiro dos filhos (por uma questão hereditária) e não a ser o primeiro filho a ter determinado nome.
Será que havia muitos filhos com o mesmo nome de forma a que fosse importante destacar que aquele era o primeiro desse nome?.
De qualquer modo, percebi que estou no bom caminho, embora ainda inicial (1880) na pesquisa da minha linha paterna.
Agradeço a todos pela vossa ajuda.
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RE: Dúvidas de principiante - rumo a seguir na 5.º geração paterna?
Caro Zarb
A questao de por a numeracao aos filhos era porque às vezes, se um morria, punham o mesmo nome ao seguinte e portanto assim ficava esclarecido que tinha havido outro. Com relacao ao nome Maria nem sempre queria dizer que a primeira tivesse morrido porque mais tarde adicionavam outro nome para se diferenciarem.
Cumprimentos.
Rosario
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