Pedido de ajuda na interpretação de documento genealógico
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Pedido de ajuda na interpretação de documento genealógico
Caros confrades,
Na obra: "APARATO GENEALÓGICO, UNIVERSAL OU COLECÇÃO DE MEMÓRIAS PARA A GENEALOGIA GERAL DAS FAMÍLIAS DESTE REINO. TOMO 6.º" disponível em: http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=4718009
surge com frequência uma expressão do tipo: pessoa X matou a Y e foi degolado em estátua e depois fez coisas próprias de vivos.
Há um exemplo disso na imagem 44, primeiro numero 11, sobre um Cirilo.
Outro exemplo na imagem 43, também primeiro número 11, agora sobre um António de Queirós.
Resumindo: matou, foi degolado em estátua e, pelos vistos, continuou vivo.
Agradeço antecipadamente a ajuda que possam dar na interpretação destes textos.
Cumprimentos,
jmmoreira
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RE: Pedido de ajuda na interpretação de documento genealógico
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http://digitarq.dgarq.gov.pt/vaultimage/?id=E118C766CFFBA16F18FDB475F6F25834&r=0&ww=1000&wh=600&s=false
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http://digitarq.dgarq.gov.pt/vaultimage/?id=C44ADBFCDDBBA704D273E2DEDBA1224A&r=0&ww=1000&wh=600&s=false
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RE: Pedido de ajuda na interpretação de documento genealógico
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http://www.soveral.info/casadatrofa/trofa10.htm
Saintclair
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RE: Pedido de ajuda na interpretação de documento genealógico
Caro jmmoreira,
Um exemplo de degolacao em estatua consta no artigo Duarte, Miguel Luis, Um luxo para um pais pobre? A pena de morte no Portugal medievo, http://www.durango-udala.net/portalDurango/RecursosWeb/DOCUMENTOS/1/0_498_1.pdf . Veja-se o capitulo 4.
Saudacoes,
Herculano de Lima Einloft Neto
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RE: Pedido de ajuda na interpretação de documento genealógico
Obrigado.
Uma realidade que desconhecia.
Cumprimentos,
jmmoreira
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RE: Pedido ajuda interpretação documento
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"No dia 29 de Julho de 1839 foi enforcado no areal do Mondego, José da Costa Casemiro, solteiro, sapateiro, de 27 anos, do Picoto,
Freguesia de Cernache, condenado à morte por haver assassinado Diogo Marques de Carvalho, do sitio das Alminhas, próximo de
Cernache, que à data do crime era casado com Maria de Jesus. O condenado encontra-se preso na cidade do Porto e no dia 25 de
Julho, ele e o algoz chegaram a Coimbra, acompanhados de uma força constituída por "dois Oficiais inferiores e trinta soldados de
artilharia 3; e um Oficial inferior e cinco soldados de cavalaria 6".
" ... A Meza da Misericórdia,{...}pediu pelo telegrapho à Rainha a comutação da pena ao réu, o Governo respondeu que não podia
ser atendida a supplica".
Na segunda-feira, 29 de Julho, reunida a Irmandade da Misericórdia, na sua capella, {hoje demolida} ao cimo da Rua de Coruche,
{hoje Visconde da Luz}e em número de 183 irmãos, dirigiu-se ao Aljube { então situado na Alta }, de onde acompanhou o padecente
em direcção ao Arco do Bispo, descendo pela Couraça dos Apóstolos, Rua da Esperança, Rua dos Coutinhos, antiga Rua do Correio, hoje
Rua Joaquim A. Aguiar { mata-frades }, até à Estrella, hoje Couraça E.
O padecente trazia uma alva, com uma corda atada pela cinta, e um crucifixo nas mãos que estavam presas. Caminhava atrás do pallio,
que era levado pelos irmãos da Misericórdia".
Na Igreja da Estrela rezava-se missa e o condenado viu " erguer " a Deus, a quem pediu perdão; depois seguiu pela Rua das Fangas
{hoje R.Fernandes Tomás }, Arco de Almedina, Calçada [hoje R. Ferª Borges}, ponte do Mondego, até descer pelo " O " da mesma{...},
para o areal do Rio, onde estava levantada a forca... O condenado com o algoz subiu a escada juntamente com o Prior da Igreja de São
Tiago que lhe fez as ultimas exortações. De seguida o algoz colocou o laço à volta do pescoço do condenado, o qual beijou o crucifixo, o Padre pediu em seu nome perdão à multidão que assistia a tão lúgubre espectáculo.
Na cabeça do condenado foi enfiado um capuz, e, atada a corda ao pau, o algoz empurrou-o para fora da escada. O algoz ia agarrado a ele, firmando-se-lhe nos braços, que estavam presos pelos pulsos, e ficaram ambos parados mais de um quarto de hora. No momento
em que o condenado foi empurrado para o vazio, ouviu-se um imenso grito de dor de toda a multidão que assistia ao enforcamento. O
corpo foi então descido para terra e examinado pelo cirurgião da Misericórdia, e sendo dado como morto, foi lavrada a respectiva certidão pelo escrivão de um dos ofícios do Juízo de direito da comarca de Coimbra, António de Campos Mallo, por coincidência, natural
da freguesia de Cernache.
O cadáver foi enterrado na Igreja de São Tiago.
" Durante o caminho que fez o padecente do Aljube até ao areal do rio, iam 4 irmãos da Misericórdia pedindo esmola, e com o seu produto se mandaram depois celebrar missas por sua alma. Foi este o ultimo lúgubre espectáculo de execução de pena de morte que
se presenciou em Coimbra".
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Rfmc
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