Demonstração da origem dos Marinhos
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Demonstração da origem dos Marinhos
Demonstração da origem dos Marinhos
(Memória Genealógica e Biográfica sobre Marinhos Falcões por José Augusto Carneiro, Porto 1904)
"Na freguesia de S. Martinho de Alvarêdo, termo de Valladares, existem duas torres, com alguma renda; uma se chama de Villar, e a outra a Torre sómente. Ambas as torres foram dos marquezes de Tenorio, e a que está defronte, em Galliza, é solar dos Marinhos, que se julga haver sido de D.Froyão, Fidalgo italiano, e bom cavalleiro, que veio á Hespanha com o conde D. Mendo nos annos de 780 na armada que naufragou no Cabo de Pierno.
Este conde D. Mendo (que era da linhagem dos godos e irmão de Desiderio, rei dos Longobardos) para ser rei de Hespanha, trazia consigo muita gente, a qual toda deu á costa no Cabo de Pierno,e de 300 pessoas que trazia, só escapou com o conde 5 cavalleiros, de um dos quaes descendem os Marinhos, havendo succedido, segundo a opinião dos melhores auctores, antes do anno do nascimento de Christo de 843, porque neste tempo morreu D. affonso Casto, rei de Leão, e no tempo deste rei é succedeu o tal naufrágio. Alguns auctores dizem que o dito rei morreu no anno de de 842, e o Nobiliário do Conde D. Pedrotraz a geração dos Marinhos desde onde teve a notícia, e diz que foram naturaes da Galliza em o título 73.
Consta porém, que em Portugal é antiquíssima esta família, pois em a Ponte de Atadôa, como diz Cardoso no «Agliologio Lusitano» - Tomo 4º pag.120 a 126, encontra-se o seguinte lettreiro:
D.M.
VALERIO AVITO
VALERII MARINI
FIL AN. XXX
VALERIA FUSCILIA
MATER FILIO
CARISSIMO ET PIENT.
ET OBSEQUENT.
P.
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
(...continuação)
"Este lettreiro traz o «Agiologio Lusitano» a 17 de julho de pag. 726, Tomo 3º., cuja traducção é a seguinte:
«Sepultura consagrada aos Deuses do Inferno. - Valeria «Fuscilia levantou este sepulchro a seu caríssimo, pientíssimo e «obsequentíssimo filho - Valeri Avicto, filho de Valerio Marinho, que falleceu de 30 annos».
D`este lettreiro se conhece haver já Marinhos n`aquelle tempo.
Manoel Gomes de Lima Bezerra no seu livro «Os estrangeiros no Lima» a pag. 19& fallando dos Marinhos, diz o seguinte:
«O famoso D. Gonçalo Marinho deu bem a conhecer-se no «cerco de Guimarães no tempo de el-rei D. João 1º. e depois «na Legacia do Papa, e na fundação do convento de S. Francisco do Monte em Vianna, em 1308, o qual morreu com opinião de Santo, como se mostra do lettreiro da sua sepultura, que transcreveu o Chronista da Província da Conceição, Tomo 1,º, L.,º 3.º Cap. 10, pag. 567, e diz assim:
«Aqui jazem os ossos do Beato, e Venerável Fr. Gonçalo Marinho; Varão Santo: Edificou este convento e outros d`esta Ordem. Foram para aqui trasladados... em Setembro de 1736».
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
Extraído da Revista “Caminiana” n.º 2, Caminha, Junho de 1980:
Criação do Oratório da observância de S. Francisco, na Ínsua da foz do Rio Minho:
Quando em 1378 surgiu o Grande Cisma do Oriente com a existência de dois Papas, a Espanha passou a obedecer ao anti–papa de Avinhão, continuando Portugal fiel ao de Roma. Por esta razão, a província eclesiástica de Santiago dividiu-se em duas partes.
Devido ao cisma criado, alguns padres galegos pediram a Bonifácio IX licença para se mudarem para Portugal, autorizada pela bula Vestrae Devitionis, e fundaram uma casa ou oratório da observância de S. Francisco. Eram eles Fr. Diego Ariasa, Fr. Gonçalo Marinho, Fr. Pedro Dias e outros.
Bonifácio IX, por breve passado a 6 de Abril de 1392, autorizava a edificação duma casa «… com oratório, torre sineira, refeitório e outras divisões necessárias, em lugar todavia honesto e decente …»
Entre 1392 e 1394 tinham já os frades fundado, em território português, além do oratório da Ínsua, mais 4, o de Mosteiró, em Cerdal, Valença, de S. Francisco do Monte, em Viana, de S. Paio dos Milagres, em Vila Nova de Cerveira, e de S. Clemente das Penhas, em Leça da Palmeira.
António José Mendes
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
Caro confrade António José Mendes
Pela minha parte, venho agradecer-lhe este contributo que comprova a informação anterior.
Cumprimentos,
Aníbal Pacheco
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
Prezado confrade Aníbal Pacheco:
Sendo Gonçalo Marinho meu 16.º tio avô, irmão de Joanna Marinho, minha ascendente directa, a origem dos Marinhos é um assunto que me interessa particularmente.
Publico, assim, outro texto, sobre Gonçalo Marinho:
Sobre a origem do Mosteiro de S. Clemente das Penhas, escreveu Fr. Manoel da Esperança:
"Não estava ainda bem despedido o ano de 1392, quando o Servo de Deus Fr. Gonçalo Marinho, deixando já concertado a seu modo o Oratório de São Paio, veio fundar este, no bispado do Porto, numa ermida pobre do glorioso São Clemente.
Estava esta ermida, que ainda permanece, muito vizinha do mar, quase a um quarto de légua da foz do rio chamado Leça, o qual na mesma paragem com a sua mansa, e vagarosa corrente atravessa, e divide os dois maiores lugares, que encontrou depois do seu nascimento. Um deles é Matozinhos da banda do Porto; o outro é Leça de Matozinhos, ou da Palmeira, da parte de S. Clemente, que fica a Noroeste.
Era este sítio uma marinha agreste: o mais inculto, desabrido, e estéril, que posso encarecer. Nem água tinha para beberem os frades, senão a de uma fonte, a qual lhes ficava longe. Defrente da ermida, e bem à banda do mar se levantam uns penhascos, em razão dos quais se chama S. Clemente das Penhas, que a modo de biombos, ou guarda-ventos emparam este tosco descampado".
Apesar de por vezes o mar subir até à ermida, alagando toda a casa e destruindo o trabalho de anos inteiros, os frades gostavam do local por ser "deserto, sem regalo e disposto só para fazer penitência". O dia-a-dia destes homens limitava-se quase exclusivamente à oração - "tratavam só do espírito". Escreviam livros, por duas obrigações: a primeira para não caírem no ócio e a segunda para terem por onde louvarem a Deus.
Melhores cumprimentos,
António José Mendes
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
Caro Antonio Mendes
Então este Gonçalo Marinho, era filho de Vasco Marinho e Joana Lopes Aldão e tio de Vasco Marinho de Castro "Monção" é isso?.
Cumprimentos
Victor Gomes
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
Prezado confrade Victor Gomes:
De acordo com as minhas pesquisas, é precisamente a conclusão que tirei.
Sobre Gonçalo Marinho existem várias informações, dando nota da sua origem e posição social, antes de se tornar frade franciscano. Creio que ainda não foi publicado, o que publico a seguir:
Extraído de “COROGRAFIA PORTUGUESA”, pelo P.e António Carvalho da Costa, Tomo 1, ed. 1706, pág. 191:
Os Conventos, Igrejas e Ermidas que cercam e enobrecem muito a esta Vila (de Viana) são os seguintes:
(…) O Convento de S. Francisco do Monte, distante meia légua da Vila, para o Norte, é também da Província de Santo António e nela assistem os Religiosos contemplativos. Foi fundado no ano de 1398 pelo Beato Frei Gonçalo Marinho, senhor de muitas terras em Galiza, o qual faleceu com grande opinião de Santo e está sepultado no claustro deste Convento, cuja Igreja, ainda que pequena, é muito asseada. Vivem os Frades solitariamente, porque tem uma mata com muitas Ermidas nos bosques, que corresponde a Arrábida, Carnota, Sintra e Bussaco; deste Convento se pode dizer, com razão, ser Santuário do Reino, por nele acabarem muitos Varões santos, cuja virtude e santidade declarou Deus com muitos prodígios.
Melhores cumprimentos,
António José Mendes
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
Perdoem entrar na conversa, mas como se trata de um Marinho...
E, como além do mais, esse Marinho, BEATO, vem perdoar tanto pecado de "luxuria" cometido pelos tantos outros padres "Marinhos", de que somos alguns descendentes. Cumprimentos Natércia
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
Caro confrade António José Mendes
Fico-lhe grato, por contribuir com informação oportuna sobre esta/sua Família.
Com os meus cumprimentos,
Aníbal Pacheco
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
(...continuação)
"Segundo a opinião do conde D. Pedro e outros auctores gallegos que o seguem, são de parecer que os Marinhos são naturaes de Galliza, porque n´aquelle tempo se achava toda a província do Minho mistica com o reino da Galliza. E accrescenta que o dito D. Froyão, casara do D. Marinha (1) de quem teve:
2 D. Forjaz Marinho.
2.D. João Forjaz Marinho, com quem se continua.
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(1) Segundo a opinião do marquez de Montebello ás notas do Nobiliario do conde D. Pedro, julga-se por mais certo que D. Froyão casou com D. Marinha, descendente da casa e solar dos Marinhos, em Galliza; d´este procedem os Marinhos de Portugal.
Segundo a opinião de outros auctores, por várias inscripções latinas encontradas em Galliza, levam esta familia até Caio Mario.
Frei Bernardo de Braga, escriptor benedictino, de quem trata a Bibliotheca, tomo 1º, pag. 153, conta o caso que refere Ponte na familia dos Marinhos, fl. 856: «Que andando D. Froyão á caça, junto á praia do mar, viu sair, de entre uns penedos, uma mulher que se queria recolher ao mar, e cortando-lhe o passo a apanhou. E que namorado da sua formosura a levou para casa, casou com ella e lhe chamara Marinha, e d`ella tivera a D. João Forjaz Marinho. E que não fallando a dita Marinha usara do estratagema de querer lançar o filho em uma fogueira, ao que a mãe com esta paixão lançara pela bocca uma posta de carne, e principiara a fallar».
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
(...continuação)
2. D. João Forjaz Marinho. Casou com D. Elvira Ordonhes de Boveda, filha de Garcia Ordonhes de Boveda.
Tiveram:
3 D. Payo Annes Marinho, com quem se continua.
3 D. Gonçalo Annes Marinho
3 D. Pedro Annes Marinho
3 D. João Annes Marinho
3 D. Martim Annes Marinho, c. g.
De um d`estes acima, sahiu o solar de Olhôa.
De outro o de Insua. D`elles vem os condes de Molares, adelantados de Andaluzia, os duques de Alcalá, e por estes os Maiores de Hespanha.
3. D. Payo Annes Marinho
4 D. Pedro Paes Marinho, com quem se continua.
4 D. Aldonça Paes Marinho, mulher de Martim Taveira, filha de Pedro Garcia de Bragança.
4. D. Pedro Paes Marinho
5 D. Payo Peres Marinho, com quem se continua.
5. D. Payo Peres Marinho
6 D. Payo Peres Marinho, com quem se continua,
6. D. Theresa Paes Marinho. Casou duas vezes. Pela primeira vez com João Varella, da segunda com seu tio D. João Soares Marinho
7 Pedro Annes Marinho, com quem se continua.
7 D. Sancha Annes Marinho
7 D. Elvira Annes Marinho
7. Pedro Annes Marinho.
8 D. Vasco Marinho, com quem se continua.
8 D. Pedro Soares, deão de Orense
8 D. Theresa Lopes
8. D. VASCO MARINHO. Foi insigne bispo de Orense.
9 D. Pedro Annes Marinho, com quem se continua.
9. D. Pedro Annes Marinho.
10 D. Vasco Marinho, com quem se continua.
10. D. Vasco Marinho.
11 Gonçalo Annes Marinho
11 D. Payo Marinho
11 D. Joana Marinho, com quem se continua.
11. D. Joana Marinho.
12 D. Vasco, com quem se continua.
12 D. VASCO. Tomou ao princípio o apelido de Bacellar. Foi pois, este D. Vasco Marinho, considerado o verdadeiro tronco dos Marinhos, em Portugal, cuja descendencia se acha descripta n´esta Memoria.
As armas dos Marinhos são: Em campo de prata tres ondas azues, e por fóra do escudo duas sereias de pé, tendo mão n´elle. Timbre: uma sereia de sua côr com cabellos de oiro.
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
(...continuação)
"Demonstração do parentesco dos Marinhos com as Casas Reaes de Castella, Leão e Portugal"
1ª. DEMONSTRAÇÃO
1 D. Fernando 2º, Rei de Leão
2. D. Affonso IX
3. D. Maria Affonso
4. D. Pedro Soares Sarraça
5. D. Vasco Pires Sarraça
6. D. Sancha Vasques Sarraça c.c. D. Pedro Annes Marinho, filho de D. João Forjaz Marinho
7. D. João Pires Marinho
8. D. Pedro Annes Marinho
9. D. Vasco Marinho, foi insigne bispo de Orense desde 1333 até 1343
10. D. Pedro Annes Marinho
11. D. Vasco Marinho, c.c. D. Joana Lopes de Aldão
12. D. Joana Marinho
13. D. Vasco Marinho, é considerado por todos os melhores linhagistas, tronco dos Marinhos portuguezes.
14. D. Joana Marinho Bacellar.
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
(...continuação)
2ª DEMONSTRAÇÃO
1. O Conde D. Henrique, tronco dos Reis de Portugal
2. D. Hurraca Henriques
3. D. Tereja ou Theresa Vermuizé
4. D. João Fernandes de Lima - o Bom -
5- D. Fernan de Annes de Lima
6. D. Fernan Fernandez de Lima Pancenteno
7. Ruy Fernandez de Lima
8. D. Beatriz Rodriguez de Lima
9. D. Vasco Marinho, foi insigne Bispo de Orense desde 1333 até 1343
10. D. Pedro Annes Marinho
11. D. Vasco Marinho, c.c. D. Joana Lopes de Aldão
12. D. Joana Marinho
13. D. Vasco Marinho. Teve amores em Roma com D. Bernardina, Senhora de nobilíssimo sangue da ilustre família Anício.
14. D. Joana Marinho Bacellar
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
" D. Bernardina, Senhora de nobilíssimo sangue da ilustre família Anício "
CAPÍTULO XVIII
Família dos Anícios
" Na « Benedictina Lusitana», Tomo 1.º, pag. 17, lê-se o seguinte:
Entre as gerações e famílias illustres de Roma foi illustríssima e antiquíssima a dos «Anícios» (que significa o mesmo que família dos inclitos e esclarecidos) - família TOTE ORBE, famosa por todo o mundo - lhe chamou Cassiodoro - antiquíssima, porque d´ella se acha notícia pelo menos trezentos annos antes da vinda de Christo.
Illustríssima, porque d´ella sahiram Imperadores insignes, como foram Constantino Magno, Justiniano, Justino Segundo e outros. E se contarmos os Consules, que d´ella escolheu Roma para seu governo, acharemos: que foram quarenta ou sessenta em numero. E nenhuma, ou raro houve, que não merecesse Consulado, (como diz S. jeronymo).
De todod elles , o mais venturoso, foi um chamado Anicio Juliano, por ser o primeiro, que dos Consules romanos se converteu á Fé e abraçou a religião christã pelos annos do Senhor 322.
De maneira que os Anicios se podem gloriar que d´elles sahiu o primeiro Imperador Catholico insigne, que foi Constantino Magno, e o primeiro Consul christão, que foi Anicio Juliano.
A illustríssima Casa de Áustria descende dos Anicios, pois procede de Anicio Alibrio, irmão que foi do bisavô do Patriarcha
S.Bento, chamado Anicio Probo «O Junior».
Nem faltaram a esta illustrissima familia garfos de santidade, como foram S. Ambrosio, S. Gregorio Magno, S. Mauro, S. Plácido, S. Thomaz Doutor, Santa Cecília, etc. O avô de S. Bento foi Anicio Justiniano, casado com uma irmã do Imperador Anastácio, da qual teve três filhos: Anicio Flavio Germano, Anicio Probo Tertulo e Anicio Euproprio, todos homens e poderosos.
Anicio Germano casou com uma irmã do Imperador Justino «O Senior», e d´ella teve aguns filhos entre os quaes foi um Justiniano Consul, que depois veio a ser Imperador famoso, que recopilou o direito civil, e a quem seu tio Justino pôz a Corôa do Imperio na cabeça, quatro mezes antes de morrer.
Fabio Anicio Probo Tertulio, teve um filho do proprio nome, que casando com uma senhora chamada Faustina, da generosa família dos Octávios, foi pae do inclito e proto-martyr, S. Placido.
Anicio Euproprio casando com uma senhora da illustre geração dos Rigardatos, chamada Claudia Abundancia, Condessa de Nursia, filha de um Conde Justiniano, foram paes de S. Bento, fundador da Ordem Benedictina.
Os Paços dos Anicios ficavam além do Tibre, no logar chamado de Piscina, em que os gentios edificaram o templo de Diana e de Fortuna.
Ha d´esta nobre familia dois Papas, como se vê em Augustino Oldoino: « Vitae et Gatae Pontificum Romanorum», etc. Tomo 1º , pag. 323. Foi o primeiro S. Felix II, Dictus III, Cret. XLIX.
No mesmo livro Tomo 1º. pag. 401, se falla no segundo Papa, d´esta família, S. Gregorio I Magnus Pont. LXV, Doutor da Egreja.
Houve Também uma Cardeal- Geovanni Annitio, como se vê no « Dizionario de erudizione Stonco-Ecclesiastica», de Gaetano Moroni Romano, volume 2º, pag. 89.
A familia dos Anicios extinguiu-se por falta de sucessão na linha direita. Houveram porém casamentos de senhores da familia Anicios, com membros de outras familias. Assim, passou uma senhora Anicio para a familia Frangipani, cujo nome proveio de uma acto de generosidade d´esta familia.
Quando houve em Roma uma grande fome, a familia Frangipani pôz á disposição do povo de Roma tosos os fornos do seu palácio, e d´aqui o titulo Frangipani. Depois também se extinguiu a familia Frangipani, com um menbro da familia Pierre Leon, e ficou a familia Pierre Leon a representar as duas já extinctas - Anicios e Frangipani. Quando o Imperador Carlos V, de Áustria, se foi coroar Imperador a Roma,vivia ainda n´aquella cidade a ultima representante dos Anicios, do ramo directo. O Imperador, como descendente d´esta familia quiz vel-a e visitou-a, pedindo-lhe para mudar de palacio, e viver com outra ostentação e grandeza. Negou-se a Dama Anicio a tal petição, e declarou querer morrer, onde tinha nascido e vivido até alli. O Imperador almoçou e jantou varias vezes n´esse palacio coma a sua parenta, durante a sua estadia em Roma. Os Pierre Leon vivem em Milaõ e Florença.
Era d´esta familia Anicio a illustre dama romana D. Bernardina Anicio, que em Roma teve amores com D. Vasco Marinho, de cujo galanteio nasceram: D. Margarida Marinho, D. Pedro Marinho e D. Joana Marinho de Eça, filhos reconhecidos no livro 3.º das legitimações de el-rei D. Manoel, fl. 93, anno de 1511. Vid. pag. 25 d´esta Memoria.
As armas do Anicios são: Um escudo, em campo azul, com uma torre de prata e duas arvores de oiro em um monte verde, uma arvore de prata direita, e outra arvore da parte esquerda da torre. Da porta ou pé da mesma torre vae saindo e correndo um rio caudaloso. Timbre: um sol resplandecente.
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
"Várias opiniões ácerca da antiguidade dos Marinhos"
Alguns auctoresremontam a antiguidade d´esta familia até o tempo de Alexandre Magno, porque fazendo o dito rei côrtes em Babylonia, no anno da creação do mundo de 3639, acudiram a ellas embaixadores de todo o mundo, e Paulo Osorio no Cap. 20 diz: que de Hespanha fôra por embaixador «Maurino».
Bernardo Alderete em as suas «Antiguidades de Hespanha» faz menção d´esta embaixada a pag. 244.
Frei Bernardo de Brito em a sua «Monarchia Lusitana» L.º 24, Cap. 12, pag. 140 é do mesmo parecer, e averiguando de que parte de Hespanha era este embaixador, diz: que Florião de Ocampo no L.º 3.º, Cap. 31 tem para si que era Andaluz.
Mas seguindo a opinião de Vasco, no Tomo 2.º, Cap. II, diz: que o tal embaixador Maurino era dos Celtas,e que estes
eram os povos que viviam, aonde agora chama-se Alemtejo.
Manoel deFaria e Souza na sua «Europa Portugueza», Tomo 1.º, Cap. II, pag. 102, Tit. 3.º dá notícia d´esta embaixada luzitana, que «Maurino» fôra embaixador d`ella, e que não fõra a embaixada de menor luzimento.
Outros, finalmente, dizem que procedem do romano Cayo Mario, e que da familia Marinho procede o nosso portuguez S. Marinho, que em Cesarêa padeceu martyrio a 10 de julho, imperando Juliano, e o BeatoFrei Gonçalo Marinho, que, junto á villa de Vianna de Lima, fundou o convento de S. Francisco do Monte em 1398, onde falleceu e se acha enterrado no claustro com opinião de virtude.
Tambem fundou o convento de S. Payo dos Milagres, que é dos Religiosos de S. Francisco, como diz o auctor da «Corographia Portugueza» no Tomo 1.º , fl. 191 e 218.
O licenciado João Ocampo (sobrinho do mestre Florião de Ocampo, escriptor bem conhecido), escreveu um livro que imprimiu no anno de 1587 e o dedicou ao cardeal arcebispo de Toledo, D. Gaspar de Queiroga, e no Capítulo 14 dá noticia de outra origem de Marinhos em Galliza.E fallando em Garcia Mendes fez, foi furtar a D.Sancha de Lobera com quem se casou, a qual era descendente dos condes de Trava, e uma senhora, com tão grande opinião, que os gallegos lhe chamavam a - Rainha Loba - a qual defendeu a pregação ao apostolo S. Thiago, em Galliza".
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
Caro Confrade,
Tinha entrado de brincadeira no seu topico, desculpe. E aceite os meus agradecimentos, pois foi graças a si que conheci um pouco melhor a nossa-minha 14a avo, D. Bernardina ANICIA. Pensei e nao devo ter sido a unica a tê-lo pensado, que essa Senhora era o equivalente de uma governante do D. Vasco, e que de amores ancilares tinham nascido aqueles 3 ou 4 filhos. E, nesse caso, os traços na historia desaparecem mais fàcilmente, o que aconteceu com ela. Mas, com a avo Bernardina, as coisas foram totalmente outras, se nos fiamos à numerosa documentaçao sobre os ANICIA. Como diria o Rei-Bobo UBU : "C'est hénaurme !". Até descobri uma contribuiçao do ex-Papa Benoit XVI (Ratzinger)... Falando do Papa GREGORIO Grande, que era da gens ANICIA. Os Generais romanos, os Consuls, os Imperadores (2), os Papas que sairam dessa familia sao inumeràveis. O que mais me agradou foi o que eu conhecia sob o nome de BOECE, de facto ANICIUS Manlius Severinus BOETHIUS, filosofo, matemàtico, tradutor de ARISTOTELES, e autor duma "Biblia" em musicologia, que fez autoridade durante mais de mil anos. Os MARINHOS FALCAO têm mais uma vez motivo de se orgulhar. Durante a consulta de tantos links referentes à "Gens ANICIA", aprendi muita coisa que ignorava sobre a Roma antiga. Por exemplo a urbanisaçao da cidade antes e depois de Cristo. Hà uma tèse sobre as "insulae" interessantissima, aconselho. Mais uma vez, obrigada Natércia
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RE: Demonstração da origem dos Marinhos
Estimada Senhora
Gostei da sua "Apreciação e Extrapolação", sobre o tópico em questão.
Aventurei-me a transcrever muito sumáriamente, esta distinta Família, porque assim achei haver e ainda continuar, muita obscuridade sobre a mesma.
Seguramente muito distinta e antiga, apesar de todos os seus "atropelos", pelas gerações subsequentes, e não só.
«Ningém se faz a si próprio».
Logo que me seja oportuno, continuarei o desenvolvimento da -Nossa Família- .
Cumprimentos,
Aníbal Pacheco
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Demonstração da origem dos Marinhos
Parabéns a todos pela pesquisa. Interessantíssimas informações acerca dos Marinho.
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