Filho declarado de Padre?

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Filho declarado de Padre?

#365888 | hldrcst548 | 08 feb 2016 23:16

Confrades;
Um antepassado meu de nome Luís Fernandes Gomes de Miranda casou em 1683 com Antónia de Miranda, em Rates Póvoa de Varzim. No assento de casamento vêm ele como sendo "filho do Pe. Lourenço Gomes da freguesia de São Payo de Gueral e de Francisca Fernandes solteira desta freguesia". Procurei o seu assento de baptismo mas não encontrei nem em Rates nem em Gueral (Barcelos). O nome do pai, Padre Lourenço Gomes, aparece nos livros paroquias em Junho e Julho de 1681 como padre encomendado e apenas assina dois assentos.
Como era vista uma coisa destas naquele tempo? A Inquisição não actuava nestes casos? E o Padre assume a paternidade da criança quando normalmente poderia ser registada apenas como filho de Francisca solteira e pai incógnito?
Agradecia a quem pudesse ajudar nestas questões.

Helder

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Filho declarado de Padre?

#365900 | AntonioGonçalves | 09 feb 2016 12:29 | In reply to: #365888

Caro Helder

Nessa época era comum muitas solteiras, por falta de homens, aproveitar as fraquezas dos muitos Padres presentes, na paroquia, para ter filhos deles, dado que ao ter filhos dos mesmos, era o mesmo que ter uma pensão vitalicia nos dias de hoje, pois o Padre ao ser mestre escola, dava-lhe formação para ser, também, Padre ou outro cargo relevante, na carreira militar ou jurídica.
O por tal facto o Arcebispo de Braga, D. Moura Teles, dizia, que pecado não era fazê-los, mas sim abandoná-los e nessa época, por norma eram assumidos e por vezes viviam em comum na residencia paroquial

Muito poderá ser dito sobre este tema, mas o essencial esta aqui descrito.

Melhor cumprimentos

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Filho declarado de Padre?

#365903 | ppb | 09 feb 2016 13:04 | In reply to: #365888

Boa tarde,

Apenas uma indicação de genealogias de clérigos.

http://geneall.net/pt/nome/39285/d-alvaro-goncalves-pereira-prior-do-crato/


Cumprimentos,

Pedro Bandola

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Padres no termo de Barcelos e em Vila Nova de Famalicão

#365908 | silvestre | 09 feb 2016 13:57 | In reply to: #365888

Era habitual esta situação e tenho vários avós padres no século xviii e antes, na Beira Alta, um deles com vários filhos da mesma mulher o que leva a crer que viviam maritalmente. Só no casamento aparece o nome do pai.
Nas pesquisas que fiz para uma amiga encontrei uma situação curiosa. Senhorinha Antunes, de Fafe, era filha de Luzia de São Payo, de Antime e do padre Jerónimo de Carvalho, já falecido em 1709, aquando do casamento da filha. Descoberta a IG, 1680, descobri também que este padre era filho de um outro padre, o reverendo Mateus de Carvalho, reitor de S Silvestre de Requião, V N Famalicão e de Marta Gonçalves, solteira. Mas não acaba aqui... Mateus era filho de um 3º padre, Manuel de Carvalho, vigário de Sta Maria de Vermoim e de Isabel Lopes

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Padre Santiago

#365930 | saintclair | 09 feb 2016 18:19 | In reply to: #365908

-
"A pessoa que entrou no Pátio era um rústico alentado e carrancudo. Empurrou lentamente o grande portão de ferro entreaberto. As dobradiças rangeram acusando o toque. A mocita que descia a escada parou, assustada pelo intruso e ficou-se a olhá-lo com espanto. Ele, mirando em redor o recinto fechado por tão altos muros, perguntou então com voz grave, pausada e áspera:
- A dona desta casa onde está?
- Está lá dentro. Que lhe quer?
- Diz-lhe que venha cá fora. Quero falar com ela!
Subiu a moça escada acima a correr e logo a D. Benedita veio à porta.
- O que é que o senhor procura?
- Sou teu irmão e tenho fome. Já te não lembras de mim? ,.
Ela olhou-o bem, fez-se branca e balbuciou:
- Talvez... És mesmo tu? Virou-se para a criada,
ordenando:
1 - Manda entrar este senhor para a cozinha e dá-lhe de comer e beber o que ele quiser.
Em silêncio, a Dª Benedita, de pé, com ele sentado à mesa, via-o confortar o estômago. Quando ficou farto, levantou-se e disse:
- Encheste-me a barriga, mas não chega. Quero dinheiro agora!
Estendeu a mão direita em concha e ficou-se à espera. Ela foi lá dentro trouxe uma bolsa e encheu-lhe a mão de moedas.
- Toma lá! Não posso dar-te mais nesta ocasião.
- Tá bem! Chega para hoje, Mas, olha que eu volto! Sei o caminho. Somos todos irmãos, mas uns são filhos e outros enteados.
- Coisas dos nossos pais... Deus os tenha em descanso!...
- Olha que eu volto!... - e saiu.
Decerto, quando o Alcaparra foi à "Roda" dos enjeitados buscar a Mariana para a dar como governante ao Padre Santiago, nem sonhara que iriam surgir, daí alguns rebentos. Tudo, aliás, muito discreto, muito natural, sem escândalos nem ofensas, cumprindo apenas o apelo Divino: "crescei e multiplicai-vos". Aconteceu... Foi a Dª Benedita, que se fez professora, o José, que estudou em Coimbra e por lá ficou, a Maria, criada por uma ama na Sigoeira e falecida no Brasil, para onde emigrara, e o desconhecido, acolhido por caridade quem sabe aonde e que hoje bateu aos portões da família. Se voltou, nada consta.
A cena ocorreu aí por 1925.
Foi moda em tempos os bebés não desejados serem postos de noite ou na "Roda" dos Conventos e Hospícios [se os havia] ou à porta de pessoas caritativas. Alguém batia dizendo:
- Aqui fica esta encomenda. Trate bem dela, que hão-de vir um dia procurá-la!
O portador escoava-se no escuro e a junta de paróquia resolvia o assunto e até as câmaras tinham verbas para a criação dos expostos.
A morte do concelho de Maçãs, concelho com foral manuelino de 1514, cortou as pernas à Vila, que espreitava do alto de Santa Helena os seus domínios desde a Arega até a Aguda, "conquistados" em 1836, e via ao fundo a rival Chão de Couce, reinando nos plainos com Pousaflores e Avelar. Os sonhos dissiparam-se quando os empurraram para Figueiró em 1855 e esvaiu-se de vez ao esfrangalharem tudo, embrulhando Maçãs e Chão de Couce como oferta ao concelho de Ansião, 40 anos passados. Logo depois, em 1898, José Luciano de Castro, ministro do rei D. Carlos, fez de Maçãs de D. Maria forte bastão para ajudar a erguer e restaurar o concelho de Alvaiázere.
Um homem que assistiu a grande parte desta balbúrdia e nela participou foi o Pd.Santiago - José Francisco de Sousa Santiago.
No entanto, na véspera da sua morte em 20.03.1907,o P. Santiago fez vir à sua presença o Notário e várias testemunhas, e mandou fazer um testamento onde revogava os anteriores, e distribuía os bens "à criada com ele conivente" e a seus filhos, Maria Benedita, casada, Francisco José, casado e Maria Augusta, solteira. Disse ainda que os mesmos eram seus filhos e para os devidos efeitos os perfilhava espontaneamente."
In Jornal O Alvaiazerense 31 de Agosto de 1998:
Sc.

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Missas in perpetuum

#367904 | saintclair | 05 apr 2016 15:29 | In reply to: #365930

-
As Confrarias têm estatutos, cumprem as sus obrigações.
Primeiro terá de saber qual a situação.
Sc.

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