Henrique da Cunha, Alcochete
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Henrique da Cunha, Alcochete
Boa noite,
Ao arrumar umas notas verifiquei que na linhagem Pereira, de Alcochete, Pedro Fernandes Rebelo, pai de Manuel da Costa, o Gaio, foi sepultado na capela de Henrique da Cunha em 2.05.1631.
Alguém terá informações sobre estas pessoas?
Cumprimentos,
Pedro Bandola
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Pedro Bandola
A ajuda não é grande, mas é o que sei.
O Padre Henrique de Almada, foi Capelão de D. Francisca de Lima, mãe de Nuno da Cunha. Tudo indica que os filhos de D. Francisca de Lima, tenham o apelido " Cunha ". O Padre, pode ser o Capelão Henrique [ de Almada ] Cunha, filho daquela, e ter herdado a dita Capela, se assim for faz sentido.
Cumprimentos
Manuel Rufino
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Manuel Rufino,
Agradeço a sua resposta e tenho a corrigir a informação que indiquei. algumas palavras não consigo ler, mas parece ser:
Pedro Fernandes Rebelo enterrou-se junto a capela de Henrique da Cunha em cova que comprou para si e para seus herdeiros.
Cumprimentos,
Pedro Bandola
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Henrique da Cunha, Alcochete
O óbito de Pedro Fernandes está em
http://digitarq.adstb.dgarq.gov.pt/viewer?id=1204526
PT-ADSTB-PRQ-PACH01-003-00049_m0187
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Pedro Bandola
Está tudo certo, só uma correção, a data do óbito é 2 de Maio de 1637 e não 1631.
Enterrou-se junto á Capela de Anrique da Cunha, em cova que se comprou para si e seus herdeiros. Quer isto dizer, nela se enterrou o Pedro Rebelo, filhos e netos. Depois, o alvará era renovado, se não fosse voltava novamente para posse da Igreja sendo vendido a outros.
Cumprimentos
Manuel Rufino
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Henrique da Cunha, Alcochete
Boa noite, caros Pedro Pereira Bandola e Manuel Rufino,
Salvo erro recordo que o Pedro Pereira Bandola disse que Manuel da Costa, o Gaio (quase homónimo do famoso "São "Manuel da Costa Felgueiras Gaio...) teria sido Meirinho das 3 Ordens Militares.
Estas, como sabem, no tempo de O Gaio, são as Ordens Militares de Cristo, de Avis e de Sant'Iago da Espada. Por outro lado, um Meirinho, era um magistrado da justiça.
Quem nomearia os meirinhos das Ordens Militares ? O Meirinho-Mor do Reino ? (sob proposta, ou não).
Para o cargo de Meirinho-mor, pelos menos desde o séc.XIII, no reinado de Afonso III , O Bolonhês, como informa o prof. José Domingues neste seu trabalho
http://www.academia.edu/3099263/_Os_primordios_do_Ius_corrigendi_em_Portugal_Os_meirinhos-mores_de_D._Afonso_III_
começaram a ser escolhidos homens de elevado estatuto social, como D.Nuno Matins de Chacim. O meirinho-mor por seu turno podia escolher meirinhos que seriam os homens "sub mano" sua.
como a história da judicatura portuguesa não é propriamente my cup of tea, outra das minhas perguntas é esta um meirinho do séc. XVI, sobretudo um meirinho das 3 Ordens Militares, todas elas compostas por cavaleiros da nobreza, não teria que ser da nobreza?
Por outro lado, em França os magistraturados acabaram por constituir o que ali chamam "noblesse de robe".
just my two cents, para este tema de O Gaio.
seguindo sempre com interesse o tópico da descendência e ascendência do Manuel Costa, O Gaio, de quem também descendo,
cumprimentos,
Miguel de Castro Henriques
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro confrade Miguel Henriques
É sempre com prazer que leio as suas intervenções.
Não posso adiantar nada sobre o tema Manuel da Costa, O Gaio, pois não tenho informações, ainda que me recorde de há muito pouco tempo ter encontrado o óbito de uma Mariana Leitoa, filha do Manuel da Costa, pois o óbito que procurava estava na mesma página.
Agora e sobre quem nomeava os Meririnhos. Os Meirinhos, tal como os Alcaides Pequenos e Carcereiros, eram homens que faziam parte da estrutura Judiciária, durante três anos, período que durava também aquela legislatura, estes cargos acompanhavam aqueles.
Tenho uma linha de avós que foram Alcaides Pequenos e Carcereiros em AGR, durante algumas gerações. Na nomeação de António Ruiz Alcaide, diz: ............... e porque foi examinado e havido provado o suficiente para os servir pelo Doutor Manuel Carneiro de Sáa, Fidalgo de minha Casa do meu Conselho e meu Desembargador do Paço Juiz da Inconfidência, Deputado da Bula da Cruza e Chanceler das Três Ordens Militares.
Este cargo Chanceler das Três Ordens Militares, quererá dizer que era ele quem nomeava os Meirinhos também ?.
Caro Miguel é só uma " especulação minha ".
Cumprimentos
Manuel Rufino
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Henrique da Cunha, Alcochete
Boa tarde,
Relativo à nomeação para o cargo de meirinho posso acrescentar que consultei a carta de nomeação de Manuel da Costa Gaio.
Está na Torre do Tombo, Registo Geral de Mercês, Ordens Militares, liv. 12 f. 378-379)
É a carta de nomeação de Manuel da Costa Gaio para escrivão do Meirinho Geral das 3 Ordens Militares, Tribunal da Consciência e Ordens, por morte de Manuel Vieira da Mota, de que não ficaram filhos e por confiar em Manuel da Costa. Carta de 29.10.1666 e 22.02.1666 a António Rodrigues Maia.
Não anotei quem assinou a carta, mas deduz-se pelo pouco texto que tem que tinha sido recomendado pelo seu antecessor.
Cumprimentos,
Pedro Bandola
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Henrique da Cunha, Alcochete
Obrigado, então era escrivão do meirinho... Confusão minha, pois julgava que ele era mesmo o meirinho. Seria talvez quaquer coisa como o que hoje se considera "oficial de diligências ?"
Cumprimentos,
MCH
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caros confrades,
Apresento mais um esclarecimento, estava virado para outra investigação e passaram-me alguns pormenores.
Manuel da Costa Gaio começou por ser nomeado escrivão de meirinho, conforme a carta mencionada, e existe carta de nomeração para Meirinho Geral.
Não cheguei a consultar esta última, mas aparece no digitarq com a mesma data da nomeação para escrivão.
Registo Geral de Mercês, Ordens Militares , liv.13, f. 190
Meirinho Geral.1666-10-29
Aproveito para perguntar ao Miguel de Castro Henriques de que ramo é descendente e ao Manuel Rufino se a Mariana Leitão que menciona é filha ou mulher do Manuel da Costa.
Eu tenho o óbito da Mariana Leitão, mulher, a 21.07.1650. Não sabia da existência de nenhuma filha Mariana.
Cumprimentos,
Pedro Bandola
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Pedro Bandola
Tem razão. A Mariana Leitoa que me veio á memória, é efectivamente mulher do Manuel da Costa.
As minhas desculpas pelo erro.
Cumprimentos
Manuel Rufino
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Henrique da Cunha, Alcochete
Ah, então o caso muda outra vez de figura (para mim) . Manuel da Costa,o Gaio, afinal foi, primeir,o escrivão das 3 Ordens, mais tarde obtem nomeação para meirinho geral das 3 Ordens ( ou seja, progrediu na carreira)
Sobre os meirinhos gerais das Ordens
http://books.google.pt/books?id=73s-AQAAMAAJ&pg=PA120&lpg=PA120&dq=Meirinho+Geral+das+ordens+militares&source=bl&ots=_hB1U8qeJC&sig=kV8gx7vqX_uPSk7uslo9RbIgA3M&hl=pt-PT&sa=X&ei=RBzDU_C9IIzI0wXsvYCoCw&ved=0CDIQ6AEwAw#v=onepage&q=Meirinho%20Geral%20das%20ordens%20militares&f=true
a parte que nos interessa mais deste texto sobre a orgânica das 3 Ordens :
Todos os Arcebifpados Bifpados e Adminillrações delle Reino e fóra delle tem Meirinho Geral dos Clerigos e lendo a jurifdicção das Ordens Militares tão grande e ellendida por diverfas partes epelloas e tendo trez auditorios em Lisboa de juiz das Ordens Confervador eJuiz dos Cavalleiros que todos fazem audiencias e mandão fazer infinitas prizões e a Meza de Ordens muitas diligencias de importancia ella fem Meirinho lendo coufa precifamente necellaria para melhor governo e expediente dos negocios della e authoridade dos ditos auditorios pelo que definimos e ordenamos que fe peça _afS Magellade conceda humllfleirinho Geral das Ordens que relida em Lisboa ou onde elliver Meza dellas para fazer todas as prizões e mais diligencias que lhe forem mandadas pela dita Meza eJuizes e Confervador dellas e levar os prezos aos carceres como lhe for mandado ...
Em suma havia très magistraturas (superiores) nas Ordens Militares:
1 Juiz das Ordens
2 Conservador e Juiz dos Cavaleiros
3 Meirinho Geral
Este último era nomeado pelo Rei.
Cumprimentos
MCH
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Miguel,
Pela leitura das cartas parece ser assim, embora a progressão na carreira tenha sido muito rápida - de fevereiro para outubro.
Mas, também eram outros tempos.
Gozavam alguns Rebelos de honra da Cavaleiros.
Ana Rebelo era casada em 1593 com Baltasar Pais; Páscoa Rebelo casou com Pedro Gomes em novembro de 1631 e eram irmãs de Rui Viegas. Alguns dos Netto também usavam este apelido Rebelo
Cumprimentos,
Pedro Bandola
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Pedro,
Tudo parece indicar que o meio social de O Gaio seria o da pequena nobreza, pois alguém com a capacidade de prender Cavaleiros das Ordens, que eram da nobreza, só poderia ser um membro da nobreza. (Hoje em dia, creio que isso continua a suceder no exército, um oficial não pode ser preso por um oficial de patente inferior, a não ser em situações revolucionárias em que os códigos de honra e a etiqueta militar são suvertidas e vale tudo).
O pai de O Gaio, era um Rebelo, como o Pedro apurou, e existem alguns Rebelos com o grau de Cavaleiro na região de Alcochete ?
Cumprimentos,
MCH
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Pedro,
Eis os meus acendentes ao O Gaio
(apontamentos tirados do sitio do meu primo Pedro Diener)
Joseph PEREIRA [Parents] was born in Alcochete, Portugal. He married Margarida DA SILVA on 12-2-1702 in Alcochete, Portugal. Joseph was naturalized in São João Batista.
Margarida DA SILVA [Parents] was born in Alcochete, Portugal. She married Joseph PEREIRA on 12-2-1702 in Alcochete, Portugal. Margarida was naturalized in São João Batista.
They had the following children:
M i Gaspar PEREIRA.
Gaspar PEREIRA [Parents] was born in Alcochete, Portugal. He married Isabel Baptista DA SILVA on 12-1-1739 in Alcochete, Portugal. Gaspar was naturalized in São João Batista.
Isabel Baptista DA SILVA [Parents] was born in Alcochete, Portugal. She married Gaspar PEREIRA on 12-1-1739 in Alcochete, Portugal. Isabel was naturalized in São João Batista.
They had the following children:
F i Maria Ritta PEREIRA.
João Gonçalves LEITÃO [Parents] was born in Alcochete, Portugal. He married Maria Ritta PEREIRA on 10-5-1774 in Alcochete, Portugal. João was naturalized in São João Batista.
Maria Ritta PEREIRA [Parents] was born in Alcochete, Portugal. She married João Gonçalves LEITÃO on 10-5-1774 in Alcochete, Portugal. Maria was naturalized in São João Batista.
They had the following children:
M i António Joaquim LEITÃO.
M ii José LEITÃO.
António Joaquim LEITÃO [Parents] was born in Alcochete, Portugal. He married D. Maria Luiza DE OLIVEIRA on 10-7-1810 in Alcochete, Portugal. António was naturalized in São João Batista.
D. Maria Luiza DE OLIVEIRA [Parents] was born in Alcochete, Portugal. She married António Joaquim LEITÃO on 10-7-1810 in Alcochete, Portugal. Maria was naturalized in São João Batista.
They had the following children:
M i Manoel LEITÃO was born on 23-11-1831 in Alcochete, Portugal. Manoel was naturalized in São João Batista.
F ii D. Emília Augusta Carlota LEITÃO was born on 25-9-1834.
António da ROZA DE OLIVEIRA [Parents] was born on 13-3-1821 in Lisboa, Portugal. He married D. Emília Augusta Carlota LEITÃO on 2-2-1856 in Lisboa, Portugal. António was naturalized in Nossa Senhora da Pena.
D. Emília Augusta Carlota LEITÃO [Parents] was born on 25-9-1834 in Alcochete, Portugal. She married António da ROZA DE OLIVEIRA on 2-2-1856 in Lisboa, Portugal. Emília was naturalized in São João Batista.
They had the following children:
M i António Luiz ROZA DE OLIVEIRA was born on 2-7-1857.
António Luiz ROZA DE OLIVEIRA [Parents] was born on 2-7-1857 in Alcochete, Portugal. He married D. Maria Adelaide GOMES CARRAÇA in Lisboa, Portugal. António was naturalized in São João Batista.
[Notes]
D. Maria Adelaide GOMES CARRAÇA [Parents] was born on 5-3-1856 in Lisboa, Portugal. She married António Luiz ROZA DE OLIVEIRA in Lisboa, Portugal. Maria was naturalized in Conceição Nova.
[Notes]
They had the following children:
M i Fernando César ROZA DE OLIVEIRA was born on 19-6-1882.
M ii Jorge César ROZA DE OLIVEIRA.
F iii Leonor ROZA DE OLIVEIRA was born in Lisboa, Portugal.
F iv Hilda ROZA DE OLIVEIRA.
Nota 1: Jorge César Roza de Oliveira, diplomata, que acabou a carreira nomeado Embaixador de Portugal na Inglaterra ( cargo que não chegou a ocupar por motivos de saúde) era meu avô materno.
Nota 2 : O pai deste último, de Alcochete, era conhecido como "O Marialva",. A actual Câmara Municipal de Alcochete (conhecida como Solar dos Pereiras) era a casa de Familia. O avô António Luiz Roza de Oliveira foi administrador do Conde de Azarujinha. O Conde da Azarujinha (pai) era amigo do Pai do avô António Luiz. As "Farpas" de Ramalho Ortigão falaram nos Estevão de Oliveira que eram amigos de D. Luiz (rei) e de D. Carlos (rei). No assento de nascimento do filho menciona que era proprietário, e que morava na rua da Escola do Exército, no numero 9, em Lisboa. Foram padrinhos do seu batismo; José Luis Estevão de Oliveira e a Exma Baroneza de Samora Correira (conforme documento).
Cumprimentos
MCH
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Miguel,
Manuel da Costa é filho de Pedro Fernandes e Ana da Costa, PT-ADSTB-PRQ-PACH01-002-00033_m0010, irmão de Francisco da Costa (n. 28.03.1595 - m. 9.04.1697) o gaio, e, provavelmente, de João da Costa, o gaio (15.04.1682).
A madrinha de batismo de Manuel da Costa foi Joana Rebelo.
Manuel da Costa foi padrinho de João, 15.09.1612, filho de Filipe Rebelo e Guiomar (?) Rodrigues.
No livro Fidalgos e mareantes: apontamentos históricos sobre os alcochetanos no oriente, de José Estevão, menciona-se que alguns Rebelos gozavam da honra de cavaleiros.
Brites Netto cc Bartolomeu Martins, tiveram Teresa Rebelo.
Não tenho mais informações sobre os Rebelo.
A linha de raciocínio que apresenta deve ter algum apoio que possamos consultar (descobrir).
Não haverá uma espécie de habilitações para quem iria ocupar o lugar de meirinho mor?
Cumprimentos,
Pedro Bandola
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Pedro,
Obrigado pela sua resposta, que, embora não decisivamente, permite avançar um pouco mais no enquadramento social desses Rebelos de Alcochete.
Por outro lado, voltando à tentativa de definição do estatuto social de um meirinho geral .Um meirinho geral, sem sombra de dúvida era um alto magistrado. Esta posição estava reservada a gente da principalidade, visto que tinha funções, digamos , governativas e executivas. além de administrativas..
No caso das Ordens Militares, todas elas compostas por membros da nobreza, e dado o particular estatuto que tinha a nobreza nesse tempo - um meirinho geral das Três Ordens - teria por força que ter o mesmo estatuto social. Ele tinha o poder de prender Cavaleiros, por exemplo. Isso não seria outorgado a um membro do Terceiro Estado, por que se fosse esse o caso, isso seria o mesmo que pôr em questão todo o sistema hierárquico desses tempos.
Isso não obsta a que também fosse Licenciado em Leis.
O que eu julgo que seja muito verosímil é que o nosso meirinho geral fizsse parte da pequena nobreza e eventualmente tivesse cursado Leis.
Em todo o caso hei-de ver se o nosso confrade Manuel Abranches de Soveral, que já por vezes me tem ajudado a destrinçar coisas da medievalidade, ( nomeadamente de cargos militares) e do período imediato, tem aguma coisa a acrecentar neste tópico do "meirinho-geral"..
Cumprimentos,
Miguel
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Henrique da Cunha, Alcochete
Com a devida vénia, em relação ao tema de meirinho, reproduzo aqui uma mensagem do Dr. Eduardo Albuquerque, já de 2003, postada neste forum em resposta à mensagem #35624
O meirinho era um oficial de justiça, cuja missão era executar os mandatos judiciais, citar, penhorar e prender, tendo, assim, uma função análoga ao actual oficial de diligências.
Mas importará ter em mente que, ao lado « Do Meirinho das Cadêas, e cousas, que a seu Officio pertencem. » segundo se diz nas Ordenações Afonsinas, Livro primeiro, Titulo XII, § 1.º e 2.º, havia outros a que se refere o Titulo XI, do citado diploma, cuja epígrafe é « Do Meirinho, que anda na Corte em loguo do Meirinho Moor » cujas atribuições se encontram fixadas nos § 1.º a 22.º respectivamente.
O termo meirinho poderia, antigamente, ainda designar o « maior magistrado das comarcas ».
Desde o concílio de Leão, 1020, logo, muito antes da nacionalidade portuguesa, que se sabe da existência de um meirinho-mor, ou do rei, que tinha jurisdição em certo parcela territorial.
São múltiplas as suas designações nos diversos diplomas que chegaram até nós.
Assim, aparece-nos:
um « majorini regales », no Concílio de Coyanza, 1050;
um « Suario Gutierriz qui est maiurino de rex », num diploma de 1078;
a Diogo Gonçalves é dada a designação « maiorinos de illa terra » numa doação de 1097, em que aparece a confirmar, logo a seguir a D. Henrique e a D. Teresa.
Pensa-se que a todas as comarcas ou províncias corresponderia um destes magistrados, posteriormente extintos por D. Afonso V que os terá substituído pelos corregedores.
O meirinho da corte tinha jurisdição sobre todo o reino.
E dele nos fala uma doação realizada ao mosteiro de Cete, em 1133, por D. Afonso Henriques em que se regista um « Menendus Merinus Palacii ».
Neste contexto, havia dois tipos de meirinhos-mores:
Os que tinham jurisdição sobre todo o País;
E os que tinham apenas jurisdição em certas circunscrições.
A autoridade do meirinho-mor, era, no século XV, diz-se, porventura superior à dos Governadores das Casas do Cível e regedores das Relações.
Eram eles que designavam os juizes ordinários, conheciam da matéria de direito...e marcavam presença na execução dos notáveis.
Tinha reservado o 8.º lugar, nas Cortes do reino, que ocupava de pé empunhando a respectiva vara.
Nos séculos XVIII e XIX, despido de todas as atribuições, o meirinho-mor, era tão só um cargo honorifico ocupado sucessivamente pelos condes de Óbidos e do Sabugal.
D. Pedro Assis de Mascarenhas, terá sido o derradeiro conde meirinho-mor.
A este propósito diz-nos as Ordenações Manuelinas. Livro I, Título XIV, pr.:
« Do Meirinho Moor.
O Meirinho Moor deve seer homem de gran- / de sangue, e mui principal, que as cousas de muita / importancia, quando lhe por Nós forem mandadas, / ou por Nossas Justiças requeridas, possa bem fazer./
1. Item a seu Officio pertence prender pessoas / d’Estado, quando lhe por Nós for mandado, e assi / grandes Fidalguos, e taes, que as outras Justiças os / nom possam bem prender.
E isso mesmo alevantar / forças, que por homens de semelhante maneira, / convem a saber, Senhores de Terra, e grandes Fi- / dalguos, sejam feitas quando por Nós lhe for Man- / dado. /
2. Item ao que for Meirinho Moor pertence de / poer de sua Mão huû Meirinho, que ande continua- / damente na Corte, pera alevantar as forças, e sem / razões que em ella forem feitas, e prender os mal- / feitores, e fazer outras cousas, que sam contheudas / em o Regimento de seu Officio.
E este tal será Es- / cudeiro de boa linhagem, e conhecido por bom, e / posto por auctoridade Nossa, e que delle Ajamos co- / nhecimento pera o aprovar por pertencente pera ser- / vir no dito Officio; o qual averá em quanto servir / todos os proes, e dereitos contheudos em seu / regimento. »
No mesmo sentido se referem as Ordenações Filipinas, Livro primeiro, Titulo XVII, § 1.º e 2.º.
Neste âmbito conferir, nas Ordenações Filipinas, os seguintes normativos:
- Do Meirinho da Corte como deve prender, e seu regimento, Livro I, Título XXI, §, 1.º a 25.º;
- Do Meirinho da pode trazer padrões de pesos e medidas, e não o fazendo o que deve he condemnado, Livro I, Título XVIII, § 35.º;
- Do Meirinho da Correição da Comarca, que não arrecada as penas da Chancellaria, que pena tem, Livro I, Título LXI, § 8.º e 12.º;
- O Meirinho tem armas e cavallo, Livro I, Título LVII;
- Do Meirinho dos Clerigos se pode trazer armas, Livro II, Título I, § 26.º;
- Do Meirinho das execuções vai com o preso até o lugar, onde se fizer a execução, até de todo ser feita, Livro V, Título CXXXVII, § 3.º;
- Dos Meirinhos, se os podem fazer os Senhores; Livro II, Título XLV, § 14.º.
( Fontes: Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, tomo16, páginas 753 e 754.)
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Miguel,
Muito interessante o texto que apresenta sobre o cargo de meirinho, que veio reacender o meu interesse no tema.
As minhas investigações ultimamente têm sido dirigidas para Portalegre e Espanha, onde já encontrei uma linha de ligação do apelido Bandola a Espanha.
Lembro-me que não consultei a carta de nomeação do Manuel da Costa Gaio como meirinho mor, porque a carta de nomeação de escrivão era muito simples. Poucas linhas que indicavam a nomeação, pelo que não vi interesse em consultar a outra.
Passarei pela Torre do Tombo para ver o que diz.
Cumprimentos,
Pedro Bandola
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Henrique da Cunha, Alcochete
Boa noite,
A investigação por vezes leva-nos a corrigir ou esclarecer os dados que já tínhamos.
É o caso relacionado com o cargo de Manuel da Costa Gaio, devemos corrigir.
Consultei a carta de nomeação dele como Meirinho Geral e verifiquei que não é assim.
Trata-se do documento com a indicação na Torre do Tombo com as seguinte informações:
MANUEL DA COSTA GAIO
Meirinho Geral.1666-10-29
CÓDIGO DE REFERÊNCIA
PT/TT/RGM/S/361677
COTA ATUAL
Registo Geral de Mercês, Ordens Militares , liv.13, f. 190
Consultado o documento verifica-se (não transcrevi o texto integral porque há palavras que não percebo e não quero deturpar) :
"Faço saber aos q esta carta virem por estar vago o ofício de escrivão do meirinho geral das ditas ordens por falecimento de Manuel Vieira da Mota a quem não ficaram filhos e por confiar de Manuel da Costa Gaio que no de que o encarregou servira com boa satisfação e como já o tem feito em outras coisas de que o encarregou tendo a tudo respeito e a boa satisfação de que seus procedimentos se mediu Hei por bem e me praz lhe fazer mercê da propriedade do dito ofício e que .... e haja o dito Manuel da Costa por escrivão de meirinho das ordens...
1666
nota ao lado da página: Por carta de 22 de fevereiro de 1716 fez el Rei Dom João 5 (meirinho?) a António Rodrigues Maia da propriedade deste ofício por ficar vago por falecimento do. (?) Manuel da Costa Gaio como se verá no livro 8 do (?) rei fol 69 "
Portanto, ele tomou posse do cargo de meirinho que exerceu até ao final da sua vida.
O Manuel da Costa Gaio que estudamos morreu em 6.11.1680 (PT-ADSTB-PRQ-PACH01-003-00050_m0251).
Seria este escrivão o mesmo que estudamos? Tendo morrido, o cargo ficou vago durante 36 anos?
Continuamos a manter as ligações familiares já assinaladas com a indicação do relacionamento deles em outro casamento em que os padrinhos eram todos familiares, casamento de Francisco Rodrigues e Isabel Peixoto, 30.01.1638. Foram testemunhas Rui Lobo, Simão da Gama, Manuel da Costa Gaio, Jerónimo Borges
PT-ADSTB-PRQ-PACH01-003-00049_m0146
Presto os meus pedidos de desculpa por não ter consultado logo este documento, o que levou a investigações que, se calhar, não tem enquadramento neste caso.
Cumprimentos,
Pedro Bandola
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Henrique da Cunha, Alcochete
... tomou posse do cargo de escrivão de meirinho, não de meirinho.
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Pedro,
as investigaçóes levaram-me a muitos lados e embora não se apliquem neste caso, foram úteis. Portanto, kaputt a ideia de que M. da Costa Gaio foi meirinho geral das Três Ordens Militares. Apenas escrivão.
Mas, no problem. Já me aconteceu n vezes seguir uma pista que parecia muito provável, quase irrefutável, e booooing, vir tudo abaixo num ápice.
Cumprimentos e boa sorte nas suas pesquias.
PS E a Francisca Rodrigues ? Algum novo desenvolvimento ?
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Miguel,
Não tenho avançado com investigação neste ramo familiar, ando pelo ramo que me lançou para estas investigações. Tento agora descobrir alguma coisa em Espanha, difícil...
Em relação à Francisca Rodrigues, a verdade é que nem saberia por onde ir, uma vez que as possibilidades são muitas.
Cumprimentos,
Pedro Bandola
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Henrique da Cunha, Alcochete
Meu Caro Pedro,
Fancisco Leitão e Francisca Rodrigues Pereira além de Maria e José tiveram a Brites.
Padrinhos: António da Cunha e Mariana Netto
Livro de Batismos de Alcochete 1676 tif 97
No caso dos baptismos os padrinhos costumam ser da família próxima, como bem sabe. No caso dos casamentos, muito menos.
Cumprimentos,
Miguel
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Henrique da Cunha, Alcochete
Caro Miguel,
do casal Francisco Leitão e Francisca Rodrigues Pereira tenho registo dos seguintes filhos:
ANTÓNIA RODRIGUES
2.11.1682
padrinho António da Cunha
cc 7.02.1700 JOSÉ GONÇALVES filho de Pascoal Gomes e Maria Nunes. Testemunhas Domingos Gonçalves e Francisco Ferrois
JOSÉ
28.08.1678
padrinho António Netto e Mariana Rodrigues
BRITES
9.02.1676
foram padrinhos António da Cunha e Mariana Netta
ANTÓNIO
8.03.1670
foram padrinhos António da Cunha e Isabel Rodrigues de Aldegalega
DOMINGOS
9.09.1668
foram padrinhos António Netto de Aldegalega e Mariana Rodrigues
FRANCISCO
18.07.1666
foram padrinhos António da Cunha e Isabel Rodrigues
MARIA
23.10.1661
foram padrinhos Sebastião Gomes de Figueiredo e Maria dos Santos
JOSÉ PEREIRA
n. 4.10.1674 - m. 14.04.1760
foram padrinhos António Netto e Ana Mariana
Cumprimentos
Pedro Bandola
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