Gostava que a sua base de dados genealógica ficasse intacta por mais de um milhão de anos?!

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Gostava que a sua base de dados genealógica ficasse intacta por mais de um milhão de anos?!

#332534 | PP | 16 lug 2013 18:38

"Cientistas criaram discos usando vidro nanoestruturado e que podem guardar até 360 TB de dados. Os discos Superman Crystal suportam altas temperaturas e podem durar mais de um milhão de anos.

Os discos foram criados pela equipa de Jingyu Zhang, a partir da Universidade de Southampton e em colaboração com a Universidade de Eindhoven. Estes discos estão ser apelidados de Superman Crystal porque usam cristais de vidro e, tal como com o Homem de Aço e as memórias do seu pai Jor-el, também podem durar até um milhão de anos com o seu conteúdo intacto.

Os novos discos podem vir a ser usados pelas empresas e museus para guardarem os seus arquivos, explica o Prof. Zhang, citado pelo DailyTech.

Estes discos usam um laser femtosecond que cria armazenamento 5D e que escreve os dados com algumas variáveis como as três dimensões, o tamanho dos cristais e a orientação.

Neste momento, os investigadores ainda só conseguiram gravar um ficheiro com 300 KB num disco destes, a usar três camadas dos cristais à nanoescala.

O responsável pelo Optoelectronics Research University mostrou-se entusiasmado por poder apresentar o primeiro suporte de dados que provavelmente deve durar mais do que a raça humana."

In: http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/ciencia/2013-07-16-sucessor-do-blu-ray-pode-armazenar-ate-360-tb?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2013-07-16

Não deixa de ser interessante o prazo de validade dos discos, mas parece que depois não haverá ninguém para ver as nossas pesquisas...

Cumprimentos, PP.

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#332538 | chartri | 16 lug 2013 20:37 | In reply to: #332534

Caro confrade

Mas outros formatos têm vindo a emergir e já existe um formato, o M-Disc desenvolvido por Millenniata (http://millenniata.com/). Ao contrário dos outros discos ópticos que utilizam um corante orgânico para a gravação, o M-DISC (já á venda por exemplo na Amazon.com) utiliza um material de “pedra sintética” (um material inorgânico) para gravar digitalmente os dados. Um laser de alta potência grava os bits nessa esta “pedra sintética”.

Estes "discos de pedra" tem uma expectativa de vida de mais de mil anos. A sua leitura é facilmente realizada pelos actuais leitores de DVDs, mas a sua gravação obriga um outro tipo de hardware que aquele que se encontra no mercado. Resta ver se o M-Disc será uma solução que o mercado adotará, ou não, pois podendo ser lido pelos leitores normais, obriga, no entanto, a um gravador especial para registar os dados nele.

Ao contrário dos dados analógicos, as informações digitais podem ser rápida e facilmente copiadas de um meio de armazenamento para outro sem perda de sinal, como sabemos. Assim poderemos, na verdade, copiar as informações para um novo suporte cada dez anos (numero de anos que um DVD aguenta), garantindo assim a preservação dos dados. Regeneramos assim a cópia pois, a qualidade da nova cópia é tão boa quanto a original feita alguns anos antes, e uma nova cópia aumenta o tempo da vida de seus dados digitais, pois fica num novo suporte.

Em suma, devemos, por prudência, fazer uma nova cópia em cada cinco anos de todos os CD e DVD que desejamos preservar. No entanto, não sabemos se o equipamento necessário para ler os discos ainda estará disponível ao fim dos incrementos de cinco anos. Com o passar dos anos, poderá ainda copiar para qualquer novo média que apareça para substituir os CD e os DVD. Teremos, provavelmente, pelo menos cinco anos de sobreposição das duas tecnologias, dando-lhe tempo suficiente para copiar do antigo para o novo média de armazenamento. Se esperarmos 20 anos ou mais, nós ou os nossos herdeiros poderão não ter o equipamento disponível para ler os nossos discos!

Gostaríamos de sugerir que é conveniente ter um cronograma definido. Assim devemos escolher um determinado ano para fazer backups, e repeti-lo a cada cinco anos. O mais fácil seria fazê-lo em todos os anos divisíveis por cinco. Em outras palavras, fazer suas cópias de backup em 2011, e depois fazê-lo novamente nos anos 2015 (na verdade, que é apenas quatro anos, mas é fácil de lembrar), 2020, 2025, 2030, etc.

Faça suas cópias agora! Porque espera? Eu já uso estes discos...
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo

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#332562 | MariaDavid | 17 lug 2013 10:02 | In reply to: #332538

Caro Confrade Ricardo Charters d'Azevedo

Achei interessante estas informações sobre a preservação de dados mas a leitura das mesmas levantou-me uma questão.
Desde que há alguns anos atrás perdi grande parte das minhas pesquisas e passei a ser exagerada: comprei vários discos externos e tenho, neste momento, a minha genealogia copiada para todos. A pergunta que lhe faço - e desculpe a minha ignorância na matéria - estes discos correm o mesmo risco dos CD's e DVD's?
Tenho discos externos de várias marcas e os últimos que comprei são da WD Western Digital, de 500gb cada. Qual a "garantia" que oferecem?
Gostava de saber a sua opinião.

Cumprimentos
Maria

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#332577 | chartri | 17 lug 2013 15:57 | In reply to: #332562

Cara confrade Maria David
Enquanto os discos estiverem ligados (ou forem ligados todos os meses) funcionam. Mas como todos os sistemas com partes moveis podem avariar-se.
Mas fazendo diferentes backups (e guarda-los em diferentes locais) é a melhor maneira. Eu faço-o.
Uso igualmente WD externos, mas já um se avariou. Claro que como estava na garantia deram-me outro em 15 dias... mas o conteúdo perdeu-se !
Alem dos discos externos gravo nos dVD "de pedra" e tenho na net a genealogia, Ver por exemplo www.familiasdeleiria.com

Por outro lado publico livros com alguns dos dados e ofereço a algumas bibliotecas.
Enfim... só me falta resar para nada se perder
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo

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#332588 | MariaDavid | 17 lug 2013 18:17 | In reply to: #332577

Caro Confrade, muito obrigada pelo seu esclarecimento.
Cumprimentos

Maria

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RE: Gostava que a sua base de dados genealógica ficasse intacta por mais de um milhão de anos?!

#332589 | PP | 17 lug 2013 18:18 | In reply to: #332562

Cara confreira,

Permita-me responder-lhe à sua primeira questão.

Abreviando, os seus discos rígidos poderão sumariamente sofrer de: uma falha eléctrica (poucas pessoas investem numa UPS e nem sequer se apercebem do que as variações/picos de corrente podem, ou estão, a fazer a um PC e aos discos!)... e uma das peças mais importantes num bom sistema é uma boa fonte de alimentação (sim!), à qual basicamente poucos ligam;

uma falha mecânica (é fácil deixar cair um disco ou ele sofrer um impacto qualquer, ou defeito de fabrico;

uma falha lógica (a lista pode ser interminável, a saber: formatação e apagamento acidentais, corrupção de ficheiros, bug, vírus, malware, corrupção de ficheiros de sistema, etc;

uma falha no firmware do disco (basicamente é o programa que permite o funcionamento e a comunicação entre o disco e o computador), se este programa for mal actualizado ou ficar corrompido, tudo parece funcionar: parte eléctrica e mecânica, mas não tem acesso aos dados. Se reparar os fabricantes nem sequer se responsabilizam pela atualização do firmware, pois muita coisa pode correr mesmo mal; basta a energia ir abaixo no momento, por exemplo);

uma falha num sector do disco, que pode ser provocada simplesmente pelo desgaste ou por defeito de fabrico; e, por último, o que os especialistas chamam de «falha complexa», que, em suma, ou é um somatório de várias falhas ou é o que hoje alguns apelidam de «amnésia digital»: vá-se lá saber porquê, mas deixou de funcionar.

No nosso bom português, gosto muito do termo «Uí! Espantou-se!!!», que é quando não sabemos o que dizer...

Medite então no seguinte: dizem os mais entendidos (não eu! :)) que a esperança média de vida de um disco duro situa-se entre 3 a 5 anos. E que devem ser mudados com segurança a cada 3 anos. (eu tenho discos duros vulgares a trabalhar todos os dias há mais de 15 (só backup, claro), e tive um disco duro profissional que nem um ano me durou...), e tenho cd's com informação com 22 anos.

E o que hoje é tecnologicamente avançado e parece que não vai acabar (como um disco que alegadamente dura mais de 1 milhão de anos), rapidamente pode desaparecer ou ser ultrapassado.

Veja estes dois exemplos: imagine que ainda tem um Laserdisc convenientemente armazenado, ou seja, que alegadamente funciona: onde estão os aparelhos para poder lê-lo? Pode ter um suporte que dure 100 anos, mas se não tiver o leitor... Alguém se lembra do famoso Hyper CD-Rom? Permitia 1 petabyte, há mais de 10 anos, e tinha uma esperança média de vida de 5 000 anos...

Não há nada eterno, nem seguro.

Cumprimentos, PP.

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#332596 | MariaDavid | 17 lug 2013 21:36 | In reply to: #332589

Caro confrade PP

Depois de ler a sua mensagem, bem elucidativa e sucinta q.b., apetece-me dizer como aquele célebre filósofo grego "O que sei é que nada sei!". Mas vou mais longe, a reboque da sua expressão que apreciei, "Ui, espantei-me!". É que não fazia a mínima ideia sobre as coisas que enumerou...

Aproveitando a sua oportuna e simpática ajuda, sempre lhe quero pedir um favor:a propósito desta frase"poucas pessoas investem numa UPS e nem sequer se apercebem do que as variações/picos de corrente podem, ou estão, a fazer a um PC e aos discos!", que me aconselha a fazer? Não esqueça que sou ignorante nesta matéria e pouco familiarizada com termos técnicos. Caso se disponha a dar-me orientações, por favor e sem quaisquer tipos de preconceito, fale-me como se escrevesse para totós, bem explicado para eu começar a actuar com os meus discos de forma diferente.

Muito obrigada pela sua informação.
Com os meus melhores cumprimentos

Maria

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#332602 | PP | 17 lug 2013 23:26 | In reply to: #332596

Cara Maria David,

Terei todo o gosto em ajudá-la embora não seja «perito»... Nem nunca quis ser. No que concerne a segurança, diz-se, por brincadeira, entre informáticos, que «só os paranóicos sobrevivem». E eu não estou para aí virado...

Bom, vamos ao que interessa e ao nosso caso específico. E não se preocupe com o tótó porque todos o somos, e quem não achar que o é rapidamente deixa de aprender.

O seu pc e os seus discos de backup precisam de energia/alimentação. Imagine que o seu cérebro é a placa-mãe (motherboard, ou seja, onde tudo está ligado) do seu pc e que não chega lá a tensão arterial certa. Em suma, o que é que pode acontecer quando a tensão arterial é demasiado baixa?! Ou muito alta?! Pois é... Acontece o mesmo com os componentes electrónicos do seu pc e discos...

Os componentes do seu pc são muito sensíveis a essas variações de corrente, contudo, não nos apercebemos disso... só quando as luzes de casa piscam é que damos conta que algo não está muito bem. Mas frequentemente não piscam, e algo também não está bem...

Ora uma UPS - uninterruptible power supply - é um aparelho importante para providenciar energia quando a corrente eléctrica principal falha. Mas é muito mais do que isso: impede picos de corrente, baixa voltagem, distorções harmónicas, instabilidade da frequência, blá, blá, blá, ou seja, aquilo que pode danificar o seu pc e tornar o sistema instável.

A electricidade estática que acumulamos é suficiente para que se tocarmos inadvertidamente numa placa-mãe pode ser o suficiente para danificarmos irreversivelmente a mesma. Imagine então o que a corrente pode fazer aos componentes do seu PC e discos...

A oscilação de energia é um dos seis principais «serialkillers» dos discos, que pode ser causada por raios, interferências nas linhas de alta tensão, ou até pelo simples motivo de que ao receber energia o seu disco deixou de a receber e logo a seguir voltou a recebê-la demasiadamente rápido.

A principal causa de morte é o calor... :)

A UPS minimiza e dá estabilidade, se for boa, a todo o sistema. E, para mim, é fundamental para que não se corrompam ficheiros ou se danifiquem discos quando fazemos backups. A luz pode ir abaixo, que tudo continua a funcionar devidamente, pois ela tem (as boas!) uma bateria para suprir momentaneamente as falhas de corrente. E mais, algumas têm avisadores luminosos e sonoros para indicar que algo não está bem com a energia.

Contudo, só nos apercebemos disto, quando vemos que ela apita e avisa, e até não notamos nada de especial nas luzes em casa.... Mas de facto há algo que não está bem.

Sem querer complicar, será algo assim: os seus discos têm um placa/circuito que comanda a cabeça de leitura e escrita do seu disco. Se esse circuito ficar danificado por algumas das causas que citei, não tem acesso aos seus dados, pois a cabeça de leitura não funciona. E pronto lá vão os dados...

Este é o meu simples conselho. Não é caro e é bem mais barato do que um pc novo...

Outro conselho: é uma tentação para quem tem ficheiros grandes e precisa de espaço cair no erro de fazer backups com compressão (por exemplo, zipando as bases de dados), as probabilidades de uma surpresa desagradável são muito grandes e acontecem mais vezes do que aquelas que julgamos.

Fazer backups utilizando a compactação e depois descompacta-los quando se tenta fazer um «restore», acho que não vale o risco.

Cumprimentos, PP.

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RE: Gostava que a sua base de dados genealógica ficasse intacta por mais de um milhão de anos?!

#332637 | MariaDavid | 18 lug 2013 19:19 | In reply to: #332602

Caro PP

Uma vez mais, absolutamente clara a sua exposição. Percebi as implicações de algumas rotinas que a maioria dos "totós" como eu fazem e os danos que podem advir desses comportamentos.
Logo que me seja possível, irei adquirir uma UPS e tentar ser mais cautelosa com as máquinas.

Não tenho palavras para lhe agradecer toda a disponibilidade que teve em me ajudar. O meu muito sincero OBRIGADA!
Desejo-lhe um excelente fim de semana.

Cumprimentos
Maria

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#332641 | PP | 18 lug 2013 20:15 | In reply to: #332602

Cara Maria David,

Só mais uma nota. Veja bem as características do que comprar: não é tudo igual. Assegure-se que a UPS pode e aguenta com vários aparelhos, ou seja, tenha várias tomadas. Lembre-se que vai ligar pelo menos: PC, monitor, impressora, talvez um scanner, e provavelmente alguns discos externos para backup que precisem de alimentação externa.

Com 2/3 tomadas ou sem bateria, é desperdiçar dinheiro. É uma peça que não «desvaloriza» assim tanto, e até há algumas que quando a bateria acaba a capacidade de carga a marca tem para substituição.

Talvez no mínimo com 8 tomadas: 4 + 4 (4 com protecção de oscilações de energia e as outras igual mas com bateria no caso da corrente ir abaixo por algum motivo).

Quanto mais tempo aguentarem as baterias a trabalhar com mais dispositivos, melhor, mas mais caro... Deve ter em conta que se por exemplo tem um sistema automático que lhe faz os backups para vários discos e demora, por exemplo, 15 minutos em média a gravar tudo, deve escolher uma UPS que as baterias aguentem mais do que isso...

Ao seu dispor.

Cumprimentos, PP.

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RE: Gostava que a sua base de dados genealógica ficasse intacta por mais de um milhão de anos?!

#332645 | MariaDavid | 18 lug 2013 21:41 | In reply to: #332641

Muito obriga, mais uma vez!

Boa noite.
Maria

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