Moimenta da Serra - obitos de menores (misterio?)
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Moimenta da Serra - obitos de menores (misterio?)
Enquanto pesquisava referencias de antepassados em Moimenta da Serra entre 1830 – 1859 no link da Torre to Tombo
http://digitarq.adgrd.arquivos.pt/viewer?id=1201588
reparei que os obitos de menores referenciados faleceram com 7 anos...
"(nome), menor com sette anos, filho(a) de ....."
E uma tremenda coincidencia, ou havera alguma causa por detras da mensagem?
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Tem que nos indicar o Nº do Tiff desses óbitos para os encontarar;
Exemplo:
PT-ADGRD-PRQ-003-00001-TIF
---------------------------00002-TIF
etc....
http://digitarq.adgrd.arquivos.pt/viewer?id=1201588
-------------
Sc.
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Como examplo, fiz a pesquisa em uma duzia de paginas...
O que se tera passado aqui? Todas as criancas faleceram com 7 anos de idade? Nao e possivel estatisticamente obter este tipo de resultados....
Manoel, 7 anos (M73) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0073_derivada
Francisco, 7 anos (M72) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0072_derivada
Antonio, 7 anos (M72) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0072_derivada
Maria, 7 anos (M71) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0071_derivada
Jose, 7 anos (M71) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0071_derivada
Maria, 7 anos (M71) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0071_derivada
Jose, 7 anos (M70) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0070_derivada
Jose, 7 anos (M70) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0070_derivada
Manoel, 7 anos (M70) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0070_derivada
Augusto, 7 anos (M69) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0069_derivada
Antonio, 7 anos (M68) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0068_derivada
Manoel, 7 anos (M68) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0068_derivada
Maria, 7 anos (M68) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0068_derivada
Antonio, 7 anos (M67) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0067_derivada
Dois obitos (nome que nao consigo decifrar) 7 anos (M66) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0066_derivada
Luiza, 7 anos (M64) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0064_derivada
Antonio, 7 anos (M64) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0064_derivada
Joaquina, 7 anos (M63) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0063_derivada
Pedro, 7 anos (M63) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0063_derivada
Jose, 7 anos (M62) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0062_derivada
Maria, 7 anos (M62) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0062_derivada
Abel, 7 anos (M62) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0062_derivada
Jose, 7 anos (M62) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0062_derivada
Jose, 7 anos (M61) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0061_derivada
Maria, 7 anos (M61) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0061_derivada
Antonio, 7 anos (M61) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0062_derivada
Jozephino, 7 anos (M61) PT-ADGRD-PRQ-PGVA11-003-00001_m0062_derivada
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Talvez o Padre em todas as crianças falecidas, cuja
idade não ultrapassava os sete anos,usasse a mesma
bitola....
Idade da razão; sete anos!
...Não encontro outra explicação.
Cumprimentos
Sc.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_V_de_Portugal
Sc.
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....Espero que já tenha encontrado o motivo
de tantas mortes!
Sc.
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Sem ver os assentos nao posso garantir mas a experiencia que tenho 'e que escreviam "menor de 7 anos" e nao "com 7 anos". Quando sao bebes dizem "anjo".
Rosario
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Tif 61,62,63 etc.......
Sc.
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Senhor Pedro Bento
A sua muito pertinente questão também me interessou, permito-me deixar a reflexão que fiz
e me levou a uma viagem para além do muito pouco que sei.
1
– Embora morosa, a consulta dos assentos de batismo permitia-nos saber as idades de cada uma das crianças ;
Talvez “menor, de 7 anos” fosse mais compreensível.
2.
– Concordando com Saintclair, o facto de ser um número elevado de óbitos de crianças, pode ser explicado entre outros motivos, pelas
. várias graves epidemias que grassaram no país por aquela época
. surtos de doenças da infância frequentes grassam ainda hoje com agressividade
. e ainda em relação com falta os cuidados mínimos de higiene ou por acidente.
3.
– Dos livros de assentos disponíveis na net extraí breves notas:
- Óbitos ou Mistos (1767 – 1830 ) não estão acessíveis.
- Em 1847 , Tif.29 - o Prior Dionisio Ribeiro cita apenas “menor”
- Em 1851, Tif.40 - o Prior Manuel da Fonseca, cita “menor de 13 anos”
- Em 1852, Tif 55 - Prior Manuel da Fonseca, cita em dois casos, “menor de 7 anos”
- Em 1859, Tif 74 - Prior Manuel da Fonseca, cita “menor de 7 anos”
- Em 1860, Folha 4, Assento nº 11 de 2/ Agosto, já o Prior Manuel Mendes da Fonseca já diz
“criança de 9 meses”
- Em 1860, Folha 14 v., Assento nº 14, de 28 /Agosto, o mesmo prior diz “idade um ano”.
4.
- O que sugere haver uma intenção abrangente quanto citam por faixas etárias
. menor de 7 anos
. menor de 13 anos ( a partir daqui seriam considerados adultos?)
.
Tenho encontrado livros em que o pároco foi repreendido por menos cuidado, atraso ou falta de assentos.
Mas quanto às designações “menores de 7 ou de 13 anos”, não foi este o caso:
Vários párocos em anos diferentes escreveram de forma idêntica. Foi uso permitido e
talvez com directiva superior.
Quando passam a especificar individualmente a idade denota mudança de attitude perante o indivíduo.
5.
– O porquê de ser 7 ou ser 13 anos leva-me ao conceito do que é ”ser criança” nessa época e através dos tempos.
Na net respiguei um pouco sobre este tema em alguns trabalhos apresentados.
Anexo alguns e parece-me que o primeiro ajuda a resumir a resposta à sua questão sobre
“menor de…", isto é
« A meio do século XIX as nossas crianças, em Portugal,
eram ainda consideradas como na Idade Média» !
.
.
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ Bibliografia: ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
Cláudia Terra Nascimento - Pg.4
http://www.umcpos.com.br/centraldoaluno/arquivos/13_08_2014_277/A_Construcao_Social_da_Infancia.pdf
“ … Durante a Idade Média, antes da escolarização das crianças, estas e os adultos
compartilhavam os mesmos lugares e situações, fossem eles domésticos, de trabalho ou de
festa. Na sociedade medieval não havia a divisão territorial e de atividades em função da
idade dos indivíduos, não havia o sentimento de infância ou uma representação elaborada
dessa fase da vida (Ariès, 1973).”
….
Durante a Idade Média,
“ então, existiam seis etapas de vida. As três primeiras, que correspondem à 1a. idade
(nascimento / 7 anos), 2a. idade (7 / 14 anos) e 3a. idade (14 - 21 anos), eram etapas não
valorizadas pela sociedade. Somente a partir da 4a. idade, a juventude (21 - 45 anos), as
pessoas começavam a ser reconhecidas socialmente. Ainda existiam a 5a. idade (a
senectude),considerando a pessoa que não era velha, mas que já tinha passado da
juventude; e a 6a. idade (a velhice),dos 60 anos em diante até a morte. Tais etapas
alimentavam, desde esta época, a idéia de uma vida dividida em fases (Ariès, 1973).”
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Michele G. Bredel de Castro,
http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem13pdf/sm13ss04_02.pdf
Pg. 4
“…. a infância está definida como um período de
crescimento, no ser humano, que vai do nascimento até a puberdade.”
.
e
“…. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) define “a criança
como a pessoa até os 12 anos de idade incompletos”. Desse modo, o significado
genérico da infância está diretamente ligado às transformações sociais, culturais,
econômicas, etc. da sociedade de um determinado tempo e lugar, que possui seus
próprios sistemas de classes, de idades e seus sistemas de status e de papel social.”
.
Pg.8
“ Da Revolução Industrial nasceu a criança operária, potencial vítima das
transformações econômicas, sociais e familiares impulsionadas pela referida
revolução. A sua mão de obra era aproveitada e assumia-se muitas vezes como
fundamental na manutenção econômica do agregado familiar. A criança operária
somente adquiriu visibilidade social quando os movimentos filantrópicos iniciaram
campanhas de denúncia e sensibilização relativas às condições sub-humanas em
que estas crianças sobreviviam.”
….
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Isabel Montanha, 5/Out./ 2014 ,
http://cheirinhoahistoria.blogspot.pt/2010/10/trabalho-feminino-e-infantil-no-seculo.html
.
. cita Eça de Queirós ( Uma Campanha Alegre, vol.II, Cap. XXII)
“ A criança de sete a dez anos, já conduz os bois, guarda o gado, apanha a lenha, acarreta, sacha, colabora na cultura. Tem a altura de uma enchada e a utilidade de um homem. Sai de madrugada, recolhe às trindades, com o seu dia rudemente trabalhado. Mandá-lo à escola, de manhã e de tarde, umas poucas de horas, é diminuir a força produtora do casal. Um aluno de mais na escola é assim um braço a menos na lavoura. Ora uma família de lavradores não pode luxuosamente diminuir as suas forças vivas. Não é por o filho saber soletrar a cartilha que a terra lhe dará mais pão. Portanto tiram a criança à escola para a empregar na terra.”
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Natércia Rocha – Pg. 38
http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/biblioteca-digital-camoes/estudos-literarios-critica-literaria/41-41/file.html
.
“ … É na segunda metade do século que se cria o Ministério da Instrução e se instituem as classes infantis (1896), destinadas a suprir as falhas do ambiente doméstico antes da entrada no ensino primário. A situação escolar em termos de estatística indicava uma escola por 1100 habitantes enquanto que em Espanha a relação era de 1 escola por 600 habitantes “
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Miriam Halpern Pereira – Demografia e desenvolvimento em Portugal na segunda metade do século XIX.
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1224253615P4nSE7oy4Nu53FD1.pdf
.
Pg. 99
“ A sobrevivência das crianças torna-se especialmente difícil nestas condições económicas precárias: no Porto a mortalidade infantil varia de 1887 a 1896, entre 228,60 % (taxa mínima) e 257,82 %0 (taxa máxima)
«São as classes trabalhadoras as que mais sacrificam a prole. A miséria é um terrível inimigo das creanças»
E, nas famílias operárias, nas quais se não ganha o suficiente para alimentar os filhos, as crianças tornam-se um factor de agravamento da situação económica da unidade familiar e assim se gera a extraordinária contradição entre o amor à vida e o amor aos filhos. As crianças tornam-se então na «canalha».
«Aqui no Porto, entre as classes necessitadas, a «canalha», como lhe chamam, chega a ser um tropeço, de que a morte tantas vezes bem vinda, livra a família. As crianças são votadas a um morticínio certo, esperado até com prazer pelos mais endurecidos» “
.
Pg.100
“… Se as condições gerais de sobrevivência são em Lisboa, pelo menos de 1887 a 1897, um pouco melhores que no Porto, os «páteos» da capital recordam as «ilhas» do Porto, e a sobrevivência infantil é igualmente dura. A mortalidade infantil em Lisboa, de 1887 a 1896, chega a ser de 246,96 % (1890) e não desce aquém de 225,51 % (1896). Tão duras condições de vida nas cidades não são porém um dado natural, mas um dado corrigível, tal como o salientou RICARDO JORGE, fundamentando-se no que em cidades de outros países já se havia progredido mesmo então.”
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No Brasil, foi aprovada a LEI FEDERAL nº 8.069 [ Estatuto da Criança e do adolescente ] (1990, 13 de Julho).
Em 2012, “Martha Emanuela Soares da Silva Figueiró" diz:
.
https://books.google.pt/books?id=rBOHBAAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=inauthor:%22Martha+Emanuela+Soares+da+Silva+Figueir%C3%B3%22&hl=pt-PT&sa=X&ved=0ahUKEwjmzpXas5fPAhXGXRQKHeOzDNQQuwUIHTAA#v=onepage&q&f=false
.
“Prefácio
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que acaba de completer 21 anos, trouxe conquistas históricas para o público infantojuvenil do nosso país. O ECA rompe com um passado de negligência e repressão, legado deixado pelo Código de Menores e, no seu lugar, traz a ideia inedita de que as crianças e adolescents são sujeitos de direitos e estão em condição peculiar de desenvolvimento. ….”
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Portugal ratificou em 21 de Setembro de 1990 , que tinha sido adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 20 de Novembro de 1989
http://www.apfn.com.pt/declaracao_universal_dos_direitos_da_crianca.htm
[PDF]A Convenção sobre os Direitos da Criança - Unicef
www.unicef.pt/docs/pdf_publicacoes/convencao_direitos_crianca2004.pdf
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http://www.unicef.pt/artigo.php?mid=18101111
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Fantastico - muito obrigado.
Pedro
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Dina Almeida;
Quero agradecer a sua contribuição que deu a este
tópico.
Por vezes damos....damos.....e não recebemos quase
nada!
...Sinais dos tempos....
Melhores cumprimentos
Saintclair
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