~Reverendo João da Cunh -Casa de Barrimau-Santo Tirso
This topic is classified in rooms: Arquivos | Famílias | Património | Pessoas | Regiões
~Reverendo João da Cunh -Casa de Barrimau-Santo Tirso
Caros Confrades
Deparei-me com a informação de um dos meus antepassados retirada do seu casamento, ser filho (à data-1728) do Reverendo se S. Miguel de Lama-Santo Tirso: João da Cunha .
Na página de Santo Tirso, pode ler-se que na Casa de Barrimau nasceu em 1680/90, o padre joão da Cunha.
Nas inquirições genere do ADB, consta um João Cunha de Vasconcelos (1691-05-02), filho de: Jorge Barros Silva e de Bernarda Vasconcelos, natuaris e/ou residentes m S. Miguel de Lama.
A pergunta que deixo é a seguinte?
Será o mesmo Indviduo?
Algum confrade possui informações complementares?
Desde já agradecido
Joaquim Martins
Direct link:
~Reverendo João da Cunh -Casa de Barrimau-Santo Tirso
Caros Confrades
Renovo o pedido
Cumprimentos
Joaquim Martins
Direct link:
~Reverendo João da Cunh -Casa de Barrimau-Santo Tirso
Caro Joaquim Martins,
Talvez este artigo lhe seja útil:
In «O Concelho de Santo Tirso – Boletim Cultural», Vol. IV - n.º 3 de 1956
UM JANTAR DE BAPTIZADO
Naquela pasta de couro esfolada aos cantos, há um documento amarelecido (1) e espicaçado pela traça, onde se vê aflorar discretamente o enlevo de duas almas. Tudo aquilo é cerimonioso e formal mas, nas entrelinhas, baila o Século XVIII em mesuras de minuete.
A promessa de casamento foi traçada no áspero papel que o tempo engelhou e, com letra levemente trémula pela comoção, declara a noiva:
Eu D. Maria da Silveira Melo e Rangel filha legítima de Ant.º da Costa da Silveira e de sua molher D. M.ª de Freitas Vieira prometo a Deus e a Nossa Senhora de receber por meu legítimo marido ao S.or Manoel de Barros e Silva, filho legítimo do S.or Jorge de Barros da Silva e de sua molher a Sr.ª D. Bernarda de Vasconcelos na forma do sagrado consilio tridentino como manda a S.ta Madre Igreja.
Vila Nova, quinta da Ponte, oje seis de Julho de mil e setecentos e onze anos.
D. M.ª da Silveira Melo e Rangel
Meses de idílio se passaram até que o Morgado de Barrimao, dentro da sua casaca de sêda, o faim de punho dourado pendente da cinta esbelta, conduziu pela ponta dos dedos junto ao altar, a figurinha grácil da sua noiva.
E, na mesma página que os séculos amareleceram, anotou lacónicamente com a sua letra firme:
Recebi a D. M.ª da Silveira e Melo segunda f.ª catorze de setembro de 1711 anos.
O tempo foi escorrendo na ampulheta até que um dia – lindo dia de verão! – se completou o registo na velha folha enrugada.
Naceu me hu filho terça fr.ª vinte e oito de Junho q se chama Bernardo Luiz forão padrinhos D.os de Freitas V.ra e D. M.ª de Vasconcellos minha irmã, hoje 28 de Junho de 1712 e foi bautizado segunda fr.ª a coatro de Julho de 1712.
Para o baptizado do herdeiro foi então convidada a vizinhança de mais prosápia e, por léguas ao redor, todos acorreram, a cavalo e em cadeirinhas, pelos trancos e barrancos das íngremes calçadas minhotas. E em louvor do menino, que assistia ao colo da ama, todo rechonchudinho e engrinaldado de rendas, se amesendaram os convivas no amplo salão apainelado em maceira.
As longas mesas improvisadas vergaram ao peso bruto das baixelas de prata e das suculentas iguarias de receita fradesca.
Para engulho da nossa debilidade gástrica de ultra-civilizados se estadeia a ementa das vitualhas que empanturraram os convivas naquele dia de festa. E que tudo seja em louvor dos manes de Pantagruel…
P.ª O DIA DO BAPTIZADO
GENTAR
1.º prato. Sopa de sostancia goarnecida de galinhas, lingoas, presuntos, ovos, letria ou arrós.
2.º galinhas richiadas em sopa goarnecidas de cartugas de mel asadas e de chicorias ou alfaces richiadas, limão e salsa, e bem armado se deite o summo de limão por sima.
3.º Pastel de hua perna de carneiro e de vitela goarnecido de lingoas albardadas em ovos.
4.º Perú salchichado goarnecido de frangos inteiros também salchichados e de lardos de toucinho e torresmas de presunto.
5.º frangos richiados de carneiro e toucinho afagados sobre fatias torradas, se goarnesam de alfaças e cebolas rechiadas e coradas com gemas de ovos e sumo de limão e miolos e vá á mesa.
6.º Peito de vitella rechiado goarnecido com pes de porco ou de carneiro albardados.
7.º Bollas de carne com molho agro e doce, goarnecidas de ovos rechiados e sobre fatias albardadas e passadas pelo mesmo molho com rodas de limão, e salça e alface.
8.º Fricasé de carneiro, goarnecido de miolos.
9.º Frigideira de lingoa goarnecida de maçais passadas por assucar ou de peras doces quentes.
10.º Lombo estufado, goarnecido de frangos albardados, passados por vinagre e limão e com cevollas enteiras passadas com cravos.
11.º Outro afogado com molho verde.
No fim desta igoaria vão dez pratinhos pequenos juntos e repartidos pella meza, ou sejão de cuberta ou servida, os quais são como de asepite e podem ser os seguintes:
1.º Pratinho. De descaidas com pimenta e limão por sima.
2.º Perú de fiambre goarnecido com salça.
3.º gelea de mãos de vitella, e de carneiro.
4.º Prezunto frito com toucinho com molho de vinho e folhas de louro.
5.º Tubras de carneiro com limão e pimenta ou hum de cebollas.
6.º Miolos de carneiro, ou de vaca coalhados em limão.
7.º Mãos de porco cubertas com canela, e pam relado.
8.º Lombo de vaca de conserva.
9.º Lingoas de carneiro fritas com limão, e canella.
10.º Prezuntos e payos em talhadas sobre salça e alface picada.
11.º Frangos doces.
Passaram-se muitas horas a esmoer a heróica empazinadela, e tudo isto era regado com catadupas de verde rascante que chiava e espumava, ao cair de alto no cristal dos copos.
Mas não parava aqui a substanciosa ementa. Ao postres, saboreavam-se então, com vagares de sibarita, pançudos cálices de vinho do Douro, mais untuoso e emoliente.
E amaciavam-se então as fibras metálicas daqueles estômagos portentosos, com o unguento das doçarias conventuais.
A algazarra crescia, as anedotas cruzavam-se e as gargalhadas estrugiam na sala.
Só, muito sossegado ao colo da ama que apojava de leite, o herói da festa, o pequeno Bernardo Luiz, ia gorgolejando a sua dieta.
Casa de Barrimao, Março de MCMLVI
JAYME DE SAMPAYO
(1) Arquivo da Casa de Barrimao.
Melhores cumprimentos,
Luis Alves
Direct link:
~Reverendo João da Cunh -Casa de Barrimau-Santo Tirso
Caro Luis Alves
Obrigado por esta "viagem" ao passado.
A ser confirmada a ascendência do padre em questão, vai de certeza enriquecer a minha genealogia
Cumprimentos
Joaquim Martins
Direct link:
~Reverendo João da Cunh -Casa de Barrimau-Santo Tirso
Caro Joaquim Martins,
Talvez consiga encontrar alguma pista no casamento de D. Maria da Silveira Melo e Rangel e Manoel de Barros e Silva a 14 de Setembro de 1711. Pode existir alguma referencia ao irmão no assento, ainda mais por se tratar de um padre.
Melhores cumprimentos,
Luís Alves
Direct link:
~Reverendo João da Cunh -Casa de Barrimau-Santo Tirso
Boa noite caros confrades,
Estou também interessado na genealogia desta casa dessa época.
Conseguiu informações complementares?
No meu caso procuro ascendência das senhoras Quitéria Joana Pereira de Castro, esposa do referido acima Bernardo Luís.
E Antónia Maria Soares de Vasconcelos, sua mãe. Ambas viveram na casa de Barrimau nessa época, por volta de 1700.
Com os melhores cumprimentos,
Pedro Machado
Direct link:
Forum messages ordered by date
Il tempo è mostrato in GMT. Ora corrente: 30 nov 2024, 10:25